O príncipe babaca e a florista iluminada escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 7
Casamento Gilda p.1




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POV Eliza

Fiquei em choque, isso não deveria ter acontecido, então quando Arthur tentou aprofundar o beijo, eu o empurro e me afasto.

—Acho melhor eu ir embora, estamos bagunçando as coisas novamente Arthur. - então sem dar chance de ele falar alguma coisa, pego meus sapatos, minha bolsa e vou em direção ao elevador, já pegando o celular para chamar um táxi. Enquanto a porta do elevador está se fechando, vejo Arthur vindo em minha direção, no entanto a porta fecha antes que ele chegue até mim.

Quando chego a entrada do prédio vejo Severino, e peço para ele me acompanhar até lá fora enquanto espero meu táxi, que por sorte não demora a chegar. Quando já estou a caminho de casa, Arthur me manda uma mensagem:

A: Eliza, me desculpa, não sei o que me deu, não deveria ter feito nada. - 23:43

A: Eliza, por favor não me ignora, vamos conversar, o que aconteceu não foi nada - 23:53

E: Arthur preciso de um tempo, amanhã eu te ligo, prometo - 23:55

Depois disso desliguei meu celular e encostei a cabeça na janela do carro, muito confusa com o que tinha acontecido, durante e depois do jantar estávamos em um clima gostoso, se fosse sincera diria que era o mesmo que estávamos antes de tudo terminar, e isso me assustou um pouco, mas esse beijo por mais singelo que tivesse sido mexeu comigo e eu precisava colocar a cabeça no lugar. 

Entro em casa sem fazer barulho, até porque a última coisa que eu preciso agora e minha mãe me fazendo perguntas. Quando deito na cama, custo a dormir e quando finalmente consigo, sou cercada por sonhos com Arthur.

Na manhã seguinte acordo cedo, e tenho a sensação de ter sido atropelada por um caminhão, dormi pouco e não muito bem, mas não me enrolei na cama, fui até o banheiro e joguei uma água no rosto, hoje tinha que me concertar na Dona Gilda, íamos finalizar os preparativos para o casamento dela com o Hugo, entre eles o mais importante, escolher o vestido.

Quando entrei na cozinha parecia que minha mãe ia surtar ou sei lá explodir a qualquer momento, então fui até ela coloquei minhas mãos em seus ombros e fiz ela se sentar, então me ajoelhei em sua frente.

—Mãe relaxa, a senhora precisa se acalmar, se não vai surtar, e hoje é um dia tão especial, vamos terminar de organizar seu casamento e o mais importante escolher seu vestido, e você sabe a Lili vai ajudar, então tenho certeza que vai ser uma festa linda, com tudo que a senhora tem direito, então quer um chá de camomila?

—Ai filha to exagerando né, mais e que nunca que eu ia me imaginar casando de novo, e ainda com tudo isso, festa, igreja, vestido, é muita felicidade.

—Eu sei mãe, e a senhora merece, tudo isso e muito mais, sabe de uma coisa, tenho certeza que você vai ser a noiva mais linda que já existiu

Deixo o chá na sua frente e lhe dou um beijo na testa, antes de sentar para comer alguma coisa, nisso meus irmãos surgem correndo na cozinha, pegando os lanches para irem para a escola, são dois furacões.

Pouco depois levanto e vou me arrumar, no meu quarto crio coragem pra ligar meu celular, torcendo para que não tivessem mensagens do Arthur, ainda não estava pronta para lidar com isso, então liguei para Lili, e disse que nós a encontraríamos na prova do bufê daqui 1h, assim que desliguei fui tomar uma ducha rápida.

Assim que terminei de me arrumar, chamei minha mãe e saímos para encontrar com a Lili no primeiro compromisso do dia. Depois do bufê todo escolhido, nos sentamos com o decorador para acertar os detalhes finais de como seriam as coisas tanto na igreja, quanto na recepção. Então fomos escolher os convites, e nesse momento Lili foi fundamental, as opiniões dela deram um charme maravilhoso.

Quando tudo isso estava pronto, já passava das 14h da tarde e apesar de termos provado várias comidas, não tínhamos almoçado, então antes de partir em busca do vestido paramos para comer. Foi aí que entrou a primeira mensagem do Arthur

A: Eliza eu sei que você pediu um tempo, e eu pretendo te dar isso, como eu sempre fiz, só queria mais uma vez me desculpar e pedir que você não me ignore. – 14:15

Eu sabia que não podia ficar empurrando esse assunto por tempo indeterminado e se eu me afastasse da situação um pouco veria que realmente não tinha sido nada demais, só precisava convencer meu coração disso também.

Depois de passarmos por diversas lojas, decidimos que a última seria a Elegance Noivas, mesmo que ela ficasse em Petrópolis, o que daria uma viagem de pouco mais de 1h de carro, porém se não encontrássemos ali o vestido ideal, marcaríamos um novo dia para continuar a procura, ou então iríamos seguir a sugestão da Lili, e mandar fazer o vestido.

Quando chegamos na loja, a atendente foi muito simpática, e demorou poucos segundos para me reconhecer, tentei desviar do assunto, hoje eu não era a modelo Eliza de Assis Monteiro, eu era a filha da Dona Gilda, quem era a mulher de destaque era ela.

—Você é Eliza de Assis né, a ganhadora do concurso Garota Totalmente Demais, eu tenho acompanhado um pouco sua carreira, sempre torci por você, mil perdões, nem sequer me apresentei, sou Gabriela, no que posso ser útil?

—Poxa Gabriela, muito obrigada mesmo, fico feliz em saber disso, mas hoje quero que você dê atenção total para aquela mulher maravilhosa que venho escolher um vestido de noiva.

—Claro com toda certeza, ela é sua irmã? – sabia que a atendente estava falando isso mais por quer fechar o negócio, mas mesmo assim, era legal.

—Pode não parecer mais ela é minha mãe, e nós queremos ver as opções que você tem, porém nada muito espalhafatoso, vai ser uma cerimônia simples e elegante. – enquanto eu falava, minha mãe e Lili já corriam os olhos pelas araras a procura de algo que chamasse a atenção.

—Claro, já consigo até pensar em algumas peças, se você quiser me acompanhar. – então ela começou a retirar algumas peças e pendurá-las em um provador, assim que minha mãe entrou para provar os três primeiros, Gabriela parou ao meu lado – Sei que posso estar sendo inconveniente, e sei que não somos uma grande marca, mas seria que eu poderia fazer um convite?

—Claro, sobre o que seria? — questionei enquanto minha mãe não pedia por ajuda para fechar o vestido.

—Então, é que estamos com um projeto novo, uma coleção de vestidos de noiva, feitos por estilistas brasileiras ainda desconhecidas, e eu gostaria de saber se você aceitaria posar com alguns deles?

Confesso que aquele pedido me pegou de surpresa, houve uma época em que sonhei em me casar, construir uma família, mas agora essa realidade não estava nos meus planos, e fotografar de noiva me parecia tão estranho, mas era por uma causa tão bonita.

—Olha eu não posso dizer que aceito, apesar de ter amado o projeto, mas vamos fazer assim, eu vou te passar o contato do meu agente, e você conversa com ele, mas eu vou dar uma forcinha está bem.

Dito isso, ela estampou um sorriso de orelha a orelha, e antes de falar mais alguma coisa, minha mãe pediu por ajuda, então enquanto elas terminavam de fechar o vestido me sentei ao lado de Lili.

—O que te preocupa tanto Eliza, você passou o dia distante, como se sua cabeça estivesse dividida. — ela sempre tinha sido muito boa em me ler, mas mesmo assim me surpreendi – Tem haver com o Arthur né, o Germano comentou comigo.

Porém antes que eu conseguisse responder, minha mãe saiu do provador, ela estava muito bonita, no entanto era nítido que ela não estava se sentindo confortável no vestido, era um modelo longo, com as mangas rendadas, a saia caia lisa e reta, com uma fenda que começava pouco abaixo do meio da coxa. Apenas acenamos com a cabeça uma para a outra e ela entrou no provador para experimentar o próximo.

—Ai Lili, eu poderia tentar negar, mais acho que desabafar com a única pessoa neutra nessa situação pode ser bom, estava tudo muito tranquilo, nossa relação estava profissional, e eu sentia que a amizade estava retornando, só que ontem eu fui jantar com ele, e a Jojo aprontou e deixou o apartamento em um clima super romântico, desfizemos a maior parte, mas tinha algo no ar, sei lá, daí depois de jantar, fomos assistir um filme e no fim, o Arthur me beijou, ou sei lá nós nos beijamos, mas eu sei que foi sem querer, só que isso mexeu comigo, tanto que eu meio que fugi da casa dele, e agora eu não sei mais o que fazer.

Quando eu terminei de falar minha mãe saiu do provador novamente, e dessa vez ela usava um vestido longo, todo de renda, muito “comportado” na frente, eu estranhei que ela ainda não estava com uma cara boa, então ela virou de costas, e notei o motivo, o vestido tinha um decote fundo na parte de trás, que ia até pouco acima da curva do bumbum, não era a cara da Dona Gilda, novamente ela retornou ao provador.

—Eliza sei que você não é minha filha, mais a algum tempo eu te considero como se fosse, e eu acredito que o melhor conselho que eu posso te dar nessa situação é para você seguir o teu coração, esquece um pouco a razão, não pensa demais, faz o que você acredita que vai te fazer feliz, independente do que os outros dirão.

Depois disso minha mãe já tinha provado outros dois vestidos que também não tinha combinado com ela, e eu percebi que ela estava desanimando, e acho que não fui a única, tanto que Gabriela, disse que buscaria uma última peça para ela provar, quando ela saiu para buscar minha mãe disse:

—Esse vai ser o último, se não for esse vamos embora estou cansada já, e as crianças devem estar em casa.

Alguns minutos depois Gabriela retornou e ela e minha mãe entraram no provador, pouco tempo depois elas saíram, Dona Gilda estava radiante, tínhamos achado o vestido perfeito, ele era curtinho, ia até na altura do joelho, todo coberto por renda, com meia manga e uma faixa de cetim para demarcar a cintura.

Na volta eu estava distraída, pensando no que a Lili tinha me dito, e pouco antes de chegarmos em casa, tinha finalmente conseguido tomar minha decisão em relação ao Arthur, estava pronta para ligar pra ele.


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Notas finais do capítulo

Espero de verdade que estejam gostando, o que vocês esperam que nossa ruiva faça?



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