O príncipe babaca e a florista iluminada escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 5
Trabalho e Lembranças




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POV Eliza

Quando cheguei na agência, dei um aceno geral para todos e fui falar com o Max, queria resolver, e descobrir para qual marca eu iria posar, estava muito curiosa, quando coloquei as sacolas na mesa dele, o metido já foi mexendo.

—Para tudo Brasil, a ruiva mais top do Rio de Janeiro trouxe presentinhos da Europa, diz que são todos pra mim, porque assim né, como seu melhor amigo eu mais que mereço.

—Aí Max, você não muda né, trouxe presentes para todos - daí cheguei mais perto dele e falei - mais pra você trouxe os melhores.

Então ele deu aquela risada característica dele, e me ajudou a distribuir os mimos que tinha comprado pelos países em que passei. Estranhei não ver o Arthur, fazia mais de meia hora que estava na agência, e não tinha visto ele, acho que dei um pouco de bandeira, pois quando terminamos de presentear as pessoas, Max enganchou o braço no meu e disse.

—Ruivinha, quem você procura ainda não chegou, ele disse que ia se atrasar um pouco, porque tinha alguma coisa no colégio da mini gótica pra resolver, mas você pode esperar na sala dele, daqui um pouco já levo os contratos pra você ler e assinar.

—Não sei do que você está falando Max, não estou procurando ninguém, não começa a inventar história - disse e fui em direção a sala do Arthur esperar por ele, ou melhor pelos contratos.

Alguns minutos depois, Max entrou e deixou os contratos comigo, me concentrei em lê-los, tanto que nem notei o tempo passando, só voltei a mim, quando a porta abriu e um Arthur com cara de criança que aprontou e um buquê de flores entrou.

—Arthur Carneiro de Alcântara, o que você aprontou? – perguntei seria.

—Acho tão sexy, quando vocês dizem meu nome completo - ele me deu uma piscadinha - e saiba que não aprontei nada, por enquanto pelo menos, mas vamos ao que importa, leu o contrato, gostou, vamos assinar?

—Claro, adorei toda a proposta, nunca achei que a Janiero me chamaria para posar, eu adoro as lingeries deles, tem pra todos os momentos, idades, bolsos, fora que é uma marca 100% brasileira.

—Que ótimo, agora que você aceitou – pegou os contratos assinados – vou ligar pra eles para agendar a data e onde vai ser a locação, e depois te passo todas as informações. E agora o mais importante, cadê o meu presente? Porque assim, eu vi que todo mundo ganhou, menos eu.

—Meu Deus como é convencido, quem disse que eu comprei alguma coisa pra ti? Sabe eu só comprei presentes para pessoas importantes – dei uma risadinha da expressão indignada que ele fez.

Ele levantou da sua cadeira e andou em minha direção, sem tirar os olhos de mim, então girou minha cadeira e se apoiou nos braços, para deixar o rosto na altura do meu, antes de dizer.

—Quer dizer então Eliza de Assis Monteiro, que eu não sou importante pra você? – ele me encarou com aquele maldito par de olhos azuis, que sempre me desconcertaram.

 Minha respiração ficou presa na garganta por um segundo, e por um momento me senti aquela florista ingênua novamente, então me lembrei de tudo que já tinha aprendido e se Arthur queria jogar, deveria lembrar que esse jogo é pra dois. Coloquei minha mão no seu rosto, e me aproximei mais um pouco.

—Você é... – e antes que eu pudesse terminar minha frase Max entra na sala.

—Chefinho dos olhos mais lindos - e então ele percebeu a situação em que eu e Arthur nos encontrávamos. - Atrapalhei alguma coisa?

—Evapora Max - Arthur disse sem se mexer, e sem tirar os olhos de mim.

—Espera Max, não atrapalhou nada, eu estava mesmo indo embora, prometi pra minha mãe que íamos almoçar juntas, e que a tarde eu ia ajudar no Flor.

Porém antes que Arthur me liberasse ele me deu um beijo na bochecha e então foi se sentar e mandou que Max entrasse e sentasse para eles discutirem os contratos de outras modelos.

Sem falar mais nada, acenei e saí da sala extremamente corada, não sabia de onde tinha tido coragem para agir assim, fora que esse era um jogo muito perigoso, flertar com Arthur não deveria ser tão natural. No entanto ainda consegui ouvir Max dizer:

—Será que eu devo shippar Arliza de novo?

Depois disso resolvi esquecer tudo que tinha acontecido e focar, que em breve estaria fotografando novamente.

Dois dias depois recebi a ligação da Excalibur, me passando as informações sobre a seção de fotos, seria em três dias, disseram que no dia e horário marcado um carro viria me buscar para me levar até a locação.

Os dias passaram tranquilos, o movimento no Flor tinha crescido bastante nos últimos anos, aparentemente o bairro de Fátima tinha se tornado um point interessante na cidade, porém ultimamente vinha cruzando várias vezes com a Carol, nossa relação era tensa, nos cumprimentávamos se tinha algum juntos, no entanto se estávamos sozinhas nós ignorávamos de forma mútua.

No dia marcado para as fotos acordei cedo e me arrumei de forma simples, até porque faria cabelo e maquiagem no set, só não estava esperando que o carro que me levaria seria o esportivo vermelho com o Arthur de motorista.

Assim que ele entrou no Flor, minha irmã correu para abraçá-lo, cheguei logo depois com minha mãe, que apenas lhe estendeu a mão.

—Bom dia Arthur, não sabia que você fazia a função de motorista.

—Faço isso apenas pelas melhores modelos, as joias da Excalibur.

—Tá bem engraçadinho né Arthur, agora vamos que não quero chegar atrasada.

—Ok vamos, tchau Dayse, tchau Gilda, e podem ficar tranquilas que vou devolver Eliza inteira assim que terminarmos.

Dito isso fomos em direção ao carro, assim que entrei, acabei olhando ao redor e vi Carolina nos fuzilando com os olhos, provavelmente pensou que estamos juntos novamente, optei por não dar atenção a isso por agora, quem sabe depois comento com Arthur. 

—Aliás o pessoal não me disse muita coisa sobre a seção, onde é que vamos fotografar?

—Tô sabendo eu que pedi pra eles te deixarem no escuro, queria fazer uma surpresa, vamos fotografar em um casarão nos arredores de Petrópolis, a ideia do editorial para apresentar a coleção e misturar sensualidade, com a elegância e o cenário do séc. XIX, eles querem uma pegada mais vintage.

—Então e por isso que você que está me levando? - vi que ele exitou um pouco em responder.

—Também, mas principalmente porque vão ter várias modelos da Excalibur, quero supervisionar para que tudo saia perfeito.

Depois disso, passamos um tempo em um silêncio confortável, até que criei coragem e perguntei o que realmente queria saber, ainda mais depois de hoje mais cedo.

—Você disse que terminou com a Carol faz pouco e que não foi bonito, o que aconteceu?

—Alguns meses depois que você foi embora, eu aceitei voltar com a Carol, e por um tempo nós estávamos muito bem, infelizmente acabei voltando aos meus maus hábitos antigos, e mesmo estando em um relacionamento sério, comecei a sair com outras mulheres, achei que ela não se importaria, afinal antes já era assim.

—Não acredito que você fez isso Arthur.

—Calma, uns meses depois chamei Carolina pra conversar, explicar pra ela minha situação, eu não a amava mais, porém ainda tenho carinho muito grande por ela, falei tudo, contei sobre as traições e mesmo assim ela quis continuar comigo, afinal ela era a oficial, no fim do ano, ela me pediu em casamento, hesitei mais acabei aceitando. Foi meu pior erro.

—Como assim? – ele tinha ficado noivo da Carolina.

—Resumindo, ela me largou na véspera do nosso casamento, segundo palavras dela, eu tinha passado dos limites e até para fazer papel de idiota ela tinha um limite, jogou as alianças em mim, e disse que nunca mais queria olhar na minha cara, te juro que não entendi o que aconteceu, até porque por respeito eu tinha parado com as minhas escapadelas por um tempo, não consegui fazer com que ela me explicasse o motivo.

Fiquei sem reação Carolina deveria ter descoberto algo muito grave para cancelar o casamento, ter uma família com Arthur sempre tinha sido o maior sonho dela, eu era testemunha, afinal não foram poucas as coisas que ela armou pra cima da gente. Ficamos em silêncio o restante do caminho, que foi curto.

Quando chegamos ao set o clima entre nós estava meio estranho, por isso antes de ir para o camarim me arrumar, quando descemos do carro, caminhei até Arthur e o abracei.

—Lembra quando nós começamos a trabalhar juntos, que eu disse que tinha te achado um príncipe, depois um babaca, e finalmente apenas Arthur, você cometeu erros, e espero que tenha aprendido com eles, mais agora não adianta ficar se culpando, como você mesmo disse, Carol nunca deixou claro o motivo, e nós sabemos que bom senso não é seu forte – dei uma risadinha – vou pro camarim, te vejo mais tarde.

Quando estava pronta para tirar as fotos, que faria primeiro em dupla com outra modelo, vi que Arthur estava encostado em uma parede logo atrás do fotógrafo, quando ele me viu, disse as mesmas palavras do final do concurso, “olha pra mim, só pra mim”, como se eu ainda precisasse de apoio para fotos sensuais. Achei fofinha a atitude dele, e fiz o que ele pediu, tirei todas as fotos focada em seus olhos azuis.

Assim que o ensaio terminou, foi para o camarim, enquanto estava lá me trocando, ouvi a porta bater.

—Você estava deslumbrante hoje, simplesmente encantadora, suas fotos ficaram ótimas.

—Arthur, que você está fazendo aqui, já ouvi falar em privacidade?

—Relaxa Eliza, não tem nada aí que eu já não tenha visto.

—Muito engraçado, muito mesmo – falei enquanto procurava minha blusa, que lembrei estava em cima da cadeira – Arthur preciso de um favor, me alcança minha blusa?


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Notas finais do capítulo

Por favor me contem o que estão achando, aquece o meu coração, saber a opinião de vocês.



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