Amor e Ódio escrita por Albby Star


Capítulo 22
Amor e ódio




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Mesmo isolados naquela casa há dias, os dois não se encontraram, Mina já estava cansada de esperar essa obra do destino acontecer. A rosada andava de um lado para o outro, já estava deixando o namorado apreensivo.

 

— Mina, sossega — o ruivo se pronunciou.

 

— Preciso pôr meu plano em prática — disse determinada.

 

— Mina, não é melhor deixar eles se acertarem sozinhos? — Kirishima disse em baixo tom.

 

— Kiri, eles já estão há 4 dias sem se encontrarem, temos que aproveitar o período que não tem ninguém lá — disse com as mãos na cintura — Eles só precisam de um empurrãozinho.

 

— Mina — tentou relutar, mas a menina lhe lançou um olhar pidão — Me prometa que essa será sua última tentativa.

 

— Claro que será, meu plano é brilhante e vai dar certo — sorriu confiante.

 

— O que eu preciso fazer? — perguntou desconfiado.

 

Planejou tudo com ele, o plano era perfeito e simples, não tinha como dar errado. Bom, nem todos concordavam com isso, as meninas em si acharam um belo plano, mas a rosada esqueceu de levar as variantes em consideração. Ela riu quando falaram isso, Mina nunca foi muito boa em exatas, foi preciso Momo lhe dizer o óbvio: ela não estava levando em consideração os sentimentos de Ochako e Bakugou, iria cometer o mesmo erro que os amigos.

 

{…}

 

Uraraka ria da mensagem de sua amiga enquanto saia do elevador, só Mina para lhe fazer sair do quarto e ir até a cozinha esconder um doce que ela tinha comprado, antes que todos voltassem da aula. Tudo bem, ela iria receber uma pequena recompensa por ajudar a amiga.

 

A castanha olhou pela porta da sala e constatou que estava sozinha, fazia dias que não saia direito do quarto, Deku e Iida até tentaram, mas falharam. Revirou os armários da cozinha e a geladeira em busca do doce, mas não conseguia encontrar, já estava pensando que alguém havia comido e que a amiga iria surtar.

 

Sentiu um olhar em suas costas e seu corpo arrepiou por inteiro, olhou sobre o ombro e viu a figura loira parada na porta. Não tinha doce nenhum.

 

— Deixa eu adivinhar, te falaram para vir guardar alguma coisa? — o loiro disse quebrando o silêncio, mas a castanha fingiu não ouvir, respirou fundo, aquela situação estava acabando com ele — Um dia vai me deixar explicar o que aconteceu? Sabe que tenho o direito de me explicar — a olhou nos olhos.

 

A menor deu um longo suspiro, ele estava certo, merecia ser ouvido, mas ela ainda não estava pronta para ouvir suas desculpas esfarrapadas. O encarou por alguns segundos, juntando forças para sair dali — Agora não, Bakugou — disse ríspida.

 

Concentrou em mover suas pernas para longe dali, mas ao passar pelo loiro, ele segurou levemente o seu braço e a encarou. Naquele momento, o ar faltou em seus pulmões.

 

— Você disse que me odeia — sua voz falhou no final e um olhar triste o tomou, ela nunca tinha o visto assim — Você me odeia? — sua voz mal saiu, que pergunta dolorosa de se fazer, mas a resposta poderia doer mais ainda, porém ele precisava saber o quão fodido estava.

 

A garota respirou profundamente, como poderia odiar quem a ensinou amar? Como podia odiar a pessoa que movia céus e terras por ela? Odiar quem a amou do jeito que ela é, aceitou cada defeito e a ajudou melhor. Definitivamente, ela não o odiava, não conseguiria fazer isso.

 

— Katsuki — ela o fitou e ele soltou seu braço, não esperava mais nenhuma resposta, a castanha deu um longo suspiro e retornou a falar — Eu odeio o modo como fala comigo quando está bravo — o surpreendeu — E odeio quando arruma seu cabelo, odeio suas enormes botas de combate e suas manoplas — ele riu, ela já tinha lhe dito isso — Eu simplesmente odeio quando alguma situação nos deixa desentendidos — seus olhos marejaram — Odeio como consegue ler minha mente — suspirou e limpou uma lágrima que caía — Odeio tanto isso em você que até me sinto doente. Odeio como está sempre certo — tentou segurar as lágrimas — E odeio quando você mente — mas não conseguiu — Odeio quando me faz rir muito que minhas bochechas chegam a doer — respirou fundo — Odeio quando não está por perto e o fato de não me ligar, mas eu odeio, principalmente — tentou segurar o choro novamente — Não conseguir te odiar, nem um pouco, nem mesmo por um segundo, nem mesmo só por te odiar — deixou as lágrimas caírem — Eu odeio não conseguir deixar de te amar — seu rosto estava vermelho e não conseguia mais conter as lágrimas — É desgastante te odiar quando eu quero te amar.

 

O loiro estava estático, como ela pode fazer isso com ele? Como ela pode fazê-lo se apaixonar ao ponto de não imaginar uma vida sem aquela maldita cara redonda?

 

— Ocha — ele a puxou para um abraço enquanto ela chorava, sussurrava dizendo que tudo iria ficar bem — Eu odeio essa distância e odeio não conseguir para de pensar em você — depositou um beijo em sua cabeça — Eu odeio o fato de ter te magoado.

 

— Eu preciso — suspirou — Eu preciso de mais um tempo — disse ainda em seus braços — Preciso voltar acreditar que você realmente me ama, porque nesse momento, eu não sinto isso — levou seu olhar até o dele — Eu me sinto usada.

 

Aquelas palavras o atingiram como um soco no estômago, ele nunca quis usá-la, ele nunca precisou disso. Ele era dela por completo — Ocha, me desculpe por fazê-la se sentir assim — seus olhos marejaram, decepcionou a única pessoa que o aceitava por completo.

 

A castanha desfez o abraço e se direcionou para o elevador — Só te peço um tempo — disse ao entrar nele. Agora sozinha, ela deixou que as lágrimas caíssem, sentia como se tivesse tirado um peso de suas costas.

 

Enquanto o loiro ficou parado na cozinha, repassando todas as palavras que ela disse em sua cabeça. Ela odiava não conseguir deixar de amá-lo, isso significava que ainda existia esperança, ainda existia uma chance para eles.

 

A morena se jogou em sua cama e pensou em tudo o que tinha dito para o loiro, suas amigas já a tinham aconselhado a conversar com ele, até mesmo Iida e Deku disseram isso, eles que nos primeiros dias mostraram resistência a esse relacionamento, agora estavam querendo que ela desse ouvidos a ele. Com certeza iria matar Mina assim que a visse, isso só poderia ser coisa dela, aliás, tinha até sua assinatura.

 

{…}

 

Katsuki revisava seu plano com Kirishima, nunca pensou que iria fazer umas coisas dessas, mas lá estava o destino, provando que ele poderia fazer qualquer coisa por Ochako. Ela o domesticou, o colocou numa coleira fofinha e lhe fazia carinho na barriga. Ele era o cachorrinho dela. Isso nunca esteve tão claro como agora.

 

— Nervoso? — o ruivo perguntou para o amigo.

 

— Pra caralho — respondeu com um tom sério — Será que ela vai gostar?

 

— Cara, ela vai amar — o amigo lhe incentivou — Isso é muito másculo — sorriu.

 

Lá estava ele, escondido em um canto do ginásio esperando que a classe entrasse para treinar. Usava um terno preto que combinava perfeitamente com seus olhos cor carmim e seus cabelos loiros, segurava um buquê de girassóis em sua mão esquerda e na direita uma caixinha preta com um colar.

 

Já tinha combinado com All Might que lhe disse com um super sorriso no rosto, "Um herói pode sempre superar uma situação complicada". Ele realmente esperava que o número um estivesse certo, pois caso contrário estaria perdido.

 

Pode ouvir uma multidão se aproximando, era a hora. Kirishima o olhou uma última vez e sorriu fazendo jóia e pode ouvir o super herói loiro pedindo para Ochako ir até a frente, e o resto da turma se sentar, todos começaram a murmurar. Alguns já sabiam o que iria acontecer, outros nem imaginavam.

 

— Aconteceu alguma coisa, senpai? — perguntou preocupada.

 

Ele não a respondeu, todas as luzes do ginásio se apagaram, todos ficaram em sinal de alerta e Katsuki riu da situação, era engraçado e trágico ao mesmo tempo todos estarem esperando um ataque da liga dos vilões.

   

Uma música começou a tocar e todos se acalmaram, afinal nenhum vilão que preste iria atacar alguém ao som de "Perfect'' de Ed Sheeran feat. Beyoncé, foi então que entenderam o que estava acontecendo. Uma luz acendeu sobre Uraraka revelando Katsuki em sua frente, ela ficou sem reação ao vê-lo.

 

— Oi, bochechas — disse tímido — Eu cometi um grande erro, talvez o maior da minha vida e estou aqui para tentar conserta-lo — disse nervoso — Há um tempo atrás um idiota apostou comigo que eu não iria conseguir namorar com você, mas eu não precisava de uma aposta para isso e no fim estraguei tudo escondendo a verdade.

 

— Ei —  Denki exclamou — Eu só quis dar um empurrãozinho — disse ofendido.

 

—  Cala a boca, imbecil —  Jiro tampo sua a boca dele para que ficasse quieto.

 

— Há alguns dias você disse que odiava o fato de não conseguir deixar de me amar, eu também odeio isso — sorriu para ela — Mas eu sempre fui o cara do ódio e sinceramente, não to afim de falar os "motivos que te odeio" — fez aspas no ar — Eu to afim de falar os motivos pelos quais eu te amo.

 

— Kats — sorriu com os olhos marejados.

 

— Fica quieta, cara de anjo — disse do modo Bakugou — Na sua vez, eu não te interrompi, inferno — fingiu ficar bravo e lhe entregou o buquê.

 

— Okay, prometo ficar quieta — sorriu incentivando.

 

—Bom, lá vai — limpou a garganta — Eu não sou do tipo flores e corações, todos sabem disso — a sala murmurou que sim, como se ele se importasse com alguma opinião além da castanha — Talvez esse meu lado seja novidade para você, mas nada mais justo que eu contar as coisa que você realmente não sabe e talvez nem devesse saber — deu de ombros olhando em seus olhos — Meu sorriso nem cabe no rosto quando eu ouço sua voz no telefone e seu abraço me arrepia — disse coroando — Seu beijo me delira e seu sorriso — suspirou — Seu maldito sorriso me desarma. Eu amo te fazer rir e acho que sua risada deveria tocar no rádio, não tem nenhum som mais bonito do que ela — ele viu uma lágrima formar nos olhos dela — Eu adoro sua voz e adoro você dizendo que me ama — suspirou — Quando estamos sozinhos, me sinto único e mesmo no meio de tantas pessoas, você ainda continua me fazendo único. Eu amo mudar meus programas por sua causa e adoro quando você muda os seus também — a castanha tentava disfarçar as lágrimas — Adoro minha confusão, porém amo ainda mais a sua calmaria — sorriu apaixonado — Adoro os apelidos que você me dá, adoro passar noites boas no telefone te ouvindo dormir e as más também, amo ser seu super herói que protege do mal — ela riu — Adoro seu estilo que te torna tão única, amo quando me agarra do nada, amo seus beijos roubados e suas surpresas que me tiram o fôlego — tomou a liberdade de pegar em sua mão — Eu adoro ter razão, mas amo te dar razão. Amo sua felicidade com coisas simples e amo nossos projetos futuros. Amo nosso futuro e presente, amo até mesmo o nosso passado — sorriu se aproximando dela — Você é feita de amor — acariciou sua bochecha com o polegar — E meu amor é feito de você e eu amo isso, amo não conseguir deixar de te amar. Amo te amar cada segundo, meu mochi — surpreendeu lhe dando um selinho — Eu me perdi em você por inteira, na órbita dos seus olhos castanhos, naveguei pelo teu amor, te explorei e novamente me perdi em você.

 

A castanha estava em lágrimas, como poderia dizer não a esse lado de Bakugou? — Eu te amo, Kats — o puxou para um beijo cheio de saudades e vontades — Eu sou perdidamente apaixonada por você — sorriu.

 

— Confesso que todos os dias em que fiquei sem sua presença, olhava para o teto procurando o sentido da vida sem sua essência — lhe deu um beijo de esquimó — Confesso que senti sua falta mais do que deveria e mesmo sem querer, sua ausência me matava aos poucos.

 

— Tenho um presente para você — a entregou a pequena caixa preta.

 

A castanha o encarou com suas grandes orbes grandes e sorriu, abriu delicadamente a caixinha e se deparou com um colar de coração, dentro do colar estava uma foto deles — Isso é — faltavam para descrever — lindo! — sorriu para ele — Obrigada, meu leãozinho — o abraço sorrindo.

 

— Eu te amo, meu mochi — sussurrou em seu ouvido.

 

Todos aplaudiam, All Might chegou a ficar emocionado, era uma evolução e tanto para o loiro rebelde. A castanha finalmente tinha recuperado seu sorriso lindo e seus brilhos nos olhos, eles se completavam. Ali estava a prova de que nem todo amor é impossível, o amor é paciente e bondoso. O amor é bicho de sete cabeças, sofre, crê e espera, o amor tudo suporta.




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