Acidentalmente Apaixonados escrita por Lara


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! E aqui estou eu com uma proposta bem diferente. Hoje uma das minhas histórias mais conhecidas, Unlike Cinderella, completa 6 anos de lançamento e para comemorar, resolvi trazer um spin-off de um dos casais que foi muito amado durante a postagem dessa história em 2014. Você que é novo aqui não precisa necessariamente ter lido UC para entender a história. Todas as informações importantes da outra história serão descritas aqui. Então, sem mais delongas, vamos ao nosso especial. Boa leitura!



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"Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele."

Jean de La Fontaine

 

— Você é patética, Cassidy Turner. Patética! – Resmungo, observando o celular tocar incessantemente, sentindo meu coração se apertar doloroso ao ver o nome de Austin na tela junto a foto que tiramos em nosso primeiro encontro.

E é somente quando a ligação cai na caixa de mensagem é que eu consigo desligar o aparelho e o colocar no bolso de minha calça. Andando pela orla da Ocean Drive, observo o mar agitado e as nuvens cinzentas que anunciavam que uma forte chuva estava por vir. Pessoas andavam apressadas, ansiosas para chegarem em suas casas antes que a tempestade que se formava as pegasse.

Três meses se passaram desde que eu agir como uma covarde e fugir sem dar nenhuma explicação. E mesmo depois de todos esses meses, Austin continuava a insistir nas ligações e mensagens, buscando respostas e perdão por algo que não era sua culpa. Na verdade, ele era apenas mais uma vítima dessa frustrante situação.

A minha vida inteira eu acreditei que o amor era algo que existia apenas nos livros e filmes de romance. Sendo filha de um político com uma garota de programa, eu era o fruto de uma traição que poderia ocasionar em um grande escândalo. Por causa disso, minha mãe tentou diversas formas interromper a gravidez e no fim acabou não conseguindo.

Preocupado com a possibilidade de ter a sua candidatura prejudicada, meu pai deu o apoio financeiro a minha mãe até que eu tivesse idade suficiente para viver em internatos, já que a mulher que me trouxe ao mundo não tinha o mínimo desejo de cuidar de uma criança, que, como ouvi diversas vezes, apenas atrapalharia sua vida.

Aos sete anos, fui enviada para viver em um internato católico em Burford, uma típica vila antiga inglesa que fica no condado de Oxfordshire, sudeste da Inglaterra, onde fui mantida presa até os meus dezesseis anos. Por causa da minha personalidade, nunca consegui me dar bem com as outras crianças. Minha vida era completamente monótona e solitária.

Como presente de aniversário, recebi a minha tão sonhada emancipação e pude finalmente voltar para os Estados Unidos. Recebendo uma mesada para me sustentar durante o mês enviada pelo meu pai, eu me matriculei na Marino High School, uma das melhores escolas do país, e aluguei um pequeno apartamento próximo a escola. E eu não poderia me sentir mais feliz. Pela primeira vez na vida, estava experimentando a sensação do que é ser realmente livre.

Eu achei que estivesse preparada para viver uma grande aventura, que fosse forte o bastante para enfrentar qualquer obstáculo que surgisse, mas hoje eu vejo que fui ingênua demais. Eu subestimei o mundo que sempre tive a curiosidade de explorar.

E foi nessa nova realidade que eu conheci Austin Moon. O adolescente extrovertido e de personalidade forte era conhecido por sua rebeldia e beleza. Ele era o garoto mais popular da escola, desejado por todas as garotas. Austin era incrível. Loiro de olhos castanhos calorosos e sorriso encantador, ele era excelente nos esportes, cantava como um anjo e dançava como ninguém.

Como era de se esperar de uma garota sem qualquer experiência amorosa, que passou a vida inteira trancafiada em um internato apenas para garotas, eu me tornei alvo fácil para o rapaz. Eu lutei. Com todas as minhas forças, eu tentei impedir que ele assumisse o controle sobre meu tolo coração, mas eu não era forte o bastante para resistir a Austin Moon.

Quanto mais eu tentava me manter longe, mais Austin se aproximava e me mostrava a pessoa incrível que ele é. Por detrás da máscara de espírito indomável e língua afiada, existe um rapaz sensível de coração gigantesco. Ele me fazia rir com uma facilidade absurda, me fez experimentar sentimentos que jamais imaginei ser capaz de sentir. Austin me deu o amor de contos de fadas que secretamente sempre sonhei em viver.

Ao lado de Austin, eu me sentia única, desejada, especial. Pela primeira vez, eu senti que eu não era um erro, que alguém me amava de verdade e que queria o meu bem. Estar com ele era como viver no paraíso. Eu não estava mais sozinha. Existia pelo menos uma pessoa no mundo que parecia estar disposto a fazer o impossível apenas para me ver feliz. No entanto, havia alguém que estava determinado a destruir de qualquer maneira o nosso relacionamento.

Brooke Clark era mimada, inconsequente e incrivelmente malvada. O exemplo perfeito de uma vilã psicótica dos filmes juvenis, cuja única função é fazer o mal, sem nenhuma razão específica. Uma verdadeira agente do caos. Filha do diretor da Marino High School, ela não media esforços para mostrar que tinha todo o poder que precisava para destruir a vida de qualquer um que entrasse em seu caminho.

Obcecada por Austin, Brooke infernizava a vida de todas as garotas que tentavam se aproximar do loiro e é claro que eu não fui uma exceção. Ingenuamente, acreditei que seria capaz de lutar contra uma adolescente ridícula que achava que poderia controlar a todos com o seu dinheiro, poder e beleza. Mas mais uma vez, eu estava enganada.

Austin sabia o quanto Brooke era perigosa e tentou me proteger de todas as formas possíveis, mas eu fui orgulhosa. Achei que fosse capaz de lidar com ela sozinha. Eu até mesmo prometi a Austin que nada do que ela fizesse seria capaz de nos separar. O que eu não esperava era o quão baixo Brooke poderia jogar para conseguir o que queria.

A princípio, Brooke pregava peças idiotas como destruir meus materiais e meus trabalhos escolares, desaparecer com minhas roupas depois da Educação Física e me trancar em salas vazias. Depois passou a inventar histórias sobre como eu me aproveitava de Austin, que eu era conhecia na minha outra escola por roubar o namorado das minhas amigas e que estava sendo infiel. Isso fez com que todas as garotas da escola ficassem contra mim e os rapazes me infernizassem com brincadeiras desrespeitosas e desagradáveis.

Aos poucos, a situação começou a se tornar insuportável. Eu sofria diversos ataques físicos e verbais. Era assediada pelos babacas da escola e ainda precisava enfrentar as armações de Brooke. Ela até mesmo destruiu o vestido que eu usaria para ir ao meu primeiro baile escolar com Austin. Tudo para garantir que ela tornaria minha vida um inferno. E ela conseguiu.

Eu comecei a perder confiança em mim mesma. Tinha medo de sair sozinha e acabar sendo vítima de mais um ataque violento. Minha casa chegou até mesmo ser invadida. Minhas coisas foram destruídas e o aviso de que aquilo era apenas o começo me apavorou. A situação se tornou cada vez pior. Eu amava Austin, mas não suportava mais. Pouco a pouco meu espírito era massacrado e eu me via definhando cada vez mais.

E então veio o estopim. De alguma forma, Brooke descobriu as minhas origens e o segredo de meu nascimento que eu escondia até mesmo de Austin. Sua última cartada havia sido certeira. Se a escola descobrisse que eu era um fruto de uma traição de um político que se diz ser honesto, à favor da família e extremamente religioso com uma garota de programa, minha vida acabaria de vez. Eu não teria mais paz.

A imprensa sugaria todas as informações possíveis sobre mim. Paralelamente, eu teria que enfrentar o assédio dos meus colegas de escola e todo o caos que me atingiria em seguida. Eu não podia lidar com isso. Era demais para minha mente fragilizada por toda a tortura que vinha enfrentando nos últimos meses.

Em uma última tentativa de sobreviver, eu agir covardemente. Quebrei todas as promessas que fiz a Austin. Terminei nosso namoro sem dar explicações ao loiro que tanto lutou para me proteger de Brooke. Eu cedi as ameaças da psicótica garota, aceitando seus termos. Aproveitei as férias de verão e mudei de escola e de endereço. Mas fui incapaz de bloquear o número de Austin e o apagar da minha mente e do meu coração.

Observo o céu carregado de nuvens escuras e me encolho ao sentir o vento forte bagunçar os meus cabelos. Os primeiros pingos de chuva começam a cair pela cidade. O tráfego de pedestres se torna ainda mais intenso, enquanto tentam fugir da tempestade que havia pegado a todos de surpresa. Mesmo próximo do fim do verão intenso de Miami Beach, o calor continuava se alternar com as fortes e passageiras chuvas.

Por causa do grande fluxo de pedestre, acabo sendo empurrada e forçada a seguir o ritmo acelerado de todas as pessoas que passavam. Em meio à confusão que se formou e a chuva forte que caia, acabo indo parar em um lugar completamente desconhecido para mim. Tento encontrar um abrigo para me proteger da tempestade e tentar me localizar, mas não havia lugar algum em que eu pudesse parar.

De repente, vejo um ciclista se aproximar de mim como um louco na tentativa de escapar da chuva e, para não ser atropelada pelo rapaz que nem mesmo olhava direito para onde estava indo, corro para o lado. Mas, sendo a pessoa extremamente desastrada que sou, é claro que eu iria perder o equilíbrio. E como se não bastasse, ter virado o pé e estar completamente encharcada, eu tinha que cair perto da lata de lixo e derrubá-la na pista movimentada.

Obviamente, isso não acabou bem. Ainda no chão, ouço o som de freadas, buzinas e o som de uma batida. Quando abro meus olhos, encontro um motociclista caído próximo a mim, uma lambreta vermelha e várias caixas de pizza espalhadas pelo chão. Arfo, aterrorizada, sentindo as lágrimas se formar em meus olhos.

Levanto-me apressada e corro até o rapaz estirado no chão, sem saber o que deveria fazer. Olho em volta e suspiro aliviada ao ver que não havia sangue espalhado pelo local. Isso deve ser um bom sinal. Pelo menos é o que eu espero.

Então com cuidado, eu me aproximo do rapaz. Ele se mexe e suspiro aliviada por ver que pelo menos ele estava vivo. Com cautela, abaixo-me para ver se ele estava machucado e torcer para que ele não gritasse comigo e me fizesse chorar de vez.

— Ei! Você está bem? – Pergunto, tocando no ombro dele.

O garoto tenta se mexer e falar alguma coisa, mas o seu capacete pareci atrapalhar. Respiro fundo e engulo em seco, apertando a trava do capacete. Levanto o visor e me surpreendo ao encontrar lindos olhos castanhos. Ele então me encara. Parecia surpreso e ao mesmo tempo confuso.

— Eu... morri? – Pergunta o rapaz, que parecia ter a idade semelhante à minha.

— O quê? Não! Você está bem? – Questiono sem saber o que fazer.

— Certeza? Olhos azuis, bochechas coradas, cabelos loiros, rosto angelical. Incrivelmente bonita. É exatamente como as pessoas descrevem os anjos. – Respondo o rapaz e, para a minha surpresa, ele realmente parecia estar falando sério. Não consigo evitar ficar extremamente vermelha.

— Sim. Eu tenho certeza de que eu não sou um anjo. – Afirmo, tentando não me deixar levar pela vergonha. Respiro fundo e o observo com atenção. - Você consegue se levantar? Foi uma queda e tanto. Talvez eu deva chamar uma ambulância.

— Não! Eu estou bem! – Afirma, desesperado.

— Tem certeza? – Insisto, preocupada.

— Sim. Com que dinheiro eu teria condições de arcar com uma ambulância e uma internação hospitalar? Pode deixar. Eu estou bem. – Fala o rapaz, levantando-se com cuidado. Apoio suas costas, enquanto ele resmungava de dor. Ele retira o capacete da cabeça e me surpreendo com a beleza dele. O entregador de pizza era incrivelmente bonito. Ele olha para onde estava sua lambreta vermelha e leva as mãos a cabeça. – Ah, não! Não! Não! Não! Não! Droga! Patrick vai me matar!

Ele corre apavorado até a lambreta. Levanto-me e o sigo, vendo que a roda da frente havia se soltado do veículo e que a caixa onde estavam as pizzas se quebrou com a queda e acabou molhando todas as oito caixas que estavam no compartimento.

— Merda! Eu estou muito, muito encrencado. – Sussurra o jovem entregador, tentando tirar a lambreta da pista que estava começando a atrapalhar ainda mais o trânsito que já não era um dos melhores. Rapidamente me coloco a ajudá-lo.

Assim que tiramos a lambreta do meio da pista e a colocamos na calçada com todas as peças que haviam caído dela, ouço o rapaz suspirar aliviado. Ele então me encara e arregala os olhos. – Droga! Você está bem? Eu sinto muito! Você quer ir ao hospital?

— Eu estou bem. Foram apenas alguns arranhões. – Respondo, colocando a mão sobre o cotovelo ralado. Sinto-me extremamente envergonhada ao ser o alvo de seu olhar. Observo-o se aproximar e estender a mão para mim. Engulo em seco e o encaro hesitante.

— Eu sou o Dallas. Qual é o seu nome?

— Cassidy. – Digo e ele abre um lindo sorriso. Mais uma vez, eu me sinto completamente deslumbrada com a beleza de Dallas.

— Muito prazer, Cassidy. – Responde Dallas, dando um pequeno sorriso, que parecia conter todo o brilho das estrelas. E tudo o que consigo fazer em resposta é sorrir, porque naquele instante, eu estava perdida demais naquele formigamento estranho em minha mão. Talvez, Dallas é quem fosse o verdadeiro anjo.


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Notas finais do capítulo

Oii Cupckes ♥! O que vocês acharam? Espero que tenham gostado!

A história terá no máximo 10 capítulos e será atualizada toda terça e quinta. Espero de verdade que possam deixar a opinião de vocês e acompanhar esse novo projeto. E também venho convidar vocês a participar da live que farei em homenagem a Unlike Cinderella que ocorrerá no dia 21/06/2020 às 20:00 lá no meu Instagram, que vou deixar logo aqui embaixo. Entrem no meu grupo de leitoras também para conhecer pessoas incrivelmente loucas, mas super divertidas. E é isso. Obrigada por ter lido até aqui.

oOo

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