Dragon ball: Eu sou um Tsufurujin escrita por Luquest


Capítulo 3
O Grande Festival




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— Cara, isso foi incrível! – Purin gritou a seu primo Keki, enquanto este descia para o chão depois de um vôo com um par de sapatos à jato – Seu poder de luta fica muito alto quando você está voando! Chegou quase a cem. Eu não sabia que o Scouter levava em conta se o alvo está usando algum equipamento.

— Acho que não leva em conta, mesmo – diz Keki cheio de si, sentando-se no chão para tomar fôlego – Mas a sensação de estar voando, é incrível! Sinto como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa, então deve ser por isso. Você devia tentar mais!

— Não, obrigado. Ainda não me recuperei da última queda – disse Purin rindo, com pulso ainda estralando quando ele o mexia. O garoto, pouco habituado com atividades físicas ou potencialmente perigosas, se contentava em brincar com seu novo Scouter; aparelho usado para detectar a localização de outras pessoas. Aquele Scouter, em especial, era o protótipo de um novo modelo, sendo capaz também de calcular o poder de luta – o ki –  de adversários. Purin viu que dois ki razoavelmente altos se aproximavam.

Tratava-se de Bito e Sunakku; amigos de infância de Purin e Keki. Sunakku carregava na mão direita uma arma laser de ultima geração, enquanto que Bito trajava uma armadura também muito avançada, mas com um buraco enorme na parte do ombro esquerdo, onde ele parecia estar ferido

— Bem, não vou dizer a vocês que eu avisei que todos esses equipamentos são protótipos que ainda não funcionam perfeitamente – Purin disse, de olhos cerrados e um sorriso sarcástico, a seus dois amigos – Mas eu avisei.

— Em primeiro lugar, eu estou bem, obrigado pela preocupação – disse Bito dando um soco de leve no ombro de Purin – Mas foi a coisa mais chocante que existe no universo! A gente tinha acabado de explodir uma montanha inteira com essa arma, aí quando fomos testá-la em mim com a armadura, não doeu quase nada!

— Veja, já está cicatrizando! – Keki disse, apontando para o ombro de Bito. Só que ele não se referia ao amigo, mas à armadura, que possuía a capacidade de regenerar partes que fossem quebradas.

Purin acabara de ganhar todos esses aparelhos, já que era seu aniversário de 17 anos – quase a maioridade dos tsufurujins – Seu avô Eyoso, um famoso cientista e filantropo, faleceu de causas naturais um ano antes, e em seu testamento deixou à Purin sua casa, contendo um laboratório secreto no porão, sua fortuna e todas as suas invenções tecnológicas, junto com a missão de aprimorá-las para um dia colocar um fim na guerra contra os sayajins.

Os Scouters eram muito úteis para encontrar os acampamentos onde os sayajins se escondiam, bem como para detectar quando eles se aproximam – o que normalmente significa perigo -. ­Os sapatos à jato não eram muito comuns, já que poucos tsufurujins ousavam usá-los, mas ajudavam bastante quando aparecia a necessidade de fazer o reconhecimento das áreas tomadas pelos sayajins, ou de fugir. A arma laser – que se chamava Burendã – canalizava o KI do usuário para disparar numa poderosa onda de energia, tendo três níveis de intensidade. Por fim, a armadura que Bito usava, além de absorver grandes impactos e do poder de regeneração, também possuía a capacidade de mudar um pouco de tamanho.

Purin aceitou com orgulho a tarefa de aprimorar estes e outros aparelhos de seu avô. Não gostava muito de violência e desordem – era um jovem meio franzino, com uma expressão gentil quase sempre presente em seu rosto – mas sonhava em trazer a paz de volta para Planta, e assim o faria.

— Meninos, estão muito ocupados? Queria pedir que vocês fossem à cidade comprar mais uns ingredientes para o bolo – Ocha, a mãe de Keki, apareceu no quintal onde os outros estavam. Ela trajava um avental meio sujo de farinha e segurava um rolo de massa. Estava animada - Estou quase terminando os preparativos para a sua festa, Purin. Meu Deus, Bito, o que houve com o seu ombro?!

— Ah, está tudo bem, senhora Razuberi – disse o rapaz, meio risonho, a mão coçando atrás da cabeça.

— Podemos ir à cidade, sim – Sunakku disse, com seu típico tom meio sério e descolado – Ei Purin, podemos ir dirigindo aquele carro de seu avô?

— Hum... Tudo bem, por que não?

.......

Aquele carro também não era um qualquer. Embora ainda não fosse capaz de voar, ele se deslocava com propulsão eletro magnética, assim sendo capaz de flutuar sobre qualquer tipo de terreno, em altas velocidades. Além disso, tinha uma lataria reluzente inspirada num dos modelos de carro mais luxuosos que Planta tinha a oferecer, o Donburi. Os garotos atraiam olhares curiosos por onde passavam, especialmente por parte das moças – isso provavelmente se dava também por causa de Sunakku, que já era conhecidamente um rapaz muito charmoso mesmo quando não estava dirigindo um dos melhores veículos do mundo -

Os quatro amigos ficaram presos num engarrafamento e ainda mal haviam chegado ao centro da cidade. O lugar estava excepcionalmente cheio nessas últimas semanas, com muitas pessoas indo fazer compras, já que um feriado muito importante estava chegando.

— Uau, eu não sabia que esse lugar já ia estar tão cheio – Bito olhava ao redor, atônito – Pelo visto vamos demorar um tempo.

Sunakku olhou para uma alavanca no painel próxima ao volante, com a gravura simplificada de um carro flutuando. Ele lançou um olhar desafiador aos amigos, que retribuíram ansiosos. Ele então empurrou a alavanca para cima e o Donburi começou a flutuar ainda mais alto, e depois Sunakku acelerou bastante avançando por cima dos outros carros – Cara, você é louco! – gritaram os três amigos, mal conseguindo conter as gargalhadas de adrenalina. Eles estavam chamando mais atenção ainda. Felizmente não foram parados por nenhuma autoridade – embora Keki até pensou ter visto um policial olhar deslumbrado para o veículo flutuante –. Após alguns instantes dirigindo assim pelas ruas, eles logo encontraram uma vaga para estacionar.

O grupo então se dividiu. Sunakku resolveu esperar no Donburi, aproveitando para ficar admirando um pouco mais o veículo. Bito foi até um quarteirão mais adiante onde a multidão estava mais densa; faziam-se os preparativos para o feriado, com muita comida, bebida e enfeites, além de fogos de artifício e um palco reservado para espetáculos de dança. Purin e Keki foram ao mercado para as compras, o motivo principal de terem vindo à cidade.

— Ah, Purin e Keki, bom dia! Vieram fazer umas compras para o Grande Festival, é? – disse o atendente do local. Purin era razoavelmente conhecido na cidade, por ser neto de Eiyoso. Além do fato de ele e o primo sempre fazerem compras por lá.

— Não, já fizemos os preparativos para isso. Na verdade só viemos comprar umas coisas para o meu aniversário.

— Nesse caso, feliz aniversário, amigo! E dê uma olhada no corredor dois, estamos com uma nova linha de doces em formato de lua, edição limitada!

Na verdade o mercado, ou melhor, a cidade inteira, estava toda enfeitada com uma decoração com tema de lua. Não é para menos; o Grande Festival, ou Festival da Lua, celebra a noite em que aparece a lua cheia, um evento que acontece apenas uma vez a cada dez anos. Os tsufurujins davam grandes festas nessa noite, e quase não se falava em outro assunto nesses tempos. Mesmo tendo apenas sete anos de idade na única vez em que vivenciaram isso, Purin e Keki se lembravam com clareza; de ficar jogando bola com os amigos num campinho de futebol que fora montado para se parecer com a lua – incluindo as crateras -, dos adultos jogando oferendas ao mar quando este refletia a imagem da lua cheia, dos quitutes feitos apenas nessa época... Era tudo mágico, de um jeito que fazia parecer com que nada pudesse dar errado.

Quando os meninos fizeram as compras – doce de leite, chantili, cerejas e as velas - e voltaram para fora. Viram que sobre uma pequena torre no centro da Praça Principal, instalou-se uma miniatura da lua, de cerca de cinco metros de diâmetro, com um brilho suave emanando de si. Aquilo certamente seria muito bonito de se ver quando anoitecer.

O grupo se reuniu de volta dentro do carro. Bito, vindo daquele canto mais aglomerado do quarteirão, entrou carregando um estranho volume dentro de sua túnica – Galera, olha só o que eu achei dando sopa lá aonde estavam descarregando as coisas para o festival – ele discretamente mostrou quatro garrafas de Vinho de Verdura, uma bebida típica de Planta – Tinha um montão e ninguém estava nem olhando. O que acham de irmos ao deserto dar um jeito nessas bebidas?

— Vamos! – disse Sunakku, com uma empolgação que ele raramente demonstrava – A gente pode dirigir pelo deserto e aproveitar para ver o quão rápido essa belezinha é capaz de ir! – ele deu tapinhas no painel do Donburi. Purin e Keki se entreolharam, meio inseguros; não eram muito chegados em bebidas alcoólicas, preferiam suco de laranja. Mas logo concordaram, e o grupo partiu animado da cidade.

.......

Após levar as compras para a casa de Keki, o grupo foi embora novamente, levando também consigo os novos brinquedos de Purin, já que teriam bastante espaço para se divertirem com eles no deserto.

O Donburi avançava rápido e balançando pouco sobre o chão de terra irregular, cheio de pedras e buracos. Era mais ou menos como estar em uma lancha. Uma bem veloz. Num certo ponto passaram por cima de uma montanha um pouco alta e logo em seguida viram que ela acabava em um barranco, quando assim o carro chegou a voar por vários metros acima do chão, e em pleno ar começou a se inclinar para frente, e os quatro amigos, aos berros, jogaram seus corpos para trás a fim de evitar que caíssem capotando. Felizmente deu certo, e eles fizeram uma aterrissagem bastante suave, considerando a altura, graças aos propulsores eletromagnéticos do Donburi. Os tsufurujins comemoraram frenéticos pela manobra bem sucedida e assim seguiram por mais vários quilômetros pelo deserto.

Finalmente encontraram um bom lugar para parar; o piso logo em frente se elevava por vários metros formando uma alta parede de pedra, que projetava uma enorme sombra onde os tsufurujins aproveitaram para se sentar. Havia uma ravina naquela parede mais à diante, mas ninguém ousou entrar para explorar, e fora isso, nada mais de muito diferente havia naquele canto do deserto; apenas mais arbustos, cactos, montanhas e afins. Então lá estavam os quatro amigos, encostados na parede de pedra. Bito passou aos outros as garrafas do Vinho de Verdura.

— Hum, acho que não vou beber hoje – disse Purin, hesitante – Um de nós precisa estar sóbrio para dirigir na volta...

— A-acho que eu também, caso você mude de idéia – disse Keki, indo no Donburi pegar a mochila com as bugigangas tecnológicas, para fuçar.

— Quanta caretice – Bito disse antes de um sedento gole no vinho.

Fazia um clima tranqüilo e ameno naquela tarde. O Sol brilhava forte entre alguns amontoados de nuvens, e uma brisa suave refrescava os quatro amigos tsufurujins. Eles conversavam sobre coisas como jogos, sobre garotas e o futuro. Coisas típicas para os adolescentes normais que aparentavam ser.

— Ei, Purin. O que pretende fazer agora que herdou o laboratório e a fortuna de seu avô? - perguntou Sunakku, embora ele nem fosse muito do tipo que puxa conversa. Talvez fosse efeito do vinho - Aposto que ele ainda tinha mais um monte de tecnologias novas para lançar.

— Tinha mesmo. É tanta coisa que nem sei direito por onde começar. Mas apesar de meu avô ajudar na guerra contra os sayajins, ele não gostava muito de violência. Acho que sou assim também, então estou particularmente interessado em aprimorar aquelas armaduras e outros mecanismos de defesa, e este Scouter aqui – Purin segurava o aparelho, fitando-o como se tivesse esperança de assim descobrir algo mais sobre ele – Meu avô tinha planos de fazer com que você pudesse até usar essas coisas para encontrar formas de vida em planetas distantes pela galáxia! Mas isso é bem difícil – e pôs o aparelho no rosto. Sunakku era o mais forte do grupo, com 189 de poder de luta. Mas então Bito pegou a Burendã, a arma laser, da mochila, e seu nível chegou a 251.

— Tá certo, fera. Mas você tem que admitir que essa arma aqui é do caramba! Ei, olhem só isso – ele pegou sua garrafa de vinho, já vazia, e colocou em cima de uma pedra a mais ou menos dez metros dali, depois voltou aos amigos – Cavalheiros, protejam seus rostos.

Bito encarou a garrafa por alguns segundos, mirou e atirou. Ele nem usou a potencia máxima da Burendã, mas tanto a garrafa quanto a pedra desintegraram-se em uma grande explosão. Os garotos levaram um susto mesmo esperando que isso fosse acontecer. Pedaços da pedra voaram para todos os lados inclusive neles, e o som foi quase ensurdecedor. Bito ficou pulando e urrando descontrolado, tamanha era a sua emoção e fascinação por qualquer coisa que explodisse, e ele demonstrava que o vinho já começava a fazer efeito em seu corpo.

Mas poucos segundos depois, Purin ficou extremamente alarmado.

— Cara... Tem gente se aproximando – ele se virou para a entrada daquela ravina: o Scounter indicava quatro alvos, a média de seus poderes era de 800. Estavam se movendo rapidamente e deveriam chegar em poucos segundos – Se escondam, depressa! Essa gente é muito forte, não deve ser coisa boa!

Os Tsufurujins correram para fora dali. Se deitaram atrás de uns arbustos a poucos metros dali, ficando completamente ocultos, e logo em seguida aqueles seres apareceram, indo ao local da explosão.

Quatro figuras altas e de aspecto bárbaro, com capas de pele de animal e algumas cicatrizes aqui e ali pelos corpos. Eram jovens, com cabelos compridos e expressões desafiadoras, como se sempre estivessem esperando por uma batalha. As caldas enroladas ao redor da cintura não deixando dúvidas: eram Sayajins.


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