P.O.V Beck

XxX: - Vamos para o quarto, gato? - Sugeriu a stripper semi-nua que estava rebolando sentada em meu colo. Assenti gostando da ideia. Eu tinha bebido somente dois drinks e uma dose de Wisky. Não estava bêbado, apenas "alegrinho" e louco para trepar.

A stripper saiu do meu colo e me puxou em direção à um balcão onde tinha um homem careca de óculos com armação lilás vibrante, ele usava brincos, batom vermelho e gravata borboleta.

XxX: - Já, Furacão? Dessa vez foi rápido, hein? - Perguntou em tom de deboche.

XxX: - Eu sou rápida, Edgar! - Piscou para ele. - Esta noite quero a Presidencial.

Edgar: - Uhum. - Lhe estendeu a chave com chaveiro de uma coroa dourada. Ela pegou o chaveiro e me puxou em direção a um corredor. Destrancou a última porta e entramos.

Lhe agarrei a beijando furiosamente passando as mãos por todo seu corpo. Tirei sua fantasia de polícia, seus seios eram minúsculos assim como sua bunda, não era tão grande.

Beck:- Qual seu nome? - Perguntei ofegante enquanto beijava seu pescoço.

XxX: - Pode me chamar de Megan-Furacão! - Falou me beijando de volta.

A noite não foi tão satisfatória, mas deu para o gasto. Mas uma coisa não saía da minha cabeça.

Beck: - Quêm era aquela stripper que estava dançando no palco com você? Ela usava máscara de gatinho e fantasia preta. - Perguntei enquanto me vestia.

Megan: Ah. - Riu, cínica. - Você está falando da "Freirinha Abandonada"?

Beck: - Freirinha Abandonada? - Perguntei confuso.

Megan: - Sim. Ela chegou aqui há tem ano atrás, se fazendo de coitadinha dizendo que o abrigo de Freiras em que ela morava foi a falência. O Edgar ficou com pena e nós a acolhemos. - Falou enquanto olhava as unhas.

Ouvimos batidas na porta e a voz de alguém.

Edgar: - DEZ MINUTOS! - Avisou. Olhei no meu relógio de pulso. Três e meia da manhã.

Megan: - A boate já vai fechar. Temos que nos apressar. - Avisou.

Beck: - Tudo bem. Eu já vou indo. - Ela somente fez um gesto para que eu saísse logo do quarto. Nossa, que mal educada.

Saí do quarto e fui de volta para a boate. Meus amigos estavam me esperando.

Steven: - A noite foi boa né, cara? - Brincou dando tapinhas no meu ombro. Apenas assenti.

Phill: - Eu quero a minha Mariana! - Falou bêbado.

Bradley: - Vamos rachar um táxi, você vem? - Perguntou quando o táxi estacionou.

Beck: - Não, eu tô bem, não bebi muito, vou dirigindo. - Falei destravando meu carro.

Bradley: - Certeza? - Assenti. Entraram no carro e foram embora. Quando ia entrar na minha Hilux, ouvi gritos de socorro vindo de um beco ao lado da boate. Corri em direção ao local.

XxX: - Socorro! Me ajuda! - Quando cheguei vi um homem tentando estuprar uma mulher. O puxei de cima dela e lhe dei um soco certeiro, o homem caiu no chão. Subi em cima dele e o soquei com violência. Não vi quando o indivíduo pegou uma pedra e bateu na minha cabeça me fazendo cair para o lado. Ele levantou e conseguiu fugir. Droga!

Toquei no local atingido, não estava sangrando. Era um bom sinal. Lembrei da moça que estava sentada no chão chorando assustada. Me abaixei do seu lado.

Beck: - Você tá bem? - Perguntei.

XxX: Não! Ele tentou me... Me... - Voltou a chorar.

Beck: - Tudo bem, olha, eu sou Delegado, eu posso te ajudar. - A olhei. Sua blusa estava rasgada e seu joelho ralado. Ela tentava cobrir em vão seus seios. Tirei meu casaco e coloquei nela. - Onde você mora?

XxX: - Eu moro aqui na boate. Eu sou... - Chorou mais ainda. Entendi. Não demorou para algumas pessoas saíram da boate. O homem careca de óculos saiu pela porta com uma espingarda nas mãos e correu em nossa direção.

Edgar: - Jade! Jade, você está bem? O que esse monstro fez com você? - Apontou a espingarda carregada para mim. - Qual seu problema, seu imbecil? - Levantei, a moça chamada Jade ficou de pé em minha frente.

Jade: - Calma, Ed! Ele não fez nada, me salvou do estuprador! - Edgar me olhou desconfiado e abaixou a espingarda. Ela virou de frente para mim. - Eu não sei o que dizer..
. - Olhou em meus olhos. Aqueles olhos, brilhantes, grandes e..... Azuis. Os reconheceria em qualquer lugar.

De repente o mundo parou. Fiquei hipnotizado naquele olhar e pelo visto ela também. Continuei a olhando intensamente. Seus olhos transmitiam medo, surpresa e algo que não consegui identificar. Nunca fiquei tão encantado por uma mulher antes. O que estava acontecendo comigo?

P.O.V Jade

Aqueles olhos... Tão lindos. Castanhos, me transmitiam calma, tranquilidade. Nunca nenhum homem me olhou daquele jeito... Senti algo diferente em seu olhar, nunca senti nada parecido.

Lexy: - Jade! Jade, você está bem, querida? Vem, vamos entrar! - Me puxou para dentro, dei uma última olhada no homem que salvou minha vida e entrei.

P.O.V Jade

Jade: - Ai! Tá ardendo! - Reclamei quando Lexy passou um remédio no meu joelho ralado.

Lexy: - Se tivesse ido pra cama como mandei, não estaria! - Falou irritada colocando o frasco de álcool iodado de volta na caixinha de primeiros socorros. - Se não fosse aquele Delegado, eu nem gostaria de imaginar o que poderia ter acontecido.

Jade: - Desculpa, Lexy. - Pedi triste, ela tinha razão, eu deveria ter ficado quieta no meu canto. Lexy fez um curativo simples no meu joelho.

Lexy: - Tudo bem, só não faça isso de novo. - Assenti e levantei da cadeira. Subi as escadas entrei no dormitório e deitei em minha cama e fiquei pensando no Delegado que me salvou, era ele que estava na boate com os amigos na despedida de solteiro. Sabia que tinha o visto em algum lugar. Sorri lembrando de seu sorriso. Logo caí na inconsciência.

P.O.V Beck

No dia seguinte: às 21:08min...

Max: - Tem certeza, cara? - Perguntou. Estávamos na sua festa de casamento. Eu fui o Padrinho.

Beck: - Minha cabeça tá quase explodindo. - Fiz careta. Eu realmente estava com dor de cabeça, mas não chegava a ser uma enxaqueca. Eu só queria ir para o meu apartamento e descansar.

Max: - Tudo bem. Joalin! - Chamou a esposa que estava um pouco distante de onde estávamos. Veio até nós. - O Beck já está indo, ele não está muito bem.

Joalin: - Ah, que pena! Mas obrigada por ter vindo! - Ela disse doce. Era uma mulher maravilhosa, eu esperava encontrar alguém como ela. Nós despedimos entrei na Hilux Preta e dirigi com cuidado para o prédio onde morava.

Edifício Atalanta, 23:36min...

Rolei na cama, vazia. Eu sentia falta de dividi-la com alguém. Faziam três anos que Karen tinha ido embora com outro homem e eu ainda não tinha me acostumado a dormir sozinho. Eu saia a noite para baladas e ficava com uma, duas três ou mais mulheres. Mas eu sentia falta de ter companhia permanente. Ter uma mulher só minha. Foi aí que lembrei da moça da boate. Seus olhos, sua boca, seu cabelo, seu corpo. Uma ideia passou pela minha cabeça. Não! Seria loucura? Sem perder mais tempo, levantei troquei de roupa. Peguei chaves do carro, carteira, pus meu relógio e saí do apartamento. Peguei o elevador apertei o botão. As portas metálicas se abriram, saí do elevador e fui em direção ao estacionamento. Destravei as portas. Entrei e saí do prédio em direção à boate.

P.O.V Jade

Boate WomanFire: 23h:27min.

Jade: - Tem certeza? - Edgar não queria me deixar trabalhar esta noite por conta do meu joelho ralado. - É só um joelho ralado, os caras nem vão perceber, Ed! - Implorei enquanto via Edgar passar mais do seu batom vermelho da M.A.C que lhe dei de aniversário dois meses atrás. Estávamos no camarim, eu estava sentada num dos puffs coloridos vendo Ed terminar a maquiagem dele.

Edgar: - Já disse que não! Ai, ai, ai! Você sabe que eu não gosto de teimosia. E sim, os caras percebem TUDO! Porque caso você não percebeu, seu corpo é seu trabalho. E eu não quero reclamação de ninguém porque uma das minhas garotas estão remendadas! Agora suba e vá para o quarto, liga a TV e assista algum filme ou série. Eu sugiro "Cinquenta Tons de Liberdade" a Scarlett gravou, eu já assisti, é muito bom. Oh, Jamie Dornan... - Falou se derretendo todo, mas logo voltou a postura de antes e mudou de assunto. - Cuide desse machucado, eu quero você novinha em folha o mais rápido possível, você sabe o lema "Puta com problema...

Jade: - "Puta prejuízo..." Eu sei. - Falei cabisbaixa. Lu entrou no camarim

Luíza: - Que foi gente? Que caras são essas? - Interrogou.

Edgar: - Não interessa, Maria Luíza, é só a Jade me enchendo a paciência. E seu trabalho é lá fora e não aqui dentro! - Falou todo nervosinho.

Luíza: - É que o Lorenzo esta lá fora te esperando. - Abri a boca, chocada. Lorenzo era o Crush do Ed. Só que o relacionamento deles era parece namoro de adolescentes. Uma hora estavam juntos, outra não. Da última vez que se viram brigaram feio. Ou eu estava errada? O olhei pedindo explicações.

Edgar: - Que foi? Não tenho que dar satisfação nenhuma a vocês, eu hein! - Empinou o nariz, ajeitou a postura e saiu do nosso camarim indo em direção à porta da boate. Olhei para Luíza, ela apenas riu e voltou para a boate. Com certeza estava mais confusa que eu.

Suspirei, até o Edgar tinha alguém, já eu.... Teria que ficar aqui me prostituindo até conseguir dinheiro o suficiente para finalmente terminar a Faculdade de Medicina Veterinária, o que pelos meus cálculos ia demorar dois anos e meio.

Megan: - Vai trabalhar, não, Irmã Dulce? Tá se fingindo de dodói, é? - Provocou. Levantei sem lhe dirigir a palavra. Fui em direção a escada com ela em meu encalço. Fiz menção de subir os degraus, parei quando ela continuou. - Oh, tadinha dela, abandonada pelos pais, pelas Freiras... E por Deus! - Acertei um tapa no meio da cara daquela infeliz. Ela cambaleou para trás, com as mãos no rosto me olhando chocada. Ela abaixou as mãos e pude ver as marcas de meus dedos em seu rosto. Ela tocou num assunto muito delicado.

Jade: - Eu aceito você falar que meus pais me abandonaram, como você faz questão de me lembrar todos os dias da minha vida desde que cheguei aqui! Aceito você falar que as Freiras que me "abandonaram" mas não aceito você falar que Deus me abandonou quando ele foi o único que esteve ao meu lado a minha vida inteira! - Falei com sangue nos olhos. Megan se aproximou e agarrou meus ombros e disse.

Megan: - Vai se fuder! - Me empurrou e saiu dali furiosa. Revirei os olhos e subi os degraus pulando de dois em dois. Entrei no dormitório e me joguei na cama. Não estava a fim de assistir nada. Quando estava me preparando para dormir, Lexy entra no dormitório e senta na beirada da minha cama.

Lexy: - Você e a Megan brigaram de novo, não foi? O que ela fez dessa vez? - Sentei na cama e falei.

Jade: - Você acredita que ela disse que até Deus me abandonou? Deus? Não aguentei e... - Fez um gesto para eu continuar. - Dei um tapa nela. - Admiti. Lexy riu. - Como você sabe que nós brigamos? - Quis saber.

Lexy: - Ela entrou na boate cuspindo fogo pelas ventas. Ai, Jay, você é fogo! Sabe que agora ela vai pegar mais ainda no seu pé agora, não é? - Assenti. - Tudo bem. Mas foi por isso que vim aqui. - A olhei confusa. - Érr... Tem alguém lá em baixo que veio te ver. - Falou sorrindo.

Jade: - O quê? Quêm? - Lexy se aproximou e disse bem baixinho como se fosse um segredo.

Lexy: - O Delegado bonitão. - Arregalei os olhos em total surpresa. O que ele queria comigo? - Edgar, mandou te chamar. Parece que ele alugou um quarto só pra vocês... A noite toda! - Escancarei a boca.

Jade: - Mas... Mas o Ed... Eu não acredito ! - Dei um pulo da cama e andei dando voltas pelo quarto.

Lexy: - O que você tá esperando? Se arrume, eu te ajudo, vou te deixar linda. - Não conseguia entender, estava chocada.

Jade: - Lexy... Será quê? - Sorri.

Lexy: Não sei! Quem vai descobrir isso é você. - Levantou e pegou minhas mãos. Me puxou para fora do quarto descemos as escadas e fomos direto para o camarim.

P.O.V Beck

Cheguei na boate, paguei minha entrada, passei pela catraca eletrônica e entrei na boate. A noite estava animada, música, bebidas, e muitas strippers rebolando em cima do palco. Mas aquela noite eu havia ido lá para descobrir quem era a mulher da noite passada.

Fui em direção ao balcão, vi Edgar com uma prancheta na mão. Me escorei no balcão tentando chamar sua atenção. Ele levantou o rosto e fez cara de surpresa.

Edgar: - Você aqui? - Sorri sem mostrar os dentes. - O que vai ser hoje?

Beck: Érr... Aquela sua... - Cerrou os olhos. - Funcionária que eu ajudei ontem, ela está bem?

Edgar: - Ah, está o susto foi só na hora. Eu não a deixei trabalhar hoje por conta do machucado no joelho, alguém poderia reclamar e... - Não o deixei continuar.

Beck: Eu gostaria de alugar um quarto para nós. Você abriria uma exceção? - Tirei a carteira do bolso.

Edgar: - Olha, querido, eu não... - Arregalou os olhos quando tirei um maço de dinheiro da carteira e o coloquei em cima do balcão. Edgar engoliu a seco.

Beck: - Mil dólares, pode contar! - Ele pegou o maço e contou cada cédula de dinheiro. Quando terminou de contar, me olhou e sem mais delongas, abriu uma gaveta, tirou a mesma chave com chaveiro de coroa dourada e me entregou.

Edgar: - Vou avisar para ela se arrumar. Vou deixá-la muito linda para você! - Garantiu.

Beck: - Diga a ela para me encontrar no quarto, ok? - Ele assentiu e saiu correndo dali.

Quando fui em direção ao corredor onde ficavam os quartos, vi a stripper com quem eu fiquei ontem, sair feito um furacão do camarim, a cara dela não era nada boa. Quando me viu, veio em minha direção.

Megan: - Olha, o meu Delegado gato veio me ver, foi? Vou pegar as chaves do quarto para nós e... - Falou enquanto passava as mãos no meu peito por cima da camisa.

Edgar: - Ele não veio te hoje, não, Megan! Ele veio ver a Jade! - Ela me olhou furiosa.

Megan: - Você está me traindo com aquela biscate? Aquela Freirinha dos infernos? - Ela ficou louca?

Edgar: - Não viaja, Megan! Volte para a boate agora mesmo! - Ela me olhou com raiva e saiu dali irritada. - Ah, me desculpe por isso. Megan é fogo. Se ela não fosse minha sobrinha já teria a expulsado daqui. - Falou envergonhado. Ela prostituía a própria sobrinha? Apenas disse.

Beck: - Tudo bem. Eu vou para o quarto. - Ele assentiu.

Cheguei em frente à porta e a destranquei usando as chaves. Entrei no quarto e fiquei a espera dela.