73ª Edição dos Jogos Vorazes escrita por Mariiidesa


Capítulo 3
02. Linhagem


Notas iniciais do capítulo

"Run, love
I'm the truth that you're afraid of"
(Boy Epic - Scars)



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Minhas despedidas não são cheias de lágrimas. Na verdade, elas nem se parecem com despedidas. Meus amigos e parentes fazem parecer como se eu estivesse prestes a sair em uma espécie de viagem de férias para a Capital. Observo as ruas movimentadas de meu distrito pela janela. O clima não poderia ser melhor. Não há como perderem este ano. Loki e eu somos garantia disso. Sinto um gosto salgado na língua e repreendo-me ao perceber que são que lágrimas.

As portas se abrem para minha última visita e limpo o rosto bruscamente. No entanto, meu coração pesa novamente ao ver a única pessoa que realmente demonstrou sentir a possibilidade de me perder, que não se importa em mostrar seus sentimentos e parece saber dos meus mesmo que eu os negue e esconda com todas as minhas muralhas. Não é minha mãe, nem Cato, meus amigos da escola, e muito menos Clove. A pessoa para quem eu corro e me permito chorar com a cabeça enterrada no peito é Grill, e ele não diz nada, apenas me abraça enquanto afaga meus cabelos em uma tentativa de acalmar meu choro inapropriado.

— Grill, eu... — balbucio entre soluços. O que me atinge não é meu medo, fui ensinada a rejeitar tal sentimento. Minha única angústia é ninguém agir como se eu pudesse morrer, como se fosse a última vez que pudessem me ver, como se eu não fosse sequer uma pessoa, apenas um nome. Não preciso dizer aquilo em voz alta, meu treinador sabe, provavelmente soube no momento em que viu meu rosto manchado de lágrimas. Raiva toma conta de mim, mas ela não é direcionada a nenhum de meus visitantes, e sim para mim mesma, por sentir aquilo, por chorar como uma criancinha por algo tão pequeno — Por que eu me importo?

Ele não responde, apenas continua me abraçando na mesma posição enquanto espero que ele me dê qualquer resposta inteligente apenas para que eu possa discordar uma última vez. Minha angústia aumenta ainda mais com o silêncio com o qual sou respondida, só então percebo o motivo. Ele está chorando, silenciosamente, e só posso notar pelos movimentos incontínuos de seu peito.

— Vá comigo, por favor — peço sem ao menos pensar no que estou dizendo. — Faria um bem danado para minha sanidade mental te ter por perto.

— Estará melhor nas mãos de seu pai, baixinha — ele beija o topo de minha cabeça e segura meu rosto com as duas mãos firmes, olha para mim sério, como quando quer ter certeza de que estou prestando atenção, os olhos verdes relva avermelhados pelo choro — Agora não é hora de amolecer, mas lembre-se que matar não deve ser fácil, nem para um carreirista. Deve permitir a si mesma sentir ou vai enlouquecer.

Pela primeira vez, eu apenas assinto, sabendo que não é um conselho do qual tenho argumentos para discordar.

Logo sou conduzida até a estação, onde o trem já nos aguarda. Praticamente o distrito inteiro está ao derredor para se despedir com gritos de incentivo e acenos. Rio discretamente quando vejo algumas garotas cheias de lágrimas nos olhos, duas mais tímidas e outra mais histérica implorando para Loki ficar ou então voltar vivo. Pelo menos um de nós é tratado como um ser humano neste lugar. Vejo Grill e minha mãe acenando um pouco mais afastados. Ela grita um arrase com eles e sorri. Aceno de volta com um sorriso amarelo, dizendo a mim mesma que não será a última vez que a vejo.

Tikki sai do vagão acompanhada por Brutus e Hayley, a mentora deste ano. Hayley já fora muito cruel e perigosa em sua juventude, ficou famosa por passar mais da metade de seus jogos nua. Não era bonita, sempre teve os músculos muito hipertrofiados e traços duros demais para os padrões femininos, ainda assim tinha seu charme. Agora é apenas uma mulher amarga e rabugenta que passou a viver no modo automático depois de ser abandonada pelo marido, um homenzinho excêntrico da Capital que não aguentou viver no Distrito 2 sem as luzes e festas de sua terra natal.

Eles nos guiam até o vagão principal, que mais se parece uma sala de estar de um apartamento luxuoso. Há algumas poltronas formando um pequeno círculo no centro, um tapete de peles, uma grande tela para assistirmos às outras colheitas mais tarde. Tikki pede para que nos sentemos. Obedecemos e somos seguidos por Brutus e Hayley, que se sentam de frente para nós.

— Pobres almas, vocês dois — diz Hayley apoiando os cotovelos nas coxas para se inclinar em nossa direção — Estão realmente bem com a ideia de serem forçados a participar da mesma edição?

— Sabemos que na Capital querem que seja assim — respondo. Loki permanece calado, distraído, brincando com uma mecha espetada de meu cabelo. Tentamos nos manter afastados desde que soubemos o que haviam planejado para nós, mas não funcionou, não havia como funcionar. Ele não deveria ter obrigação alguma com os Jogos, e quando se acometeu a treinar, imaginávamos que ele iria em uma edição antes de mim, até que por alguma razão decidiram que o queriam na mesma que eu. Olho para ele, os olhos caramelados estão fixos em meu cabelo, lutando para evitar os meus — Loki, diga alguma coisa, por favor.

— Não, eu não estou confortável com isso — ele larga meu cabelo e olha para nossos mentores e acompanhante – que parece bem chocada com sua reação e até estoura a bola de chiclete que estava mascando. — Qual é? Eu sempre quis ir para os Jogos, mas na mesma edição que a Syrena ... é ridículo. O que eles ganham com isso?

— A minha primeira teoria é drama familiar — diz Hayley fria, como se não fosse difícil de entender — Devem esperar que vocês dois protagonizem a final, conseguem imaginar o quão dramático isso seria? O quão emocionante os telespectadores achariam?

— Não é a minha definição de drama familiar — digo — E não vamos lutar um contra o outro. Vou jogar do meu jeito. Deixaremos as coisas acontecerem naturalmente, se formos os únicos dois na final... 

— Vão ter que soltar as bestantes. — Loki completa meu raciocínio.

— Tem pimenta no sangue de vocês? — Hayley ri alto — Gosto de atitude, mas isso nos leva à minha segunda teoria sobre o motivo para terem colocado vocês juntos nessa edição. Há muito poder, amor do povo e influência nas mãos de uma família distrital. Isso gera arrogância e arrogância os deixa assustados. Quer melhor jeito de controlar tal praga do que cortando a linhagem de uma vez só?

— Eu fico com a primeira teoria — Loki olha para mim — No drama familiar pelo menos um de nós sobrevive.

— Hayley... — começo — Você deve ter muito tempo livre para pensar em uma teoria conspiratória desse nível.

— Hayley não sabe o que está diz, queridos — Tikki corajosamente a contradiz, e sei que a intenção dela é nos acalmar, mas ouvir uma reação tão imediata de alguém da Capital só faz a teoria parecer verídica.

— Ah, não? Então por que Brutus finge que não tem outra filha se não para proteger a linhagem?

— Pai? — Chamo, impaciente. Espero que ele negue tudo aquilo. Contudo, se ele não negar, eu me sentirei traída de maneiras que nunca imaginei, como um porquinho sendo entregue para o abate depois de passar a vida toda imaginando ser amado. Uma comparação bem mórbida, na verdade.

— Vai acreditar em uma mulher mal-amada que foi rejeitada por um dos loucos da Capital? — Ele de repente se altera, fazendo-se ser ouvido. — Não acha que ela tem motivos de sobras para se ressentir deles e espalhar esse veneno para qualquer um? Vão adorar vocês. A primeira teoria, do drama familiar, é a única que faz sentido.

— Viram? — Tikki bate palmas — Há alguém racional neste lugar. Agora vão conhecer seus quartos e se lavem para jantarmos e discutirmos sobre os outros tributos.

—________

Enquanto aproveito a pressão forte da água em minhas costas para relaxar os músculos, penso no que Hayley disse. Mesmo se for apenas uma teoria desconexa alimentada por seus ressentimentos, devo me preparar para não ter apoio algum de fora. Ser a melhor, usar qualquer coisa como arma, transformar meu corpo em uma arma, como minha mãe. Ela sempre me encorajou baseada no argumento de que se venceu usando apenas os dentes, posso vencer com muito menos. Supere a si mesma e superará a todos. É assim que devo pensar.

Saio do chuveiro, enrolo o corpo em uma toalha macia e torço a água do cabelo. Vou até a pia e apoio-me nela, buscando qualquer sinal de medo em meus olhos refletidos no espelho parcialmente embaçado, mas não há nada. Nada além de um rostinho bonito, como diria Clove. A ideia de que meu pai talvez esteja me sacrificando para protegê-la ainda corrói meus pensamentos. Afasto aquilo da mente antes que comece a fazer sentido e saio do banheiro. Visto as roupas que deixei dobradas em cima da cama que não usarei. A viagem do Distrito 2 até a Capital não duraria nem um dia inteiro.

No vagão sala, Brutus e Hayley conversam de uma maneira tão silenciosa e tensa que nem reparam minha presença. Permaneço parada encarando a televisão que mostra a última edição dos Jogos Vorazes. O vitorioso fora um garoto de dezoito anos do Distrito 4.

A cena era uma do segundo ou terceiro dia na arena, quando ele se transformara em um dos maiores loucos da história dos Jogos. A imagem o mostra em uma viela escura na cidade abandonada que fora a arena, atravessando o peito da própria parceira de distrito com uma foice. Ela havia feito alguma piada sobre seu passado na frente dos outros Carreiristas, o que rendera muitas risadas e ainda mais piadas, então ele os esperou dormir, acordou somente a parceira e a levou para longe da Cornucópia com a desculpa de que havia visto tributos correndo naquela direção.

Ela se engasgava no próprio sangue enquanto seu coração parava de bater, um riso de pura satisfação escapando dos lábios do outro tributo. Eu não havia notado na primeira vez que assisti, mas havia algo nos olhos da garota enquanto ela morria, algo que ia muito além de medo. Ainda me dá arrepios. Ela havia cometido o erro de confiar em um oponente apenas porque haviam chegado até ali juntos, e implorara horrores para que ele ao menos esperasse a aliança dos Carreiristas se desfazer, contudo, ele estava cego pela própria sede de sangue.

Depois que o penúltimo canhão soou, o de uma garotinha do Distrito 3 que fora encontrada por alguns ratos mutantes, só havia o tributo do 2, que obviamente o procurou para vingar as três garotas Carreiristas que ele havia perseguido e matado sozinho, sem deixar a glória para ninguém mais. O louco do Distrito 4 havia conseguido um número absurdo de patrocinadores depois do feito. É exatamente o que os patrocinadores mais adoram: um tributo bonito com bastante vontade de participar da chacina toda. Com patrocinadores ou não, aquele deveria ser o pior momento, quando se começa a duvidar de si mesmo e fazer as coisas por puro impulso, instinto e necessidade de sobreviver. O vitorioso daquela edição, no entanto, não parecia nem um pouco preocupado com o final que teria. Andava pela arena, minutos antes de encontrar o outro finalista, como se aquela cidade abandonada fosse sua casa. O Distrito 2 teria vencido, se o maníaco não estivesse tão possesso pela vontade de matar. 

Carreiristas normalmente gostam da atividade, ou fingem que gostam com excelência, como Grill. Ainda assim, na maioria das vezes são racionais, frios e estrategistas. A postura perfeita deve ser mantida, afinal, somos treinados como Pacificadores, soldados perfeitos que não devem se portar como malucos sem disciplina. A Capital aprecia a disciplina.  Nada como aquele garoto, que agira puramente instintivamente.

Tikki me tira de meu transe quando entra no vagão e me chama, sentando-se em uma das poltronas e dando tapinhas em uma ao seu lado para que eu me sente ali. Meus mentores olham para trás parecendo surpresos com minha presença despercebida. Ignoro os instintos que me dizem que estavam falando sobre mim e sento-me ao lado de Tikki.

— Minhas expectativas sobre sua beleza foram superadas, Syrena — diz ela. — O Distrito 1 finalmente terá uma concorrente à altura.

Não respondo, apenas sorrio para ela sem saber ao certo se aquilo é um elogio ao qual eu deva mesmo agradecer.

Loki entra na sala vestido apenas com a calça preta. Está sem a camisa, o que deixa Tikki instantaneamente corada. Hayley ri ao notar a reação de nossa acompanhante e espera que meu primo se sente confortavelmente em sua poltrona. Segundos depois, a edição passada dos Jogos some, dando lugar aos rostos sorridentes de Caesar Flickerman e Claudius Templesmith. Os dois apresentadores saúdam seus telespectadores e especulam sobre o que esperar da arena deste ano. A arena é uma de minhas maiores preocupações. A criatividade dos Idealizadores pode ser bem perigosa, como no ano em que Grill venceu. A arena fora tão perversa que mesmo depois de quase cinco anos, continua a ser premiada.

Caesar diz que haverá tributos há muito esperados por todos nesta edição, mas não comenta o distrito, talvez para criar um certo mistério para os telespectadores da Capital. Para mim e para Loki, no entanto, não há mistério algum. Afinal, somos nós mesmos.

Naturalmente, começa com o Distrito 1. Ambos são voluntários. Não há novidade alguma em nenhum dos dois, exceto pela garota que não parece tão charmosa como nos outros anos, pelo contrário, parece até entediada. O garoto é alto e elegante, usa uma camisa social branca que esconde os músculos, diferente da maioria dos carreiristas que adoram exibi-los. Mal consigo imaginá-lo sendo cruel. No 2, as câmeras me seguem, uma garota confiante vestida em rubro que se oferece pronta para honrar seu distrito e seus pais. Então Loki se oferece, revelamos nossos nomes, as câmeras focam em meus pais por alguns segundos e o tal mistério de Caesar e Claudius sobre os tributos esperados acaba.

No 3, são sorteados uma garota de dezessete anos e um garoto de quinze. Ele é pálido e espinhento, mas diferente da garota, mantém a postura firme e até sorri com o canto dos lábios, nosso próprio maníaco. Anoto mentalmente que devo prestar atenção. A cena muda para a praça do Distrito 4, onde uma garota pequena é sorteada, então outra, alta e musculosa com volumosos cachos cor de ferrugem se oferece em seu lugar. Ela parece uma Carreirista, mas não sorri nenhuma vez para as câmeras. Um rapaz é sorteado, e meus sentidos gritam para manter a maior distância possível quando chegar a hora. Malditos tributos do 4 e seus bronzeados perfeitos. Ele é bonito, de um jeito simples se comparado ao mais famoso dos Vitoriosos do 4, Finnick Odair, que usualmente é um deus em forma humana. Seu nome é Sander, e ele sai da fila dos rapazes de dezoito, debaixo de um sorriso malicioso de aprovação do último vencedor. Os olhos são verdes e tão vívidos que se enxergam mesmo à distância, contrastados por suaves cachos castanhos e pela pele bronzeada. Contudo, o que mais chama minha atenção é o desenho abstrato tatuado no braço esquerdo descoberto. Nunca vi alguém que não fosse da Capital tatuado antes, e pergunto-me se há algum significado para aquilo.

Nos outros distritos, todos foram sorteados, alguns são pequenos demais e nenhum dos mais velhos se oferece por eles, outros parecem esqueletos de tão magros, ainda há os que choram e são arrastados até o palco por algum Pacificador. Os únicos que me chamam a atenção são um garoto mais novo do 7, os dois tributos do 9, e os dois do 11, que caminharam até o palco de cabeça erguida, era possível ver o medo em seus olhos, mas permaneceram firmes até o final. Carreiristas podem ser tidos como monstros sem coração, e somos quando precisamos, mas nunca deixamos uma criança ir para a arena. Por isso, o silêncio que impera quando os acompanhantes perguntam por voluntários é no mínimo revoltante.

— Oponentes fortes, senhores mentores? — Pergunta Loki desinteressado.

— 1, 4 e 11 — Diz meu pai olhando para nós. Tento ignorar, mas ainda estou afetada pelas palavras de Hayley e ouvir seus conselhos, pelo menos por enquanto, me deixa relativamente desconfortável. Deveria ter insistido mais para que Grill viesse como mentor.

— O rapaz do 3 também — diz Hayley — Viram a cumplicidade com a qual Beetee olhou para ele? Ele viu potencial no garoto. Não quero nem imaginar o que conseguiria fazer se conseguir bons patrocinadores. 

— E não subestimem os do 11. Há raiva e força suficientes ali para vencer se conseguirem patrocínio — Brutus completa — Não treinam como vocês, mas são trabalhadores de campo, fazem muito trabalho braçal.

— E cuidado com os tributos do 4 — diz Hayley olhando para mim, como se eu fosse um alvo fácil para ele — Eles podem ser extremamente amigáveis, e sabemos o que aconteceu ano passado.

— E mais importante... — meu pai olha para o chão, entrelaça os dedos das mãos e depois olha para nós outra vez, começa a bater o pé direito no chão — Façam com que o público goste de vocês, finjam que os amam e eles retribuirão na arena.

— Por enquanto, isso é tudo o que precisam saber — diz Tikki desligando a televisão. Ela se levanta e olha para nós. — Chegaremos em menos de duas horas na Capital. Preparem-se para serem tratado como verdadeiras celebridade.

—___________

A Capital é maior e muito mais bonita do que eu havia imaginado. Diz-se em toda Panem que as melhores e mais bonitas construções estão no Distrito 2, são imponentes e em muitos lugares seguem os padrões das construções romanas, uma civilização poderosa e mais antiga que o próprio tempo. No entanto, os prédios gigantescos e modernos da Capital são verdadeiras obras de arte. Alguns são feitos inteiramente de vidro, outros parecem cilindros em forma de concreto. É tudo muito imponente, rico e luxuoso e não consigo deixar de imaginar como deve ser viver ali. Imagino as festas e as lojas cheias de roupas extravagantes e coloridas enquanto o trem contorna o centro da cidade para finalmente parar na estação.

Tikki não para de conferir se nenhuma mecha do meu cabelo resolveu se rebelar enquanto esperamos as portas se abrirem. Ela respira fundo, amassa as pontas de seu chanel azul prateado e se coloca atrás de mim e de Loki, seguida por nossos mentores. Respiro fundo e seguro a mão de meu primo, que a aperta em cumplicidade. Então as portas se abrem e somos praticamente cegados pela luz.

Nunca vi tantas pessoas em um lugar só. Como Hayley me orientou pouco antes de chegarmos, ignoro os conselhos de Tikki sobre sorrir muito e limito-me a manter um sorriso provocante, porém contido, apenas o suficiente para deixá-los intrigados. Segundo ela, terei que ser doce, sensual e cruel ao mesmo tempo. Minha intenção nunca foi seduzi-los, não quero ser objetificada como Cashmere, Finnick ou qualquer outro, entretanto, minha mentora insiste que devo usar todos os meus atributos como arma, e não só na arena, mas desde já. Loki não parece se importar com objetificações, distribui sorrisos bem mais abertos que os meus e não solta minha mão nem por um instante. Pelo contrário, se aproxima de mim e diz alto o suficiente para que eu possa ouvi-lo apesar de todo o barulho, mas baixo o suficiente para que eu seja a única a escutá-lo

— E que o drama familiar comece.


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Notas finais do capítulo

I. Hayley – significa campo de feno. Nos livros, muitos personagens têm nomes de plantas e afins.

II. Grill – um nome digno de bullying, porém proposital, seu pai tinha um senso de humor incrível – é um dos Vitoriosos do Distrito 2, tem uma ideologia bem diferente dos Carreiristas, participou dos Jogos apenas para salvar a família pobre e constantemente humilhada pelo resto do Distrito, é quem tenta fazer Syrena enxergar o horror por trás dos Jogos.

III. Sander – diminutivo de Alexander, significa protetor ou quem defende, mas admito que gostei porque sand significa areia em inglês.



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