Match-Point escrita por Cris Hilario


Capítulo 32
Trinta




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POV LUDMILA

Urgh, que raiva do Kevin, só estava querendo ajudar e esse idiota me trata com grosseria, ok, não ajudo mais ele que se lasque para se recuperar sozinho então, droga, será que ele está fazendo os exercícios direito? Será que lembra do tomar todos os remédios e come alguma coisa antes? E as compressas será que está fazendo no horário certo? Para de pensar nele Ludmila, você não é nada dele me recriminei ao lembrar das grosserias que ele me falou da última vez que nos vimos, mesmo ele tendo mandado um monte de mensagens se desculpando depois não queria arriscar ser tratada daquela forma mais uma vez, cheguei a mandar um áudio para tentar me entender com ele mas me arrependi no mesmo instante, obrigada Mark Zuckerberg por me permitir apagar as mensagens assim que nos arrependemos de manda-las.

Fui tirada de meus pensamentos ao sentir um braço passar por cima de meus ombros e demorei uns segundos para reconhecer Math, mas essa agora, pelo visto Bryan achou que fosse uma boa hora para por seu “plano” em pratica.

— Mel, um chocolate por seus pensamentos! - Math me despertou, e eu sorri, pois apesar de tudo, estava abraçada com meu crush da vida.

— Nada Math, tava pensando o que vou fazer nas férias – foi a primeira coisa que me veio à cabeça, ele então começou a dar várias ideias e até mesmo disse que ele ia passar a virada do ano na praia com alguns amigos, ficamos conversando até escutar o barulho do sinal e nos despedimos indo cada um para sua respectiva sala.

Após duas provas, estávamos liberados, mas eu ainda não queria ir para casa, e pelo visto meus amigos também não, e como estávamos no fim do ano a quadra ficava liberada para quem terminasse as atividades, enquanto esperava Anne e Yvi terminarem suas provas avistei Kevin saindo de sua sala com suas muletas, minha intenção era e virar para que ele não me visse mas ele foi mais rápido, droga seria uma atitude muito infantil sair correndo agora? Pelo menos sei que ele não vai me alcançar.

— Ludmila, hm, oi! – ele parecia meio tímido, chegava a ser engraçado. – a gente pode conversar?

— Depende, vai gritar comigo de novo? – fui irônica, e ele apenas rio revirando os olhos.

— Por favor? Dessa vez vou tentar não ser um babaca! Hm – até pensei em recusar, mas o que custa afinal, nem estava mais chateada com ele, e as meninas ainda iriam demorar para terminar, então disse que estava indo para quadra, sai andando.

— Podia ter me esperado né? – perguntou Kevin chegando alguns minutos depois perto da arquibancada, ele se sentou e eu só ri.

— Foi só para saber se você vinha mesmo, e também para você exercitar esse joelho. – ficamos em silêncio por alguns segundos, e quando resolvi falar Kevin teve a mesma ideia, então rimos os dois.

— Pode falar. – dissemos os dois juntos – fala Kevin afinal foi você que tomou a iniciativa de falar comigo. – ele me encarou por um tempo, até que se manifestou.

— Ok, primeiro de tudo eu queria te pedir desculpas! Desculpa, eu, Ludmila eu tava nervoso por causa da lesão, da peneira e com você também que não parava de falar ai acabei descontando em você, mas de verdade não queria falar aquelas coisas para você – disse parecendo verdadeiramente arrependido.

— Então você reconhece que eu só queria ajudar e você foi um escroto? Olha só nossa relação está avançando – ri, mas ainda com um pé atrás com ele.

— Sim e também reconheço que fico manhoso quando estou doente e que você exagerou nessa história de “cuidar de mim” – disse fazendo aspas com a mão e só o que recebeu em troca foi um tapa no ombro. – é sério Mel você é muito má comigo, pior que minha fisioterapeuta, por favor não curse fisioterapia ou seus pacientes vão sofrer na sua mão.

— Idiota, as vezes você tem que passar por coisas ruins para ficar bem, e olha só você já está bem melhor, de nada! – eu pensei um pouco sobre o que falar mas fui interrompida por ele.

— Estamos de boa? – apenas assenti com a cabeça – então me fala o que ia me perguntar?

— Não fica bravo de novo mas eu preciso saber, se você ta fazendo tudo direitinho, os remédios, a fisio – ele rolou os olhos, céus será que ele não cansa de fazer isso?

— Vai começar a bancar uma de doutora pra cima de mim?  Eu to fazendo Ludmila, não se preocupe. – riu, e então me encarou. – Sério desculpa por ter descontado em você, mas admita que você é insuportável quando quer.

— A gente não tava de boa? Para de falar merda Kevin, ou eu volto a não falar com você! – quem disse que fazer bico era só coisa de criança. – mas me diz, você ta fazendo os exercícios do seu jeito ou do jeito certo?

— Olha ai, insuportável – debochou – mas em me fala, você e o Mateus? Quem diria em! – disse mudando de assunto de repente me deixando confusa.

— Quem diria o que? A gente meio que é amigo agora, se eu consegui fazer amizade com você consigo com qualquer um! – percebi que ele fez uma careta com meu comentário. – Além do mais nem sei se ele ia querer ter algo comigo!

— Também não precisa falar assim né, eu sou tipo um milhão de vezes mais legal que ele, e se ele se esforçar um pouquinho tenho certeza que vai achar algo de bom em você, eu não achei ainda mas ele pode ter mais sorte!

— Nos seus sonhos, apenas – disse o encarando, tentando não deixar transparecer que seu comentário havia me deixado um pouco desapontada, então resolvi o provocar -  sabia que ele joga basquete, tipo muito bem!

— Caguei pro basquete dele Mel, eu e você sabemos que vôlei é bem mais divertido, né -  e realmente eu tinha que concordar. – e você deve se orgulhar por você que é muito boa no vôlei também, ele já foi em uma peneira, hm?

— Não, mas eu fui e não passei, e você também não, então acho que não conta. – ri de sua expressão indignada, mesmo sabendo que talvez fosse um pouco cedo para brincar com esse assunto que ainda mexia muito comigo e com certeza com ele também.

— O que vale é ter ido Ludmila! – não, o que vale é ter sido aprovado, mas não o contrariei. – Vocês são só amigos mesmo?
 – assenti e então ficamos em silêncio por breve instantes até ele corta-lo – Então ele não vai ficar chateado se eu te pedir um abraço? Sabe pra selar nosso acordo de paz?

Não respondi nada apenas me aproximei de seu corpo e senti seus braços ao redor de mim, fechei os olhos e inalei seu perfume, até me lembrar de sua blusa que ainda estava comigo, fiz uma nota mental de devolve-la assim que possível, ou não já que tinha o perfume dele. O abraço demorou mais do que o recomendado e só me desprendi dele ao ouvir a voz de Yvi, que intrometida como era resolveu que esse era o momento ideal para nos interromper, Kevin me olhou um pouco sem graça e para quebrar a tensão no ar falou.

— Então quando vai voltar a me ajudar com o tratamento?

Nosso Kev adora supor que a Mel está com alguém né, primeiro o Rick agora o Math, será que ele não percebe que ele é o par perfeito da Ludmila? Tadinho apesar de ser bonitão o bixinho é inseguro, toma atitude rapaz!


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