Match-Point escrita por Cris Hilario


Capítulo 15
TREZE (parte 2)




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(lembrando que este capítulo tem cenas fortes se acharem necessário podem pular para o próximo)

"Os próximos dois dias depois daquele foram tranquilos, pensei até que ele tivesse desistido, quer dizer ele ainda tentava falar comigo durante os jogos, mas como estávamos em publico ele não seria capaz de fazer nada, já estava mais relaxada e entrosada com as meninas, mas foi aproveitando um momento de descuido fui abordada outra vez por ele.

Estava voltando junto com Cauanne após assistir a mais um dia de jogos, do qual acompanhamos o futsal masculino, conversamos sobre como havia sido emocionante assisti-lo e comentávamos as melhores jogadas, quando ela me disse que precisava voltar para quadra pois sua garrafa de água tinha ficado por lá. Como eu não havia levado nada resolvi seguir meu caminho para o quarto, mas não consegui chegar até meu destino pois no meio do caminho fui puxada para dentro de uma sala.

André estava me observando e pensou ser aquela a oportunidade perfeita, assim que ele fechou a porta tampou minha boca para me impedir de gritar, o que fez com que meu coração disparece pois não havia ninguém no corredor alem de mim e Cauanne que nessa altura já deveria estar no quarto. Ele então começou a falar.

— E então Mel, pensou na minha proposta? – proposta, que proposta? – aquela de você sair comigo, hum? – ele então tirou mão de minha boca para que eu pudesse responder.

— Você é doido, eu já disse para você que não, e não me interessa se gosta ou deixa de gostar em ser rejeitado – disse já me exaltando, será que esse babaca não sabe que não é não?

— Deixa de se fazer de difícil, se não me quisesse mesmo não andaria com esse tipo de roupa, aposto que é para me provocar! – disse ele mordendo os lábios, e se aproximando de mim outra vez, que nojo.

— Você é nojento, desde quando a roupa que eu uso tem a ver com suas maluquices! – exclamei, mas quando dei por mim ele estava muito próximo, tentei o afastar e sair da sala, mas ele tampou minha passagem, o que me fez ficar ainda mais assustada!

— Você não tem para onde ir agora gatinha, aqui estamos só eu e você! – ele então sorriu, esse maniaco pretendia me atacar mais eu não deixaria por isso mesmo, um barulho do lado de fora o distraiu, então com toda minha força acertei-lhe um tapa no rosto. – isso me deu alguns segundos de vantagens já estava correndo para fora da sala quando o senti me agarrando por trás e sussurrando em meu ouvido. – Quanto mais você bate mais eu me apaixono! – o seu gesto me fez começar a gritar por socorro mas ele me virou para si e me acertou um tapa, obviamente mais forte do que o que eu havia lhe acertado anteriormente, me fazendo cair no chão. Então ele aproveitou a oportunidade de ficou por cima de mim, me desferindo mais dois tapas que me fizeram ficar tonta e apertou meu pescoço – Vagabunda! – estava me debatendo para tentar escapar mas quando escutei o que ele disse cuspi em sua face, e aquilo pareceu o deixar mais irritado ainda.

Eu já estava ficando sem ar e tentava me de desvencilhar dele a qualquer custo, mas foi inevitável, quando vi sua mão esquerda abrir o zíper da calça, e logo em seguida me apalpando e sua boca vir de enquanto a minha pele e quando alcançou minha boca, esperei o momento certo e o mordi, ele afrouxou o aperto em meu pescoço e então comecei a desferir vários socos acertando não somente sua face, mas também, seu tórax o que o fez ficar com falta de ar, não sei de onde tirei tanta força mas, descontei toda minha raiva, me levantei e consegui deixar a sala enquanto ele se recuperava.

Apavorada era assim que eu me encontrava no momento, o nojo que eu sentia da situação que acabei de viver parecia ocupar todos os meus pensamentos, fui até quarto e decidi tomar um banho para ver se conseguia tirar toda aquela sujeira de mim e por sorte apagar os rastros que ele deixou em meus corpo, não falei com nenhuma das meninas enquanto pegava minhas coisas. Entrei na água gelada mesmo e mesmo e enquanto ela caia em minha cabeça lembrei dos momentos horríveis que acabei de passar, esfreguei minha pele até ela começar a ficar vermelha, mas a sensação não passava era como se eu conseguisse sentir suas mãos em mim, sabe se lá o que teria acontecido comigo se eu ainda estivesse naquele lugar. Após sair do banho, analisei a mim mesma, felizmente não havia ficado com nenhuma marca em lugares aparentes do meu corpo.

Pensei em falar com as meninas ou então com o Professor Mauricio sobre o ocorrido, mas a vergonha que eu sentia no momento era maior, e com esse pensamento voltei para o quarto. Obviamente as meninas perceberam que eu estava mais calada do que o normal, mas apenas Cauanne, que eu havia ficado mais próxima se aproximou, eu não queria conversar, apenas desejava dormir e esquecer o episodio.

— Hey Mel, está tudo bem? – perguntou enquanto me analisava, e eu apenas fiz que sim com a cabeça. – Não você não está bem, o Mauricio fez alguma coisa, ou algum dos meninos? – e novamente só respondi comum sinal negativo com a cabeça. – é porque não jogou ainda? – Isso era uma ótima desculpa, então lhe respondi.

— Por que tudo tem que ser tão injusto? Eu só vim aqui para jogar e me divertir, mas – Não terminei a frase pois com certeza ia começar a chorar, então pedi licença a ela e me levantei saindo do quarto como um furacão a fim de encontrar um lugar seguro para desabar.

Passei correndo por Kevin que falou qualquer coisa que eu não prestei atenção, então quando ele passou me escondi atras do bebedouro para que enfim pudesse chorar em paz. Passado não sei quanto tempo escutei barulho de passos, que logo cessaram e decidi olhar de onde eles vinham estão encontrei Kevin parado iguai um dois de paus, ele olhava em minha direção e parecia incerto se devia se aproximar.

Ele decidiu por vir, péssima escolha, perguntou-me se podia ajudar em algo, mas não infelizmente não havia nada que ele pudesse fazer por mim naquele momento, e após uma breve conversa me convidou para ir a seu quarto, um arrepio subiu por minha espinha, mas logo me lembrei aquele era o kevin e não quer me fazer mal, nem todos são como Andre, e pensando chegamos em seu quarto, ele começou a me precionar para saber o que tinha acontecido comigo, perguntou do Rick, o que não fez sentido nenhum, e me perguntou se podia me chamar pelo apelido, mas o que ele disse depois disso me olhou tão profundamente que eu não consegui segurar o abracei e desabei em seu ombro.

O que ele faria se eu lhe contasse o que aconteceu? Bom acho que nada pois não diz respeito à ele, fiquei realmente em duvida se pedia a sua ajuda, mas não confiava nele o suficiente para saber se ele ficaria ao me lado, e as pessoas normalmente costumam assumir que a culpa é da mulher, suas roupas, ou o ambiente em que se encontram, decidi então mudar de assunto e fingir que aquele momento não aconteceu, quem sabe se eu pensar dessa forma fosse mais fácil.

Pedi desculpas pelo incomodo e logo mudamos de assunto, estávamos conversando empolgados sobre nossas séries favoritas e percebi que tinhamos um gosto parecido, mas logo seu celular apitou anunciando uma mensagem de Bryan, nos chamando para uma festa, que até onde eu me lembro não poderia estar acontecendo, o local era afastado do prédio em que estávamos, mas valeu a pena, pelo menos até Kevin me puxar pelo braço, o que fez meu corpo estremecer levei alguns segundos para raciocinar que não era Andre e que ele não me faria mal, tanto que nem prestei muita atenção para onde ele estava me levando".

Como assim o jogo já acabou? Será que fiquei tanto tempo perdida em meus próprios pensamentos, que não percebi que nosso time havia acabado de ganhar e agora disputava a medalha de "ouro", pelo menos isso, mas eu não sei se deveria ficar feliz pois não contribui em nada com a vitória do time, do que adianta medalhas, me levantei pronta para sair da quadra junto com o pessoal vi o outro time entrando para o próximo jogo, e ele estava lá, me encarando com o rosto machucado mas com um sorriso convencido no rosto, me apressei para ficar junto com o grupo, mas ainda assim senti seu olhar sob mim.

 


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