Match-Point escrita por Cris Hilario


Capítulo 13
Doze




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Pensei se ia ou não a seu encontro afinal não queria incomodar, e esse meio tempo de indecisão serviu para que ela me notasse, então não tive outra opção a não ser ir ao seu encontro.

— Tudo bem? Posso te ajudar em algo? – eu sou péssimo nisso de consolar os outros.

— Não estou vendo nenhuma plaquinha pendurada em você hoje – ela riu da própria piada – eu to bem não foi nada só saudade de casa mesmo.

— Tem certeza? – ela confirmou com a cabeça – Bom, se precisar de um ombro amigo, ou alguém para conversar! – deixei a frase no ar.

— Pode deixar que eu chamo o Bryan! – rimos. – só preciso de um tempo sozinha. – não mesmo que eu iria deixa-la sozinha, ainda mais nesse corredor que já estava começando a ficar escuro. Levantei e estendi minha mão para ela levantar também, mas ela me olhou desconfiada e recusou o convite.

— Vamos Ludmila! Vamos ficar sozinhos no quarto lá pelo menos é confortável! – ok essa frase não saiu como eu imaginei, e Ludmila percebeu pois levantou uma de suas sobrencelha como se questionasse minha sentença. – desculpa, não era para ter falado desse jeito – disse ao passar a mão pelo cabelo e estende-la novamente pra Mel - Eu tenho doce contrabandeado, ai a gente come e quem sabe você me conta o que esta sentindo, uhm?

— Eu vou mas só por causa dos doces! – exclamou ela após alguns segundos, se levantando sozinha e ignorando minha mão estendida em sua direção. O caminho até o quarto foi silencioso, percebi que ela evitava me olhar muito, mas foi só chegar ao quarto e tirar uma barra de chocolate que estava escondida no fundo da mochila, é que a vi sorrir, e aquilo me fez ficar feliz também, pelo jeito eu não era tão ruim assim consolando as pessoas.

—Tem muito mais de onde veio esse, mas só vou te entregar se você me contar o que stá acontecendo. – ri da careta que ela fez – as meninas fizeram algo de ruim com você?

— Você é o que agora para me defender, Chapolim colorado? Não se preocupe as meninas são ótimas, gostei de verdade de dividir o quarto com elas, até marcamos de sair quando voltarmos para casa – ela puxou a barra da minha mão e sentou-se no colchão. – é só saudades mesmo, da minha familía, das meninas.

— Do Rick! – quando dei por por já tinha falado, sou muito otário mesmo.

— É do Rick também, pois aposto que se ele tivesse aqui eu teria jogado pelo menos uns cinco minutos. – disse irritada, isso é verdade pois o Rick adora vê-la jogar, por ele formava um time só com a Ludmila, puxa-saco! – mas me diz o que você, logo você está fazendo aqui sozinho, cade os meninos?

— Bom eles saíram, eu não quis ir pois senti a perna esquerda hoje no final do jogo! – realmente estava doendo um pouco, mas a verdade é que eu não estava no clima pra farrear.

— Você sabe que posso usar isso contra você no próximo jogo né, contar pro professor que você está lesionado, e entrar no seu lugar? – era mais fácil ele deixar o jogo com um a menos, do que por a mel, e ela sabia disso também. – mas vamos parar de falar sobre jogo, e assistir alguma coisa, você viu que o Wifi dessa escola é maravilhoso? – perguntou com um sorriso nos lábios que não alcançou seus olhos, tinha alguma coisa errada ali.

— Mel? Posso te chamar assim. – ela assentiu com a cabeça. – o que houve? De verdade, e não adianta falar que é saudades porque já ficamos muito mais tempo fora de casa do que isso, estamos aqui à o que, quatro ou cinco dias, me diz, por favor, e se for algo que eu possa te ajudar, se alguém fez alguma coisa com você eu resolvo! – então ela fez algo inesperado, simplesmente me abraçou, fiquei sem reação por alguns segundos, mas quando percebi que ela havia voltado a chorar, e dessa vez estava até soluçando e eu não podia ficar indiferente diante disso, então a abracei de volta. Após sua crise de choro que parecia ter durado uma eternidade ela voltou a falar.

— Eu preciso te devolver sua blusa! – blusa, que blusa? Pensei – aquele que você me deu quando me lavou de refrigerante! – ah essa blusa, mas porque vir com esse assunto agora?

— Tudo bem, quando voltarmos, você devolve! – me desfiz do abraço e a encarei. – melhorou?

— Muito! E me desculpa!

— Por? – perguntei não entendendo onde ela queria chegar.

— Por toda essa situação oras, achei que ninguém ia me encontrar naquele corredor, mas achou e teve que ficar me aguentando. – disse voltando a sorrir.

— Não é nenhum incomodo, destino talvez, porque você sabe quantas calorias tem em uma barra de chocolate? Agora elas vão todas para você não para mim! – é pode ter sido o destino mesmo. – mas vamos falar de outra coisa agora, será que a Cass achou que eu a machuquei de proposito? – seguimos então falando de alguns assuntos aleatórios que só serviam para distrai-la de qualquer coisa ruim que esteja passando por sua cabeça, quando recebi uma menssagem de Bryan, nossa jé estava tarde e eu nem vi o tempo passar.

[22:02, 20/09] Byan: festinha agr aqui na sala de festa!!!!

[22:02, 20/09] Byan: venha porque vc está perdendo

Há então era por isso que nenhum deles havia retornado ainda. Olhei para Mel, e perguntei se ela topava ir comigo. – Assim, na louca? Kevin eu to de pijama já! – revirei o olho, o que tem a ver! Se bem que o dela era um short não muito curto, e também não muito colado, mas que a fazia ficar gostosa, opa que tipo de pensamento é esse credo é a Mel. Por fim decidimos ir mesmo assim e para que ela não se sentisse muito excluída, coloquei meu "pijama" também, mal sabia ela que eu dormia só de cueca, mas não poderia aparecer lá assim, certo?

— Eu não acredito que você dorme de jaqueta corta vento – ela debochava de mim – tipo qual o sentido? O pior ainda qual o sentido de ter um salão de festas em uma escola?

— Ludmila, eu não durmo com ela normalmente, mas algum de nós tinha que ir arrumado – a zoei.

— Você ta parecendo um jeca! Com calção de jogar bola e ainda por cima de chinelo e meia – o conceito de arrumado dela era diferente do meu, ok mas quem era ela par julgar, alem do short, estava com uma regata de alça fininha e chinelos também, merda, aquela roupa nem parecia pijama, acho que ela me enganou.

— Cala a boca – respondi, porque não tinha mais nada para falar, mas que lugar longe.

Encontramos com Bryan que estava perto da porta, segundo ele para vigiar o movimento já que festas eram proibidas durante os jogos, e bebidas também, mas vi vários com uma garrafa de cerveja na mão, se a gente fosse pego aqui estávamos fodidos, e ninguém pareceu notar os trajes que estávamos vestindo. Alguns minutos mais tarde, depois de já termos dançado todo o tipo de musica, e experimentado (eu pois ela é muito disciplinada em relação a isso) umas três bebidas diferentes. Resolvi então procurar o resto do pessoal do time, mas não encontrei ninguém, nem mesmo Bryan, peguei meu celular e estava pronto para mandar-lhe uma mensagem quando vi a notificação do grupo que havíamos

[22:40, 20/09] Byan: Galera, ferrou o pessoal da organização dos jogos vão fazer vistoria, parece que alguém dedurou, cada um pro seu quarto agora!!!!!!!

[22: 40, 20/09] Cauanne: avisamos todo mundo? Ou só o nosso time?

[22: 41, 20/09] Byan: eles que lutem pra saber, vazei!

Merda a mensagem havia sido enviada e cinco minutos atrás se alguém nos pegasse aqui iamos ser desclassificados na hora, olhei em volta procurando por Ludmila e a encontrei conversando com as gêmeas Olsen, tratei de ir atrás dela e a puxei pelo braço, o que a fez ficar assustada, e muito, mais até do que é considerado normal, mas quando ela viu que era eu que a puxava, me olhou sem entender o que eu queria para agir daquele modo.

— Mel, Bryan disse que tem gente vindo, vambora! – exclamei nervoso, e ela pareceu não entender a gravidade da situação, então a puxei em direção a saída, mas quando estávamos quase na porta, vimos a luz de uma lanterna caminhado em direção a porta, fodeu! Pensei, mas então tive uma ideia e sai arrastando Ludmila comigo, a janela do banheiro era alta e um pouco estreita, mas tinha que servir. – merda a janela é alta, vem mel que eu faço pezinho pra você subir depois eu pulo.

— você não vai conseguir subir depois – disse ela preocupada – que ideia de gerico fazer uma festa em, porque a gente aceitou vir?

— não sei, mas anda logo! – fiz pezinho, para facilitar sua escalada e assim que ela terminou tomei impulso para pular também, e não foi fácil mas logo me vi do lado de fora junto com ela encostado na parede. – Mel, quando eu falar três a gente corre, beleza? - ela afirmou com a cabeça tomando folego – um, dois, três! – então iniciamos uma corrida frenética até o dormitório, tenho certeza que havia algum monitor atrás da gente, mas que não conseguiu nos alcançar e desistiu no meio do caminho. Obrigada Rick, foi tudo o que pensei ao chegar perto dos bebedouros, que ficavam próximos ao banheiro do dormitório, mas assim que chegamos, escutei barulho de passos se aproximando e se alguém visse Mel e eu juntos estávamos acabados.

— Mel, faz assim, pega minha blusa, e vai pro seu quarto o mais silenciosa que você conseguir! – falei tirando a blusa e depois olhando em seus olhos.

— Mas e você? Não vou deixar você se ferrar sozinho – ela parecia preocupada – e isso não é hora para querer mostrar o tanquinho, cade sua camiseta?

— Shiii, só vai que do resto eu cuido! – ela então me abraçou e foi para seu quarto a passos lentos, quase que no mesmo instante um dos monitores apareceu e eu tentei fazer minha maior cara de sono possível.

— Ei garoto isso não é hora de estar passeando! – disse apontando a lanterna para minha cara.

— Eu sei, mas eu precisava ir ao banheiro, não ia conseguir segurar até amanha de manhã. – ele então me olhou de cima a baixo, imaginado que ninguém seria tão "jeca" como diz Ludmila, de ir a uma festa daquela maneira. Mas mesmo assim perguntou se eu sabia da tal festa me fiz de desentendido mas de qualquer forma ele quis me acompanhar até o quarto, e ao chegar encontrei todos os meus colegas "dormindo" feito uns anjinhos, e após dar boa noite para o monitor eu comecei a rir, rir muito, e o pior eu não consegui parar, acho que foi a adrenalina. Repousei minha cabeça no travesseiro e só esperava que Ludmila tivesse chegado bem em seus aposentos.

 


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