O Passado do Lobisomem escrita por Heringer II


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

CHEGAMOS NA RETA FINAL!!!!!

SE PREPAREM PORQUE O BICHO VAI PEGAR! KKKKKKKKKKKKKKKKK

Espero que gostem! ^^



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Naquela noite, quando fui visitar Aldo, ele me explicou como agiríamos. Aldo conhecia todo o terreno ao redor das fazendas Águas Claras e Terra do Dente-de-leão.

— Essas fazendas tem uma particularidade. – disse ele, enquanto procurava o mapa do município.

— E qual é?

— Só um momento.

Após revirar tudo que havia no seu quarto, Aldo finalmente achou o mapa da cidade, e mostrou-me o que queria que eu visse.

— Só existe uma estrada que leva a essas duas fazendas, e ela se divide no meio a partir de certo ponto. – disse apontando o dedo para uma das estradas gravadas no mapa. - À direita, está a Águas Claras e à esquerda, a Terra do Dente-de-leão. Se esperarmos perto desse ponto de divisão, poderemos ver para onde a quadrilha vai.

 – E então é só seguirmos para a fazenda que eles vão atacar. – complementei.

— Exatamente. É melhor do que esperar em uma fazenda, ver que eles não vão chegar e decidir ir à outra e só aparecer lá depois de terem a atacado.

— Acha que poderemos acabar com todos eles esta noite?

— Não posso afirmar com certeza, garota. Eu sempre dou um jeito de diminuir drasticamente o número deles, mas sempre crescem. O que me leva a crer que é uma quadrilha muito bem organizada.

— Talvez tenha alguém organizando ela.

— É, talvez. Mas não é hora de fazer especulações.

— Mas, Aldo...

— Vamos!

Aldo pegou sua caixa de armas, a abriu, e pegou um rifle para si e outro para mim, e jogou no ar o que era meu para que eu o pegasse. Por muito pouco, ele não caiu no chão.

— Cuidado para não quebrar o meu rifle!

— Mas foi você que jogou...

Sem prestar atenção nas minhas palavras, Aldo abriu a janela e pulou dali mesmo.

— O que está esperando? – perguntou ele.

— Como assim?

— Pule logo, menina!

— Você quer que eu pule?

— Não, eu quero que você passe pela porta da frente para que todo mundo veja você com meu rifle.

— Eu não vou pular da janela, está alto demais!

— Não tenha medo, eu te seguro. – disse, colocando o rifle no chão e estendendo os braços para me segurar.

— Como é que eu vou saber que devo confiar em você?

— Isso não foi nada educado.

— Por que não fazemos assim?... Eu jogo a minha mochila e o rifle que eu tenho daqui e passo pela porta da frente e...

— PULE LOGO!

Com o grito de Aldo, eu me assustei e me desequilibrei da janela, caindo exatamente nos braços do velho.

— Os jovens de hoje só precisam de uma ordem mais firme. – disse ele, rindo sarcasticamente para mim.

*

Fomos caminhando pela estrada principal que se dividia em dois para levar, de um lado, para a Águas Claras e do outro, para a Terra do Dente-de-leão.

Do lado da estrada, havia uma área cheia de árvores, onde nos escondemos para esperar a quadrilha passar.

— Será que eles vão mesmo aparecer?

— Espere só mais um pouco.

Já estávamos muito exaustos e quase caindo de sono (eu estava prestes a usar minha mochila como travesseiro, inclusive) quando vimos um grupo de pessoas indo em direção à fazenda Terra do Dente-de-leão, todos armados e andando em fila, mas devagar e quase calados, para não fazerem barulho.

— São eles. – disse Aldo.

— O que faremos agora?

— Esperamos eles se afastarem mais, e quando estivermos a uma boa distância, atacamos.

Afirmei com a cabeça.

Quando o “esquadrão” já estava a uma distância considerável, praticamente sumindo da nossa vista, resolvemos prosseguir. Seguimos eles até a fazenda Terra do Dente-de-leão. Chegando lá, vimos que eles se alocaram numa mata próxima à área rural, e planejavam seus ataques por lá. Eu e Aldo nos escondemos também naquela mata, mas bem distantes, a maior distância possível que nos permitisse se esconder dos homens e ao mesmo tempo observá-los.

— Escute, eu vou atacá-los diretamente assim que entrarem na fazenda. Mas quanto a você, eu quero que fique aqui, e ataque-os daqui. É perigoso pra você ir até lá.

— Tá, mas...

— Mas o quê?

— Só... Toma cuidado, tá bem?

— Não se preocupe, garota.

Aldo deu um rápido sorriso e se afastou um pouco de mim, se colocando em posição de ataque.

Os homens lá da frente saíram primeiro, todos iam em direção à área da plantação da fazenda. Quando chegaram perto da plantação, Aldo saiu, já atirando e chamando a atenção deles, derrubando com os primeiros disparos já três homens.

Os outros perceberam o ataque do velho e começaram a disparar contra ele, mas Aldo desviava-se dos projéteis como se em sua mente fosse um supercomputador que calculava a velocidade e a posição de cada um deles. Era realmente difícil de acreditar que aquele velhinho não era um super humano.

Quando olhei para a direita, vi alguns homens do mesmo bando se aproximando lentamente de Aldo. Iam atacá-lo pelas costas. Eles já imaginavam que Aldo ia aparecer, por isso armaram uma emboscada.

Eu ia gritar para alertá-lo, mas logo me veio à mente que se eu fizesse isso, iria estragar o nosso plano. Então, em vez de gritar, peguei o rifle que Aldo deixou comigo e atirei nos homens que se aproximavam por trás dele. E apesar de errar alguns tiros, enquanto Aldo cuidava dos que estavam à sua frente, eu o protegia dos homens que tentavam atacá-lo por trás.

Quando vi que não tinha mais ninguém se aproximando de Aldo por trás, dei uma olhada para o que os homens que não estavam enfrentando Aldo estavam fazendo. Eles estavam destruindo as plantações e matando os animais usando uma luva cheia de lâminas (no maior estilo Freddy Krueger). Essas lâminas tinham formatos de garras, o que realmente deixava a impressão de que os animais tinham sido mortos por uma fera.

Aldo matou muitos homens daquele bando e os que ele não conseguiu matar, fugiram.

Aldo fez um sinal pra mim apontando para a saída da fazenda, para que fugíssemos dali. E assim o fizemos.

Procurei sair de onde eu estava imediatamente. Havia um galho com a ponta afiada perto de onde eu estava, a minha mochila prendeu nele e acabou se rasgando numa parte. O rasgo foi bem grande, mas na hora achei que não tinha caído nada do meu material. Estava escuro, não tinha como eu ter certeza.

Olhei para a casa que estava na fazenda e vi que o dono dela tinha acordado, ele abriu a porta da frente e olhou para toda aquela bagunça. O fazendeiro também viu eu e Aldo saindo da fazenda, e imediatamente ligou para a polícia.

— Alô, DP. – disse o fazendeiro. – Minha fazenda foi atacada... Não sei se foi o tal lobisomem, porque eu vi umas duas pessoas correndo pela saída da fazenda.

A polícia demorou um pouco a chegar. Mas nem a polícia, nem o fazendeiro, nem eu, nem Aldo imaginaria que ainda havia por ali um homem do bando que havia atacado a fazenda. Ele estava na área onde eu havia me escondido, tinha sido mandado ali pelo líder para vasculhar para tentar descobrir quem ou o quê tinha ajudado Aldo no confronto daquela noite.

Passando a lanterna pela área, ele encontrou o meu caderninho de anotações, onde, na primeira página, tinha o meu nome completo, o nome da minha escola e uma foto minha de identificação.


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Notas finais do capítulo

E agora?