Os Mistérios do Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 31
No meu travesseiro


Notas iniciais do capítulo

Iniciando a contagem regressiva para o final do primeiro livro.
Espero que gostem de mais esse capítulo.
Boa leitura.



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P.O.V Cameron.

 

Chorei, demorando para processar aquela informação. Não era possível. Meu pai, uma das pessoas com o coração mais puro que eu conhecia, tinha ido embora. Era injusto, era doloroso e complicado demais para tentar fazer sentido. Ele simplesmente tinha ido, para sempre.

A presença de Sammy e, posteriormente, de Phil, nos ajudou muito. Eles nos ajudaram em cada detalhe para que minha família pudesse dar atenção as pessoas que apareciam para prestar condolências e para ficarmos imersos no luto um do outro.

Eu queria o colo de Sammy, queria a atenção dela naquele momento tão doloroso, mas a minha irmã, como sempre, a monopolizava. Eu não tinha forças, vontade e nem a cara de pau de brigar com a minha irmã naquele momento, mas quando Nicholas chegou e Sam se aproximou de mim, senti meu coração um pouco mais quente.

Ela me abraçou e eu me permiti chorar desta vez, envolto e aconchegado nos braços da pessoa que fazia o meu coração bater mais forte. Chorei, não só pela morte do meu pai, mas também pelas incertezas do que aconteceria agora, por ver a minha mãe e a minha irmã sofrer, por todas as burradas que eu tinha feito, pelos momentos que havia negado com meu pai simplesmente por estar passando pela adolescência. Era um misto de emoções que eu não conseguia nem começar a explicar.

Sammy manteve os braços fortemente ao meu redor, sendo meu abrigo, quando eu me sentia mais sozinho. Quando, minutos depois, tive coragem de me afastar, ela segurou as minhas mãos:

—Eu nunca vou conseguir te agradecer por toda a ajuda que você tem me dado. - Eu disse baixinho, beijando a sua testa logo em seguida.

—Você não tem o que agradecer. - Ela me olhou nos meus olhos de forma solidária. - Eu não poderia fazer nada disso se você não tivesse me convencido a ficar em primeiro lugar. - Completou. Sorri fraco. Não conseguiria imaginar como passaríamos por tudo aquilo se Sam tivesse partido para Minessota. - Além disso, é o que família faz.- Fechei os olhos com força, contendo meu desejo de beijá-la naquele momento. O beijo mais incrível e reconfortante que eu poderia pensar.

—Como eu queria poder te beijar agora.- Disse ainda baixinho, para que apenas ela escutasse. Sammy ficou na ponta dos pés e me deu um beijo na bochecha. Aquilo teria que ser suficiente naquele momento.

—Sam. -  Emma a chamou logo antes do enterro começar. Queria que ela ficasse, também precisava de sua atenção, mas não negaria a Emma o suporte da melhor amiga em um momento como aquele.

 

***

Quando voltamos para casa, nos arrumamos para dormir, mas eu sabia que não conseguiria. Emma pediu para dormir com a minha mãe e eu voltei para a sala, para tentar organizar meus pensamentos.

Não muito tempo depois, Sammy entrou na minha casa. Ela se sentou ao meu lado no sofá e abraçou a minha cintura. Seu toque, como sempre, me arrepiou, e eu passei as minhas mãos ao seu redor, a puxando para mais perto. Realmente precisava daquele abraço.

Depois de alguns minutos, ela se afastou. Meu coração estava no chão novamente:

—Eu preciso subir, a Emma…-A cortei, com o intuito de fazer com que ela não se afastasse mais.

—A Emma esta dormindo com a minha mãe, nenhuma das duas estava muito bem.

—Eu imagino. - Trocamos olhares. - Melhor eu voltar pra casa então.- Ela começou a levantar do sofá.

—Não. - Segurei sua mão sem pensar muito. - Eu realmente gostaria da sua companhia hoje.Por favor.

—Cam, não sei se é uma boa ideia. - Desviei o olhar.- Emma pode ficar irritada, achar algo que não é…- A cortei novamente. Estava ficando esgotado desta história.

—O que ela vai achar, Sammy?- A encarei novamente.- Que nos gostamos? Que você como amiga me fez companhia no momento que eu mais precisava?- Bufei e passei a mão pelos cabelos, abandonando o tom levemente irônico.- Além disso, ela está exausta, não vai acordar tão cedo amanhã.

—Tudo bem, Cam. - Ela sorriu de forma sutil e apertou a minha mão contra a sua.- Eu passo a noite com você. - Ouvir aquelas palavras saindo da boca dela me aliviaram.

Depois de nos arrumarmos, eu estava sentado na cama e ela se sentou ao meu lado:

—O que passa na sua cabeça? - Perguntou fazendo com que eu a olhasse. Segurou em minha mão.

—Como eu vou fazer isso sem ele, Sammy? - Eu não sabia o que pensar. - Como eu vou cuidar da minha irmã e da minha mãe? Eu sou só um adolescente idiota.

—Ei. -Ela apertou a minha mão.- Vai ser difícil no começo, mas, com o tempo, vocês vão criar uma nova rotina. Além disso, você não precisa se cobrar tanto. Vocês três vão cuidar um do outro, você não é responsável por ninguém sozinho.

—Eu não mereço você, Sammy. - Respondi, desviando o olhar.- Eu só faço merda.- Recordei da festa.

—Está tudo bem, eu também faço merda. Tudo isso faz parte do ser adolescente. - Como ela podia ser tão incrível?

—Não, Sam. - Bufei. - Eu realmente pisei na bola dessa vez. - Precisava ser honesto com ela, eu sabia disso.

—Tem algo que você quer me contar? - Ela me perguntou com doçura e a olhei novamente. Tentei encontrar as palavras certas repetidas vezes, mas o medo de perdê-la fez com que eu não conseguisse.

—Não sei se estou pronto pra te perder. Não agora.- Eu estava chorando novamente e ela me encarou em silêncio por algum tempo.

—Se for sobre você com outra garota, eu só não quero saber, ok? - Ela respondeu atropelando as palavras.- Apesar de gostar de você não só como amigo, sabemos que não podemos ter nada. - Os olhos delas encheram de lágrimas e meu coração se partiu mais uma vez.- Mas saiba que, se um dia isso - Ela apontava para si mesma e para mim repetidamente.- acontecer pra valer, eu não suporto traição.

—Tudo bem, Sammy. Anotado. - Respondi cabisbaixo. Eu realmente queria que ela não descobrisse da pior forma e me julgasse por isso posteriormente, mas outra parte da sua fala me chamou atenção.-Você realmente acha que podemos acontecer um dia?

—Eu espero que sim, Cam.- Ela bufou, seu olhar penetrava a minha alma.- Eu gostaria disso.

—Eu também gostaria disso.

Dito isso, eu segurei seu queixo e encostei a minha boca na dela lentamente. Ela aprofundou nosso beijo e eu comecei a chorar novamente. Era injusto que eu estivesse sofrendo por não aproveitar suficiente alguém que não estivesse mais vivo, mas, ao mesmo tempo, ter alguém ali, que me queria e que eu queria de volta, mas não pudéssemos aproveitar devidamente. Quando nos afastamos, deitei em seu peito, a abraçando, enquanto ela me fazia cafuné.

No dia seguinte de manhã, quando o sol bateu no meu rosto, a sensação do colchão, agora menos tencionado, denunciou a partida de Sammy, mesmo com o cheiro de seu shampoo ainda impregnado no travesseiro.


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Notas finais do capítulo

Eai?!?! Compartilhem comigo o que estão achando até agora.
Fiquem atentos no sábado pq vou lançar um desafio para poder liberar o epílogo pra vocês.
Um beijo e até



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