No dia seguinte após o ataque do Cavaleiro de Fogo e Dócrates, os 10 cavaleiros de Bronze ainda se reuniram com Saori e Tatsumi para o café da manhã no refeitório da Fundação Graad e discutiam sobre os próximos passos que iriam seguir dali pra frente visando um objetivo comum.

O primeiro assunto foi sobre o que seria feito da armadura de ouro de Sagitário e quem deveria ser o responsável por ela de acordo com a vontade de Aiolos.

Tatsumi tomou a palavra e disse:

— Se o torneio galáctico não tivesse sido interrompido, as próximas lutas seriam entre Seiya x Hyoga e a outra seria entre Shun x Ikki.

Shun se manifestou e disse:

— Eu não vou lutar contra meu irmão. Entendo que existência desse torneio foi vontade de Aiolos, antigo cavaleiro de Sagitário, mas não vejo sentido em lutarmos entre nós pela armadura de ouro.

Hyoga também deu a sua opinião:

— Aiolos deve ter idealizado esse torneio para unir os cavaleiros desta época e premiar o vencedor que seria como um líder para nós.   Quando eu cheguei aqui, estava bastante confiante de que eu poderia ser o vencedor porque Seiya foi muito ferido na batalha contra Shiryu, mas depois que enfrentei Ikki e fui derrotado em nosso primeiro combate, acredito que eu não seria o vencedor deste torneio.

Ikki tomou a palavra:

— De fato acreditei que eu pudesse ser o mais poderoso dentre os cavaleiros de bronze, mas quando enfrentei Seiya, não pude derrotá-lo porque a armadura de Sagitário o protegeu.   As partes da Armadura se juntaram por si só para impedir que meu ataque atingisse o Seiya.

Seiya, que ainda não tinha terminado o seu desjejum, interrompeu:

— Eu não teria te vencido se não fosse pela ajuda de Shiryu, Shun e Hyoga durante o nosso combate.

Saori tomou a palavra e disse:

— Embora o torneio galáctico não seja mais retomado, entendo que a armadura de sagitário deverá ficar sob a sua reponsabilidade Seiya, pois, como Ikki disse, ela te protegeu no Combate entre vocês e por isso, acredito que você deverá protegê-la daqui para frente até descobrirmos nossos objetivos com ela a favor da Terra e da Humanidade.

Shiryu consentiu dizendo:

— Concordo com Athena, Seiya.  Você é um guerreiro corajoso, persistente e possui um cosmo de grande poder que evolui a cada combate.  Entendo que a armadura deve ficar sob sua custódia.

Hyoga e Shun também consentiram acenando com a cabeça e Ikki, apesar de estar mais indiferente com a discussão, já havia dado a sua opinião ao descrever que a armadura havia protegido o Seiya.

Os demais cavaleiros de Bronze Geki, Ichi, Ban e Nachi não manifestaram opinião mas também concordaram em deixar que Seiya ficasse como o responsável pela armadura de ouro, com exceção de Jabu, que ainda não aceitava ter sido derrotado tão facilmente por Shun e ainda teria o Seiya como uma espécie de “líder” dali pra frente...

Seiya se sentindo lisonjeado respondeu:

— Agradeço a confiança em mim depositada por vocês e prometo que que farei tudo o que estiver a meu alcance para proteger a Armadura de Ouro de Sagitário e principalmente a você Athena – Falava essas palavras com reverência a Deusa.

Naquele momento Athena expandia seu cosmo permitindo que todos sentissem a harmonia de seu poder e sabedoria e continuou seu discurso:

— Gostaria de conceder a vocês o dia de hoje como um dia livre para que cada um de vocês se sintam a vontade para irem onde quiserem.  Mais tarde gostaria de falar em particular com cada um de vocês para definirmos nossos próximos passos e como a minha fundação poderá colaborar com a evolução de vocês como Cavaleiros de Athena.

Todos consentiram e se separaram.

Seiya foi para o orfanato se encontrar com Miho e as crianças.  Hyoga também foi ao orfanato procurar por Eiri.  Shiryu passou o resto do dia com sua amada Shunrei que havia permanecido no japão a espera de seu companheiro até que ele pudesse regressar à China. 

Shun e Ikki decidiram ir ao cemitério para visitarem o túmulo de sua mãe. O coração de Shun saltava de seu peito. Fora do comum, estava repleto de alegria, pois seu irmão Ikki, que no passado reaparecera como inimigo, erguendo seu punho contra ele, estava em pé ao seu lado como um estimado aliado. Contemplavam a lápide de sua querida mãe e isto era como um sonho para Shun.

— (Antes de meu irmão ser enviado em meu lugar a Ilha da Rainha da Morte, e eu a Ilha de Andrômeda, nunca havia tido algo como isto). - A mente de Shun imergiu-se em lembranças calorosas quando, repentinamente, uma lágrima escapou de seus olhos. E ikki percebeu.

— Não chore, Shun, se chorar pelo amor de nossa mãe ela não poderá descansar profundamente e em paz. Você não se recorda do rosto da mamãe, não é?

— infelizmente não. Como ela era?

— Normal, mamãe morreu muito cedo, quando você ainda era um bebê.  Ela se parecia com você.

— Comigo?  - Perguntava Shun surpreso.

— Sim Shun.  Tinha a mesma pacificidade e bondade que você sempre teve e muitos traços de seu rosto a lembram.  A última vez que a vi ela me pediu para que eu prometesse que cuidaria de você e te protegeria.  Parecia que ela já pressentia a sua morte.

— Estou muito feliz por estar comigo neste momento, ao meu lado, irmão... e, de agora em diante, por um longo tempo, não é?

Ikki não respondeu, na verdade ele não fazia planos de andar junto ao grupo de Seiya, mas matéria sua promessa com sua mãe de que sempre protegeria seu irmão quando estivesse em perigo.  Nesse momento Ikki tirou o pingente de seu pescoço com os dizeres “Ever Yours” e entregava ao seu irmão.  - Essa é a última lembrança que a nossa mãe deixou a você.

— Obrigado irmão.  Sempre guardei esse pingente como algo muito precioso. Sempre senti uma forte energia vinda desse objeto nos momentos que mais precisei. Prometo não me afastar dele enquanto eu viver...

No caminho de volta à mansão Graad passaram por uma praia e ali ficaram durante a tarde ainda conversando sobre o destino que os guiaria dali para frente.

Shun perguntou a Ikki o que ele achava sobre proteger Athena e ter Seiya como “líder”.

Ikki respondeu:

— Não gosto de andar em grupos,  Shun.  Não aceito receber ordens de ninguém ...   Entendo meu dever como Cavaleiro e não vou traí-los, mas não permanecerei a todo o tempo junto a vocês.

Shun se entristeceu e disse:

— Mas para onde você vai? Porque não podemos ficar juntos?

— Não se preocupe Shun, Não vou abandoná-lo.  Sempre estarei ao seu lado quando precisar de mim. Acredito que você deve permanecer junto ao Seiya e os outros.  Certamente teremos inimigos que irão nos enfrentar a qualquer momento.

— Esta bem, irmão.  -  Consentiu o mais novo

— Apenas quero que me prometa Shun, que por maior que seja a sua bondade em não querer ferir seus inimigos, nunca deixe de lutar contra as forças do mau que existem neste mundo!  Esse é nosso dever como Cavaleiros! Se hesitar em derrotar seu adversário, muitas outras pessoas inocentes irão se ferir, nunca se esqueça disso.

Shun concordou com o mais velho.  Embora seja difícil para ele encarar a idéia de ter que assassinar seu oponente, era o seu dever como Cavaleiro a favor da Justiça.

Ikki complementou olhando para as ondas do mar naquele fim de tarde:

— Por mais que a sua constelação protetora o conduza ao sacrifício, nunca desista da sua vida. Acredito que nós somos fortes o suficiente para mudarmos o nosso destino aconteça o que acontecer.

Shun se sentia muito mais seguro com as palavras e com a companhia de seu irmão. Apenas se entristecia ao pensar que não teria a sua presença por tanto tempo, mas respeitava a vontade do mais velho.

Ao retornar para a Mansão, Saori conversava com seus cavaleiros relevando suas vontades e particularidades planejando como cada um deles serviria a sua Deusa conforme suas expectativas.

Jabu não conseguia esconder seu descontentamento de não ser um dos mais importantes Cavaleiros.  Ele lamentava por não estar no mesmo nível  de Seiya e decidiu voltar ao seu centro de treinamento para aprimorar suas técnicas para assim servir a sua Deusa com mais eficiência.

Assim como Jabu, Geki, Ichi, Ban e Nachi também tomaram a mesma decisão e prometeram voltar a serviço da Deusa após se recuperarem de suas derrotas recentes.  Antes deles se despedirem, Kiki se ofereceu a ajudá-los a consertarem suas armaduras com a ajuda de seu Mestre Um assim como fez Shiryu com as armaduras de Pégaso e Dragão.  Todos consentiram em irem primeiramente com Kiki para Jamiel e depois cada um para seus centros de treinamento para se aprimorarem.

Shiryu pediu para que pudesse retornar à China para ter com seu Mestre que considerava uma pessoa muito sábia e poderia passar informações importantes sobre o mau que existia no Santuário.

Hyoga pediu permissão para retornar para a Sibéria porque teve notícias de que seu antigo mestre, O cavaleiros de Crystal havia voltado do santuário com atitudes estranhas.

Ikki disse que ficaria mais alguns dias na mansão e depois partiria para as ilhas Canon no Mediterrâneo e tentaria descobrir sobre os planos do Santuário.

Seiya pretendia permanecer na mansão e proteger sua Deusa e a Armadura de Sagitário.