Amor entre irmãos. História de Shun e Ikki escrita por Elaine Cristina
Notas iniciais do capítulo
Encerrada a batalha dos cavaleiros negros contra os cavaleiros de Bronze, Seiya se comunica com a Saori e pede para que fosse enviado um helicóptero para resgatá-los.
Agora que os 5 cavaleiros de Bronze estão finalmente unidos, novos desafios surgirão.
Shun já estava fora de perigo, mas ainda precisava de cuidados médicos por ter perdido muito sangue. Ele jazia nos braços de Fênix que o protegia com suas “asas” acolhedoras em seu entorno velando o descanso do irmãozinho. Shun parecia um anjo dormindo encostando a sua cabeça entre o pescoço do mais velho que não o largaria por nada naquele momento. Ikki queria levar Shun embora com ele, tinha vergonha de voltar para a Fundação por tudo que aconteceu, mas aceitou aguardar o resgate e voltar com os demais para levar seu irmão ao Hospital da Fundação para que ele se recuperasse mais rápido.
Seiya e os outros ficam muito felizes pelo reencontro dos irmãos e pelo Shun que estava a salvo. Ikki, mais aliviado, diz aos outros Cavaleiros:
— Obrigado por terem me ajudado a salvar o meu irmão.
Seiya reponde:
— Não precisa nos agradecer. Ele é nosso amigo e teria feito o mesmo por qualquer um de nós.
Shiryu e Hyoga consentem.
— Somos como uma família e lutamos uns pelos outros. – Dizia o Dragão.
Ikki, ainda sentindo remorso pela situação responde:
— Prometo que ainda vou reparar o mau que causei a todos vocês.
Os demais cavaleiros de Bronze recolhiam as partes da armadura de Ouro de Sagitário e da armadura de Andrômeda que estavam espalhadas.
Nesse momento Seiya sente falta do Elmo da armadura de Sagitário e pergunta pra Ikki onde ele estava.
Ikki responde que a última vez que o viu estava do lado do cadáver do Fênix Negro que fora derrotado por ele. Seiya vai até o local, mas não encontra o Elmo. Ele encontra uma tábua de madeira com uma escrita que não conseguia interpretar. Pégaso traz a tábua e mostra para Ikki dizendo:
— Encontrei apenas isso ao lado do Cavaleiro Negro. Seiya mostra os dizeres...
Ikki entendeu o significado que estava no idioma nativo da Ilha da Rainha da Morte e reponde:
— Os cavaleiros negros ainda não foram todos extintos. Mas não se preocupe Seiya, vou recuperar esse Elmo para você, eu prometo. - Ikki decifrou a escrita que significava “Aguardo seu retorno para a Ilha da Rainha da Morte, ass: Jango”
Seiya perguntou:
— O que isso significa Ikki? Ele responde:
— Ainda sobrou um líder acima do Fénix Negro chamado Jango. – Respondia o Fênix. Eu já o derrotei uma vez quando conquistei a minha armadura sagrada, mas parece que ele quer uma revanche... De qualquer modo eu te dou a minha palavra que vou recuperar esse Elmo para você, Seiya. Lamento por ter me descuidado. Quando derrotei Ritahoa, só pensava em salvar meu irmão e nem me lembrava mais desse Elmo da Armadura de Ouro que deixei pra trás.
Shiryu compreende perfeitamente e responde:
— Você está certo Ikki. O Elmo podemos recuperar depois, mas a vida do seu irmão tinha que ser naquele instante. Não se preocupe, também iremos com você nessa batalha.
Ikki se sentia muito grato pela compreensão dos companheiros e pela disposição deles estarem juntos para uma próxima batalha. Apesar dele não gostar de andar em grupo, estava se sentindo bem com a companhia dos demais cavaleiros de Bronze que o aceitaram como mais um membro daquela “família”. Ikki não estava acostumado a ter companheiros tão leais e acolhedores que se importavam tanto uns com os outros. Para quem treinou no Inferno, nunca jamais presenciou aquele espírito de fraternidade como daqueles Cavaleiros.
O céu se nublava e começou a cair uma chuva branda naquele local. Ikki olhava pro céu e agradecia aquele momento. Ele sentia que aquela chuva leve veio em boa hora como sinal de sua purificação. Deitou o irmão de costas para o seu peito e deixava cair a água cristalina sobre ele ajudando a limpar as feridas do corpo do irmão que ainda estava todo ensanguentado. No peito de Shun estava o pingente com os dizeres “Forever Yours” que Ikki acreditava ser um objeto de sua mãe que deu ao seu irmãozinho quando tinha apenas 1 ano de idade depois que a mãe deles morreu.
Ikki via aquele sangue escuro escorrer deixando visível a pele branca do corpo do irmão mostrando algumas cicatrizes dos ferimentos que o guerreiro sofreu no decorrer de seu treinamento até se tornar o Cavaleiro de Andrômeda. Ikki sentiu orgulho de seu irmão e compreendeu que ele não foi o único que passou pelo Inferno. Todos ali presentes sofreram muito e arriscaram suas vidas para se tornarem Cavaleiros. Ikki aceitou o destino que o levou a se tornar o poderoso Fênix e falava em seu pensamento “prometo que o seu sangue não foi derramado em vão, eu vou cuidar de você meu irmão”. Ikki se recordava de muitas lembranças de sua infãncia com seu irmão e demais companheiros. Parecia que ele tinha acordado de um pesadelo.
Já passava mais de 30 minutos e Seiya, imperativo como sempre, estava impaciente naquele final de tarde. Ligava a cada 5 minutos para Saori informar sobre a previsão do resgate. Ele atirava alguns meteoros para iluminar o Céu e mostrar a localização deles até que se ouviu o barulho do Helicóptero chegando.
Os 3 “Bronze boys” juntaram as partes das armaduras de Sagitário e de Andrômeda e levaram até o Helicóptero. Ikki carregou o irmão nos braços e o entregou aos 2 médicos que estavam a Bordo para acolhê-lo. Shun estava pálido, e com um pouco de febre, mas seus sinais vitais estavam estáveis. Por precaução o médico colocou uma máscara de oxigênio para que ele respirasse melhor durante o trajeto até Hospital alertando que o cavaleiro precisaria de uma transfusão de Sangue. O médico tirou o pingente do peito de Shun e o deu para o seu irmão guardá-lo, pois evitavam de deixar objetos pessoais no paciente. Ouvindo sobre a transfusão Ikki perguntou:
— Eu sou irmão dele, será que posso doar parte do meu sangue pra ele?
O Doutor respondeu:
— É bem provável que sim. Normalmente irmãos costumam ter o mesmo tipo sanguíneo. Mas para saber precisamos pegar uma amostra do seu sangue para testar.
Ikki se prontificou a oferecer essa amostra na mesma hora. O médico tirou um tubo do sangue da veia dele através de uma seringa e disse que chegando ao Hospital eles fariam os testes de compatibilidade.
Ikki foi durante todo o trajeto ao lado do irmão segurando a sua mão.
Shiryu também se sentia muito fraco depois de ter perdido boa parte do seu sangue para restaurar as armaduras de Pégaso e Dragão e por ter travado várias batalhas em seguida. O médico o examinou e também orientou sobre a necessidade de receber sangue também.
Durante o Trajeto, Seiya se comunicava com Saori e explicava tudo o que ocorreu nas batalhas e falou que Ikki havia se tornado um aliado. Ela ficou muito contente e pediu para que ele fosse acolhido na sua mansão quando chegasse.
Chegando na Fundação eles saíram do Helicóptero. Shun e Shiryu foram para o Hospital da Fundação e os demais iriam para a mansão Kido que ficava próximo. Ikki queria ficar com o irmão, mas não podia entrar junto com os médicos. Ainda precisaria esperar sair o teste do sangue para saber se ele poderia ser doador para o seu irmão e isso ainda ia demorar. Seiya o chamou para irem para a Mansão:
— Venha conosco Ikki , os médicos cuidarão de seu irmão e de Shiryu. Vamos para a Mansão, você também será acolhido pela Saori assim como todos nós.
Ikki relutou bastante em ir com Seiya e Hyoga, pois não se sentia bem em ter que encarar a Saori e o Mordomo que no passado havia lhe feito mau, mas devido a insistência de Seiya e Hyoga ele acabou aceitando.
Chegando na mansão, Saori os receberam com muita alegria. Agradeceu a presença de Ikki que ainda estava “sem graça” e ofereceu as acomodações da casa aos cavaleiros.
Saori disse a Ikki:
— Fico muito feliz por você ter voltado para nós Ikki. Tenho certeza de que seu irmão também está muito feliz e faremos tudo o que for possível para ele se recuperar rápido. Você é a pessoa mais importante na vida dele. Acredite, não tivemos a intensão de lhe fazer nenhum mau. Meu avô sempre disse que para alcançarmos um objetivo temos que passar por muitas provações e quanto maior a provação, maior seria o resultado alcançado.
Ikki consentiu e agradeceu a hospitalidade da anfitriã.
— Obrigado Sra Saori Kido. Prometo trazer de volta a você o Elmo da armadura de Ouro como prova da minha remissão. Só quero acompanhar a recuperação do meu irmão e partirei para esta missão.
Saori o agradeceu e ofereceu o quarto de Shun para que ele se acomodasse lá enquanto seu irmão ficasse no Hospital. Ela providenciou roupas ao Cavaleiro recém chegado e disse que ele podia se sentir em sua casa. Ikki adentrou ao quarto do seu irmão, estava tudo organizado e limpo. Viu um porta retrato com a foto deles quando eram pequenos. Ikki se recordava aos poucos de toda a sua infância com seu irmão que havia sido esquecida após a “lavagem cerebral” que ele passou na Ilha da Rainha da Morte. Ikki deixou o pingente “Forever Your” do seu irmão ao lado da medalha e foi para o chuveiro.
Após tomar um bom banho, Ikki se sentiu renovado. Aquele era o começo de uma nova vida que ele queria viver com a Integridade de um verdadeiro Cavaleiro da Justiça.
Seiya e Hyoga já estavam prontos para o jantar no andar de baixo da mansão. Saori chega e ouve Seiya discutindo com Tatsumi sobre o resultado da missão. O mordomo resmungava que eles haviam perdido a parte do Elmo da Armadura e por isso a missão não foi concluída com sucesso. Seiya respondia:
— Fizemos o melhor que pudemos. Distraímo-nos quando fomos socorrer ao Shun que quase morreu e não percebemos quando o Elmo foi roubado. Mas, Ikki disse que vai recuperá-lo e confiamos nele.
Ouvindo ao Seiya, chegava Saori dizendo:
— Fizeram muito bem Seiya. A vida de vocês é mais importante do que a armadura de ouro. O importante é que vocês estão todos bem. Também acredito que podemos confiar em Ikki.
Ouvindo discretamente a conversa, Ikki descia as escadas da mansão e se encontrava com demais para jantar. Ao ver Ikki o mordomo tremia de medo, pois se lembrou da ameaça do Fênix quando queria se vingar das surras que levou no passado. Mas Ikki nem o encarou, apenas o ignorou e respondeu aos demais:
— Podem ter certeza que vou trazer o Elmo de volta a vocês, eu prometo.
Seiya estava impaciente e com muita fome. Não conseguia esconder a sua ansiedade sendo sempre o primeiro agitar o jantar.
— Bem, então podemos jantar, não é? Hoje tivemos uma missão bem desgastante, espero que sejamos bem servidos... – Resmungava o Pégaso como sempre sem muita cerimônia.
Saori, já acostumada com a espontaneidade do Seiya, respondeu rindo:
— Claro Seiya! Vocês merecem muito mais por essa vitória. – E assim, Saori ordenou para que fosse servido o jantar.
Durante o jantar Saori perguntou sobre o Shun. Queria entender como ele se feriu. Ikki explicou que o irmão interviu em sua luta para protegê-lo, venceu o oponente, mas devido a sua ingenuidade e bondade, teve misericórdia do inimigo e este se aproveitou da situação para o enganar e o contra atacar. Ikki disse que ele só foi abatido porque preferiu protegê-lo se expondo ao ataque do inimigo.
Saori se comoveu com a atitude do Nobre Cavaleiro e disse:
— Realmente ele tem um coração muito bom. Ele sempre foi assim desde pequeno.
Seiya complementou:
— E ele é capaz de fazer qualquer coisa por você Ikki.
— É verdade – Ikki respondeu se orgulhando se seu irmão. Ele sempre está disposto em se arriscar e até mesmo em se sacrificar pelos outros. Ele prefere sofrer do que provocar sofrimento nos outros. É isso o que mais me preocupa... – respondia o irmão apreensivo.
Saori elogiou muito a postura do Andrômeda e se prontificou a oferecer tudo o que fosse preciso para a melhora dele.
Voltando ao Hospital, Ikki esperava por notícias de seu irmão. Seiya e Hyoga também foram para encontrá-lo e também para saber sobre o Shiryu.
O Dragão já havia recebido alta após uma transfusão de sangue e estava em repouso em um quarto tomando soro. Shunrei, sua companheira, velava o sono do Dragão.
Seiya e Hyoga estavam com Ikki quando o médico retornou e perguntou ao grupo:
— Quem de vocês é irmão do Cavaleiro?
Ikki se anunciou:
— Sou eu Doutor.
O Médico disse que o sangue dele era compatível ao do seu irmão e autorizou a fazer a transfusão. Shun já havia recebido transfusão de sangue com o estoque que havia no Hospital, mas ainda não era o suficiente, então o irmão supriu essa necessidade oferecendo o seu próprio.
Seiya e Hyoga voltaram para suas acomodações e Ikki passou aquela noite com seu irmão no Hospital que se recuperava mais rapidamente após receber o seu sangue.
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Ikki se prepara para seu novo confronto contra os remanescentes cavaleiros Negros que o aguardavam de volta à Ilha da Rainha da Morte.