Nós estávamos andando por Hogsmead naquele fim de semana, ela corria na frente. E depois voltava para junto de mim e Albus.

Os dias de passeio eram os melhores. Seu sorriso não parava de encantar a todos em volta. Eu mantinha as mãos enfiadas em meus bolsos. Albus tinha os braços cruzados atrás da cabeça.

— Parece que é sempre a primeira vez dela. – seu primo diz rindo.

— Ela sempre compra um monte de doce jurando que vai durar até a próxima visita. Nunca dura. – Digo percebendo que a garota do all star azul corre em minha direção.

Ela esta usando uma camisa xadrez verde e preta. Por cima de mais uma camiseta de banda trouxa. Mas o meu acessório preferido está em seus pés. O tênis azul chamando atenção contrastando no tecido preto da calça. Seus cabelos soltos brincando em seu rosto pintado de sardas como se fossem estrelas.

Sinto seu braço envolvendo o meu.

— Dedos de Mel avista! – Ela me puxa me obrigando a correr.

Corremos enquanto Albus dá risada de mim.

Paramos em frente a loja de doces. E consigo nos enxergar pela vidraça. Nosso reflexo chama me intensão. Somos tão diferentes. Rose me encara através do vidro. Analisa minha roupa. Estou com uma calça comum e uma blusa de mangas compridas. Nossa cor em comum é o verde. Ela bate com o all star azul em meu preto. E estou preparado para dizer o quanto combinam.

— Meu all star azul combina com o seu preto de cano alto. – Rose diz sorridente.

E como sempre ela é mais rápida do que eu. Deita sua cabeça em meu ombro.

— E nossas blusas também combinam. – Ela continua sorrindo.

Esperamos Albus se aproximar. Então entramos na loja, ela maravilhada pegando um de cada. Eu ainda tentando entender como todas as nossas diferenças pareciam combinar uma com as outras.

Pego alguns doces por me certificar que mesmo quando os dela acabar eu ainda terei um caramelo para oferecer, ou um pedaço de chocolate. Nos dias ruins os chocolates pareciam resolver a maioria dos problemas.

Quando saímos damos uma ultima olhada em nossos reflexos. Juntos.

— Somos uma combinação perfeita. – Ela continua com o braço envolvido no meu.

Penso o quanto isso poderia ser impensável. Em outro momento, quando ele não conseguia fazer muitos amigos, ou aceitar tanto contato.

— Somos grandes amigos. – digo de uma maneira simples e sincera que ela parece ponderar.

A garota do tênis azul volta a encostar a cabeça em meu ombro e resmunga algo que não compreendo. Mas que lembra muito a palavra “tapado".

— O Que? – questiono curioso.

Ela balançou a cabeça dizendo que não era nada. Seguimos o caminho. Agora iríamos passear pelas ruas esperando o momento de voltar para o castelo.

Terminamos o dia exaustos. Eu com doces reservados para cada uma das Roses que apareceriam durante as semanas. Ela com a certeza de que combinavam em cada detalhe que nossos reflexos revelavam.

Éramos, no geral, um trio. Mas naqueles momentos específicos, éramos uma dupla.