What if? escrita por Bianca Rogers


Capítulo 1
Before you go


Notas iniciais do capítulo

Hi there!

Essa é a minha primeira história sobre o casal... muitas janelas ficaram em aberto durante o desenvolver da série, assim como algumas perguntas.

E se a Jane tivesse se mudado para a califórnia?

Cada capitulo é representado por uma música, a qual deixarei o link nas notas iniciais de cada um, e para quem quiser, a playlist completa.

Vale lembrar que a história ainda está em desenvolvimento, então o número de musicas não representa necessariamente a quantidade de capitulos :)

Espero que gostem. Criticas, elogios e sugestões serão sempre bem vindas!

Link social spirit: https://www.spiritfanfiction.com/historia/what-if-19506414

Música do capitulo: https://www.youtube.com/watch?v=WUyWHjdp6oo

Playlist da história: https://open.spotify.com/playlist/7dD4sxl82HbG94FR6yzY65?si=imsw9K5xSL2H4ldPb1zykQ



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“Jane… não vá para a Califórnia. Fique aqui comigo. Eu te amo”.

 

 

6 meses depois.

 

 

Confusão, Adrenalina, Medo, Descrença, Alerta, Pânico, Desespero.

 

Quando saiu daquela mala na Times Square, essas seriam algumas das palavras utilizadas por Jane Doe para explicar como se sentia. Sua mente processada um turbilhão de informações desconexas, tentando de forma falha explicar o que e por que determinadas coisas estavam acontecendo. E não tem sido diferente desde então.

 

Mayfair, David, Markus, Oscar, Oliver, Roman, Sheperd.

Carter, CIA, Keaton, Nas Kamal, Hirst.

Zapata, Reade, Patterson… Kurt.

 

Figuras que insistem em assombrar seus pensamentos noturnos. “Pensamentos, não sonhos”. Jane se recusava a classificá-los dessa forma. Acreditava e defendia que sonhar era algo bom demais para se associar a imagens tão tenebrosas, e que todas as noites em claro eram consequências de maus pensamentos, não sonhos. Há muito tempo não sonhara.

 

Falando em si, onde estava agora?

 

Califórnia. Especificamente, uma praça próxima ao escritório local do FBI. Muitas coisas mudaram nesses últimos meses.

 

Depois de derrubarem Sandstorm, Jane teve uma escolha importante a fazer: Ficar, lidar com todas as consequências do que havia acontecido, e continuar; Ou ir embora. Recomeçar do zero novamente. Nova identidade, novo trabalho, nova moradia.

 

E foi isso que ela escolheu.

 

Depois de se certificar que seu parceiro estava bem do ferimento na perna - (ato o qual ela não fez pessoalmente. Patterson a manteve informada enquanto a mesma tinha sua conversa com Hirst) - e de que todos estavam em segurança, ela partiu. A idéia de um novo recomeço martelava há dias em sua mente, e os acontecimentos das últimas horas só fortaleceram sua decisão: era hora de fazer suas próprias escolhas.

 

“Você não escolheu nada disso. Sua vida inteira foi moldada ou pressionada por escolhas dos outros. Agora é só você, Jane.” a fala de Keaton naquele dia se manteve presente durante toda a viagem, e agora, por meses.

 

Havia feito sua escolha, e embora houvesse momentos em que seu coração lhe dissesse o contrário, sua mente estava convicta de ter feito o certo. Muitas pessoas haviam se machucado ou perdido vidas por suas escolhas passadas. Era hora de dar um basta nessa rotina destrutiva.

 

6 meses foram necessários para colocar eixos em seu caminho. Ela não estava no FBI, obviamente. Haviam lhe dado uma nova identidade, moradia, roupas e alguns certificados. Dentre eles o que ela mais se alegrou: especificação para aulas. Professora de artes marciais. Irônico. Não era o trabalho dos sonhos, porém mais do que suficiente para ampliar seus horizontes. 

 

Havia assinado centenas de documentos se comprometendo a manter em sigilo tudo que viu e ouviu durante seu auxílio, assim como, se comprometeu a manter distância de tudo que tivesse ou pudesse haver envolvimento federal.

 

Aqui, ela era Olívia Dawson, Americana, professora de artes marciais para jovens do bairro e nas horas vagas, tatuadora no centro. Novamente, irônico.

 

“Jane… não vá para a Califórnia. Fique aqui comigo. Eu te amo”.

 

Com licença, a senhorita gostaria de pedir mais alguma coisa?— Seus pensamentos foram interrompidos pelo jovem rapaz, que educadamente a lembrou de que estava há tempo demais ocupando a mesa.

 

Oh, não, Obrigada.— devolvendo a sutileza, deixou algumas notas sobre o vidro e lhe sorriu, caminhando para fora do café. Novamente, seus olhos varreram o local.

 

Era um dia agitado e ensolarado, típico clima californiano. Tratou de ajeitar os óculos sobre os olhos e caminhou dentre as pessoas. No começo foi difícil, mas já havia se acostumado com alguns dos olhares curiosos sobre seu corpo tatuado. Mas diferente de Nova Iorque, isso era comum aqui.

 

Checou suas mensagens e agenda diária, se atentando a aula que deveria realizar ao final da tarde. “Tempo suficiente para descansar” ela pensou.

 

Mal sabendo o que estava por vir.

 

Cientistas e filósofos costumam dizer que o corpo humano está naturalmente programado para detectar situações de perigo. Nossa pele se arrepia, os ouvidos ficam atentos e os olhos espertos a qualquer sinal de que há algo de anormal no ambiente. Jane sabia disso melhor do que qualquer um. Sua vida era uma constante vigilância.

 

Caminhava pelas ruas intrigada com a sensação. Quando entrou naquele avião com novos passaportes, documentos e dinheiro, estava ciente de que as coisas seriam diferentes a partir dali. Sabia que estava por si só e que se algo acontecesse, teria de defender seu território sozinha. Essa foi sua escolha.

 

O inicio fora difícil, como já imaginava. Estava acostumada a ter alguém ali para decidir por ela. Onde trabalhar, onde morar, o que vestir e às vezes o que comer. Sempre foram decisões das quais ela não teve oportunidade de opinar.

 

Keaton lhe ajudou com o básico; dicas de onde morar, onde trabalhar, e até o nome. Mas ao final, foram suas escolhas. Ela decidiu por si. Talvez algumas de suas escolhas não fossem as melhores – a falta de experiência lhe causou alguns empecilhos – mas estava contente com o que havia construído.

 

Inerte aos pensamentos, Jane seguia pela calçada em direção a sua nova moradia até algo despertar seus instintos oprimidos.

 

Gritarias.

 

Retirou os fones e instintivamente sacou da arma que estava em sua bolsa. “old habits die hard”. Correu dentre as pessoas que apressadas tentavam se distanciar e finalmente se deu conta do que estava acontecendo: Fogo. Chamas altas e vivas se espalhando pelo local. Confusa e atordoada pelo cheiro químico que pairava sobre o ar, ela tentou se aproximar.

 

Escolha errada.

 

Tiros foram disparados e mais gritos atordoaram seus ouvidos, e Jane só teve tempo para correr e se esconder atrás de um dos veículos parados sobre a rua. Sirenes já ecoavam aos fundos e ela agradeceu mentalmente pelo reforço, mas não iria esperar para agir.

 

Gritando para que pedestres livrassem o caminho, ela atirou. De novo e de novo, abrindo caminho. Um, dois, três figuras armadas e encapuzadas foram ao chão, mas não fora rápida suficiente para que a quarta não lhe alcançasse.

 

Dor.

 

Um gemido lhe escapou a garganta quando ela caiu, imediatamente agarrando o ombro esquerdo. Embora atingida, não iria e nem poderia parar. As chamas estavam se espalhando do interior para fora do local que deveria ser sua "casa-segura".

 

Segurança.

 

Ela respirou fundo ao sentiu o ar lhe faltar aos pulmões e o controle deslizar por seus dedos. Precisava manter a calma. Sem colete, reforços e com pouca munição, acabaria morta no meio da rua se não arquitetasse um plano. E rápido.

 

Mas como? Como manter a calma? Esse era seu lar, era a sua vida sendo reconstruída, era sua casa. Tudo isso desmoronando novamente.

 

Sua casa.

 

Inevitavelmente sua mente a levou de volta para Nova Iorque, para a rotina do FBI, para seus amigos, e para ele. Deus… o que ela não daria para tê-lo ao seu lado lhe dizendo que tudo ficaria bem, abrindo seu caminho e cobrindo suas costas como em todas as missões que tiveram juntos?

 

Foi ali abraçando o próprio corpo em pensamentos que a morena jurou estar fazendo parte de alguma piada infame do universo. Não podia crer no que seus ouvidos ouviram.

 

Não podia.

 

 

 

Ele não podia estar realmente ali.

 

 

 

 

 

 

— Jane?


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Notas finais do capítulo

Quem será a pessoa a saber a verdadeira identidade de Olivia Dawson?

I see you when I see you ;)



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