A Roda da Fortuna escrita por Vatrushka


Capítulo 4
Alunos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791516/chapter/4

 

Slora estava em sua mesa, aguardando os alunos terminarem o exercício.

Observou a janela. Neville lhe fizera a gentileza de preencher todo o parapeito com heras - além de ocupar os cantos da sala com samambaias e liríopes. Conseguia sentir o ar muito mais leve, e o ambiente muito mais agradável.

A professora fizera questão de ensinara ler tarot primeiro - lógico. Era sua ferramenta preferida, na qual tinha a maior habilidade. A maior parte dos alunos encontravam-se entusiasmados, cochichando suas descobertas e acertos entre si.

Foi em uma particular mesa da esquerda, na qual haviam dois meninos sonserinos sentados, que sentiu uma certa energia negativa emanando.

"Que estupidez." Ouviu um murmurar. "Isso é inútil. Uma baboseira, enrolação para ganhar dinheiro."

"Embora eu confesse gostar de dinheiro, cavalheiros," Slora interrompeu-os em um tom determinado, ainda confortavelmente acomodada em sua cadeira. Os dois foram surpreendidos, com os olhos arregalados. "não acredito que seja uma atitude saudável desqualificar o trabalho alheio apenas porquê não nasceu com o dom para fazê-lo."

Os outros alunos se olharam entre si, segurando as risadas. Slora completou: "E até onde me foi informado, senhores, a minha disciplina é optativa."

O recado era claro. Se não querem estar aqui, saiam.

Um dos meninos cochichou algo para o outro. Com pouca paciência, a professora voltou a falar:

"Você. Qual o seu nome?" Apontou ao menino fofoqueiro.

"Albus Potter, Srta. MacQuoid." Respondeu esse, agora de cabeça baixa. O jeito que pronunciou seu sobrenome lhe denotou um orgulho de tê-lo - beirando à arrogância.

Slora ergueu a sobrancelha. "Ah. Um Potter."

"Mande meus parabéns ao seu pai, pelas atitudes e méritos dele." Reforçou o tom da última palavra. Não queria colaborar para inflar o ego de um menino mimado que possivelmente se achava melhor que os outros por ser filho de quem era. E se Albus pensava que ela pegaria leve com ele por ser filho de alguém importante, estava redondamente enganado. 'São méritos do seu pai, moleque, não seus.'

"Agora, se pretende continuar na minha sala, é melhor que estude."

Slora pretendia deixar a bronca por isto mesmo, se não houvesse sentido uma intuição muito forte.

"Você." Disse, apontando para o amigo do Potter que compartilhava sua mesa. "Levante-se, por favor."

O outro menino obedeceu, receoso. "E o seu nome, qual é?" Interrogou-lhe.

"Scorpius Malfoy, Srta. MacQuoid." Respondeu-lhe.

Analisou-o. Loiro, pálido, olhos cinzentos, da Sonserina. 'Mais um Malfoy.' Pensou. 'Há uma infestação deles.'

De repente, uma parte do teto de madeira despencou e caiu causando um grande estrondo - em cima da cadeira onde Scorpius estava sentado há alguns segundos atrás. Os estudantes pularam de susto.

"Sr. Malfoy, aproveite que está de pé e faça a gentileza de avisar o Sr. Filch que precisaremos de uma reforma, sim?" Sugeriu Slora, com grande calma e naturalidade.

O menino saiu de sala. Os outros alunos se encararam em assombro.


☽   ☾

 

No outro dia, estavam jantando no Salão Principal. O Sol já se punha, tornando o céu alaranjado.

Balthazar devorava sua comida como se fosse um náufrago.

"Vai tirar o pai da forca?" Provocou-lhe Slora. Balthazar sorriu, dando sua última garfada.

"Darei aula agora. Ainda tenho que organizar muita coisa, então preciso chegar uns 20 minutos antes." Este respondeu, já levantando-se para sair.

Slora ergueu a sobrancelha. Enrolado como sempre - um postergador nato. Algumas coisas nunca mudam.

Enquanto Balthazar caminhava apressadamente até a saída, foi abordado por Scorpius.

A bruxa aguçou os olhos para assistir aquela cena. Estava curiosa para entender a dinâmica dos Malfoys mais jovens. Concluiu que parecia ser bem leve. Os dois riram o restante do caminho, conversando descontraidamente.

"Por esta ninguém esperava, não é mesmo?" Cochichou Hagrid, com a boca cheia. "Um Malfoy com um coração tão grande."

"Refere-se à Scorpius? Vêm o acompanhado de perto, não vem? Ele e o Potter." Insinuou Slora.

Hagrid deu de ombros. Não podia evitar de ser cuidadoso demais. "São dois meninos bons. Mas bagunceiros, que nem os pais deles."

A professora riu, sarcástica. "Percebi."

Este sorriu. "Ouvi dizer que os pôs na linha."

A bruxa deu um gole em seu suco. "Juro que nem me esforcei. Me foi natural."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Roda da Fortuna" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.