I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 3
I barely know you




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A menos de dois metros de distância, Harry escutava alguma coisa que Eddie dizia efusivamente a ele. Imaginei que deveria estar puxando saco e mencionando as maravilhas que tinha em seu barco. Okay, era um barco bem legal e chique, mas também não precisava tratar como uma miniatura do Titanic. Enfim, onde eu estava? Ah, sim... Styles...

— Hannah? Algum problema? – perguntou Jon, que ainda estava ali simplesmente porque eu tinha agarrado seu braço e nunca mais largado.

— Eu... Ahã. Beleza.

— Pode me largar então? Tenho umas coisas para fazer antes que Eddie volte a dar uma de capitão.

— Claro! Desculpa. – falei, soltando imediatamente o braço dele. Agora eu só precisava lembrar de novo como andar...

Avaliando novamente minhas opções, eu podia: a. Correr e me jogar em cima dele; b. Ficar ali babando como uma idiota até Eddie me dar uma bronca; c. Ir até lá e... Peraí, o que eu tô... Ah, meu, Deus! Ele está olhando para cá agora!

Vamos lá Gen, é só lembrar de respirar”.

Comecei a caminhar devagar até onde eles estavam parados e do nada lembrei da bandeja, ela era o meu álibi para estar ali no fim das contas. Ela se aproximou e parou pouco antes de Eddie notar sua presença.

— Ah, finalmente! – disse Eddie, esfregando as duas mãos e me olhando com uma cara aflita. – Aqui está senhor Styles, um presente de boas vindas e algo para abrir o apetite. Especialidade da nossa cozinheira, que apresentarei mais tarde.

Harry apenas balançou a cabeça sorrindo e me olhou de cima a baixo, até voltar novamente seus olhos verdes – que olhos – para os meus. E foi aí que eu me lembrei do meu estado lastimável: sem maquiagem, cabelo num coque desgrenhado, shorts e camiseta, perfeito.

— Hannah, o que está esperando? Sirva o senhor Styles!

Arregalei os olhos para Eddie, que estava me deixando ainda mais nervosa e por fim coloquei a bandeja na mesa para começar a servir a bebida.

— Tudo bem, pode deixar. – ele começou a dizer, com aquela voz rouca, maravilhosa e sensual, me fazendo encará-lo de novo. Jesus, eu estava sendo muito boba! – Está cedo para beber champanhe Eddie. Não acha?

O quê? Ele estava perguntando aquilo para mim? Querido, eu apoio tudo que você quiser! Até se me disser que eu fico bem careca eu vou concordar!

— S-sim. – consegui balbuciar algo, finalmente.

— Certo. – respondeu Eddie, visivelmente chateado por sua babação de ovo não ter começado bem. – Pode levar de volta Hannah.

Tirei o balde de gelo com champanhe de cima da bandeja e dei mais uma olhada para ele, antes de caminhar de volta para a cozinha.

— Mas deixe o cardápio! – gritou Eddie, quando eu ia saindo com o cardápio debaixo do braço. Merda.

Voltei e o coloquei sobre a mesa, correndo de volta para a cozinha em seguida. Assim que desci, me joguei em uma das poltronas e enfiei a cara em uma almofada. Eu precisava soltar o grito que tinha reprimido até agora. Ainda não dava para acreditar que ele estava ali, tão perto! E nossa... Eu precisava mandar uma mensagem para Rachel! Na mesma hora que puxei o celular do bolso para digitar, comecei a pensar que se ele estava ali... Será que os outros meninos também estariam? Minha surpresa foi tanta que minha visão periférica não funcionou a mais de 30 centímetros a minha volta.

“Rach! Você não vai acreditar!”, escrevi para ela.

— O que ainda está fazendo aí Hannah? – perguntou Eddie, indignado, me vendo ali sentada. – Você não está indo nada bem para o seu primeiro dia...

Não! Agora mais do que nunca eu precisava mostrar a Eddie que eu tinha nascido para aquele trabalho!

— Desculpe Eddie. É que eu... Fiquei um pouco enjoada, mas já estou melhor. Foi só um minuto.

— Escute... – falou Eddie, baixando a voz e se aproximando de mim. – É a primeira vez que temos convidados tão ilustres quanto estes. Então, apenas fique no seu lugar e faça o que pedirem e tudo vai correr bem. Entendido?

— Sim, senhor. – respondi, tentando parecer mais séria, mas ele apenas revirou os olhos e saiu resmungando de volta lá para cima.

Eu precisava me recompor e de um espelho, sim isso. Corri até o banheiro e tentei dar um jeito naquele ninho que parecia o meu cabelo, não tinha muita opção por ali.

— Ches! Por acaso você tem alguma maquiagem aí? Batom, rímel, delineador, essas coisas? – perguntei, entrando correndo na cozinha.

— Não querida, por quê?

— Hã, nada. Tudo bem. – ela era minha única esperança.

— Já viu nossos novos tripulantes? – perguntou ela, curiosa.

— Sim...

— Então deve ser por isso. – disse Ches, rindo de mim. – Eddie pediu para você subir e ver se querem comer alguma coisa.

— Você disse “querem”? No plural? – Meu Deus – Quem mais está lá em cima Ches?

— Ah tem...

— Hannah! O patrão mandou subir! – disse Jon, enfiando a cabeça pela porta da cozinha.

Saí dali depressa e me encaminhei para lá de novo. Apertei um pouco as bochechas, para parecer um pouco menos pálida e olhei pelo convés, a procura do meu Deus da Música. Ele estava parado na outra extremidade do barco, com as mãos nos bolsos, olhando na direção do lago e, olhando em volta, aparentemente sozinho. Mesmo sem estar preparada para isso, andei até lá.

— Hum... – parei perto dele e forcei minha voz a sair. – Gostaria de alguma coisa... Senhor Styles?

— Você sabe que eu não sou muito mais velho que você, não sabe? – perguntou ele, dando um passo na minha direção e abalando minha força de vontade.

— S-sei.

— Então não precisa me chamar de senhor, certo?

— S-sim, se... Harry.

— Ótimo. Então pode me trazer um chá gelado, por favor.

— Certo. – disse, me virando para ir embora.

— E Hannah... – ele sabe meu nome, ele sabe meu nome! Me virei de volta, tentando esconder o sorriso bobo que eu tinha agora no rosto.

— Sim? – trinta centímetros. Era essa a distância entre eu e a felicidade agora. Não consegui parar de olhar naqueles olhos verdes, depois para sua boca e imaginar tudo que ela podia fazer. Do nada ouvi uma música tocando ao longe... Como se eu estivesse me um filme.

“Baby you perfect...”.

E aí percebi que era eu quem estava cantando essa música.

— Ah meu Deus, desculpa! – disse, cobrindo a boa com as mãos e olhando envergonhada para ele.

— Tudo bem. – agora ele estava sorrindo, lindo. – Pode conseguir alguns tacos para mim também? Seria ótimo.

— Claro, se... Harry! Eu já volto.

— Obrigada.

Depois que saí da frente dele, tudo que eu podia pensar era em quando eu ia deixar de pagar esses micos horríveis. Pedi a Ches a comida e a bebida dele e fiquei por ali, ajudando ela, até Eddie aparecer.

— Meninas, vou ter que sair um minuto antes do nosso passeio. Não vou demorar, mas tenho assuntos urgente a resolver. – parece que ele estava falando diretamente para mim. – Se comportem e qualquer coisa falem com Rooney, ele está no comando na minha ausência.

— Certo. – respondemos eu e Ches, ao mesmo tempo.

Algum tempo depois, fui levar a comida de Harry e o encontrei deitado em uma espreguiçadeira, sem camisa. Era uma visão e tanto.

— Trouxe sua comida. – falei, parando ao lado dele, que me olhou sob os óculos escuros. Bom, pelo menos sem contato visual direto era mais fácil.

— Hum... Perfeito! – disse ele, se sentado e logo pegando o copo com o chá.

— Mais alguma coisa?

— Você trabalha aqui há muito tempo? – perguntou ele, dando uma grande mordida no taco em seguida. – Hum! Isso aqui está maravilhoso!

— Sim, a Ches quem fez, ela é ótima.

— Preciso dar os parabéns a ela pessoalmente depois.

— Ela vai adorar...

— Mas?

— O quê?

— Sobre você...

— Ah! Não, não. Comecei esse verão.

— E você é parente de Eddie ou algo assim?

— Algo assim... Na verdade, ele é amigo do meu pai, há um bom tempo.

— Entendi. E vai estar aqui pelo resto do verão, então?

— Acredito que sim... – falei, revirando os olhos.

— Não parece feliz com isso. – ele agora tirou os óculos e os apoiou na cabeça.

— É uma longa história.

— Acho que eu tenho algum tempo.

— A propósito... – tinha algo que eu precisava saber. – Por que está aqui Harry? Digo, no Colorado?

— Você sabe que eu canto em uma banda, certo?

— Sim, mas o show de vocês é em Denver, só amanhã.

— Então... Você vai ao show? – perguntou ele, tomando mais um gole da sua bebida.

— Não perderia por nada. – ele apenas sorriu e mordeu o lábio inferior, fazendo meu coração bater igual bateria de escola de samba.

— Bom, viemos dar uma relaxada antes do show. Estamos precisando. E aqui parece ser um lugar bem tranquilo.

— Você e os outros meninos? Quer dizer, o Niall, o Louis e o Liam? – não acredito!

Sim, eles devem chegar logo e...

— Parece que eu morri e fui para o céu, sem escalas... – murmurei, mais para mim do que para ele.

— O que disse?

— Ai, nossa, desculpa, é que...

— Você pede muitas desculpas Hannah. – ele então se levantou e eu dei um passo, mais para um pulo, para trás e acabei tropeçando em seu violão, que só agora eu tinha reparado que estava ali. E antes que eu pudesse causar mais algum estrago, ele segurou meus braços, me trazendo para mais perto.

— E-eu... – eu não tinha mais o que dizer.

— Tudo bem? – e ele infelizmente me largou.

— Sim.

— Com quem vai ao show amanhã Hannah? – perguntou ele, ajeitando o violão no lugar.

— Com ninguém, acho. Minha amiga viajou e eu vim para cá, sabe? – falei, sem graça, e me lembrando que ainda tinha isso para resolver.

— Sei. Você é meio estranha, sabia? – disse ele, para minha surpresa. Olha, já tinha sido chamada de tudo nessa vida, mas de estranha até agora... – Mas eu gosto.

— Que bom. – falei, cruzando os braços.

— Do que você mais gosta na banda Hannah? – ele agora estava ao meu lado.

— Ah... – de você, do seu sorriso, do seu cabelo, seus olhos... – De tudo. Vocês são perfeitos, juntos.

— E de mim? – ele perguntou, agora me encarando.

— O que tem você?

— O que você acha de mim?

— Eu... Acabei de te conhecer. – mas já casaria com você agora. – Não tenho muito o que dizer.

— Hannah...

— Ah, pode me chamar de Gen. É que só meu pai e estranhos me chamam de Hannah.

— E por que Gen?

— Meu nome do meio, enfim, acho que preciso... Parar de te incomodar, não é?

— Você não incomoda, Gen... Ah veja, eles chegaram.

Eu me virei e lá estava a segunda parte do meu sonho se tornando realidade. Aquela paisagem linda ao fundo e os meninos vindo em minha direção. Louis, que vestia uma bermuda azul escuro e camiseta sem mangas cinza; Liam, com camisa e bermuda brancas; Niall de bermuda azul e camiseta estampada; e ... Não... Espera... Aquela não era... Não podia ser... Era... Kendall Jenner?

A vida só podia estar de sacanagem com a minha cara.


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