I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 29
Where Do Broken Hearts Go




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791482/chapter/29

— O que você quer aqui Hannah? – ele desviou de mim com certa dificuldade e se sentou na cadeira que ficava diante do espelho no camarim.

— Vim falar com você, é claro! – falei, andando até ele.

— Sobre?

— Não se faça de besta Harry! – eu estava começando a ficar irritada com ele.

— Você fez coisa pior! – disse ele,  sobressaltado.

— É claro que não! Você não sabe o que aconteceu!

— Eu vi Hannah! Todo mundo viu!

— Viu o quê? Eu, ele e milhares de pessoas?

— Ah, por favor.

— Pelo menos eu não dei a entender em rede nacional que estou comprometida... – acusei, cruzando os braços.

— Eu não...

— “Você está solteiro Harry”? – repeti, imitando a voz fina da apresentadora e a dele em seguida. – “Claro que não Beth... Eu sou da Kenn e ela é minha”...

— Não seja dramática. – retrucou ele, rindo de mim agora.

— E não é verdade? – apesar de tentar manter a calma, eu sentia minhas bochechas queimarem de irritação. Eu tinha ido até ali pra me explicar e acabei ouvindo mais do que queria.

— E eu falei que estava comprometido com ela, especificamente? – ele se aproximou de mim, sério.

— Também não disse o contrário. – respondi, emburrada.

— E você por acaso me viu em algum lugar ou soube de alguma forma que eu estive com ela? – indireta a essa altura do campeonato eu não precisava.

— Você é um idiota, sabia?

— Como eu disse, pra que foi mesmo que você veio aqui, Hannah? – repetiu ele, com o rosto a centímetros do meu.

Eu queria poder dizer que respirei fundo e contei a até dez pra não agarrar ele, mas o que aconteceu foi diferente. Eu me perdi naqueles olhos e esqueci todo o meu bom senso. Ah, e alguém bateu na porta e entrou em seguida.

— O que você quer? – bradou Harry.

— Gen, o que faz aqui? – era Niall. Pronto, agora a festa estava completa.

— Ela veio falar comigo. Agora diz o que você quer ou cai fora.

Eu só podia sentir o peso do olhar confuso e magoado de Niall sobre mim, e apenas murmurei um desculpe mudo pra ele. Não tinha conseguido ainda nem me explicar para o Harry! Imagina meter o Niall ainda mais nisso agora. Jesus...

— Veio, Gen? – perguntou Niall, ainda sem tirar os olhos de mim.

— Era só o que me faltava... – resmungou Harry.

— Harry! – ele não podia continuar com uma atitude dessas, pelo menos isso eu não ia deixar.

— O que foi? Eu só perguntei o que ele quer!

— A sua namorada, está aqui. – falou Niall, finalmente desviando sua atenção de mim.

Harry e eu nos encaramos por uma fração de segundo, antes da Kendall Desnecessária Jenner irromper porta adentro.

— Baby, eu estava te esperando, mas... – ela parou de falar assim que se deu conta de que Harry não era o único no recinto. – O que está acontecendo aqui?

Harry foi o primeiro e único a falar.

— O que você faz aqui Kendall? – ele se afastou de mim e Niall.

— Eu vim ver você, dã. Não é todo dia que você está em L.A. querido! – então ela se pendurou no pescoço dele e o beijou.

Na mesma hora senti o sangue ferver e vontade de arrancar ela de lá a vassouradas! Mas o que eu podia fazer, não é?

— E esses dois? – ela reparou na minha existência, uau. – Essa é sua namoradinha Nini?

— Olha aqui queridinha, eu... – queria mandá-la pra um lugar bem feio, feio mesmo, mas ao reparar nos braços dela em volta do pescoço dele e o dele em volta da cintura dela, novamente tomei uma atitude impensada e idiota. Mais um ponto pra mim. Yay. Mas eu estava puta. Foda-se. – Sou, sim. Vim buscá-lo pra... Irmos. Vamos embora Niall.

Peguei na mão de Niall, fazendo muita pressão em seus dedos e rezando pra ele não me desmentir. E não sei se foi meu olhar de desespero ou minha cara de choro, mas ele por fim resolveu me acompanhar. Sem protestar ou perguntar por que. Meu coração afundou no peito, porque agora sabia que teria de dizer a verdade a ele. Toda a verdade. Ao mesmo tempo, uma pequena parte minha vibrou quando viu a cara de ódio que Harry fez ao ouvir o que eu disse. Pelo menos atingi algum objetivo.

O corredor já estava menos movimentado a essa altura. E Niall se aproveitou disso pra correr comigo até seu próprio camarim e bater a porta assim que entramos.

— Agora você pode me explicar o que acabou de acontecer?

Poder até posso, o problema é como fazer isso sem parecer que eu o usei.

— Niall, eu... Pensei em um milhão de coisas pra te dizer, mas nenhuma seria verdade. – eu não conseguia encarar ele e dizer isso ao mesmo tempo. – Eu devia ter sido sincera com você e ter contado que eu e o Harry... 

— Você ficou com ele? - disse ele, um pouco alto demais, me pegando de surpresa. – Quando?

— No barco, depois que... – murmurei, encarando meu reflexo no espelho iluminado.

— No barco? – ele continuou falando alto, e eu apertei os braços em volta de mim, sentindo que não vinha coisa boa por aí. – Mas ele estava com a Kendall lá!

— Não foi assim! – eu enfim, me virei pra ele.

— Ah, então explica melhor porque o que eu entendi... Ou melhor, até onde eu sabia, ele estava em um relacionamento e não era com você.

Caramba Niall, essa aí doeu, mesmo eu merecendo.

— Me desculpa, Niall...

— Eu já ouvi isso antes. – ele parecia extremamente chateado, mais do que bravo.

— Eu sei. O que eu quero dizer, é, me desculpa por ter te metido nessa história. Foi errado. Muito.

— E você, alguma vez pensou em como eu me sinto? Como eu me sentiria com isso tudo?

— Claro que sim, Niall! – eu precisava olhar nos olhos dele e tentar fazê-lo perceber que ao menos eu estava sendo sincera agora. – Quando fomos ao jogo, eu... Fui só por você, não tinha nada em mente. Só pensei em como você é um cara incrível e eu não podia e nem queria dizer não pra você.

Isso era novidade até pra mim, mas verdade. Até agora eu não sabia por que tinha topado aquele passeio maluco, que no fundo sempre me pareceu errado. O que eu sabia é que ele era um cara bom demais pra eu deixar na mão.

— Mas mesmo assim, prefere ficar com ele, que tem namorada e não me falou nada quando eu te beijei.

— Você me pegou de surpresa! - é, eu não tinha mais nada pra dizer em minha defesa. – E-eu não sabia o que fazer e... Não queria magoar você!

— Mas foi o que conseguiu!

— Eu sinto muito. – falei, com lágrimas nos olhos.

— Eu também.

Me aproximei dele, mesmo sabendo que não havia mais nada que eu pudesse fazer, e o abracei. Eu não ia aguentar vê-lo ali sofrendo por minha culpa por muito mais tempo. Ele não merecia pagar por eu ser maluca e egoísta. Ele não se moveu e eu fui em frente. Não saberia o que fazer se ele me afastasse.

Embora ele só tivesse aceitado meu abraço, de fato, quase um minuto mais tarde. Senti suas mãos envolverem minha cintura e seu calor se tornar mais próximo e aconchegante.

— Desculpa. – sussurrei no ouvido dele.

— Você tem dito isso muitas vezes ultimamente.

Eu não queria sorrir, mas era isso o que Niall fazia. Deixava as pessoas ao seu redor felizes. O que muitas vezes  significava esquecer-se da própria felicidade. Qualquer um poderia dizer que eu mal o conheço, é verdade, mas ainda assim qualquer um também pode ver a pessoa doce, simples e cheia de vida que ele é.

— Eu não consigo parar. – afirmei, me separando um pouco dos braços dele. Ele passou os polegares no meu rosto, secando umas duas ou três lágrimas que persistiam em cair, e uma vez mais me fez perder o fôlego com aqueles olhos azuis.

— Ainda vamos ser namorados quando sairmos daqui?

Eu devia mesmo ter uma resposta para essa pergunta, mas demorei demais a entender o que ele disse. Meu coração estava acelerado e meu lado racional meio que deu uma travada, justamente quando eu mais precisava dele. Beleza.

— Ah! – isso não foi nem um esboço de resposta. Eu apenas comecei a rir, constrangida e temendo que ele se aproximasse ainda mais e eu não tomasse a decisão certa. Mas ele apenas me acompanhou e ficamos rindo juntos, como dois bobos.

— Só pra eu saber, dessa vez.

— Niall, eu não vou fazer isso com você, de novo. Tá bom? - aproveitei a deixa pra me afastar um pouco mais. Ele estava muito perto. E eu... Sei lá o que tem eu. Onde é que eu fui me meter, cacete. – Eu agradeço o que fez por mim e  prometo não te meter em mais confusão.

— O que é a vida sem uma confusão de vez em quando?

— Fala sério.

— Estou falando! O que pretende fazer agora?

— Ainda não sei... Talvez ligar pra casa e descobrir se meu pai já sabe que apareci em rede nacional...

— Você é doida.

— Concordo.

— E ainda não me contou o que há entre você e o Harry.

— Não sei se sou eu quem deve contar. – por motivos óbvios.

— Não acha que eu mereço saber?

É claro que sim.

Tentei resumir a história pra ele, sem os detalhes sórdidos, mas menos de dez minutos depois fomos interrompidos pela equipe do programa, avisando que já podiam sair.

— Bom, está na hora. Se pelo que eu entendi, ele não assumiu a relação com você e não confirmou publicamente a "não relação" dele com a Kendall... Acho que talvez, você deva tomar o controle da situação.

— Não é tão simples assim.

— Não é tão difícil também, mas você precisa pensar melhor e vai ver que, se ele está tão afim de você quanto demonstrou ficando na sua casa... É porque ele não vai desistir tão fácil.

— Mas agora ele acha que eu fiquei com você.

— E não ficou?

— Niall! – eu arregalei os olhos pra ele.

— Não, certo. Mas ele se importa. Isso já deu pra notar. Ele vai vir atrás de você e você tem que deixar as coisas claras pra ele.

— Depois de hoje? – choraminguei, cobrindo o rosto com as mãos.

— Gennie, até parece que eu ofereço algum perigo ao senhor Styles. – ele disse, puxando minhas mãos.

— É o que você pensa...

— O que?

— O que? – eu disse isso em voz alta? Puxei as mãos que ele segurava de repente.

— Temos que ir. Eu levo você e Rachel. Vamos. – legal, agora ele deve achar que eu sou louca e bipolar. Qual o meu problema?

— Niall...

— Se você se desculpar mais uma vez eu te excluo de todas as redes sociais!

— Hey! Eu só ia... Agradecer pela carona! – falei, rindo dele.

E pra terminar aquela noite em que nada parecia acontecer conforme o esperado, pra minha imensa surpresa, ninguém menos do que o próprio senhor Styles nos aguardava no corredor.

— Eu preciso falar com você. – disse ele, assim que me viu, ignorando Niall.

— Estou levando ela pra casa, Harry. – interveio Niall, apoiando um braço sobre meus ombros.

— Pode parar com o teatrinho Horan! Só tem a gente aqui! – esbravejou Harry, irritado.

— E quem disse que eu tô fingindo? – nossa, nunca tinha visto o Niall tão sério... Enfim, foco não é Hannah?

— Até parece que...

— Harry! – falei, chamando a atenção dele, pois do jeito que era estourado daqui a pouco estaria discutindo com Niall ou coisa pior. – Pode falar, o que você quer?

Indiferente era tudo que eu não conseguia parecer. Minha voz saiu meio trêmula e mais contida do que eu gostaria, mas acho que ele não percebeu.

— Vamos sair daqui primeiro.

— Eu vou...

Eu te levo pra casa depois. – anunciou ele, em alto e bom som, antes que Niall completasse a frase.

Eu apenas revirei os olhos pra ele. Qual a necessidade daquela cena toda? Niall não discutiu com ele, mas eu senti que me apertou um pouco mais sob seu braço e depois se virou de frente pra mim, obstruindo minha visão de Harry.

— Lembra do que eu te falei, sobre tomar o controle da situação. – sussurrou ele.

— Claro. – respondi, sorrindo.

— Eu me encarrego da Rachel. – disse ele, agora em  um tom de voz normal. – Se precisar, me chama. Ok?

Ele então beijou meu rosto e saiu andando, me deixando mais confusa do que corajosa.

— Vamos? – chamou Harry, me despertando do transe.

— Sim.

Caminhei devagar atrás dele por um minuto, até que abriu passagem pra mim e me guiou até o carro que o esperava. O motorista abriu a porta e nós dois entramos, nos sentando lado a lado sem dizer nada um ao outro, até que o carro começasse a se mover.

— O que vocês estavam fazendo lá até agora? – questionou ele, olhando para um ponto distante fora do carro.

— Onde foi parar sua modelo? – boa! 

— Hannah...

— Harry.

— Você ficou trancada naquele camarim com ele por quase uma hora Hannah!

— E você ficou com a Kendall quando eu saí de lá!

— Isso não vem ao caso.

— Ah, vem sim!

— Por que você é tão teimosa? – a raiva dele era tanta que quase dava pra sentir. Seus olhos brilhavam e sua boca sempre tão convidativa exibia lábios vermelhos e entreabertos.

— Por que não acredita em mim e esquece essa história? Eu não tenho nada com ele, nada!

— Por que eu... Eu... Odeio a ideia de ficar sem você... Ou de imaginar que você está beijando outro cara. – ele parecia em conflito consigo mesmo ao dizer aquilo, e como Niall disse, ele se importava. E eu? Bom, eu não era de resistir por muito tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Swear I'll Behave" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.