I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 12
What Makes You Beautiful




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Quando ele tirou os óculos e cravou seus olhos verdes nos meus minhas pernas tremeram. Eu sabia que tinha feito uma cagada, das grandes, e agora todos os meus argumentos e justificativas pareciam vazios e sem sentido.

— Por que você foi embora sem falar comigo Hannah? – ele usava agora o mesmo tom que meu pai, quando brigou comigo no dia anterior. Decepcionado e irritado.

— Harry. – eu não sabia como não dizer algo que não parecesse idiota. – Me desculpe.

— É só isso que você tem a dizer?

— Eu...

— Toma. Aqui está sua bolsa e seu telefone também. Se não tem mais nada a me dizer, acho que é melhor eu ir embora. – peguei a bolsa de suas mãos e juro que parei de respirar por quase um minuto inteiro agora. – Acho que agora é um adeus então.

— Espera! – chamei, segurando seu braço, quando ele fez menção de se virar. – Eu... Fiquei com medo, tá bom? Fui covarde e não quis... Ver você ir embora... Como agora.

Ele me lançou um olhar triste, mas segurou minha mão e depois limpou uma lágrima que insistiu em aparecer no meu rosto.

— Medo do que Gen?

— Sei lá, Harry. Da gente, disso – apontei para nós dois. – De não saber o que estamos fazendo ou para onde indo. De não ser a única pessoa na sua vida...

— Gen...

— E de nunca mais te ver. – quase engasguei nessa última parte, mas se ele queria a verdade, ele a teria.

— É por isso que você estava tão relutante comigo? – confirmei com a cabeça, olhando para o lado. – Eu sei que é tudo muito confuso...

— Muito? Imagina... – tinha que fazer piada agora não é Gen? – Desculpe. Continua.

— Viu? Você é uma pessoa tão... Real, sabe? Às vezes é bom sentir que eu não posso controlar tudo e todos. Assim como as suas reações. – ele segurou meu rosto entre as mãos e me fez olhar para ele. – Eu adoro quando beijo você e me sinto leve. Leve e forte ao mesmo tempo, é uma coisa intensa e que me faz querer mais e mais.

Apenas sorri, imaginando que também me sentia assim.

— E quando toco em você, sinto sua pele se arrepiar com meu toque, como se fosse algo especial e que ninguém pode te fazer sentir assim no mundo. Também tem esse sorriso, ou melhor, esse quase sorriso que você dá quando quer sorrir, mas não admite e só depois que eu insisto você dá uma gargalhada de verdade.

— Não faço isso!

— Tá fazendo agora... – ele acariciou meu lábio inferior com o polegar e continuou a falar. – Eu adoro isso. E sentir que eu posso proteger e cuidar e fazer você feliz. Eu sinto que... Quando você me deixa fazer parte da sua vida e se entrega de verdade, é... É tudo que eu quero.

— Harry... – eu estava sem palavras, de novo.

— E eu não sei bem o que é isso. Posso dizer que eu tô apaixonado por você, mas eu acho que é mais. Caramba! Eu vim até aqui trazer sua bolsa! – falou ele, rindo, me fazendo rir junto.

— Você é louco, isso que você é!

— Eu sou louco por você Gen. – ai, meu, Deus. – Por esses olhos azuis brilhantes, essa boca convidativa e meio suja às vezes, esse cabelo lindamente bagunçado e esse corpo que se encaixa perfeitamente no meu.

Pelo amor de todos os deuses! É agora que eu posso dizer que aceito ser mãe de todos os filhos dele? Mesmo com dezessete anos? Por que... Não tem como resistir a isso. Impossível. Ele acabou de derrubar toda e qualquer barreira que eu tinha. Já tinha admitido estar apaixonada por ele, mas daí a saber que ele me quer é outra coisa.

— Harry... – fiquei olhando para ele, sorrindo e meio que chorando feito boba ao mesmo tempo. – Droga! Meu pai!

Vi quando meu pai estacionou do outro lado da rua e estava parado falando com a senhora da loja de colchões.

— Você precisa se esconder! Meu pai está vindo! – empurrei ele para trás do balcão, pois não consegui pensar em mais nada a tempo. Fiquei lá de pé, fingindo digitar algo no computador da entrada.

— Hora do recreio Hannie. Pode sair por uma hora. – ele entrou e pendurou o casaco atrás da porta. O dia não estava tão frio, mas um pouco nublado e meu pai era daqueles que nunca saía desprevenido.

— Hã... Mas já, pai?

— Já é meio-dia filha. Como combinamos.

— Mas... – comecei a rir feito louca quando Harry segurou em minhas panturrilhas, ele começou a subir as mãos até parar no joelho, e eu morria de cócegas na parte de trás do joelho.

— O que foi? Qual a graça?

— Não... Lembrei de uma coisa hilária que Rachel me falou.

— Certo, vamos. Pode sair daí...

— Espera, pai! – saí do balcão e segurei no braço dele, para tirá-lo de lá. – Pode ver uma coisa comigo lá no depósito, antes de eu sair? Não vamos deixar aqui na frente sozinho por muito tempo. Só preciso tirar uma dúvida.

Puxei meu pai lá para trás e perguntei algo bobo sobre a organização das entregas para leilão, que ele tinha falado mais cedo. Por sorte, quando voltei Harry tinha entendido o recado e saído de lá. Peguei minha bolsa com o celular no balcão e avisei papai que iria comer em casa.

— Uma hora! É o que você tem moça! – me lembrou ele.

— Tá pai. Beijo!

Ao sair da loja, fiquei andando feito uma paranoica pela rua, olhando para todos os lados a procura dele, que só apareceu quando eu já chegava à esquina.

— Pensei que tinha ido embora. – falei, entrando no carro dele, era o mesmo que usara no lago.

— Agora que já estou aqui, não vai se livrar de mim tão fácil.

— Não é o que pretendo.

— Para onde vamos?

— Você vai conhecer a minha casa. – ele abriu o maior sorriso que eu já tinha visto. – E, ainda vai ter o prazer de conhecer meus dotes culinários.

— Não vejo a hora.

Dentro de casa, enquanto eu preparava as coisas para fazer meu macarrão com queijo especial, Harry tinha ido ao banheiro. O que me deu um segundo para pensar, em meio a minha completa euforia, em como ele tinha me encontrado aqui.

— O cheiro está bom! – anunciou ele, entrando na cozinha.

— Não seja bobo, a água nem ferveu! – sorri, enquanto ele me abraçava e beijava. – A propósito, como foi que me achou aqui? Não pediu meu endereço ao Eddie, não é?

Era só o que me faltava, ter aquele velho mal humorado ligando e fazendo fofoca para o meu pai.

— Não, relaxa. – me soltei dele para ir colocar o macarrão na panela, enquanto ele continuou a falar encostado na bancada da pia. – Dessa vez tive uma pequena ajuda.

— Que ajuda? – perguntei, receosa, pensando em Niall.

— Bom, depois de te procurar por lá, perguntei aos seguranças e Scott falou que viu você sair com Niall. Demorei para conseguir falar com ele, porque fiquei pensando que se você tinha fugido de mim... Devia significar alguma coisa. – Scott fofoqueiro!

— Eu sou meio louca, você não tem que tentar achar explicações para as minhas maluquices... – tentei sorrir e tornar o momento menos sério, mas foi difícil.

— Não posso discordar de você... – ele me devolveu um meio sorriso. – Mas, ele atendeu e não falou nada sobre você, só que eu ainda não tinha me conformado. Além do mais ele demorou quase o dia todo para voltar. E só nos encontramos no aeroporto. Lá ele me perguntou o que tinha acontecido ontem, ou melhor, o que eu fiz com você.

— Ele perguntou isso? – me virei para ele, incrédula. Por que Niall faria uma coisa dessas?

— Sim, e aí eu tive certeza que ele sabia de algo, mas não foi por ele que eu consegui te achar.

— Como assim?

— Foi meio louco... Eu tinha colocado seu telefone para carregar antes de sair do hotel e ia pedir ao Paul para despachar do aeroporto, mas aí ele começou a tocar Drag me down, sem parar. – ele começou a rir e eu arregalei os olhos, rindo junto. Não pode ser. – Era sua amiga, Rachel.

— Ai meu Deus! Você atendeu?

— Atendi. E bom, ela meio que me deu um sermão, disse que eu era o maior gostoso que ela já tinha não visto pessoalmente, com todo respeito, e afirmou que você queria ficar comigo. – ele cruzou os braços e me lançou um olhar desafiador. – Não importa o que disser.

— Eu vou matar ela! – vou matar e ressuscitar, para poder matar de novo.

— Ela mencionou que você diria isso.

— Filha da...

— Olha a boca! E isso também. – ele se aproximou de mim e me deu um beijo na testa.

— Desculpa. – eu amo aquela cretina! Mas ainda vou acabar com a raça dela.

— Enfim, ela perguntou se eu queria te encontrar e me passou seu endereço. Ah, e o da loja do seu pai, pois você estaria lá, de castigo.

Que vergonha. Beijei e abracei ele de volta e depois voltei a me concentrar no almoço. Uma hora o meu pai disse? Que horas mesmo eu tinha saído de lá?

— A propósito, gostei do plano de fundo do seu telefone. – demorei cerca de um segundo para entender, que ele estava falando da sua foto, sem camisa, no meu celular.

— Eu também, adoro aquela foto.

— Acho que estou em desvantagem aqui, já que não tenho nenhuma foto sua. – ele pegou o celular e puxou, colando nossos rostos para uma pose. Fiz várias caretas e só na última parecíamos um casal de verdade, olhando um para o outro com nossos rostos muito próximos.

— Pronto, já conseguiu o que queria. – falei, beijando ele e voltando a mexer o macarrão.

— Sua casa é bem legal. – falou ele, reparando na cozinha arrumada.

— É, meu pai gosta de itens antigos, como pode imaginar. – tínhamos uma cozinha clássica, tirando os aparelhos domésticos: geladeira, micro-ondas, processador, essas coisas, o resto era tudo muito tradicional. Nada de modernidades. Até mesmo as cores da cozinha não passavam de um branco ou creme encardido. – Moramos aqui desde que nasci e ele não mudou nada desde então.

— E o seu quarto?

— O que tem o meu quarto?

— Não vai me mostrar?

— E-eu preciso terminar aqui Harry. – falei, indo até o armário e pegando os pratos. – Se der tempo eu mostro.

— Okay.

Coloquei os pratos na mesa e servi uma porção para nós dois. Acho que ficou bom, pelo menos a aparência tinha ficado.

— Não tenho suco de maçã... O que quer beber? – segundo os sites, maçã é o preferido dele. – Tem refrigerante, suco de laranja, abacaxi e cerveja.

— O que você for beber está bom para mim. – revirei os olhos para ele. Se eu fosse tomar chá de camomila, ele tomaria também? Possivelmente. Ingleses.

— Certo. – trouxe a garrafa de suco de laranja para a mesa e comemos a comida. Foi estranho, meio louco na verdade, ficamos nos olhando igual a dois idiotas o tempo todo. Pelo menos da minha parte, sim, não consegui parar de admirar seus traços, seu cabelo, a curva dos seus braços e todo o resto.

— Está uma delícia.

— Fala sério. É só macarrão.

— Estou falando sério. – ele riu e colocou mais um pouco no prato. – Por um segundo pensei que você só ia me oferecer sanduíche com geleia.

— Então eu mandei bem mesmo. – disse, mandando um beijinho para ele.

— Como sempre.

De repente olhei para o relógio da cozinha e percebi que faltavam dez minutos para uma hora. Se não me engano, meu pai havia dito que era meio-dia quando chegou na loja. Levantei apressada, pegando nossos pratos e colocando na pia.

— Hey, o que foi?

— Preciso ir, tô atrasada! Tenho que voltar para a loja, agora! – esfreguei e lavei os pratos o mais rápido que consegui e deixei a panela quente em cima do fogão, talvez meu pai voltasse para comer também.

— Posso te ajudar em alguma coisa? – eu apenas olhei para ele, meio perdida, e pensei em várias coisas, mas nenhuma envolvia trabalho doméstico.

— Hã... Não. Vou escovar os dentes e pegar um casaco, está esfriando.

— Tudo bem. – ele me seguiu escada acima e eu ainda estava pensando no que íamos fazer.

Entrei rápido no quarto e peguei um casaco que estava pendurado na cadeira da mesa do computador, o amarrei na cintura e fui até o banheiro escovar os dentes. Tudo sob o olhar curioso de Harry. Quando saí do banheiro, que era no final do corredor no andar de cima, não o vi mais.

— Harry? – chamei, caminhando de devagar pelo corredor.

— Aqui. – ouvi a voz dele, abafada. Só poderia estar em um lugar. No meu quarto.

Fui até lá e o encontrei esparramado na minha cama, com um porta retratos na mão.

— Hum... Precisamos ir Harry. – falei, agarrada na maçaneta da porta.

— Já vamos, mas vem cá um minuto.

— Eu...

— Por favor. – ele estendeu a mão livre para mim e eu aceitei. Ele tinha vindo até ali por minha causa afinal. Fui e me deitei ao seu lado, encostando a cabeça na dele. – Essa é sua mãe?

— Sim. Ela era linda, não acha?

— Claro. Você tem os olhos dela. – ele me fez sorrir, meu pai era o único que dizia isso. – Duas estrelas brilhantes em um céu imenso.

— Nossa, tão poético! – ri dele e já ia me levantar, quando ele me puxou de volta, me prendendo na cama. – Hazz...

— Gen...

— Hazz, eu não...

— Me beija?

É claro que eu não respondi, eu beijei. Beijei com todas as minhas forças. Ele estava ali, por mim, e eu o queria mais do que nunca. Parecia que ele tinha saído dos meus sonhos para o mundo real. Um mundo onde eu podia sentir a maciez do seu cabelo, o calor do seu corpo, o gosto da sua boca e a eletricidade que percorria meu corpo quando ele encostava em mim.

E foi assim, com braços e pernas entrelaçados, bocas coladas e respiração ofegante, que meu coração quase parou quando a campainha tocou.


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