Um Plano Irrecusável escrita por ChattBug


Capítulo 5
Mentira


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o quinto capítulo. Espero que gostem!



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— Você não vai participar disso, não é, Marinette? — Perguntou a kwami.
— Acha que ele estava falando sério? Não conhece o Chat? É claro que era brincadeira. — A garota falou, jogando-se na cama, mas Tikki não acreditou na expressão dela.
— Pra mim pareceu que era bem sério. — Como a azulada não respondeu, a kwami continuou — Você sabe as consequências disso, não sabe?
— Claro, até falei pra ele naquele dia.
— Então por que estou sentindo que você as esqueceu? — Marinette voltou o olhar para a foto de Adrien, perdendo-se em seus pensamentos, mas logo balançou a cabeça tentando afastá-los.
— Não esqueci, sei o quanto isso pode ser perigoso e sei que ninguém deve usar seus poderes por motivos pessoais. — Tikki pareceu convencida — Tenho uma kwami incrível que me explica essas coisas. — As duas sorriram.

***

— Vem cá, você estava brincando, não é? — Disse Plagg.
— Quando? Sobre o quê? — O garoto perguntou distraído, enquanto jogava Ultimate Mecha Strike III.
— Sobre o namoro falso com a Marinette. — Adrien não respondeu, mas perdeu a partida com a distração. Uma voz robótica dizendo "game over" ressoou no quarto, fazendo Plagg perceber que estava certo. — Ah, eu não acredito. — O loiro encarou o kwami. — A Ladybug já disse que não vai retribuir seu amor, para de insistir nisso. — Adrien voltou o olhar para a tela de novo — Achei que tinha resolvido seguir em frente.
— Eu tentei. — Ele suspirou — Não é a mesma coisa. — O kwami se afastou dele e começou a comer um pedaço de queijo — Eu sinto que, de alguma forma, isso pode dar certo.
— Sabe o quanto pode ser perigoso pra você e pra Marinette se o Hawk Moth ficar sabendo, né? O que com certeza vai acontecer se ele tiver acesso à internet, ou à televisão, ou ao jornal, ou se ele escutar os que as pessoas estão falando nas ruas…
— Eu sei os riscos. A Marinette tem até uma lista deles. — Adrien sorriu ao pensar na amiga — Mas acho que vale a pena arriscar.
— Já perguntou se ela acha o mesmo? — O modelo ficou em silêncio. — E vai correr esses riscos pela Ladybug? Ou melhor, porque você acha que ela vai sentir ciúmes e acha que ela pode gostar de você?
— Não é por ela que quero fazer isso. — O loiro sussurrou para si, mas o kwami não escutou.

***

Kagami olhava para uma das poucas fotos que tinha com Adrien em seu celular e lembrava das palavras que disse ao garoto antes de viajar. Será que tinha feito a coisa certa? Sabia que Marinette gostava dele e parecia que era recíproco, mas então por que não ficavam juntos logo? E o modelo sempre dizia que Marinette era só uma amiga…
Kagami sentia que tinha muitas coisas em comum com o loiro. Gostavam de esgrima, seus pais não os deixavam sair, antes de irem ao colégio Françoise Du Pont eles quase não tinham amigos e ambos frequentavam praticamente os mesmos lugares. Achava que eles eram feitos um para o outro e o estranho é que parecia que só ela via isso. 
O garoto não agia. Parecia que estava indeciso entre ela e Marinette, mas não fazia nada em relação a nenhuma das duas. Kagami tentou se aproximar dele, mostrar que queria ser mais do que uma amiga, mas ele disse que precisava pensar, que não queria magoá-la.
De uma certa forma, ela se sentiu aliviada quando a mãe comunicou sobre aquela viagem. Pelo menos Adrien teria tempo suficiente para pensar e, quando ela voltasse à Paris, o garoto já poderia ter tomado uma decisão. 
E talvez ela até gostasse da viagem. A cidade que sua tia-avó morava era bem tranquila, mas Kagami disse a si mesma que não ficaria trancada em casa, como da última vez. Uma das coisas que ela mais tinha gostado em Paris foram as poucas vezes em que saiu com os amigos. Como no dia do aniversário de casamento de André e Audrey Borgeaus, quando, junto com Marinette e Adrien, ela fugiu daquele local entediante e se divertiu como nunca antes havia feito.
A menina desligou a tela do celular e voltou-se para a paisagem que passava rapidamente pela janela do carro.

***

Marinette desenhava um vestido enquanto escutava as músicas de Jagged Stone nos fones de ouvido. Quando terminou a peça, ouviu o toque de notificações do celular. Ela não pôde conter um sorriso ao ver que era uma mensagem de Luka.

Oi, tudo bem? Está livre amanhã? O pessoal da banda está combinando de ir ao cinema.

Oi! Estou bem, e você? E estou livre amanhã sim.

Passa aqui em casa antes, se quiser, para me ajudar com a música nova.

Mas eu não entendo muito de música hahah

Só de você estar aqui vai me dar a inspiração de que preciso.

 

A azulada sorriu. Luka era sempre tão incrível não só com ela, mas com todo mundo.
Depois que disse para si mesma que iria seguir em frente em relação a Adrien, imaginou que algo aconteceria entre ela e Luka, mas sabia que não era uma boa ideia. Não queria usá-lo para esquecer Adrien e também não queria brincar com os sentimentos do garoto com os cabelos azuis. Foi um pouco difícil dizer isso a ele. Não queria magoá-lo, mesmo que, de uma certa forma, o irmão de Juleka também fizesse seu coração acelerar. Mas ela sabia que não seria bom para nenhum dos dois iniciarem um relacionamento enquanto ela ainda pensava em um certo modelo de olhos verdes. 
Até que, no final de uma tarde na casa-barco de Juleka, ela resolveu contar. Demorou algum tempo para criar coragem para dizer e ficou ainda mais complicado quando Luka começou a tocar aquela música. A música que tinha feito para ela. A menina fechou os olhos, aproveitando aquela sensação incrível dentro do peito que sempre sentia quando estava com Luka.
— Fiz algumas mudanças desde a última vez que você escutou, o que achou? — Ele disse, com aqueles olhos azuis fixos nos dela, que abriram lentamente assim que a melodia terminou.
— Está… perfeita! — Disse, mas não com tanto entusiasmo na voz quanto esperava. Estava preocupada com o que deveria dizer a ele. Com aquele silêncio reconfortante que se instalou entre eles, o garoto colocou a mão sobre a dela.
— Sabe que pode me contar o que quiser, não é? — A azulada suspirou, parecia que ele sabia o que se passava dentro dela. E estava certa. Depois que ela falou tudo o que vinha repetindo na sua mente desde a noite passada, Luka depositou um beijo em sua bochecha.
— Sempre estarei aqui pra você, mesmo como um amigo. — Ela sorriu aliviada e o abraçou.
Agora, algumas semanas depois, ela se sentia muito mais tranquila em relação a ele. Costumavam sair bastante para conversar, com ou sem o pessoal da banda. E, ao contrário do que ela havia pensado, nada ficou esquisito entre eles, e sempre encontravam assunto para falar até tarde.

Te vejo amanhã então.

Boa noite!

***

Na manhã seguinte, Marinette conversava com Alix e Victor, um colega do clube de artes, quando Alya chegou.
— Ah, essa é a famosa Alya, a "salvadora da vidas"? — Perguntou Victor. — Marinette não para de falar disso.
— Ah sim, o post no Ladyblog sobre o suposto namoro entre o Chat Noir e a Marinette. Sim, fui eu que fiz.
— Me salvando pela milésima vez. — As duas riram.
— Sério, não sei como eu tinha caído naquela história absurda. — Disse Alix.
— Nem eu sei como tanta gente acreditou naquilo. — Marinette afirmou — Primeiro que o Chat Noir é apaixonado pela Ladybug e ele não a trocaria por mim. — Ela riu sozinha — Depois que aquela história era um absurdo. Ok, o fato de ele esconder a namorada não é tão absurdo assim, iria protegê-la de possíveis ataques de vilões. Teria basicamente a mesma ideia da identidade secreta dos heróis. Mas escondê-la por causa da Ladybug e das fãs dele? Para não decepcioná-las? Isso não é a cara do Chat… — Ela continuava a falar, esquecendo-se que estava como Marinette, e não como Ladybug — Do jeito que a legenda da foto falou, parecia até que ele não queria assumir um compromisso comigo para poder ficar com todas, mas ele nunca faria algo assim. Claro que ele costuma jogar charme para algumas garotas, mas nunca desse jeito. O amor dele pela Ladybug é sincero. Além disso, como um relacionamento entre nós seria possível? Eu não faço ideia de quem está por trás da máscara. Talvez pra ele não seja tão estranho, mas de qualquer forma há muitas coisas em jogo. Não dá pra largar tudo pro alto e ficarmos juntos. — Os amigos de Marinette a encaravam em silêncio, com surpresa no olhar.

— Nossa! Pra alguém que não namora o Chat Noir, você sabe bastante sobre ele. — Alix provocou, rindo, e Marinette percebeu que tinha falado demais. "Odeio quando esqueço que estou sem a máscara…", dizia para si, percebendo que se continuasse assim poderia acabar revelando seu segredo. 

— Ainda bem que a Alya já provou que é a Ladybug nas fotos, hein. — Victor brincou e a azulada soltou uma risadinha nervosa.

— Quem diria, não é? Nem parecia ela com aqueles cortes na foto. Eu mesma cheguei a desconfiar que era a Marinette. — Alya falou.

— Eu também! Se bem que a Marinette parece bastante com a Ladybug, não acham? — Victor disse e a azulada sentiu um arrepio percorrer seu corpo. "Ah, não! Não, não, não fala isso…" — Não foi à toa que acharam que era você nas fotos. — Marinette sentia suas pernas tremerem. "Não, não, não, não!"

— Nossa, é mesmo! Vocês parecem gêmeas! — Disse Alya, olhando para uma foto de Ladybug no celular e a azulada precisou se apoiar na parede para não cair.

— O penteado é o mesmo! — Victor notou e Alix encarou Marinette com admiração no olhar. "Ela já ligou tudo, não acredito que está acontecendo!" — Espera, você sabe bastante coisa sobre o Chat Noir e parece tanto com a… — Marinette sentiu que precisava agir antes que fosse tarde demais. No desespero, gritou a primeira coisa que lhe veio à mente.
— Eu e o Chat Noir estamos juntos! — Ela falou mais alto do que imaginava, ganhando olhares surpresos e confusos dos amigos. Quando percebeu o que tinha feito, tentou consertar a situação — Quer dizer… não juntos, tipo juntos, mas… juntos. — Ela não sabia o que fazer. Tinha falado a última coisa que em sã consciência usaria como desculpa para encobrir sua identidade secreta. Mas no desespero, foi o que apareceu.
— Espera, vocês estão namorando? — Alya perguntou — Então aquelas fotos eram verdadeiras mesmo? Mas você não tinha dito que…
— Namorando? Quê? Não! Estamos…
— Ficando? — Foi a vez de Victor. Alix só encarava a amiga em silêncio. — Então pra que toda aquela preocupação pra dizer que era mentira?
— Não! Não era eu nas fotos, era a Ladybug! — Ela sabia que não dava mais pra fugir, tinha dado a desculpa e agora precisava terminá-la. — É que… depois de toda aquela coisa com as fotos, nós acabamos nos encontrando algumas vezes por aí e… conversamos. Estamos… nos conhecendo.
— Ah, sim! — Victor e Alya disseram juntos.
— Então vocês tem tipo… encontros secretos? — Alya falou com uma certa malícia no olhar.
— Quê? Não! Nós somos amigos só, nada demais. — De novo aquela palavra. Amigos. Por que sempre tinha que lhe causar aquele sentimento?
— Já ouvi essa história antes… — A morena disse e o sinal tocou, impedindo que alguém dissesse mais alguma coisa.

***

A caminho da casa-barco de Luka, a azulada pensava na mentira que inventou mais cedo. Ela não gostava de mentir para os amigos, o que acontecia bastante quando se tratava de proteger sua identidade secreta. Esperava que eles esquecessem logo aquela história e que, quando encontrasse os amigos no cinema mais tarde, não comentassem sobre isso.

 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Muito obrigada pelos comentários e favoritos!
O próximo capítulo será postado amanhã. Obrigada por ler!



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