Little Things escrita por Siaht


Capítulo 30
XXX. epilogue


Notas iniciais do capítulo

Olá, suas maravilhosas!!!
Tudo bem com vocês?
Ok, chegamos oficialmente ao final dessa história e confesso que já estou chorosa e morrendo de saudades. Peço desculpas por estar quebrando as regras e finalizando Little Things um pouco depois do dia 30 de junho, mas eu precisava escrever esse epílogo e encerrar essa história de forma correta. Além disso, se eu não dormi, o dia ainda não acabou haha
De qualquer forma, espero muito que gostem! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791409/chapter/30

  XXX 

.

{epilogue}

.

.

(X)

.

.

“so what if it's us?

what if it's us

and only us

and what came before

won't count anymore or matter?

can we try that?”

.

.

Se você perguntasse a Scorpius Malfoy, ele diria que a magnânima e épica história de amor que ele e Rose Weasley compartilhavam havia tido início na plataforma 9 ¾ , no dia 1 de setembro de 2017. A melhor amiga/amante afortunada, contudo, discordaria. Para Rose Wealey, o amor deles era coisa de outra vida. Desenhado pelo destino, abençoado pelos astros, escrito em constelações ancestrais. Eles eram almas gêmeas fadadas a se encontrar. Talvez tivessem feito uma bagunça no caminho, derramando terra e poeira de estrelas por todo o percurso, mas conseguiram se achar no final do labirinto. E aquilo era tudo o que importava.

Pelo menos, era tudo o que importava aos 17 anos. Scorpius Malfoy ainda era Scorpius Malfoy. Sempre seria o filho de seu pai, para o bem e para o mal. Aquilo, no entanto, já não importava tanto. Por um longo tempo, o rapaz não quisera nada além de provar ao mundo inteiro que estavam errados sobre ele. Depois desejara apenas provar que não precisava provar nada para ninguém. E à medida que o futuro se aproximava, passara dias, semanas e meses tentando escolher uma profissão que fosse útil para esses propósitos. Pensara em ser auror e medibruxo e até mesmo ter um emprego importante no Ministério. Algo que comprovasse seu caráter perante ao mundo e ajudasse a fazer um pouco de bem, ou a pagar um pouco do mal que o sangue de seu sangue fizera.

E era óbvio que nada daquilo fazia qualquer sentido, como Rose e Albus não tiveram problemas em pontuar. Ele fora feito para Herbologia e as estufas eram o lugar ao qual pertencia. Bom, as estufas também eram o lugar onde ele e Rose passavam muito tempo se beijando, isso, entretanto, ninguém precisava saber.

Então, ele iria continuar seus estudos naquela área, quando se formasse em Hogwarts. Queria passar seus dias com as suas plantas, que ainda eram menos complicadas que as pessoas, embora ele até conseguisse lidar melhor com seres humanos. Queria apenas ser quem ele era, sem se preocupar com o que os outros iriam pensar ou dizer.

O rapaz sabia que o nome e o legado dos Malfoy seria algo que sempre carregaria, ainda assim, não precisava moldar sua vida em torno daquilo e, acima de tudo, não precisava purgar pecados que não eram dele. Finalmente entendia o que sua mãe dissera ao afirmar que só caberia a ele definir o que faria com o Malfoy que lhe fora herdado. Scorpius não entraria para aquela linhagem como nenhum escorpião, seria o capricorniano que estudava herbologia, plantava girassóis no verão e amava uma garota com nome de flor. E não precisava ser nada além disso. Aquilo era suficiente. Ele era suficiente.

Rose Weasley, por sua vez, também seria sempre Rose Weasley. A filha de heróis de guerra e da Ministra da Magia que não tinha qualquer interesse em ser uma heroína ou ter qualquer emprego burocrático no Ministério. A garota ainda tinha mais dúvidas do que certezas, e esperava permanecer assim por muito tempo, e ainda olhava para mundo através de estrelas e constelações. Também seguia vestindo suas roupas coloridas – uma maravilhosa cortesia de Molly II – e mantinha sua coleção de óculos excêntricos. Esperava guardá-los para sempre, se obrigando a ver o mundo em cores, mesmo quando tudo fosse sombras e escuridão.

Ela achava que estudaria Adivinhação, quando seu tempo como aluna de Hogwarts chegasse ao fim. Às vezes, pensava até mesmo em se tornar professora. Diferentemente da maioria dos colegas, no entanto, não estava muito preocupada. Ainda tinha alguns meses antes de precisar tomar uma decisão. Tinha a vida inteira, na verdade. Que coisa idiota era supor que aos 17 anos você precisava fazer uma escolha e segui-la pelo resto da vida. Uma vida que era tão fluída e imprevisível. Talvez ela fizesse uma escolha errada agora e duas daqui a dois meses e vinte daqui a dez anos. E tudo bem. Não existia aprendizado sem erro e se havia algo que Rose Weasleu amava era adquirir conhecimento, mesmo que das formas menos ortodoxas. Na verdade, principalmente por elas.

Sua mãe obviamente não ficava contente com seu tipo de pensamento, contudo, estava aprendendo a lidar com isso. Entendendo que as expectativas que criara para a filha eram algo que precisava resolver consigo mesmo, e não com Rose. Rose nunca lhe fizera qualquer promessa, no fim das contas. A garota, por sua vez, também estava tentando se controlar um pouco mais e aceitar que não precisava explodir a cada vez que as duas discordassem de algum tópico. Havia espaço para o diálogo e para a discrepância.

Quanto ás expectativas que o resto mundo fizera para a filha de Hermione Granger-Weasley, bom, o resto do mundo poderia se explodir juntamente com todas elas. Rose não devia nada a qualquer um deles e não viveria sua vida pautada pelas opiniões de estranhos. E quando essas opiniões pesassem ou machucassem, ela sempre poderia recorrer a Scorpius. Afinal, o rapaz entendia aquilo melhor do que ninguém.

Scorpius com quem ela andava de mãos dadas todos os dias pelos corredores, que lhe sussurrava doces juras de amor adoravelmente cafonas e que daria vida a qualquer clichê de amor que ela quisesse – especialmente se fosse algum saído de um dos livros que ele tanto amava –, mesmo que beijar na chuva só os tivesse rendido um quase afogamento, com água entrando pelos narizes e bocas, e resfriado de uma semana. Talvez eles apenas tivessem que praticar mais. Praticar beijos com o namorado era algo que ela jamais se cansaria de fazer. Era até estranho pensar que houve um momento no qual acreditara que o amor não seria algo feito para uma garota gorda como ela, especialmente quando Rose sentia diariamente que o amor fora inventado apenas para ela. Como era fácil se deixar enganar pelas mentiras alheias...

De uma forma ou de outra, quando estavam sozinhos Scorpius seria sempre apenas Scorpius. E Rose seria apenas Rose. Duas pessoas completas, formadas por pequenos detalhes únicos e mágicos, e que existiam livres de nomes e legados e famílias. Sem qualquer amarra, além do laço que compartilhavam. O laço que o destino, ou o acaso, ou as estrelas, ou um quase afogamento aos 11 anos de idade forjara, unindo suas vidas para sempre. Eles eram Scorpius e Rose. Rose e Scorpius. E não precisavam ser nada além disso.

.

.

“what if it's you

and what if it's me

and what if that's all that we need it to be

and the rest of the world falls away?

what do you say?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

FIM.

Ok, agora realmente acabou e acho que ainda não assimilei esse fato. Participar do Junho Scorose foi uma experiência maravilhosa. Adorei escrever e ler as histórias (e eu recomendo todas, se você ainda não conhece as outras, não perca tempo e vá procurar: https://junhoscorose.tumblr.com/) e toda a interação com vocês. Little Things já tem um espaço imenso no meu coração e vai ser algo que será sempre importante na minha vida. Fazia muito tempo que eu não conseguia escrever uma história longa e andava bem bloqueada como escritora, essa fic permitiu que eu me reencontrasse com esse lado que é tão importante para mim. Além disso, eu também amei me reencontrar com Scorpius Malfoy e Rose Weasley e essa versão deles que se materializou aqui. Amei escrever tudo sobre os dois, e sobre o Albus e todo mundo que deu as caras em algum capítulo, e fiquei imensamente tocada a cada vez que vocês me diziam que se identificavam com um dos personagens ou com alguma de suas questões. Quero agradecer a Miss A pelo convite para esse projeto maravilhoso e a todas vocês que acompanharam essa história até aqui. Muito obrigada por terem lido, pelos comentários (juro que vou responder todos), os favoritos e as recomendações. Vocês tornaram meu junho um mês especial e cheio de afeto, mesmo em meio a todo o caos e horror que estamos vivendo. Muito obrigada mesmo! ♥
Até a próxima!
Beijinhos,
Thaís