Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 2
Capítulo I




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Abril de 2020

Seis e cinquenta e nove da manhã marcava no despertador em cima da mesa lateral de cor branca. No quarto de alguém que deveria ter por volta de 17 anos e babava enquanto dormia. Seus cabelos negros se emaranhavam no travesseiro. Ela se mexeu e o cobertor que cobria seu corpo caiu pela cama até o chão, deixando a mostra a camiseta velha de alguma banda que já fez sucesso e as pernas brancas e finas de alguém que não fazia nenhum exercício.

Os segundo corriam rápidos para marcas sete horas. E o barulho ecoou pelo quarto acordando a menina que antes dormia. Ela bateu no despertador com a mão e se mexeu procurando o coberto. Bufou e abriu os olhos com dificuldade.

Alguns raios de sol tentavam ultrapassar a cortina e batiam na cama da jovem, que colocou a mão na frente do rosto para não se incomodada.

Ela bocejou e se sentou na cama. Espreguiçou e bocejou coçando os olhos. Abriu eles totalmente e se levantou da cama calçando os chinelos. Se dirigiu até o banheiro e lavou o rosto, tomou um banho rápido e escovou os dentes. Assim que saiu procurou uma calça jeans e camiseta da escola para vestir.

Faltava pouco. Era o último e logo ela estaria livre. Pensou consigo mesma.

Se vestiu e abriu a janela vendo a movimentação da rua. Morava em uma casa de dois andares em uma rua calma. Havia apenas uma velha na rua a essa hora que levava seu lixo para fora e uma outra mulher por volta dos 30 anos que estava correndo.

Pegou a mochila preta em cima da cadeira e saiu do quarto descendo as escadas. O cheiro de café era nítido pela casa inteira. E aquilo animou a jovem que descia as escadas. Jogou a mochila no sofá e foi até a mesa que estava sua mãe tomando uma xícara de café calmamente.

— Bom dia, querida. - Sua mãe olhou para ela e sorriu.

— Bom dia. - Ela sorriu.

Seu pai já havia saído para trabalhar, ela percebeu quando não viu as chaves e nem a carteira dele em cima do aparador perto da porta. Sua mãe já estava para sair também, pois logo se levantou da cadeira e deu um beijo nos cabelos da jovem.

— Venha para casa almoçar, vou tentar sair da loja no mesmo horário. - Disse Elena.

Sua mãe que era uma mulher alta de cabelos ruivos e cacheados trabalhava em sua própria loja onde fazia joias. Umas mais lindas do que a outra. E a jovem levou a mão até o colo do peito, para o colar dourado que carregava consigo. Presente da sua mãe, uma corrente pequena com um pingente circular escrito a palavra amor em japonês, por sua mãe ser uma grande apreciadora da cultura japonesa.

— Pode deixar. - A jovem concordou com a cabeça.

Ela terminou seu café rapidamente e lavou a louça antes de partir para a escola. O caminho até a escola era tranquilo, assim como a rua toda. Chegando na escola a jovem foi direto para seu grupo de amigos que sorriram ao vê-la.

— Lici, como você tá? - Perguntou a garota baixa.

— Estou bem.

A garota baixa sorriu e mostrou suas covinhas. Era uma jovem de cabelos castanhos claros crespos que estava preso em um coque no alto da cabeça. Era baixa e tinha olhos negros e a pele preta, cor de chocolate. Seu namorado também estava ao lado, era um jovem alto de cabelos negros mal penteados e rosto fino. Sua pele era branca como papel e tinha descendência coreana.

— E você, Mel? - Perguntou Lici para sua amiga de cabelos crespos.

Mel apenas concordou com a cabeça afirmando que sim e voltou atenção para que o namorado contava sobre a série que havia visto ontem a noite.

Lici começou uma conversa com Beatriz, sua outra amiga que estava na roda de amigos. Ela era uma menina mais alta, à mais alta de todas, o que a tornava jogadora no time de vôlei da escola. Tinha os cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo muito apertado no topo da cabeça. Sua pele branca brilhava devido a maquiagem leve que usava e seus olhos verdes tinham um lindo delineado gatinho, que Lici sempre admirava de como ficava perfeito.

— Obrigado por chegar logo, não aguentava mais ficar segurando vela. - Beatriz riu.

— Precisamos arrumar alguém para não ser a vela desse bonde, Bia.

— Ei, vocês não são velas. - Mel reclamou.

— Okay, não somos e por isso estamos dando o fora. - Bia falou e agarrou o braço de Lici para sair dali.

Ficou para trás uma Mel de bico e seu namorado, Lucas rindo da situação.

— Coitados. - Lici riu.

— Coitada de mim que tenho que aguentar esse casal amorzinho e que vou sair do Ensino Médio sem ninguém. - Desabafou Bia.

— Não é pra tanto, senhorita. Olha pelo lado bom pelo menos você não tem ninguém que te prender aqui caso queira ir pra uma faculdade bem longe.

— Graças a Deus. - Bia levantou as mãos para o céu e riu.

Elas se dirigiram para sala e sentaram uma próxima da outra. Aos poucos foram chegando os alunos que se acomodaram em suas cadeiras e por último entrou o professor seguido de alguém bem jovem.

— Olá turma. - O professor disse ajeitando seus óculos.

Ele se acomodou em sua mesa e disse algumas coisa para o jovem que o acompanhava que logo puxou uma cadeira para mesa do professor e se acomodou também. Ele trocou algumas palavras com o professor e se dirigiu para frente da sala que estava toda barulhenta devido ao comentários sobre o jovem. Ele tentou pedir silêncio, mas foi sem sucesso e olhou para o professor com um olhar de ajudar.

— Turma! Não é assim que recebemos pessoas novas. - O professor advertiu.

A turma ficou em silêncio e todos olhavam para o jovem a frente. Ele inspirou fundo e expirou.

— Olá a todos. Eu sou Thiago, sou estagiário e durante esse ano acompanharei o Professor Marcos e todas as turmas dele. Então prazer e se tiverem dúvidas sobre as matérias ou trabalhos também podem me procurar, que irei ajudar o professor e vocês. - Ele sorriu em sem jeito e ficou mexendo as mãos no ar por não saber o que fazer com elas.

— Ele é gatinho, né? - Comentou Bia atrás de Lici.

Lici observou ele com mais atenção. Tinha cabelos loiros estavam bagunçados e sua pele era branca bronzeada, como se tivesse acabado de voltar da praia. Suas mãos foram parar no bolso da calça de cor clara e seus olhos castanhos percorriam a sala toda, analisando cada um e quando chegaram na Lici ela desviou o olhar para baixo.

— Um pouco. - Lici respondeu.

O professor agradeceu ao Thiago e começou a explicar a nova matéria na lousa. Thiago se sentou na cadeira que havia arrumado para si. Ele ainda olhava a sala e agora analisava mais atentamente cada aluno, quem estava fazendo anotações, conversando, usando celular e também analisava o Professor Marcos e como explicava.

As aulas no primeiro período passaram rápidos e logo chegou o intervalo. Lici e seus amigos se sentaram em uma mesa e começaram a conversar. Aos poucos Lici foi percebendo que a conversa de quase todas as mesas era sobre o novo estagiário de professor Marcos.

— Ele é muito gato. - Falou Bia.

Mel concordou timidamente com a cabeça, devido ao namorado do lado.

— Ele realmente é. - Disse Lucas.

Mel olhou surpresa para ele e ele apenas deu de ombros voltando atenção para o celular.

— Gato, porém professor. - Disse Lici.

— Meio, não tanto. - Respondeu Bia.

— Fora do nosso alcance. Do seu alcance, Dona Beatriz.

Ela bufou e voltou atenção para seu sanduíche que havia trazido de lanche.

O resto das aulas passaram voando e logo já era meio dia e Lici estava arrumando as coisas para ir para casa. Seus amigos a convidaram para almoçar em uma lanchonete lá perto, mas ela recusou pois já havia combinado de almoçar com a mãe. O caminho até em casa foi tranquilo, até que uma pessoa esbarrou nela enquanto corria.

A pessoa parecia desesperada, como se tivesse fugindo. Não pediu desculpas, apenas olhou para trás reparando na jovem que acabará de atropelar. Antes que Lici pudesse olhar para trás e xingar a pessoa pela má educação ela reparou no objeto que tinha caído no chão e rolava pela rua devido a sua esfera. Lici correu atrás do objeto e o pegou com o pé antes que fosse mais longe. Ela se abaixou e analisou o objeto. Era redondo de cor prateada com arabescos e círculos que se entranharam, feito de duas partes. Lici olhou para frente para ver se via alguém na rua, pois concluía que o objeto deveria ser do homem que esbarrar nela, mas já não havia mais ninguém na rua.

Ela guardou o objeto no bolso da calça por algum motivo que ela não sabia explicar, afinal deveria deixar ali mesmo, vai que o homem voltasse. Mas o objeto atraia de uma forma e assim ela voltou para casa. 


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