Continuação do capítulo anterior.

— E você e o Reade como estão? — Perguntou a garota.

— Bem Nathalie... Reade ficou em NY e eu estou indo morar em Londres por três meses estamos separados... geograficamente falando. — Tasha respondeu sem dar muitas pistas do que estava querendo dizer.

— E amorosamente falando? — Insistiu Nathalie.

— Estamos seguindo nossas vidas, ele vem nos visitar sempre que puder.

— Então estão juntos... amorosamente falando? — Ela sorriu em concordância à pergunta da filha, e abaixou a cabeça em seu ombro.

— Isso é só o tempo que irá responder, só ele.

Tasha que algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, tudo que ela mais queria era ele nessa viagem, porém ela estava muito feliz em acompanhar sua filha nesse momento.

Seria apenas por alguns meses, logo ela voltaria para NY e alternaria as visitas com Nathalie.

Era uma longa viagem de quase 07:30 até Londres, era um voo direto, ela estava encantada observando o lindo céu e a filha, como ela estava calma dormindo. Ela aproveitou esse tempo de silêncio para ler um livro, ver alguns e-mails e conferi alguns detalhes do novo apartamento.

Nathalie acordou depois de algumas horas, comeram um pouco, a garota fez até algumas selfies para mandar para o Reade, que logo respondeu às mensagens dizendo que estava feliz pela duas.

POV Tasha

 Ao desembarcar pude vê os olhos da minha vida brilharem como eu jamais tinha visto antes, eu me sentia tão feliz por compartilhar essa felicidade com ela, por está ao lado dela.

Pegamos um táxi e fomos para o apartamento que tínhamos alugado, ficava bem no centro próximo a faculdade onde ela iria estudar, próximo a museus e parques. Tinha uma vista incrível para uma praça com um lago, com certeza iria se tornar a minha vista favorita.

Avisei a Reade que tínhamos chegamos bem, e lhe contei sobre a viagem, porém eu tinha muito para por em ordem além de estar muito cansada e queria terminar tudo e dormir um pouco; vi a Nathalie conversar com alguém no telefone parecida algo sério, eu preferi não perguntar quem era, não queria ser tão invasiva.

Depois de ter organizado algumas coisas fui até o quarto da Nathalie ver se ela precisava de algo, ela estava dormindo como uma pedra, fui até meu quarto pegar algumas roupas na mala que ainda não tinha retirado, precisava de um banho, ao abrir a mala me deparei com uma surpresa, não tinha visto o Reade mexendo na minha mala mas estava lá, uma camisa dele com seu cheiro e um bilhete:

“Para você usar sempre que sentir saudades, te amo.”

Meu Deus como ele era incrível e como eu era apaixonada por cada centímetro dele, olhei no aplicativo e vi que ele ainda estava acordado, resolvi ligar.

— Alô quem é? — Ele brincou do outro lado da linha.

— Engraçadinho algumas horas sem mim e você já finge amnésia? — Ele gargalhou alto. — Eu amei a camisa, inclusive vou dormir com ela todas as noites.

— Que bom que você gostou! Só não lave. — Pediu ele. — A Nathalie já dormiu?

— Não vou lavá-la ,só quando você estiver aqui comigo, aliás você vai passar o dia com ela quando estiver aqui. Nathalie já está dormindo como uma pedra, liguei só pra te dá boa noite!

— Boa noite, durma bem... eu te amo! — Ele me diz com uma voz melosa.

— Também amo você Reade, cuidado! — Falo e logo encerro a ligação.

Após um banho me vesti e me deitei, revirei pela cama por quase uma hora até dormir de verdade. Acordei com a luz do dia invadido o quarto, só assim me dei conta de onde estava; como ainda tínhamos alguns dias até as aulas da Nathalie iniciarem iríamos conhecer mais a cidade, fomos a museus, alguns parques, o lugar era realmente incrível. Nem notamos como a semana passou rápido.

     Na semana seguinte as aulas tiveram início, a Nathalie amou o primeiro dia de aula, menos a parte que em que eu decidi levá-la na faculdade.

— Mãe não precisa! — Ela protestou enquanto tomávamos café da manhã. — Eu sei como chegar, e caso eu me perca existe algo chamado GPS.

— Eu sei, mas é seu primeiro dia de aula e quero levá-la. Que mal tem isso? — Lhe perguntei.

— De volta ao jardim de infância. — Ela bufou revirando os olhos.

— Quer fruta na lancheira meu nenê? — Eu debochei do comentário dela. Ligamos para o Reade durante o percurso, como fazemos toda manhã.

No final do dia chegou super animada do primeiro dia de aula, como eu amava as aventuras dela e o modo como ela observava as coisas, algumas vezes de forma sensata outras de forma mais dramática.

Se passaram dois meses desde que nos mudamos pra cá, no começo foi difícil nos adaptarmos, mas conseguimos. Combinei de deixar a Nathalie na faculdade hoje e depois eu iria sair um pouco, queria comprar algumas roupas e almoçar num restaurante vegano que vi a propaganda no meio do percurso, nós duas como o de hoje a Nathalie teria aula em período integral.

Estava observando a paisagem e saboreando um ótimo suco verde quando ouço alguém me chamar:

— Natasha? É você? — Ao me virar não pude acreditar em quem eu tinha encontrado.

— Cláudia? Como você está? — Lhe cumprimento amigavelmente.

— O que te trás a Londres? Uma nova missão?

— Minha filha está estudando em Oxford, então vim passar alguns meses com ela. — Explico.

— Sua filha, como assim? Que outra loucura aconteceu em NY? — Ela pergunta de forma perplexa. Mas quem não ficaria? — Está indo almoçar? Podemos conversar durante o almoço.

— Ótima ideia, vou te contar toda a história. — Aceito seu convite e logo encontramos uma mesa num restaurante próximo.

Eu tento lhe explicar sobre tudo o que aconteceu nesse último ano de forma resumida, sobre os casos que acontecerem e sobre a Madeline ter encontrado a Nathalie primeiro e ter contado diversas mentiras. A Cláudia ficou em choque com tudo o que ouviu.

Ela também me contou sobre o andamento do seu trabalho, sobre o seu paradeiro desde a última vez que nos vimos. O almoço não poderia ter sido melhor.

— Tasha espero que sua filha tenha muito sucesso e principalmente paz, depois de tudo que ouvi vocês duas merecem ser feliz, ou melhor vocês três, formam uma linda família. E o Reade veio com vocês? — Ela me pergunta.

— Ele não pôde, mas ele vem nos visitar em breve.

— Se decidir ficar mais tempo o MI6 está de portas abertas pra você. — Confesso que me surpreendi com esse convite.

— Muito obrigada, se caso eu decidi ficar mais tempo eu vou te ligar sim. — Trocamos números de telefone e seguimos com o nosso caminho.

O convite da Claudia me fez ficar pensativa, mas não pretendo ficar por muito tempo aqui, então não posso me comprometer com isso, eu tinha o meu emprego e uma vida nos EUA.

     A rotina da noite era sempre a mesma, ou eu ou a Nathalie cozinhava algo ou saíamos para comer em algum lugar, confesso que estava tornando-se um tédio, principalmente a parte que eu ficava sozinha em casa. Eu nunca fui de ficar parada por muito tempo, gostava da agitação, ir a academia, de fazer o meu trabalho, de correr no parque. Ir ao pilates durante a semana ou correr no parque a tarde  não estava me dando a adrenalina que eu estava acostumada.

A Nathalie estava em semana avaliativa na faculdade, e mal nos vimos essa semana, o que fez com que eu me sentisse ainda mais sozinha, fiz uma chamada de vídeo com a Patterson que me colocou a par de tudo que estava acontecendo em NY.

— Amiga isso não é o mesmo sem você! Estou com tanta saudade. — Confessou ela.

— Estou morrendo de saudades de vocês! Não tenho mais o que fazer nessa casa, toda semana troco os móveis de lugar, eu nunca pensei que diria isso, mas tenha certeza que sinto falta de desarmar algumas bombas e correr atrás dos bandidos.

— Nossa não te imagino assim! Amando a faxina (gargalhada) A minha risada é de desespero. — Falou ela se divertindo da história.

— Você é muito engraçadinha. Essa vida de ficar em casa é péssimo. — Confesso. Parei por um segundo e decido contar sobre a Claudia. — Patterson recebi uma proposta de trabalho.

— O que? Como assim e de quem?

— Encontrei a Claudia aqui, e ela me convidou para trabalhar com ela no MI6. — Explico sem fazer muitas voltas.

— Você já conversou com o Reade? — Foi a primeira pergunta que ela me fez. — Tasha você tem que pensar nisso, agora são duas pessoas com você, tem a Nathalie e o Reade, pensa bem, o MI6 é algo tão perigoso quanto a CIA, acho que você já teve problemas de mais pra uma vida. — Na verdade Patterson e eu pensávamos de forma bem parecida.

— É você tem razão, sabia que tinha que conversar com você amiga. Obrigada!

— Me liga sempre, não é porque você está longe que eu não vou te dá umas broncas. Se cuidem! — Ela pediu e finalizamos a ligação, eu precisa descansar pois já estava ficando tarde.

Reade chegaria na próxima semana para passar alguns dias conosco, o que me deixava feliz e ansiosa, estou com tantas saudades dele e creio que isso é recíproco. Quero levá-lo aos mais belos lugares que já conheci aqui, e também quero conhecer novos lugares. Quero matar toda saudade desses últimos meses.