Aún Hay Algo escrita por LilizIris


Capítulo 3
CAPÍTULO 3 – CUANDO ME VES TE HACE FELIZ


Notas iniciais do capítulo

*E lá vamos nós para mais um capítulo...



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“Se em algum momento você pensa em mim, ou talvez fique feliz quando me vê. Talvez há algo de amor entre a gente” – Aún Hay Algo, RBD. 

POV TANYA 

1, 2, 3 respira Tanya.  

“Só mantenha a calma, você precisa de ajuda... Não surta, garota!”  

1, 2, 3 respira Tanya. 

Eu não fazia a menor ideia de como cheguei tão rápido, tudo parecia um borrão, mas eu já estava na praça, esperando Edward chegar. Logo avistei o Volvo prata e um Edward tão desesperado quanto eu vindo em direção, não pensei em nada, só corri e o abracei tão forte que eu podia quebrá-lo ao meio. 

— Tanya, o eu houve? Me conta o que está acontecendo – E eu comecei a chorar. Chorei. Como uma criança que se perde dos pais, chorei por que sentia muito por tudo, chorei por aguentar mais guarda tudo aquilo e sofrer calada... Eu não queria mais ser agredida — Ei, pequena, se acalme – Enxugou o meu rosto com as mãos. 

Mas não consegui me acalmar, James só podia ter brotado do chão. Estava mais zangado que o próprio demônio... E eu quis me chutar, eu havia me esquecido completamente que James perseguia, por isso não muitas tinha redes sociais, evitava trabalhar e me escondia dentro de casa. 

— Edward, liga para polícia – Edward olhou para a mesma direção que eu e voltou a me encarar com a mais cara de ponto de interrogação – Só liga para polícia, por favor. 

— O que esse mane está fazendo com você, Tanya? Ele por um acaso se esqueceu que você é minha noiva? – James espumava de raiva. 

Ele vinha na minha direção, tentando me puxar pelo braço, mas Edward entrou no meio, me protegendo com o corpo. 

— Pelo que eu saiba amigos não são proibidos de conversar – Disse Edward tentando manter o controle da situação. 

— Ela bem sabe que não precisa de “amigos” – Fez aspas com os dedos - Ela tem a mim. 

Ele me puxou pelo braço e apertou meu pulso com força desnecessária. Me desesperei, ele nunca mais ia me agredir, nunca mais ia colocar um dedo se quer em mim. 

— Me solta, James! – O empurrei – Você sabe que eu tenho uma ordem de restrição contra você, por favor Edward, liga para polícia – E fui para trás de Edward. 

— Eu já avisei a polícia. 

Então Charlie Swan, pai de Isabella, apareceu. Chefe da polícia de Forks e morava praticamente do lado da escola. Revistou James e pegou a documentação dele, ao puxar a ficha dele, viu a minha restrição e deu voz de prisão para James. 

Charlie disse que Edward fez muito bem em chamá-lo, pois além da restrição havia vários boletins de ocorrência contra ele por agressão, todos em meu nome, isso só deixava o ponto de interrogação na cara de Edward ainda maior. Charlie também me parabenizou, dizendo que poucas mulheres denunciam o agressor e colocam em vigor a ordem de restrição... Eu só queria um buraco para me esconder. 

Edward parou o carro na frente da minha casa, fizemos o caminho todo em silencio, a vergonha não me deixava nem me mexer. 

— Tanya, não sei o que fazer – Edward me olhava de forma sofrida – Se eu perguntar qualquer coisa agora eu sinto que é falta de educação, mas eu realmente quero entender tudo o que eu acabei de ouvir de Charlie. 

Eu o encarei com o rosto banhado em lágrimas, ele me abraçou e beijou a minha testa. Aquele abraço me acalmava, me sentia segura com Edward do meu lado. 

(...) 

Primeiro, com a ajuda de Jasper, eu contei tudo para minha mãe. Ela ficou abalada, dizendo que era uma mãe péssima, por ter deixado a filha de 16 anos namorar um rapaz de 30 anos, mas ela não sabia a verdadeira idade de James, eu sempre omitia essa parte, mas graças a Jasper ela se acalmou e percebeu que não tinha como desconfiar disso. 

Depois ficou me pedindo perdão, por não ter percebido os meus machucados, mas não queria ficar acusando ninguém injustamente e acabar brigado comigo. Disse que logo após o meu término com James ela acabou mexendo nas minhas coisas e achado a cópia dos B.O contra James, mas achou que com ele longe tudo ia ser resolvido. 

Entre mim e minha mãe estava tudo resolvido. Faltava só as outras pessoas dessa lista. Entrei na sala de Rose e a encontrei com Alice, no maior ‘Love’. 

— Espero não está atrapalhando – Elas se assustaram, mas ao verem que era eu, começaram a rir. 

— Se for por causa dos papeis da demissão, eu pedi para o RH preparar, saiba que por mim eu não aceitava, mas James foi muito enfático em dizer que você exigia isso – Disse Rose com uma cara de cachorro que caiu da mudança. 

— Ele veio com você? – Disse Alice olhando para todos os lados. 

— Não, espero que ele nunca apareça na minha frente – As duas me olharam espantadas. 

E eu contei tudo, desde começo do relacionamento ao o que aconteceu ontem e estava se tornando incrivelmente fácil falar tudo. Era como tirar rochas, montanhas, vulcões das minhas costas e me deixar leve. 

— Me desculpe, Tanya – Disse Alice com lágrimas nos olhos – Por ter falado aquelas coisas para você, nunca ia imaginar algo assim. 

— Tudo bem – Sorri – Você estava defendendo o seu irmão. 

— Ele vai ficar preso? – Rose me abraçava e parecia que nunca mais ia me soltar. 

— Sim, não sei quanto tempo, mas espero que seja o suficiente para que eu consiga resolver a minha vida. 

— E isso significa...? – As duas falaram ao mesmo tempo. 

— Significa – Sorri – Que eu quero fazer faculdade, me formar em RH, quem sabe uma amiga me dá um emprego na clínica dela — Rose gargalhou — E o que a vida me proporcionar – Dei de ombros. 

— Quem sabe se apaixonar, meu irmão está solteiro, sabia? — Alice mexeu as sobrancelhas maliciosamente. 

— Meu amor... - Disse Rose envergonhada – Ela nem pode conversar com Edward. 

— Não? 

— Não, Alice – Suspirei – Ele disse que ia esperar eu me sentir melhor. 

(...) 

Era difícil andar na rua, mesmo sabendo que James estava preso, ainda tinha medo dele surgi na minha frente não me deixar mais viver. Mas agora era tudo questão de costume, não tinha como esquecer o James me fez, mas eu poderia usar isso como ponto de partida para seguir a vida. 

Então eu dedicava cada vez mais a minha terapia e as sessões em grupo, já tinha se tornado mais fácil falar sobre a minha história, por isso tinha decidido encontrar com Edward para colocar tudo em pratos limpos, combinamos de ir jantar no apartamento dele, ele iria pedir o meu prato favorito, mas era para fingir que ele havia feito. 

Estava começando a ficar mais confortável em minha própria pele, já não me escondia nos moletons e no rabo de cavalo mal feito. Já usava minhas roupas que tinha escondido no guarda-roupa, já parecia cada vez mais com a Tanya de antes.  

Apertei a campainha e logo Edward abriu a porta, entrei sussurrando um ‘licença’.  

— Eu acho que me arrumei demais – Disse passando a mão no meu vestido vermelho. 

— Você está linda – Mexeu nas cordinhas do capuz do moletom - É só eu que nunca sei me arrumar – Passou as mãos nos cabelos. 

— Você está lindo, sempre te disse que você fica bem de preto – Sorriu com as bochechas vermelhas. “Fofo”

Edward havia pedido lasanha desde que eu me entendi por gente era a minha comida favorita e tudo parecia fluir perfeitamente bem, conversávamos sobre tudo, rimos muito um do outro, mas claro, tinha aquele desconforto entre a gente, foram 7 anos longe um do outro e Edward também queria entender o aconteceu entre eu e James. 

Depois de jantar ficamos na sala tomando vinho, talvez com um pouco de álcool me ajudasse, pois, contar tudo para ele... Especialmente para ele, era muito difícil. 

— Eu disse que esperaria você se sentir melhor, mas eu realmente estou curioso sobretudo – Edward começou meio incerto – Você nunca me disse onde conheceu James, só terminou comigo e, bom.... Estamos onde estamos. 

Fixei os olhos na taça de vinho em minhas mãos, talvez começar falando como conheci James me ajudasse a ir até o final. 

— Eu conheci James na biblioteca pública de Forks... – Suspirei – Em um dia ele era um cara desconhecido, no outro era um cara que estranhamente estava em todo os mesmos lugares que eu – Ri sem humor – Só muito tempo depois foi que eu descobri que ele me perseguia e stalkeava desde daquela época – Mordi o lábio inferior – Ele sabia como me manipular, até por que é fácil demais manipular uma adolescente, dizer “você é madura demais para sua idade” é frase clássica de qualquer psicopata. 

— E você se apaixonou por ele? – Edward me olhou de uma forma sofrida. 

— Eu achava que sim — Terminei o meu vinho e o encarei, se iria fazer aquilo, teria que ter o mínimo de coragem e olhar nos olhos dele – Mas, eu gostava da ideia de parecer mais madura do que era, mas responsável do que era, ‘um homem de 30 anos me olhou? Uau, já sou uma mulher’, era o que eu pensava – Respirei fundo – Eu daria tudo, para voltar no tempo e viver a minha adolescência do jeito certo. 

— E onde eu entro nisso? — Ele tinha lágrimas nos olhos – Onde você decidiu terminar comigo? 

— James, me manipulou tão profundamente que até hoje meu terapeuta tem trabalho de me fazer enxergar as coisa da forma certa, mas eu percebi que ele tinha uma relação de poder sobre mim – Segurei a mão dele – Ele me fez ter uma visão deturpada sobre você, sobre todo mundo na verdade, ele me queria só pra ele – Já sentia meu rosto molhado pelas lágrimas — Ele disse coisas fora da realidades e eu acreditei, por isso terminei com você de forma tão cruel. 

Ele me abraçou e eu senti uma certa calma, mas a angústia ainda está ali, ainda sentia remorso da forma que eu tratei todo mundo, principalmente Edward, por culpa de James. 

— Tudo bem – Beijou minha testa. 

— Não, eu você merecia o que eu fiz – O abracei mais forte – Eu era muito insegura e James se aproveitou disso – Encarei – Eu sinto tanto pelo o que aconteceu com a gente. 

— Devia senti pelo o que aconteceu com você – Colocou uma mecha do meu cabelo atrás minha orelha – Quando foi que começou as agressões? 

— Na formatura. Ele disse que meu vestido era curto demais, que eu não devia ficar me mostrando, então quando chegamos na casa dele eu levei o meu primeiro tapa na cara – Baixei a cabeça – E dai pra frente eu acho que virei um zumbi, só fui aceitando tudo e engolindo tudo... Ele me machucava fisicamente, psicologicamente, de todas as maneiras possíveis. 

— E você decidiu terminar com ele quando? 

— Quando ele me arrancou para fora da faculdade a força — Solucei, só assim que percebi que estava chorando – Na minha cabeça, eu podia aguentar tudo aquilo entre quatro paredes, achava que era minha culpa, então eu merecia, mas na frente de outras pessoas era duplamente constrangedor. 

— Você não merecia as agressões dele, Tanya, escondida ou na frente das pessoas, você não merecia e não merece – Ele me olhava como se eu tivesse algum problema mental, talvez eu realmente tivesse. 

— Ele fazia parecer que eu merecia – Enxuguei o rosto com as mãos – E sempre vinha na minha mente você, do jeito que a gente, as coisas que eu te disse, fazia eu me sentir horrível — Ele passou a mão entre os cabelos. 

— Olha, não vou dizer que nosso término foi a melhor coisa que aconteceu, porque não foi. Foi muito difícil de esquecer, mas você se martiriza demais, éramos adolescentes, fazemos merda, escolhas erradas — Ele fez um carinho na minha bochecha – Eu fiquei triste com tudo que aconteceu, com as coisas ditas, mas eu te perdoei a muito tempo – Sorri emocionada – Não dá pra ficar mexendo em uma ferida antiga, tem que deixar sarar, ou ao menos fazer com que pare de sangrar. 

— Não ficou com dúvidas? Sabe... – Dei e de ombros – Do que senti por você? 

— Eu tive muitas dúvidas, não em relação a você, mas em relação a mim também. Nada era muito garantido — Deu de ombros — Por exemplo eu e Isabella, se fossemos copiar a história da Rose e Alice, estaríamos juntos até hoje, mas ela preferiu virar minha cunhada – Riu – Não faço a menor ideia de como isso aconteceu, mas foi a melhor escolha. 

— Você a amava? 

— Não sei, acho que não... Eu tinha 17 anos, como vou saber o que é o amor. 

— Sente algo quando me vê – Ruborizei. 

— Eu sinto uma felicidade imensa — Ficou com bochechas vermelhas – Eu sempre ia para aquelas festas bobas de ex-alunos, com a esperança de te encontrar e dizer que estava tudo bem, você podia está casada com filhos, eu só queria te ver e dizer que eu não tinha mais magoa – Sorriu – Mas depois que ficamos igual duas crianças naquela festa e conversávamos todos os dia por mensagem, eu não conseguia para de pensar em você... Por isso fiquei tão agoniado em querer saber sobre você. 

— Por quê? — Mordi o lábio inferior. 

— Porque, talvez, ainda exista algum sentimento entre a gente – Suspirou – Ou pelo menos da minha parte. 


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Notas finais do capítulo

*Espero que tenham gostado...



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