Aún Hay Algo escrita por LilizIris


Capítulo 2
CAPÍTulo 2 - ADIÓS DIFÍCIL DE Olvidarlo


Notas iniciais do capítulo

*Olá!

*Eu vi que teve muitos acessos, então não sei se vocês lerem e odiaram, ou vão ficar como fantasminhas ~risos~

*Só peço alguns comentários, como eu disse, eu estou voltando agora e gostaria de saber como eu estou me saindo.



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“E à flor da pele existe um adeus difícil de esquecer, mas também sei de um amor que pode fazer milagres” - Aún Hay Algo, RBD. 

POV TANYA 

— Me parece que essa festa mudou muita coisa – Disse Jasper, meu terapeuta. 

— Digamos que eu pude perceber algumas coisas – Sorri. 

— E o que você percebeu? 

— Que foram 6 anos desperdiçados ao lado de James, que é muito bom reencontrar todos do colégio e que escolhas influenciam na nossa vida – Suspirei. 

— Escolhas? 

— Eu escolhi ficar com James, então todo esse tempo perdido foi culpa minha – Respirou fundo e colocou algumas mechas de seu cabelo loiro e ondulado atrás da orelha. 

— Tanya, James te agrediu e a culpa é somente dele, tudo bem que você escolheu ter um relacionamento com ele, mas não escolheu a violência dele. Você era uma garota de 16 anos, deslumbrada com a ideia de um rapaz mais velho se interessar por você, nada disso é culpa sua. 

— Como não? Eu tinha uma pessoa boa ao meu lado, mas preferi jogar tudo para o alto por causa do James... 

Depois da festa, acabou que eu e Edward trocamos nossos números e agora conversamos todos os dias por mensagem. O que aumentava ainda mais o sentimento de culpa em mim, ele é tão bom, uma pessoa incrível, me tratava como se eu fosse feita de porcelana. 

— Você já conversou com esse eu ex-namorado? – Engoli seco – Ou com qualquer outra pessoa, sobre o que aconteceu? 

— Não tenho coragem – Admiti envergonhada. 

— Bom... – Jasper tirou os óculos e me encarou seriamente – Enquanto você achar que tudo é culpa sua, vai ser difícil falar sobre qualquer coisa. 

(...) 

“O que acha de a gente sair?” 

A mensagem de Edward piscou no meu celular. E eu achava que ia ter um surto, sair gritando pela clínica e me esconder em um buraco. Nós somos amigos, conversamos por mensagem, isso não é o suficiente? 

“E o que você tem em mente?” – Me vi respondendo, me sentia for do meu corpo. 

Vamos sair para jantar? Conheço um restaurante italiano e eu sei o quanto você adora comida italiana”. 

E o dia passou estranhamente rápido, quando percebi estava fechando a clínica e me despedindo das meninas. Foi quando cheguei em casa e abri o aplicativo de mensagens foi que eu me arrependi de ter aceitado o convite de Edward. Eu não sabia o que era sair com um rapaz a muito tempo e não era qualquer rapaz... Era Edward, o meu ex-namorado perfeito que durante o ensino médio eu dei um pé na bunda. “Ai minha santinha das mulheres desesperadas me ajude!”

Foi difícil achar algo que preste e eu não podia usar de novo o mesmo vestido da festa, mas no meio de tanto moletom eu achei um dos meus vestidos antigos. James odiava que eu usasse determinados tipos de roupa, por isso eu escondi todas as minhas roupas antigas e lotei meu guarda roupa de moletom, ele dizia que mulher de respeito não usava decote e um monte de baboseira, que na época eu aceitava e acreditava, pois não queria perde-lo de forma alguma. 

Entrei no restaurante e avistei Edward de longe, tremi na base, ele era como um vinho, com o tempo só melhorava. Balancei a cabeça tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça, me aproximei timidamente da mesa. 

— Oi — Mordi o lábio inferior. 

— Olá – Puxou a cadeira para que eu me sentasse – Você está linda – Devo ter ficado igual um pimentão. 

— Você não está nada mal – Sorri. 

Conversamos sobre amenidades, quer dizer Edward falava mais que eu. Ele havia se formado em contabilidade, o que foi uma tremenda novidade, no ensino médio Edward odiava matemática, mas como nos afastamos, não pude conhecer esse lado dele, agora ele trabalhava na empresa do pai, no setor finanças. 

— Da onde você tirou contabilidade? – Não pude deixar de perguntar. 

— Nem eu sei direito – Sorriu – Quando fiz a matrícula, coloquei contabilidade e durante os semestres fui gostando do curso, mas continuo não gostando de matemática. Faz algum sentido? 

— Na verdade isso é muito você, na escola educação física não era muito a sua praia, mas você jogava futebol como ninguém – A nostalgia estava começando a pairar no ar. 

— Por que você sumiu? – “Merda!” – No último ano do ensino médio, só te vi na formatura e depois foi como se você nunca tivesse existido. Queria dizer a mesma resposta de sempre, “é complicado”, mas assim como Rose ele não iria aceitar, podia ganhar pelo cansaço, mas eu o conhecia, Edward era determinado ao ponto de irritar. Podia inventar uma história, mas nunca fui muito criativa, tanto que ele que me ajudava nas redações do colégio – Você se formou em RH? — Perguntou, mas eu tinha certeza de que ele já sabia a resposta. 

— Não – Disse em um fio de voz. 

— Alice me disse que você é recepcionista da clínica dela – Passou a mão estre os cabelos, nítida característica de quando ficava nervoso — Onde que você se perdeu Tanya? 

Queria chorar, espernear, gritar, soltar tudo de uma vez, mas a vergonha era maior, a vontade de me esconder era maior, não podia admitir que eu tinha feito a escolha errada, que deixá-lo foi a maior burrada de toda a minha vida. Mas nada me garantia de que eu ele estaria juntos até hoje. Era tantas dúvidas que minha cabeça começou a rodar. 

— Onde você quer chegar com isso? 

— Quero saber sobre você! — Exclamou – Você se tornou uma desconhecida para mim. Não te conheço mais. 

— Talvez não tenha que saber nada, eu terminei com você faz 7 anos, não e recorda – Disse sem pensar e me arrependi assim que fechei a boca. 

— É, eu acho que me esqueci disso – E saiu da mesa. 

— Edward, eu... — Ele não me ouviu, foi embora. 

Aparece que eu tinha um dom de magoar Edward. 

(...) 

Alice me olhava com raiva, não tirava a razão dela, era a segunda vez que eu magoava o irmão dela. 

— Olha Tanya... – Começou Rose – Todo esse mistério envolta de você, pode ser “sexy” – Fez aspas com os dedos - Para os rapazes, mas para gente é muito cansativo. 

— É como andar com uma completa desconhecida – Eu podia sentir a mágoa na voz de Alice. 

— Você não confia na gente? – Olhos de Rose já estavam cheios de lágrimas. 

— Tudo isso é por causa de Edward? – Fiquei na defensiva. 

— Não é só por causa dela, Tanya! – Exclamou Alice – É por tudo! Éramos amigas no colégio, aí você começa a namorar o James e some, desaparece, terminou com o meu irmão de um jeito horrível, faz ideia do quanto ele ficou mal? – Lágrimas começaram a rolar no rosto de Alice — Você teve coragem de dizer que ele era só uma criança, que você precisava de homem, porra! Você tinha apenas 16 anos, não fazia ideia do que era um “homem” – Fez aspas com os dedos. 

— Cama Alice – Disse Rose – Ela tem o direito de se defender. 

— Se defender? A única coisa que ela sabe dizer “é complicado”, só quero que ela descomplique as coisas – Saiu da sala batendo a porta com força. 

— Ela só está defendo o irmão, Edward chegou meio mal ontem, acabou desabafando com ela – Rose me abraçou – Tanya, seja lá o que aconteceu com você e James, saiba que estamos aqui do seu lado – Sorriu — Não se preocupe, pode ir para sua consulta médica, eu viro com aquela baixinha e só eu dar um beijinho nela que ela se acalma. 

Eu queria dizer tudo pra Rose, dizer que não era uma simples consulta médica, mas sim um grupo de ajuda, meu terapeuta achou que seria de grande ajuda eu ir para um grupo de mulheres que sofreram com relacionamentos abusivos, assim eu conseguia conversar sobre o aconteceu comigo nesse grupo e com as pessoas próximas a mim. 

E pelo jeito eu precisava. 

Edward não fala mais comigo, Alice está brava comigo e Rose não quer me deixar sozinha. 

Péssimo dia para ser eu. 

O grupo de ajuda foi muito bom, fiquei quieta, mas ouvir que outras passaram pelo mesmo que eu e conseguem levar a vida, era muito acolhedor. Me fez começar a pensar em como dizer o que eu passei e quem seria primeira pessoa a ouvir... Talvez minha mãe, ela sempre ficava muito alarmada quando eu apareci machucada, ela parecia que acreditava nas desculpas que eu dava, ou fingia muito bem. 

— Eu sabia que sem mim você ficaria perdida – Aquela voz me fez arrepiar da cabeça aos pés – Psicólogo, Tanya? Você sabe que isso é coisa de maluco. 

Me virei e ali estava ele, James. 

— Você sabe que eu tenho uma restrição contra você, que eu posso ligar para a polícia agora mesmo — Me tremia. James causava isso, um medo sobre-humano em mim. 

— Eu sei que você não vai fazer isso, minha florzinha — Tinha nojo daquele apelido, ele representava muita coisa. Depois de me bater, ele me dava flores, ou enquanto me obrigava a transar com ele, era assim que ele me chamava – Eu vim para gente conversar, quero pedir desculpas, estou arrependido, não vou mais te machucar. 

— Era o que você sempre dizia, James, mas logo depois voltava a me bater, eu cansei – Me virei e comecei a caminhar, não queria mais ouvi-lo – Eu preciso ir trabalhar. 

— Você sabe que não precisa disso – Ele começou a me seguir – Eu posso dar tudo que você precisa – Parei no ponto de ônibus. 

— Tudo o que eu preciso? – Disse irônica – E o que seria? Ser uma dona de casa exemplar? Ou, como você adorava dizer, ser uma dama na rua e uma puta na cama, ou agradecer quando você me batia, por que você é mais velho que sabe o que é bom para um garota como eu – Ele fechou as mãos em punhos e eu me encolhi, esperando que ele me batesse – Não me bate, James. 

Ele sorriu vitorioso. 

— Você ainda me obedece, só eu sei o que é bom para você – Ele se aproximou do meu ouvido – Eu sei onde você mora e graças as redes sociais, eu sei onde você trabalha – Segurou meu rosto entre as mãos – Tanya, você é minha. 

Depois que James foi embora, eu sentei no ponto de ônibus, liguei para Jasper e chorei igual criança, não sei por quantas horas, só depois que ele disse as palavras de sempre e que sempre me acalmava, consegui pegar o ônibus e ir para a o trabalho. 

Cheguei e vi Alice, Rose e... Edward, todos muito estranhos. Então vi James, sentado na poltrona no hall de espera com um sorriso tranquilo e como se vida fosse cor-de-rosa. 

— Não sabia que tinha voltado com James, Tanya – Disse Alice irônica – Quer dizer, não sabemos nada sobre você. 

Eu realmente tinha ficado muito tempo chorando no telefone com Jasper, para dá tempo dele chegar antes de mim e começar com teatro dele. Era sempre a mesma coisa, por isso a ordem de restrição, ele voltada das cinzas, tomava a minha vida como um tsunami e implorando para eu voltar que nada vai ser como antes, mas no final das contas ele acabava me agredindo. 

— Alice, meu amor, não se intrometa nas decisões de Tanya — Disse Rose amigavelmente. 

— Bom... – Edward se manifestou – Eu não quero te atrapalhar com seu noivo – “Noivo?!” – Quando puder, podemos conversar? – Apenas afirmei com a cabeça, vendo Edward ir embora. 

— Ursinha... – Disse Alice abraçando Rose – Não quero me intrometer nas decisões da Tanya, mas o que me preocupa é que James disse que você quer pedir demissão. 

— O QUE?! — Dessa vez não consegui ficar quieta. 

— Ele disse que vocês voltaram, que você aceitou o pedido de casamento dele e eu estão decidindo sair de Forks, por isso quer pedir demissão. 

Contei até dez, até vinte, até tinta..., mas eu não conseguia me acalmar. James é sujo, ele podia usar a força aqui e sabia que eu escondia a 7 chaves tudo o que ele me fez, então eu não ligaria para a polícia. “Maldito!”. Sem falar nada, sair de perto delas e fui até James, que continuava tranquilo na poltrona, com um sorriso de comedor de merda. 

— O que você está tentando fazer, James? — Meus olhos se encheram de lágrimas. 

— Meu amor, só estou correndo a trás do que é meu – Sorriu de forma cínica. 

— Inventando mentiras – Disse com a voz embargada. 

Ele tirou do bolso um anel, simples com algumas pedrinhas em volta e eu reconhecia aquele anel, tecnicamente ele não estava mentindo, antes de muita agua rolar entre a gente ele havia me pedido em casamento e me dado aquele anel, mas eu era menor de idade na época e não conseguimos concluir o ato, o que eu agradecia a Deus todos os dias. 

— Mentiras? — Colocou o anel no meu dedo, estava tão sem reação que não consegui impedi-lo – Vamos fazer assim, você termina o expediente hoje e nos encontramos depois. 

(...) 

Minha cabeça girava, meu corpo doía e eu sentia muita falta de ar. James voltou para estragar a minha vida de novo, vai me fazer perder mais 6,7,8 anos da minha vida?! Não! Eu não posso permitir. 

Arranquei com toda força o anel no meu dedo. 

Mas o que eu poderia fazer? Polícia, claro, minha ordem de restrição obrigaria James ficar longe de mim, mas se todo mundo descobrisse isso? A vergonha ia me consumir, Edward irá perceber que eu fiz a maior burrada da minha vida. Mas James iria ficar na minha cola... “Meu Deus, por favor me ajuda”. Meu celular apitou e o nome de Edward apareceu na tela. 

“De verdade, eu estou cada vez mais confuso! Eu preciso urgente conversar com você”. 

Eu estava começando a ficar doida, ou era uma puta coincidência... Eu não era muito religiosa, então me custava acreditar que aquilo era algum tipo de sinal divino, mas não podia ignorar aquilo. Entre perder mais alunos da minha vida e ganhar mais hematomas, ou passar vergonha na frente de todos, mas ter James a quilômetros de distância de mim... Eu preferia a segunda opção. 

“Edward, eu preciso da sua ajuda. Me encontra na perto do nosso antigo colégio... Eu prometo esclarecer tudo!”. 


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Notas finais do capítulo

*Espero que tenham gostado!

*Não sei se estou abordando da melhor forma o assunto, mas eu estou colocando de um jeito com o qual eu me identifico.

Bjus, LilizIris ^^



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