Faunt; Terror Nacional escrita por P B Souza


Capítulo 14
Impasse em alto mar




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Fernando de Noronha. Pernambuco, Brasil.

14:17, sábado, 16 de agosto de 2014.

Todos chocaram-se com o helicóptero inesperado aterrissando no iate. O leilão foi interrompido, os convidados todos pararam para assistir o desembarque dos últimos convidados.

Matthew que estava no convés superior da proa desceu as escadas depressa ao ver o rosto que desembarcava do helicóptero. Ao seu lado estava o capitão Koehn.

— O que vamos fazer, senhor? Eles tomaram a popa.

— Impeça o conflito, Koehn. A todo custo, apazigue Fahel até que eu chegue.

— Senhor, não seria melhor tratar de Fahel primeiro? Ele é... Impulsivo.

— Se eu sumir agora coloco tudo a perder. — Matthew pegou a mão de Koehn na sua e olhou o capitão nos olhos. — Fahel esperara, hoje é o dia da Brizain, meu dia, não dele. Lembre-se, Koehn, nós comandamos o El Horriya, não o contrário. Vá.

E com isso o capitão foi para a popa conter a revolta dos traidores.

Matthew pensou, por um momento, ter a vantagem, mas se viu depressa rodeado de traidores dentro de seus ranques mais estimados. O El Horriya estava planejado há quase três anos e tanto ele quanto Fahel sabiam dos detalhes do plano base, foi quando a cisão ocorreu e eles tomaram rumos diferentes, Fahel pretendia usar o El Horriya como a faísca de uma revolução americana enquanto Matthew pretendia usar o evento para consolidar sua posição política global, de qualquer forma, qualquer dos dois planos, aquele era o começo real da revolução permanente ou não.

Mas cada um deles tinha uma agenda. Acontece que eu quem tenho o iate. Matthew pensou. Fahel mesmo assim estava ali, havia embarcado de forma escusa, custando a honra dos homens de Matthew, que não entendia como fora traído. Eu os paguei tão bem, vocês não acreditam? Vocês traem a própria honra para se juntar com um fanático.

Matthew sentia sua respiração acelerada e o coração batendo apertado no peito. Tinha medo agora, porque sabia que Fahel não conhecia limites, motivado pelo seu sonho torpe, cego para os erros de seus antepassados, fadado a repetir os mesmos fracassos, e obstinado a não ceder e dobrar seu ego. Não é diferente de Lenin. O britânico pensou uma última vez tentando tirar a mente do rosto de Fahel, tão distinto gravado em sua memória.

Cruzando o convés, Matthew foi até o heliporto e com o braço estendido apertou a mão de um homem corpulento de terno e gravata farfalhando com o vento das hélices parando aos poucos.

— Governador, sua presença é inestimável. — Disse com um sorriso largo no rosto tentando a todo custo controlar seus próprios instintos, suas vontades. — Vejo que trouxe dois convidados por conta, adições valorosas, espero?

— Não imagina o quanto! — O governador de Pernambuco respondeu com uma gargalhada entre as palavras, fazendo sinal de dinheiro com os dedos. — Esse é...

— Rafael Tzék, representante oficial da OBLT farmacêutica. E esse é Jonas Faunt, meu conselheiro pessoal, poderíamos ter uma breve conversa com o senhor?

— É sem dúvida o pedido de muitos. — Matthew se colocou ao lado deles enquanto desciam do heliporto para o convés, todos os olhos estavam neles, mas Matthew olhava para além, olhava para as vias de acesso da popa. — Mas temo que preciso atender outras...

— É importante, senhor. — Jonas disse passando na frente deles e parando, forçando Matthew a parar de andar também. — Diz respeito à segurança desse evento.

— Eu tenho certeza de que diz, Jonas. — Matthew colocou a mão no ombro de Jonas e sorriu dissimulando uma expressão de despreocupação. — Sei quem são, eu vejo televisão...

— A Jahan-ko...

— É o inimigo comum que estamos aqui hoje para derrotar, com doações. — Matthew pontuou, então empurrando com gentileza Jonas para o lado, passou por eles e olhou para os dois convidados inesperados. — Voltarei em breve...

Um tiro.

O convés inteiro parou para observar, mas o quê?

Dezenas de convidados todos olhando para a popa naquele instante. Um tiro. Alguém havia puxado o gatilho, e o que seguiu foi a mais absoluta paz coberta pela apreensão, todos se calaram buscando entender se era realmente um tiro, vindo de longe abafado pelas paredes do iate.

E então o caos rompeu.


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