A casa na colina escrita por Dricamay


Capítulo 4
Junta-se a nós?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Sinta-se à vontade para comentar com críticas, sugestões e/ou oq você achou do capítulo. Isso é muito importante para mim e ajuda muito com a história. Boa leitura ❤



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Edgar acordada cedo naquela manhã. Ele e Afonso foram ao Porto definir os detalhes da sociedade com o Marquês de Vogel. O porto era um local movimentado naquela hora, a circulação de cargas e funcionários era intensa e misturava-se ao ar salgado que o mar concedia àquele local. Edgar observa as águas com certa melancolia.
— Agora, imagino que queira procurar uma propriedade. – disse Afonso gentilmente, tentando tirar o amigo dos pensamentos que ele sabia que o cercavam.
— Certamente. – balbuciou o Conde Hendeston. – A filha do Marquês sugeriu as propriedades da redondeza. Acho que seria bom ver algumas...
— Ah sim! Claro que você verá a sugestão dessa senhora. – disse Afonso com um sorriso malicioso.
— O que quer dizer? – perguntou Edgar sério
— Conheço você. A moça causou-lhe uma boa impressão, não é?
Edgar encarou o amigo. Ele estava certo, não podia negar que a senhorita Vogel provocara certo interesse no Conde.
— Não sei do que está falando. Podemos ir ? Espero resolver este assunto o mais breve possível. – respondeu Edgar brevemente.
Os dois senhores saíram do Porto em direção a uma viela próxima que estendia-se abaixo de uma colina. As casas daquele local eram grandes, elegantes e com cores suaves, os arredores eram cobertos por árvores de um tom verde vivo, característico da primavera. O movimento de pessoas era pouco, acusando uma vizinhança tranquila, visto que, aquela área era afastada do centro comercial de Monte Silene.
Os amigos juntamente com um corretor imobiliário visitaram duas casas sem sucesso, não possuíam para Edgar o sentimento de lar que tanto necessitava. Os senhores continuaram a caminhada até o final da viela, que estreitava-se até o início da colina. O conde Hendeston que até aquele momento estava perdido em seus devaneios, levantou o olhar para o topo da colina. Esta elevava-se até encontrar um rochedo onde jazia uma construção antiga.
— Aquela casa está à venda ? – perguntou Edgar ao corretor.
— Sim, senhor. Mas trata-se de uma mansão antiga e boa parte necessita de uma reforma. – respondeu o homem com certo receio.
— Posso ver a propriedade ? – perguntou Edgar olhando para a mansão.
— Claro senhor!
O corretor e Afonso trocaram olhares. Pareciam não entender o motivo do interesse do Conde Hendeston naquele local que tinha aparência abandonada. Os três seguiram para o alto da colina e algum tempo depois adentraram na mansão. O lugar era espaçoso, com paredes de pedra e piso revestido em madeira, a casa possuía três andares, um porão e um sótão, uma única torre destacava-se na construção. Não havia mobília e a escada principal estava coberta por poeira e teias de aranha.
Edgar andava pela casa olhando tudo com cautela, absorto em seus pensamentos. O corretor falava que a propriedade costumava ser a casa de campo de um Duque francês que a comprara para a esposa, e após a morte da mesma, resolveu vender a propriedade.
— A casa possuí um jardim, claro que precisará de cuidados, mas costumava ser um lugar primoroso. Além de uma vista exuberante para o mar. – exclamou o corretor com entusiasmo, o interesse do Conde fizeram a confiança do homem aumentar, seria uma comissão generosa.
Edgar continuava analisando a mansão com vivo interesse.
— Ficarei com ela. – disse por fim.
— Tens certeza? Terá muito trabalho com este lugar. – disse Afonso receoso.
— Tenho certeza. Encontrei o que procurava. – afirmou o Conde Hendeston com um ligeiro sorriso surgindo nos estreitos lábios.
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A tarde aproximava-se, Eleonora folheava um livro mas as palavras não ficavam claras em sua mente, ela tinha a impressão de ter lido a mesma linha mais de uma vez. Não sabia ao certo o motivo de tanta inquietude, geralmente passava horas lendo esquecida do mundo, todavia aquele dia passara boa parte da manhã ansiosa. Na hora em que a criada entrou no quarto para ajudar a vesti-la, a escolha do vestido foi demorada, nada parecia bom, por fim escolheu um vestido azul claro com pequenas flores rosas bordadas nas mangas. Uma batida na porta fez Eleonora abandonar o livro finalmente.
— Senhora, os Condes chegaram. O Marquês mandou chama-la. – disse a criada com um sorriso gentil.
— Obrigada, Marie! Irei descer. – respondeu a jovem guardando o livro na estante.
Eleonora desceu as escadas indo em direção ao jardim, uma mesa foi preparada para o chá no gazebo. Ao aproximar-se do local sentiu um estranho nervosismo, fechou os olhos por um momento e respirou fundo: não seja tola, você mal o conhece. Repreendeu-se mentalmente e arrumou a postura caminhando confiante para o pequeno grupo.
Os homens levantaram – se das cadeiras com sua chegada, em sinal de educação; a jovem evitou com certo custo encarar os olhos negros apesar de os sentir sobre si.
— Boa tarde, senhores! – disse com um leve aceno de cabeça e um sorriso.
O marquês puxou a cadeira para a filha e todos sentaram-se novamente.
— O Conde Hendeston estava falando justamente da senhorita, minha filha. – exclamou o Marquês encarando os olhos verdes.
— Nesse caso cheguei em boa hora. Posso saber do que trata-se ? – perguntou servido um pouco de chá na sua xícara
— Falava ao Marquês sobre a sua acertada sugestão de local para procurar uma propriedade. – respondeu o Conde Hendeston. O tom de voz era calmo. – Devo agradecer, senhora.
Eleonora sorriu para o Conde.
— O local é bonito sem dúvida. Mas meu amigo escolheu uma velharia para morar. – gracejou o Conde Harrington.
— Não quero ser indelicado mas que propriedade o senhor comprou, senhor Hendeston? – perguntou o Marquês.
— A casa na Colina. – respondeu Edgar lançando um olhar furtivo ao amigo.
— Uma escolhe interessante. – disse o Marquês. – o senhor terá trabalho para reforma-la, é uma propriedade bem antiga...
— Parece um local bonito, a vista deve ser espetacular. Nada que um pouco de empenho e paciência não resolvam. – disse Eleonora, seu olhar finalmente encontrou com o do Conde. Ela sentiu o nervosismo voltar, mas conteve-se rapidamente.
— Estou certo de que terei trabalho com a casa. Contudo, poderei reformar de maneira cômoda ao meu gosto, o que a torna ainda mais agradável, além de que, como a Senhora evidenciou, a local tem os seus benefícios. – afirmou o Conde Hendeston.
— O senhor já tem algo em mente ? – perguntou a Marquesa que observava a interação da filha com o Conde.
— Algumas coisas, senhora. Mas pretendo mostrar ao invés de apenas falar, assim não passarei por louco.
— Tarde demais . – Respondeu Afonso tomando um gole de chá.
Os demais riram com gosto.
— Sendo assim, para extinguir essa impressão, gostaria que o senhor e sua família fossem os primeiros convidados de minha casa, quando ela estiver pronta. – disse Edgar ao Marquês.
— Fico honrado, senhor. Permita que o ajude com os preparativos, conheço os melhores funcionários para este serviço. Eles estarão a sua disposição.
— Agradeço a gentileza, Marquês. Neste caso, aceito sua ajuda. – concordou o Conde.
— Ah que cabeça a minha! – exclamou o Marquês de repente. – Esqueci de avisa-lo. Daqui a alguns dias darei um baile, conto com sua presença e a sua também, Senhor Harrington. – acrescentou tornando-se para Afonso.
— Com todo prazer, Marquês. – afirmou Afonso
— Será um prazer, senhor. – respondeu Edgar.
— Neste caso, será uma oportunidade esplêndida para nos conhecermos. - disse uma voz a pequena distância do Gazebo.
Eleonora voltou os olhos para a origem da voz e com desgosto pode ver os cabelos loiros e olhos azuis sem brilho do senhor Castillo.
— Senhor Castillo, não foi anunciado. Não esperava vê-lo hoje. – afirmou o Marquês sério. Eleonora percebeu que o pai não gostara da maneira pouco educada que o Visconde entrou.
— Perdão, senhor. Acabei sendo mal educado com a intenção de fazer uma surpresa. – respondeu o senhor Castillo
— Espero que não venha acontecer novamente. – retrucou o Marquês. - Pois bem, de qualquer maneira, quero que conheça o Conde Hendeston e seu estimado amigo o Conde Harrington.
Os homens trocaram cumprimentos corteses.
— Junta-se a nós? – perguntou o Marquês a Gregório.
— Na verdade, vim para ter uma conversa em particular com o senhor. Mas vejo que está ocupado. – disse Gregório olhando rapidamente para os dois homens sentados no outro lado da mesa.
— Não queremos tomar mais de seu tempo, Marquês. Eu e o Senhor Harrington temos de ir. Ainda há muito o que providenciar para estalarmos. – disse Edgar levantando-se.
— Mas já? – perguntou a Marquesa.
— O Senhor Hendeston tem razão, ainda há muito o que ser feito. – afirmou Afonso igualmente pondo-se de pé.
— Desta forma, não posso fazer nada. - retrucou o Marquês. - Venha falar comigo amanhã, senhor Hendeston. Vamos tratar do início do seu trabalho no Porto.
— Como quiser, meu senhor. – disse Edgar
Os amigos tomaram o caminho rumo a saída da casa do Marquês. Edgar não pode evitar de olhar para trás por cima do ombro, virou em tempo de ver a jovem loira sair do Jardim com pressa, o rosto com uma expressão contrariada. O que será que teria acontecido? O Conde deixou a propriedade antes de formular suas hipóteses.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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