A casa na colina escrita por Dricamay
Notas iniciais do capítulo
Oi lindos! Tudo bem com vocês?
Desculpa a demora para postar esse capítulo, nas últimas semanas passei por alguns problemas que me deixaram bem mal. Mas não irei desistir de escrever e essa história vai sair ❤ beijão
O Marquês encarava a janela com o maxilar travado, os minutos seguintes as revelações de Marie foram de um silêncio desconfortável. Um suspiro pesado escapou do Senhor Vogel e Eleonora foi até ele.
— Papai, sei que é difícil de acreditar. O senhor Gregório frequenta nossa casa há tanto tempo, nossas famílias são amigas desde antes de meu nascimento...
— Quase dei sua mão em casamento para um homem que pode ser perigoso. - exclamou por fim tocando no rosto da filha com ternura. - Meu bem mais precioso.
— O senhor acredita em nós então? - perguntou a loira com surpresa.
— Marie não tem motivos para mentir, além disso achei o comportamento do Senhor Castillo um tanto curioso naquela noite. Contudo, não podemos provar que ele é de fato culpado, são suspeitas válidas, sem dúvida, mas para incrimina-lo não é suficiente.
— O Marquês tem razão. Não há provas concretas contra o Visconde. - disse Edgar encarando pai e filha. Saber que a senhorita Vogel poderia ter casado com o Visconde incomodou Edgar. - A polícia não encontrou nada que incrimine alguém em específico, mesmo que falemos sobre o que a senhorita Marie nos confidenciou seria a palavra dela contra a dele.
O Conde segurou o queixo com as pontas dos dedos, forçando os pensamentos a uma solução.
— Contudo, provas podem ser criadas... - sussurrou Edgar com o início de uma ideia formando-se em sua mente, ele levantou o olhar e deparou-se com três pares de olhos o encarando.
Marie que até aquele momento manteve-se em um canto muito quieta, arregalou os olhos para o Conde com espanto.
— Acho que não fui compreendido. - disse Edgar com um sorriso crespando o canto dos lábios finos. - Não pretendo forjar provas, mas uma pessoa que comete tal crime tem a má índole suficiente para voltar a fazê-lo assim que a oportunidade surgir.
O Marquês sentou-se na cadeira atrás da mesa do escritório e olhou fixamente para o Conde, as sobrancelhas unidas em ato de concentração. A filha manteve-se próximo a janela também concentrada enquanto as íris esverdeadas analisavam o senhor Hendeston.
— O senhor pretende fazer uma armadilha então? – exclamou o Marquês.
— Mas o Senhor Castillo estará em alerta, a polícia ainda investiga os acontecimentos e enquanto isso ocorrer ele não irá se atrever a agir levianamente, seria tolice. – afirmou a senhorita Vogel.
— Sim, contudo a polícia não tem como provar nada, não há pistas suficientes para acusar formalmente ninguém e logo o caso será esquecido. Apesar da influência do Marquês, o homem morto não era alguém relevante para as autoridades e nada foi levado de fato do senhor. – retrucou Edgar direcionando-se ao pai de Eleonora.
— Entendo... a polícia logo dará uma justificativa banal e a investigação não será mais importante, ficaremos de mãos atadas mediante à falta de provas. – o Senhor Vogel suspirou pesadamente.
— Uma pessoa foi morta em nossa casa e a polícia simplesmente não dará conclusão? – Eleonora exclamou indignada.
— Será como o senhor Hendeston nos alertou.– respondeu o Marquês desanimado.
— Mas caso uma nova situação seja criada e se dessa vez estivermos preparados, poderemos ter provas suficientes para incriminar o culpado. – sugeriu o Conde.
O Marquês cruzou as mãos em frente ao corpo.
¬- Marie, agradeço sua ajuda. Pode voltar as suas atividades. – ordenou o Marquês
A moça fez uma leve referência e saiu rapidamente do cômodo.
— O que o senhor tem em mente, senhor Hendeston? – a filha do Marquês parecia ansiosa, o rosto completamente tomado pela curiosidade. Edgar esforçou-se para não sorrir.
— Creio que isso seja um assunto para homens, Eleonora. – disse o pai sério.
A face da moça tomou cor.
— Papai, quero ajudar. Se algo pode ser feito devo participar também... – ela começou a falar em um tom de voz que misturava raiva contida e súplica.
— Não! Pode ser perigoso e isso não é assunto para você. Quero falar com o senhor Hendeston sozinho, isto é tudo. – o Marquês lançou a filha um olhar impetuoso.
A moça sustentou o olhar por alguns segundos, a face contraiu-se em uma expressão indignada e ela saiu do aposento sem olhar para os dois, a porta foi fechada com mais força que o necessário fazendo o Marquês arquear uma das sobrancelhas. Ele respirou fundo.
— Prossiga. – disse ao Conde.
X---X
Eleonora jogou-se no banco do jardim bufando em frustação, ela não era frágil e nem tola, poderia ajudar com algo, poderia ser útil. A jovem fechou os olhos respirando fundo, não era um bom momento para perder o controle, tentaria saber de alguma forma o que estavam planejando. Os minutos passaram-se sem que ela nota-se envolta nos próprios pensamentos, ocupada em analisar a situação e a maneira como agir não percebeu a aproximação do homem antes que ele tomasse acento ao seu lado provocando um leve sobressalto.
—Espero que sua raiva não estenda-se a mim, senhorita. - A voz suave acompanhava um sorriso discreto.
Eleonora ergueu a cabeça dramaticamente em fingida seriedade.
— Estou analisando sua porcentagem nela, caro Conde. – respondeu esquecendo talvez uma ou duas regras de etiqueta para damas.
— Pois acredito que possa reverter a situação. – retrucou o Conde, ele olhou ao redor e quando voltou a falar sua voz estava próxima a um sussurro. - Creio que a senhorita deva saber o que pretendemos fazer, mas o Marquês discorda. Então estou em um impasse.
— Não sou mais uma criança, posso ajudar!
O homem sorriu novamente e Eleonora amaldiçoou ser afetada por um simples gesto.
— Tenho certeza que sim, seu pai apenas querer protegê-la e isto é compreensivo. O que farei agora, vai de encontro ao Marquês então espero que seja um segredo. – os olhos negros encontraram os de Eleonora e a moça sentiu o coração errar uma batida, seja pela ansiedade de descobrir o que queria ou pela intensidade daquele olhar.
— Prometo que seja o que for ficara só entre nós. Um segredo.
— Muito bem... falarei o que pretendo fazer. – começou o Conde e por alguns minutos ele descreveu os detalhes do que planejava com cuidado para não serem ouvidos.
— Entendi, e sei o que posso fazer para ajudar. – exclamou a loira depois do término da explicação.
— Conto com sua ajuda, mas terá que prometer-me que terá todo o cuidado e não fará nada arriscado. – pediu o conde
— Não vou arruinar seu plano, senhor Hendeston. – disse Eleonora com um muxoxo.
— Não é com isso que preocupo-me.
Eleonora sentiu uma alegria repentina aflorar dentro de si.
— Posso fazer uma pergunta?
O Conde assentiu.
— Por que contou-me tudo isso? – Eleonora perguntou tentando parecer o mais displicente possível, uma curiosidade natural.
— Confio na senhorita. – ele respondeu simplesmente, mas algo a mais perpassou nos olhos escuros.
— Também confio no senhor. – Eleonora admitiu sem poder controlar-se. Desde que conhecera o Conde algo começou a crescer, um sentimento quase sufocante e desconhecido, uma conexão estranha que fazia com que a jovem não pudesse ignorar a presença daquele homem.
Eleonora olhou para as próprias mãos quando sentiu a aproximação do homem a sua frente, ele esticou os dedos e afastou uma mecha do cabelo dourado do rosto da moça.
—Eu...- balbuciou o Conde aproximando-se ainda mais. Eleonora podia sentir a sua respiração roçar no rosto dela.
— Eleonora! – a jovem ouviu a mãe chamar próximo.
— Céus! – exclamou Eleonora espantada. – Tenho que ir.
— Eleonora... espere. – começou o conde.
— Não posso, tenho que ir. – disse levantando-se e correu para sua casa.
O coração batendo com tanta força que ela mal escutou quando o Conde pronunciou o nome dela mais uma vez.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaria da opinião de vocês. Espero que tenham gostado