I'm Having Your Baby escrita por Yuri Mesquita, Lily Potter


Capítulo 1
Parte Um




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791303/chapter/1

09 de setembro de 2018, Londres, Inglaterra

Ao abrir os olhos, Ginny sentiu sua cabeça doer forçando-a a fechar os olhos novamente, não sabia o que havia feito ontem, mas com certeza não fora algo sensato, desde a morte de sua mãe, ela tendia a deixar-se levar demais durante festas. Não reconheceu o quarto em que estava, poderia ser um dos muitos em sua casa, mas também poderia ser de qualquer outra pessoa.

Ela precisava sair daquela cama e descobrir onde estava, o mais rápido possível.

Sentia sobre si um peso, que localizava-se na região do peito. Ela apalpou um pouco o que quer que fosse aquilo, e sentiu então tufos de cabelo enrolados, de aparência rebelde. Passou mais para baixo sua mão, sem que acordasse aquele ser deitado nela, percebeu que a pessoa tinha um corpo forte.

Quando virou sua cabeça para baixo, na esperança de reconhecer quem era o dono daquele corpo, falhou, já que ele se encontrava de cara afundada sobre seu peito.

Foi então que percebeu em que situação se encontrava. Estava nua, exatamente como viera ao mundo, e tudo a levava crer que sua companhia estava assim também. Novamente tentou espiar a pessoa que dormia em cima de si, mas apenas conseguia ver um corpo tremendamente gostoso.

Então, pegando-a de surpresa, o corpo gostoso se virou agarrando a cintura dela, aconchegando-se ainda mais em seu corpo e pressionando algo, que ela não gostaria de imaginar com detalhes, em suas nádegas. Naquele momento Ginny percebeu quem era o dono de tal corpo dos deuses, e ao perceber condenou-se imensamente por estar naquela posição e imaginando tais coisas sobre ele.

Harry Fodido Potter, o garoto que ela mais odiava desde que se conhecia por gente. Talvez sua mente embriagada pensasse que seria uma ótima ideia transar com ele, mas não era. Nem um pouco. Ele era de fato levemente bonito, principalmente quanto mantinha sua boca calada e não usava aquelas roupas totalmente bregas, mas isso não tirava a total capacidade dele de falar merda.

Olhou novamente para aquele rosto cínico, dormindo em paz e agarrado a ela, aquela cena lhe dava ânsia, desviou então o olhar e percebeu que aquele quarto era pequeno e verde demais para ser um cômodo de sua casa, o que fez acreditar então que ali deveria ser a casa dele.

Num movimento rápido, retirou seu corpo debaixo dele sem o mínimo cuidado para mantê-lo dormindo, e colocou-se para andar pelo quarto à procura de suas roupas e seu celular. O quarto não era extremamente bagunçado, mas haviam tantas bugigangas e tanto verde, que ela se sentia zonza. Ouviu um gemido rouco, e um murmuro, algo que soava como um "Que porra?", mas não queria se virar para descobrir.

— Weasley? — chamou a voz rouca de sono que ela tanto odiava. Ainda nua, Ginny virou-se para o moreno que a olhava com os olhos estreitos e semblante confuso. — O que você 'tá fazendo no meu apartamento?

— O que você acha que eu 'tô fazendo? — Perguntou ela sentindo-se irritada por não achar suas roupas, virou-se de novo para o homem que ainda repousava na cama. — Você tem alguma ideia de onde pode estar minhas roupas?

Sem nem ter tempo para ouvir a resposta do moreno, ela avistou seu sutiã no chão, ao lado da mesa de cabeceira, a única mesa de cabeceira que estava exatamente ao lado de Potter. Aproximou-se para pegá-lo, quando viu algo que parecia ser sua calcinha, ou ao menos era pra ser. Ela estava rasgada.

Ele tinha rasgado a porra de uma calcinha da Victoria Secrets. Havia rasgado a porra da sua calcinha. Da sua calcinha vermelha favorita. Levantou incrédula o que sobrara da peça, olhando para ele com uma cara de intenção assassina. Potter engoliu em seco, sentindo um pequeno frio na sua espinha.

— Eu... Er... Eu sinto...muito pela sua calcinha. — Ele olhava sem jeito para a ruiva. Não sabia o que falar ou fazer, deveria oferecer outra? Sentir-se assustado com tamanho apego a uma mísera calcinha, ele não era assim nem com Arabella, sua moto, quem dirá com uma roupa íntima.

— Você sente muito?! Ah é mesmo?! — Ela vociferava, onde cada pequena letra, cada milésima pausa, era uma bola de fogo cuspida pela mesma. — Aquela merda era cara, muito cara e era a merda de uma edição limitada de 2016, Potter.

— Eu posso comprar outra para você, se você realmente quiser... — Harry sugeriu encolhendo-se na cama, não sabia por que não conseguia revidar as palavras rudes da ruiva, ele fazia aquilo desde seus nove anos, mas agora apenas não conseguia falar nada sem parecer um idiota.

Ele ficou lá, admirando ela; vendo-a colocar o sutiã e procurar por seu vestido, que não parecia estar em lugar nenhum. O moreno esperava que não tivesse rasgado mais uma peça de roupa da menina, pois não teria de onde tirar dinheiro para pagar coisas tão absurdamente caras.

No entanto, ele não queria que ela continuasse ali à sua frente procurando por suas roupas, e sim em sua cama de novo, por mais que não se lembrasse de nada. Vê-la ali lhe fazia sentir desejo de tê-la. Queria tê-la novamente; queria beijá-la novamente. E isso o assustava bem mais que todos os gritos que ela estava dando.

— Eu não acho meu vestido, era um preto, da Yves Saint Lauren. Se você conseguir achar depois, manda junto com a calcinha, porque eu realmente preciso deles. Ela olhou para ele então, agora visivelmente mais calma e murmurava um "Eu preciso de roupas pra ir embora...".

Então com um olhar ingênuo e incrédulo, Harry finalmente caiu na realidade da situação. Levantou rapidamente da cama, gerando um olhar curioso da ruiva, que logo mais se tornou um olhar de vergonha, corando-a até atingir a mesma coloração de seus cabelos. Seguindo o olhar dela, percebeu que também estava sem roupa, puxou o travesseiro para si mesmo na intenção de cobrir seu membro.

— Eu te empresto algumas roupas, não se preocupe. — Sua voz era fraca e seus olhos evitavam virar-se em direção à ruiva devido a vergonha.

Ao se virar de costas para ela enquanto pegava roupas na gaveta, Ginny se pegou admirando o corpo do Potter. "É um belo corpo, realmente.", era o que pensava consigo fitando as nádegas do rapaz.

— Aqui, toma. Se não servir tem outras na gaveta e no armário. Pode pegar o que quiser. — Harry agora falava de forma fria e indiferente, sua vergonha com toda a certeza tinha ido embora. — E me desculpa pela sua calcinha. Não tive a intenção, eu acho...Pra falar a verdade não lembro de nada. — Era possível notar, que ainda que indiferente, ele sentia-se triste com o que fizera.

— Fica calmo. — Ginny esticou as mãos para pegar a roupa e fez menção de se vestir. — Se te serve de algo, eu também não lembro. — Mas antes de começar colocar as grandes e bregas roupas de Harry, ela corou rapidamente.

— O que foi? Você tá bem? — E parecia agora que toda indiferença novamente desapareceu, pois o rosto de Harry assumia feições de preocupação.

— Será que você... pode se virar? — Ela encarava o chão de forma tímida.

— Ah, claro. Foi mal. — Harry confessava ter gostado do jeito envergonhado da ruiva, mesmo que não fizesse sentido pois ela estivera nua durante toda a conversa, mas visto a situação onde se encontravam, prontamente atendeu o pedido sem fazer nenhuma gracinha.

A ficha ainda não caira totalmente para Ginny. Estava nua, sem calcinha, sem seu vestido, usando roupas bregas...usando roupas bregas de Harry Potter. Estava na casa dele, e por culpa dele agora deveria sair na rua com aquilo. Sua raiva pareceu crescer. Desejava imensamente que não encontrasse ninguém conhecido na rua. Não gostaria de ser vista saindo do apartamento de Harry Potter; o garoto a quem havia declarado ódio desde seus oito anos.

Ao terminar de se vestir, saiu pelo quarto a procura agora de seu celular. Suas amigas deveriam estar preocupadas, pois havia sumido desde a festa de boas vindas na casa de sua melhor amiga, Hermione Granger.

— Er... Weasley, o que você 'tá fazendo agora? — Harry a encarou curioso, sem entender o porquê dela continuar ali no seu quarto agora que já estava vestida. Ele não desejava ser grosseiro, mas sua cabeça estava explodindo e a presença da menina, realmente não o confortava.

— Que foi? Não 'tá vendo que 'tô procurando meu celular? — Toda a calma que a poucos minutos usara para falar com o moreno, agora se fora, sendo substituída pela raiva novamente. — Dá pra você se mexer e me ajudar?

— Mimadinha do caralho. — Ele resmungou baixinho. Apesar de realmente ser uma coisa que ele pensava dela, preferia não arrumar, ainda mais, problemas com a ruiva. No entanto seu esforço parecia ser em vão uma vez que ela o olhava com indignação, sobrancelhas franzidas formando um vinco na testa sardenta e o rosto corado de vermelho.

— Cale a boca e comece a procurar — ordenou a ruiva com uma nítida aversão ao lugar, o lugar que ele passou a chamar de casa desde seus dezenove anos. Sentiu uma veia saltar em sua testa, e seu rosto estava quente, a raiva borbulhava em seu peito, fazendo com que sua respiração pesasse. — Quero poder sair logo dessa espelunca.

— Se deseja tanto sair, vá. Tenho certeza que seu papaizinho pode lhe comprar outro celular. — Respondeu acidamente apontando para porta com seu polegar esquerdo, sem sequer olhar para a mulher que revirava sua casa em busca do tal aparelho.

Mal o moreno de cabelos cacheados sentara no sofá e já havia encontrado o bendito do celular, que por algum motivo ela foi buscar na cozinha. Revirando os olhos para a incapacidade dela de fazer algo de forma correta, ele pegou o Iphone da mais nova geração e com um certo desprezo, levou à cozinha, onde a dona do telefone se encontrava bebendo um copo de água, quadris apoiados no balcão e cabelos presos.

— Creio que isso seja seu. — Declarou ele sem muita enrolação, estendendo o celular de capa amarela para a dona, ela sorriu sem jeito, parecendo pela primeira vez arrepender-se do que havia lhe falado.

— Obrigada. Me descul...

— Olha garota, agora que você já achou esse seu querido celular, já pode dar o fora da espelunca, não? — As feições do moreno não pareciam nada agradáveis, e Ginny percebeu isso, resolvendo não contestar o fato dele tê-la cortado.

— É, eu tô saindo. Mando suas roupas depois. — Respondeu a menina em voz baixa, a voz dela ainda estava rouca pelo desuso, e o pequeno copo de água que havia bebido não a havia ajudado muito.

Estava constrangida por pensar que ele era apenas um interesseiro e tentaria tirar proveito de sua situação. Ela esperava que ele gritasse, esperava que ele a pedisse dinheiro, esperava até mesmo um amor encubado, esperava tudo, menos a frieza com que ele estava tratando-a. Era quase que uma novidade para ruiva não ter ninguém interessado em seu dinheiro, principalmente depois de ter saído de um relacionamento onde o cara só queria exibir ela e sua conta bancária extensa.

— Vou abrir a porta, e não precisa se preocupar com a roupa, não me importo com essas coisas. — Ele falou ainda parecendo frio, mas não tão duro quanto antes. Caminharam até a porta em um silêncio desconfortável, evitando ao máximo terem de se olhar, comunicar ou tocar. Ela não sabia o que dizer, e ele....Bem, ele não parecia querer falar com ela.

Então sem uma despedida, ou uma conversa sobre o que aconteceu durante a noite, ela partiu. Saiu sorrateiramente do pequeno e horrendo, ao menos comparado as casas que costumava frequentar, prédio de tijolos avermelhados, e logo seguiu pela rua.

Provavelmente não veria mais aquela rua agitada ou o prédio, e não fazia questão de guardar lembranças. Apenas desejava esquecer que um dia pôs seus pés naquele lugar que definitivamente não fazia parte de seu mundo, daquele lugar que não esbanjava nenhuma nobreza ou requinte. Não se importava com mais nada naquele momento. Só queria chegar em casa e descansar num bom e demorado banho.

15 de novembro de 2018, Londres, Inglaterra

Faziam dois meses desde que acordou com Ginny Weasley nua em seu quarto; sentia-se tonto toda vez que lembrava-se dela ali, os cabelos vermelhos em contraste da pele cândida, a boca rosada e os olhos vibrantes. Sabia que não deveria, no entanto...No entanto não conseguia esquecer da visão maravilhosa que ela era. Não ajudava muito o fato deles estudarem na mesma turma e cursarem o mesmo curso, obrigando-o a vê-la todos os dias e cada dia que passava ela parecia mais bonita, e irritante.

Parecia que o fato de terem passado uma noite juntos fazia com que o odiasse ainda mais que antes, e ele apenas não conseguia entender o porquê, mas também não era capaz de deixar de lado suas brigas e discussões. Tinha conhecimento de que aquele provavelmente seria o único tipo de contato que conseguiria ter com a garota, e o rosto de Ginny Weasley irritado, conseguia ser tão belo quanto o rosto dela excitada.

Poucas horas depois da ruiva sair de seu apartamento ele começou a se recordar dos detalhes da única noite que passaram juntos, e já havia perdido a conta de quantas vezes havia se tocado apenas pensando naquele pequeno rastro de memória que tinha do corpo nu dela junto ao seu; os sons que ela fazia quando ele a tocava nos momentos e lugares certos, tudo era apenas demais para ele.

Estava sentado em seu sofá preto de três lugares, os pés apoiados na mesa de centro, qual era inteiramente de vidro, e em suas mão direita ele segurava alguns salgadinhos do pacote de Cheetos picante apoiado em sua perna, e na outra manuseava o controle de seu video game. Estava prestes a ganhar a partida quando soou a campainha, não queria perder a partida e ele nunca havia chego tão longe no jogo, mas seu instinto lhe dizia que deveria ir até aquela maldita porta, ainda que fosse para esbravejar com todo seu ódio a pessoa que tocara a campainha.

Estava também levemente amedrontado, afinal poucas pessoas que ele conhecia tocariam sua campainha onze e meia da noite, mesmo ele sendo um jovem de vinte e um anos, na verdade, apenas sua vizinha Sra.Gomez, uma mulher na casa dos cinquenta anos, o chamaria e apenas em um caso de vida ou morte. Mesmo com medo e um pouco de raiva, afinal ele estava quase zerando o terceiro final alternativo de Dark Souls 3, caminhou até a porta não preocupando-se em vestir uma camiseta ou com sua calça de moletom frouxa, que estava larga em seus quadris, ele apenas foi.

Quando se preparava para xingar quem ali estivesse, se surpreendeu que ninguém estava ali. "FIlhos da puta" eram as palavras que ressoavam na mente do moreno naquele momento, até que o mesmo notara um vulto que o espiava pela curva da escada, no fim do corredor.

Então ainda daquele jeito, se pôs a olhar direito quem era que se escondia. E para sua surpresa, o frio no estômago e o medo eram de longe o que ele mais desejava sentir naquele momento. Ginny Weasley estava sentada nos degraus da escada que dividiam o terceiro andar do quarto, chorando baixinho com o rosto apoiado nas mãos, na esperança de não chamar a atenção de ninguém.

— Weasley? — Chamou ele inseguro, não sabia lidar com pessoas chorando, muito menos com essa pessoa em específico. Na verdade, ele não sabia lidar com Ginny de forma alguma, mas o choro dela o preocupava, principalmente por ela ter ido até ele. A garota o encarou e então secou as próprias lágrimas e lhe lançou um sorriso amarelo.

— Oi. — Sua voz era fraca e quebrada e seu rosto bonito parecia cansado, com grandes olheiras arroxeadas que formavam bolsas embaixo de seus belos olhos castanhos. E não demorou muito para que Harry percebesse que algo grave estava acontecendo com ela, já que não estava se importando de estar sentada num degrau sujo como aquele, com suas roupas caras.

Mas então ele percebeu. Ela não vestia roupas caras, ao menos não tanto quanto as outras que costumava usar, e eram muito simples, quase como se ela as tivesse colocado às pressas. — Poderia jurar que ela usava as mesmas roupas com a qual saíra de seu apartamente naquele fatídico dia . E seu cabelo parecia uma bagunça e haviam malas, três grandes malas, junto a ruiva.

— Você tá bem? O que 'tá fazendo por aqui? — Ele a olhava com medo, sua voz não passando de um pequeno sussurro, ela parecia tão frágil, perdida e pequena, que o coração de natureza mole do moreno não conseguiu evitar de se compadecer por ela. Não sabia o que estava acontecendo com a ruiva, nem mesmo seu estado atual; poderia estar bêbada ou até mesmo drogada, então optou por ser o mais cauteloso possível.

— Eu 'tô bem. Só... — Ela parou de repente, como se procurasse um motivo pra estar ali em um estado descuidado, no prédio do cara que ela jurou odiar. Nenhuma palavra parecia ser boa o suficiente para servir de explicação, então ela apenas encolheu seus ombros e sorriu forçadamente. — Só queria dizer, er... oi. Oi.

— Você mente mal. — Harry suspirou fundo, tentando controlar os pensamentos que corriam mais que carros de fórmula 1 por sua mente, não muito estável, criando mil e um motivos para que o que ela dizia fizesse sentido, mas nada parecia fazer. Estava indo até a ruiva, e então sem mesmo dar a chance para que ela fizesse algo, a acolheu em seus braços, despertando naquele momento nela uma nova onda de lágrimas. — Vai ficar tudo bem... Eu 'tô aqui com você. Ninguém vai te fazer mal. Vai tudo ficar bem Ginny.

Ele sentiu ela chorando, suas lágrimas molhavam seu ombro nu. Ela chorava em silêncio, os ombros tremendo fortemente e grandes soluços agudos e de cortar o peito saíam de sua boca. Ele não podia imaginar o que a trazia ali com tamanha expressão chorosa, mas queria ouvir dela, pois ela parecia precisar disso.

— Eu estou grávida. — Admitiu a ruiva em um sussurro quase inaudível, mas para Harry, quase fora o suficiente para que todo seu corpo tremesse. Ele abraçou-a com mais força ainda, trazendo-a para dentro de seu apartamento. Apesar de ter cogitado que poderia ser algo desse gênero, ele não pode evitar o tremendo choque que sentiu quando a ouviu, ela estava grávida, dele. Ele iria ser pai? Ginny poderia ter se relacionado com outra pessoa, mas ainda assim... Ele, Harry James Potter, poderia ser pai.

Porra, ele estava a um passo de surtar. Não, ele estava definitivamente surtando, conseguia até mesmo sentir o suor começar a aparecer em seus poros, e sua cabeça girava em como ele poderia contar a sua mãe sobre isso. Por Deus ele era a merda de uma criança grande que jantava salgadinhos e bebia gim com tônica como se fosse água.

Mal haviam entrado em sua sala quando ele sentiu o peso da ruiva cair todo sob si. Ele definitivamente estava entrando em pânico, não sabia o que poderia fazer com alguém no estado em que ela se encontrava. Deveria ligar pra ambulância? Um manicômio, pois definitivamente ele havia enlouquecido, certo? Para a polícia?

Ainda assim, por breves segundos de coragem, ou puro medo, ele resolveu levá-la para seu quarto, para que ela pudesse então ter um pouco de descanso, já que pelo o que pudera perceber, estava exausta. Talvez isso explicasse porque não a avistou durante a última semana de aula antes do recesso de verão.

Ele a deitou então na cama e, por um longo tempo, ficou ali imóvel, apenas olhando para ela. Seu rosto, ainda que demonstrasse sinais de exaustão e poucos cuidados, agora, descansava serenamente. Sentia-se um pouco mais aliviado de vê-la naquele estado de sono profundo. Mas isso não tirava de si toda a confusão que se alastrou com a notícia. Dona Lily iria matá-lo assim que soubesse...Se não morresse em um ataque de fúria quando Ginny acordasse, certamente morreria pelas mãos de sua mãe.

「〜 。〜」

Ginny acabara de se levantar. Reconhecia o local onde acordara. Verde demais, como ela já bem conhecia. Harry a trouxera para dentro da casa dele, mas não estava ali ao seu lado. Não estava ali no chão, sentado olhando para ela. Estava sozinha e no escuro de um quarto que não era o seu.

Mesmo surpresa e um pouco atordoada, ela ouvira um barulho, baixo, porém vinha da sala. Um som abafado que não saberia dizer o que era. Resolveu então se aproximar mais do local de onde vinha o som... Vinha da sala, foi o que a ruiva pensara.

Logo mais perto, pode então perceber que o som abafado possuía também uma voz, baixa e grave, e também, lenta. E aquela lentidão causava-a arrepios mesmo que não reconhecesse o que significava.Então pela pequena curva da parede que se virava em direção às grandes janelas do cômodo, finalmente, pode ver e compreender totalmente aquele som.

Harry sabia tocar violão? Desde quando? Ela não o conhecia muito, a menos que anos estudando juntos contasse como algo nessa categoria, mas mesmo assim, nunca vira ele com um, ou mesmo viu algum no dia em que estivera ali, dois meses atrás. Ele tocava bem o instrumento, soando baixo e abafado, talvez na intenção de fazer o menor barulho possível. Seria por sua causa?

Não gostava de pensar isso, mas sentia-se triste por ser uma possibilidade, até que...

— Come down, and waste away with me

Down with me

Slow how you wanted it to be...

Ela podia ouvir agora bem o que o moreno cantava. Mesmo que não conhecesse a música, se sentia bem ao ouvi-la, e gostava de ouvir pela boca, pela voz, de Harry. A voz dele era rouca e ao mesmo tempo suave, algo genuinamente bom e que a deixava arrepiada.

— ...I'm over my head, out of her head she sang

Ginny então resolveu não se aproximar mais, com medo de que o jovem cessasse a canção, então ficara ali. Permanecera ali, naquela pequena curva apenas observando as costas nua do moreno, e de vez em quando, seu rosto banhado pelas luzes prateadas do luar que entrava pelas grandes janelas. Ela apreciava aquela visão...apreciava Harry e sua presença, mesmo que nunca tivesse dito para ele.

— And I wonder when I sing along with you

If everything could ever feel this real forever

If anything could ever be this good again

The only thing I'll ever ask of you

You've got to promise not to stop when I say when

She sang...

Esperou então que ele parasse, para finalmente se aproximar. Devia explicações a ele. Devia explicações para si mesma, devia tanto que não sabia se um dia conseguiria consertar tudo que estava causando.Ginny ultimamente vinha se sentindo mal. Não pela gravidez. Não eram os enjoos ou os desmaios que a deixavam mal naquele momento...

Pensar em Potter vinha sendo constantemente uma das coisas de que ela menos gostava, porém o que mais fazia, ainda que tentasse tirá-lo de sua mente. Ele sempre estava lá presente para assombrá-la, ou ao menos era o que sempre dizia para si mesma. As memórias daquele corpo nu impecável e gostoso lhe passavam pela mente nos momentos em que se deitava.

Ok. Poderia talvez, só talvez, admitir que sentia tesão em Potter. Não havia motivo para negar, pois até mesmo suas amigas o achavam gostoso desde que o viram sem camisa enquanto jogava basquete na rua. Mas suas amigas também o achavam gostoso...

Não. Definitivamente ela não poderia estar com ciúmes. Com ciúmes de Harry Potter? Nunca em sã consciência sentiria algo por ele, não de novo...

— Vamos, Ginny, senão vamos nos atrasar. — Ela, agora, via em seu lugar uma pequena jovem ruiva, de no máximo uns oito anos, pensara ela. A criança corria na direção da voz que estava num longo corredor, e então Ginny viu à sua frente um menino, pouco mais alto que sua versão criança, moreno de cabelos rebeldes, e com aqueles olhos...

Os olhos verdes de Harry, que se encontravam por trás das lentes daqueles óculos redondos, possuíam um brilho no olhar que ela não podia negar a beleza. Sempre fora um charme do jovem, e que ela sempre fora apaixonada. Talvez fosse isso que fez com que aquela pequena versão da ruiva, gostasse daquela pequena versão do moreno.

— Vamos, Ginny. — Ele continuava a chamando, e agora sorria. Aquele maldito sorriso fofo e banguela dele. — O que você 'tá esperando, Gi?

Mas ela não se movia. Ginny permanecera ali parada.

— Harry, eu precis...

Porém, antes que pudesse completar a frase, fora cortada pelo moreno, que corria até ela, puxando seu pequeno braço.

— Vamos, Ginny. O que foi? — O sorriso banguela continuava ali, e os olhos contraídos pelo ato. Ele virava-se de costas, indo para a frente, na intenção de convencer a ruiva a andar com ele.

— Harry, eu preciso falar com você... — A ruiva então soltou a mão dele de seu braço e olhava triste para o pequeno.

— Você pode me falar depois, Ginny. — Mas então ao se virar novamente em direção à amiga, seu sorriso banguela desapareceu. A ruiva tinha sua feição triste e raivosa; era possível ver que lágrimas se formavam em seu olhar.

— Harry Potter, eu tenho algo muito importante pra falar e você vai me ouvir sim! — A raiva de Ginny, junto de suas lágrimas, faziam com que a jovem despejasse toda sua agonia contida. Ela desejava falar a verdade para Harry. Desejava contar o que vinha sentindo por ele.

— Eu gosto de você... — Murmurou para si mesma. Toda sua raiva a deixara agora, e pelo jeito, com ela sua coragem.

— O que Gi? — Ele a olhou confuso. Não havia entendido o que sua melhor amiga dizia. — Eu não entendi...

— Eu gosto de você!!!! — A voz da ruiva, dessa vez, chegou a Harry, e não só a ele. O garoto achava que fosse possível todo o corredor ouvir aquilo. E sem saber o que fazer ou como reagir, ele parou. Não sabia o que fazer, e mesmo que soubesse, sentia uma sensação estranha percorrendo seu peito; seu estômago estava gelado. Era como se todos os seus órgãos estivessem dando nós e mais nós.

— Você o que? — Perguntou o garoto sentindo-se totalmente perdido, Ginny e ele eram amigos, e ele sempre a achou muito bonita, mas ela disse que gostava dele, mas gostava de que jeito? Seria daquele jeito que o papai gostava da mamãe?

— Eu gosto de você Harry, de verdade...— Ela disse baixinho, mas ele conseguiu ouvi-la dessa, apesar dos burburinhos que começavam a crescer mais e mais agora que o horário de intervalo tocou, ele não conseguia ouvir mais nada além do que ela havia repetido. Ela gostava dele, de verdade!!! Ele não sabia o que fazer, era como se uma mão invisível apertasse a sua garganta e roubasse sua voz toda vez que tentava falar alguma coisa.

Ginny sentia-se envergonhada, os meninos, amigos de Harry, cochichavam e riam, apontando seus dedos magros e ossudos para ela, queria chorar, mas também esperava que ele a defendesse. O que não aconteceu.

Por algum motivo que ela nunca poderia dizer, em um momento ele estava lá, parado bem em frente a ela e depois, já não mais estava lá. Ele sumiu na multidão, e quando voltou, já era tarde demais.

Ginny o odiava por não ter a defendido, por não ter falado, mas principalmente por ter sumido por um ano, sem dar notícia, nem mesmo um telefonema. E em meio aos seus pensamentos, a ruiva não percebeu que a música havia se encerrado e ele, Potter, estava ali parado à sua frente.

— Eu também... — Ela o encarou surpresa ao ver que ele olhava para baixo, murmurando algo, que por mais que tentasse compreender, não conseguia. E ele, Harry, também não fazia ideia de por qual motivo estava dizendo aquilo.

— Perdão, mas você também o que, Harry? — Espera. Quando ela começou a chamá-lo pelo nome? Ela mesma não sabia responder, mas talvez apenas naquele momento, estivesse cansada demais para ser tão odiosa com ele.

— Eu também gostava de você naquela época...

Era isso. Ela estava no chão. Fora ignorante com o garoto desde que o vira novamente; criou tantas coisas na sua cabeça, tantos motivos, apenas para odiá-lo para que não precisasse lidar com uma rejeição, e ele agora apenas vinha e a desarmava com uma simples frase sobre algo tão antigo, algo que ela acreditava não mais sentir.

Ginny tentava falar e até mesmo abria sua boca, mas nada saia e então logo voltava a fechá-la. Não sabia o que falar, como falar o que quer que fosse. Ela apenas ficou lá encarando aquele rosto que até o momento não se erguerá para lhe olhar.

O moreno até agora não tivera coragem para encará-la; olhar bem nos olhos dela. Não sabia porquê de estar assim, mas sentia medo. Talvez ela lhe odiasse mais ainda agora que descobriu a verdade sobre seus sentimentos... A verdade que ele demorou muito a entender.

— Talvez devesse voltar a descansar. — Ele sugeriu gentilmente, apontando para o recinto do qual ela havia recém saído, ela balançou a cabeça em negação e seguiu em direção do sofá, com ele junto de si. A menina sentia-se tonta, primeiro ela se descobriu grávida e era expulsa de casa por seus pais e agora, descobria que o cara por quem ela foi apaixonada por anos gostava dela. Era apenas demais para se assimilar.

— Por que só está me dizendo isso agora?

— E-eu, eu não sei, apenas pareceu certo.

Sem que a ruiva tivesse chance de responder, tudo se tornou escuro. Seu corpo ficou mole, as pernas a traíram e fraquejaram o suficiente para ir de encontro ao chão, ou ao menos é o que aconteceria se Harry não estivesse ali.

Era perceptível sua palidez crescente, e a forma como a cor se esvaia rapidamente dos lábios, como se de repente o mundo fosse menos colorido, e naquela situação, ele certamente era. Porra Ginny, ele pensou acolhendo-a em seus fortes braços, movendo-se em direção ao único quarto do apartamento. Não podia deixar de notar que mesmo naquela situação, ela continuava bela com seus cabelos da cor de fogo caindo pelo rosto em contraste a sua pele perolada.

Harry nunca havia lidado como uma grávida antes, afinal ele era filho único, e se tivesse feito certamente estava fortemente esquecida por seu cérebro, e com isso não lhe restava muitas opções para lidar com a situação sem fazer alguma besteira que poderia pôr a vida de Ginny e do seu filho em risco. Tudo que lhe restava era ligar para Hermione.

Sem perder muito tempo, ele foi atrás de seu celular, e assim que o encontrou, correu de volta para onde a ruiva estava. Enquanto observava sua palidez contra os lençóis cor de musgo de sua cama de casal, ele discou o número de sua melhor amiga, e ela não era apenas sua melhor amiga a menina mais inteligente de toda a Londres, (é sério ela tinha até um certificado), como também cursava medicina.

Seu filho, a palavra ecoava fortemente na sua cabeça. Sim, estava surtando; sim, iria morrer pelas mãos de sua mãe; sim, era loucura tudo isso, mas ainda assim ao pensar apenas por um segundo...Harry sorria. Seria pai e, mesmo com tudo, estava feliz com a ideia? Sim, era realmente uma loucura, mas teria um filho. Um filho. Seu filho.

 Harry? — Questionou a voz suave e um pouco rouca de sua amiga soando repressora antes mesmo do moreno começar a falar — O que aconteceu? Está tudo bem? Vamos Harry, fale alguma coisa! — Era impressionante a capacidade que a menina mais velha tinha de sempre saber quando ele estava encrencado.

— Hey, Herms. — Ele respondeu com um riso nervoso, ainda de olho na garota problema que estava em sua cama, ainda muito pálida, parecendo muito frágil, como uma boneca de porcelana. — Tudo bem?

— Corta essa de Herms, Harry! — Reclamou a menina parecendo muito irritada do outro lado da linha, e o moreno poderia afirmar que ela estava batendo os pés nervosamente no chão. — Já são quase uma da manhã e eu tenho certeza que você não me ligou apenas para me perguntar como eu estou. Vamos! Desembucha!

— Tudo bem, tudo bem, você está certa. — Ele respondeu bagunçando os cabelos nervosamente, era uma de suas manias, sempre que ele estava nervoso ou chateado começava a mexer nos cabelos descontroladamente. — Você sabe me dizer o que eu faço quando uma grávida desmaia? — Perguntou envergonhado, afastando o celular do ouvido pois sabia que ela iria começar a gritar com ele.

— Uma grávida?! — Gritou a menina, parecendo chocada e irritada ao mesmo tempo, uma voz suave fez-se presente através da ligação, falando coisa que Harry não conseguia compreender. — Me desculpa amor, não queria ter te acordado... Sim, é o Harry...quem está grávida?... Ele não me contou.

— Hermione, eu preciso da sua ajuda, depois vocês fofocam. — Resmungou Harry impacientemente, as vezes Luna e Hermione o tiravam do sério, principalmente quando elas começavam a conversar como se não houvesse mais ninguém por perto. Principalmente naquele momento, era um caso de vida ou morte! Ou melhor caso de VIDAS ou MORTES!

— Eu não estou fofocando, Potter. — Vociferou ela irritada, ele poderia até mesmo vê-la revirar os olhos, a intimidade poderia ser terrível às vezes. Ele começou a andar pelo quarto, os olhos ainda atentos em Ginny. — Bem, em casos de desmaio você deve pôr a pessoa em um lugar confortável e esperar um pouco, caso demore demais você tenta a acordar com um pouco de água na testa dela, entendeu?

— Hm... Harry? — A voz soou baixa, mas foi suficiente para o moreno se assustar. Ele parou abruptamente e virou-se para a ruiva que o encarava com o rosto preocupado. Ele engoliu em seco, aliviado por ela estar recuperada e ao mesmo tempo temendo mais desmaios repentinos. — Você está bem?

 Espere aí! — A voz de Hermione voltou a soar do outro lado da linha, e pelo visto, estava tão assustada quanto Harry. Droga, não era pra ela descobrir desse jeito, Ginny iria matá-lo. — Essa voz é da Ginny? Harry?!

— Quem é, Harry? — Ginny perguntou após ver o olhar pálido do moreno, que ainda estava parado no mesmo lugar. Ele estava paralisado, nem sequer piscava. Será que está respirando? Pensava também que quem iria desmaiar agora era ele, os lábios dele tremeram um pouco, e por um momento ela acreditou que ele desabaria em lágrimas.

— Harry James Potter! — Vociferou a voz de Hermione, alta o suficiente para que Ginny a escutasse e as mãos de Harry tremerem. Uma Hermione irritada fazia um grande estrago, e não tinha como ele esconder quem era a pessoa agora. — Eu estou indo no seu apartamento nesse mesmo instante e você vai me explicar tim-tim por tim-tim.

Só existiam no mundo duas pessoas a quem Harry temia mais do que qualquer coisa na vida. Quem era o Rei Sem Nome de Dark Souls 3 perto delas?.... Uma era Hermione Granger; e a segunda deixava Hermione, de longe, no chinelo. Era Lily Evans Potter, o diabo, ou sua mãe, como era mais popularmente conhecida.

— Tudo bem... — Ele concordou olhando para a ruiva que ainda o encarava desconfiada, ele sorriu, ou ao menos tentou fazê-lo, pois tinha quase total certeza de que parecia mesmo uma careta. — Apenas não faça muito alarde, okay?

Pouco mais de uma hora se passou quando a campainha de Harry tocou novamente naquela madrugada, sendo acompanhada por diversas batidas apressadas e pesadas na porta de madeira. Naquele instante Ginny comia um de seus potes de Ben&Jerry's com um saco de cookies de cheesecake, o qual ele havia comprado há algumas semanas e sequer havia gostado, parecendo confortável enrolada em um cobertor sentada com o notebook dele no colo, resolvendo algumas coisas do curso da faculdade, segundo ela.

— Harry James Potter, abra essa porta imediatamente! — Chamou a voz de Hermione do outro lado, parecendo nada gentil e extremamente apressada. Com um olhar apreensivo sendo lançado à ruiva que agora parecia agitada e mais pálida que há 30 segundos, ele se direcionou para a porta que ainda estava sendo esmurrada.

— Tente não acordar todos meus vizinhos Herms, pelo amor de Merlin, são quase duas da manhã! — Pediu ele em um sussurro meio gritado enquanto fazia com que ela e sua namorada, Luna, entrassem em seu não-tão-grande-nem-pequeno-apartamento. Na verdade fora quase que empurrado pela mulher raivosa que nem mesmo fizera questão de lhe lançar um olhar, passando reto. Apenas Luna lhe lançou um sinal de paz, mantendo sua naturalidade de sempre.

— Woah, vai com calma aí senhora bravinha. — Ele resmungou para o vazio enquanto fechava a porta, seguindo-as em direção da sala, rezando para todos os deuses que ele conhecia, e para os que não conhecia também, pedindo que eles mantivessem-no vivo e que ninguém saísse machucado. Hermione tinha lá seu histórico de acontecimentos que Harry não gostaria de fazer parte.

— Ginny? — Falou Luna com suavidade fazendo com que a ruiva as olhasse levemente temerosa, mas com o tom tão calmo de Lovegood era impossível não sorrir, e por isso a ruiva sorriu calmamente para as duas abrindo espaço para elas no grande sofá. Era surpreendente em como Hermione parecia um tanto sem palavras no momento, apenas olhando para Harry e Ginny confusa. — Você se sente bem querida? Harry está sendo gentil? Porque ele acaba sendo meio desagradável às vezes, sabe?

— Eu não sou desagradável. — Murmurou o moreno com um leve bico nos lábios, um verdadeiro bebê grande, sentando-se no sofá menor onde estaria a uma distância segura de Hermione e ainda poderia admirar a beleza de Weasley.

— Ok Potter, e eu sou hétero. — Resmungou a Granger, revirando os olhos para com o comentário do moreno. Era perceptível seu mau humor naquele momento, mas principalmente sua surpresa já que ele e Ginny se odiavam, não é? Ela passara horas ouvindo de ambos o quanto se odiavam.

— Ele está me tratando bem e sendo gentil, ou o mais próximo disso que ele sabe ser. — Respondeu a ruiva com um risinho malicioso para Harry que apenas fechou ainda mais a cara, sendo o grande bebezão que ele era, fazendo com que Ginny gargalhasse em puro contentamento. Ela adorava atormentar o moreno de olhos verdes. Ainda achava-o lindo, tanto quanto na época em que eram apenas crianças e brigavam para ver quem iria decidir as brincadeiras.

— 'Tá... — Respirou fundo Hermione — E desde quando vocês são amigos?

— Nós não somos amigos. — Respondeu Harry em um sussurro baixo e quase inaudível, porém naquele exato momento todas as três mulheres estavam em silêncio e puderam o ouvir perfeitamente, encarando-o atentamente. — Quer dizer, não é que eu a odeie muito agora, mas nós não somos exatamente amigos, né? Nós nos respeitamos mutuamente.

— Tudo bem, e como ela acabou grávida de uma criança sua? Ela é sua, né? — Questionou Hermione com a voz totalmente cética, olhando para os dois como quem acompanha uma partida de tênis. Harry estava terrivelmente irritado com a suposição da amiga de que a criança poderia não ser sua. Quem ela pensava que era para sair assumindo coisas sobre Ginny?! Tudo bem que elas eram melhores amigas e deviam conversar sobre essas coisas, mas ainda assim, aquela suposição estava o deixando irritado.

Quer dizer, ele havia estado tão aflito que não pensara na possibilidade de que a criança fosse sua, mas algo dentro de si ainda afirmava piamente que aquela prole era sangue de seu sangue.

— É claro que é dele, Mione. — Protestou Ginny com uma carranca, algo entre o constrangimento e pura raiva, seu rosto estava completamente vermelho e Harry jurou ver fumaça saindo de sua cabeça tamanha era a irritação da ruiva. — Eu não transei com mais ninguém além dele!

— Se vocês definitivamente não são amigos, como vocês transaram? — Perguntou a mulher negra parecendo estar sem um pingo de paciência para a novela mexicana que aquela conversa estava se tornando, a ponto de que foi preciso que Luna a segurasse no lugar para que ela não se levantasse e começasse a andar de um lado para o outro. — Melhor, por que vocês transaram?! Vai me dizer que ela respeitosamente caiu em seu pênis e vocês mutuamente se respeitaram na cama?!

— Foi na sua festa, se não me engano. — Disse Harry cauteloso a Mione que apenas o olhou com ainda mais raiva, não bastava ele omitir coisas dela, ele fazia bem na frente de seu nariz e ela não notava.

— Sim, quando você arruinou minha lingerie mais cara. — A mulher de cabelos ruivos tinha feições tão zangadas quanto no dia em que ele de fato descobriu ter arruinado a tal peça. — Eu nunca vou te perdoar por isso, Potter.

— Ah, então foi assim que ela perdeu a tal lingerie? — Exclamou Luna com a voz perdida entre surpresa e deleite. — Você não faz ideia do quanto eu ouvi ela reclamando dessa merda. E toda vez que eu perguntava, ela fugia do assunto. Caralho, Potter — A loira massageava as têmporas na tentativa de manter-se calma como quando chegara, falhando miseravelmente. Agora ela entendia porque sua namorada, Hermione, era tão tensa sempre que o assunto fosse Ginny Weasley e Harry Potter. Eram um assunto muito complicado quando os colocava juntos.

— Sim, foi como eu perdi a minha Victoria Secret's, mas esse não é o nosso maior problema agora. — Falou a ruiva levantando-se do sofá e puxando seu suéter como quem vestia uma armadura a qual iria protegê-la de qualquer que fosse o perigo.

As roupas eram bregas, até porque eram de Harry, mas traziam uma sensação de segurança. Foram as peças de roupa, que pegara emprestado com ele, que protegeram-na ao descobrir a gravidez. Agora ela apontava para sua barriga levemente levantada: — Eu preciso saber como vamos lidar com esse bebê crescendo dentro de mim!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/Yuri: Oioi pessoal! Espero que tenham gostado dessa fic e tenham se divertido durante a leitura!!Eu confesso que fiquei triste de terminar, pq ela foi algo muito importante pra mim e eu >AMEI< escrevê-la junto da Lily Potter.  Obg a todos que leram isso até aqui, e especialnente a essa autora incrivel (vulgo minha namorada linda). Obg sweetie ♥
Tenham um bom final de semana; divirtam-se, lavem as mãos e não apoiem fascistas!
All the love, Y!


N/Lily: HELLOOOU PIPOU, olha só quem voltou com mais uma história sem acabar as outras 29281920192 que tem, isso! Eu mesma! Snow Evans, ou Millyzinha pros íntimos, MAS dessa vez eu vim com uma história que já tá finalizadinhaaa. Tô chique eu SEI AHAUHAUHAUHA. Essa "fanfic" de dois capítulos e um epílogo, eu escrevi com meu namoradinho o Yuri. Então comentem, pq motiva muito a gente a continuar fazendo esse tipo de coisas, e pq eu amo ser bajulada rs. BEIJOS E ATÉ O PR?“XIMO MI AMIGOS



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I'm Having Your Baby" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.