Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 47
Capítulo 47 - Batata Quente




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Capítulo 47 - Batata Quente

— Batata...Quente? - repeti, ainda achando estranho - Você está falando...daquela brincadeira de criança?

— Não sei se está pensando na mesma coisa que eu, Sr. Alan - Pitre continuava a falar em alto e bom som do telão (provavelmente estava em algum lugar escondido da casa) - Mas se está pensando naquele jogo onde uma roda de crianças vai passando um objeto para o colega do lado enquanto alguém canta "batata quente" até dizer "queimou" e, nessa hora, quem estiver com o objeto na mão sai da roda...sim, é algo parecido com esse jogo.

— Mas aqui só temos duas pessoas - argumentei.

— Hehehe...claro. Afinal, aqui jogaremos a nossa versão de batata quente!

Como eu podia me esquecer? Estava na Casa dos Jogos e ali nada era o que parecia. Era melhor ficar quieto e deixar ele terminar de explicar as regras.

— Bem...antes de qualquer coisa, vamos apresentar o mediador do jogo de vocês...o nome dele é Remulus, um de nossos criados.

— Prazer - o mascarado cumprimentou em tom cortês. Ainda me perguntava o porque de tantas máscaras, mas agora era hora de prestar atenção nas regras. Pitre continuava.

— Remulus...mostre a nossos convidados a "batata" desse jogo.

— Claro - o mascarado tira um tipo de bola de baixo da mesa onde Yumi e eu nos sentamos (nunca ia reparar que tinha algo ali embaixo). Era algo mais ou menos do tamanho de uma bola de futebol comum, com a diferença de que era mais trabalhada. Ela tinha a cara de um palhaço sorrindo na parte da frente, um botão na parte de cima e um tipo de chave grudada na parte de trás. Era um objeto curioso e engraçado, para dizer o mínimo. Yumi, a minha adversária, apenas coloca os cotovelos em cima da mesa e apoia a mão no queixo, com uma cara de tédio absurda. Ela já devia ter certeza de que iria me vencer. Mas eu precisava fazer o melhor que pudesse. Tinha que fazer isso!

— Bem - Pitre continuava as explicações - As regras desse jogo são bem simples. Nosso querido Remulus irá dar corda na bola que estão vendo por um tempo aleatório.

Então era mesmo uma chave para dar corda.

— Depois disso, ele entregará a bola para um de vocês...e cada um de vocês terá as seguintes opções: ficar com a bola ou passar a bola para seu adversário.

Remulus começou a dar corda na bolinha e, depois de um tempo, ele me entregou.

— Muito bem - Pitre continuava o tutorial - Agora, Sr. Alan, o senhor tem duas opções: segurar a bola ou passá-la para sua oponente. O que vai fazer?

— Vou passar, é claro! - respondi prontamente.

— Certo. Então, tomada sua decisão, aperte o botão na parte de cima da bola.

— T-Tá - fiz o que ele falou e parece que a chave girou no sentido contrário ao que Remulus girou.

— Perfeito. Agora passe para a Srta. Yumi.

Passo a bola para ela que apenas recebe, sem falar nada.

— Senhorita Yumi...agora é sua vez. A senhorita fica com ela ou passa?

— Fico - ela respondeu.

— Certo. Aperte o botão na parte de cima também.

Ela aperta o botão novamente e continua segurando a bola. Pitre continuava a explicação.

— Agora, Senhorita Yumi, você só tem a opção de passar para o Sr. Alan. Essa é a regra mais importante, vocês não podem ficar com a bola por mais de uma rodada seguida. Sendo assim, como você ficou com ela na última rodada, agora só pode passá-la.

— Certo - ela apertou o botão e me passou a bola. Agora era a minha decisão.

— Senhor Alan....passa ou fica?

— C-Certo. Eu fico - resolvi inovar. Claro que a minha escolha não foi a certa. Assim que apertei o botão, a bola começou a brlhar insanamente e tocar uma música circense sinistra. Acho que aquilo não era um bom sinal.

— Oh..infelizmente, o senhor perdeu, Senhor Alan - Pitre lamentou - Se a bola começar a tocar a música na sua mão, você perde. Essas são as regras.

— Acho que entendi... - depois de alguns instantes, a bola para de tocar.

— Espero que essa simulação tenha dado uma ideia do que vocês vão jogar...alguma dúvida quanto aos procedimentos de jogo?

Yumi fez que não com a cabeça. Também tinha entendido. Nisso, Pitre começou a passar as outras regras.

— Bem...agora, vamos ver quem ganha e quem perde nesse jogo. Como já foi dito, agora os créditos não servirão mais para pagar imunidade, mas sim para conduzir os próximos jogos.

— Como assim? - perguntei.

— Na gaveta, no lado da mesa de cada um de vocês há algumas fichas, não?

Agora que eu reparei. Meu lado da mesa tinha uma gaveta na parte de baixo. Ao abri-la, de fato, vejo várias fichas. Pitre explica o significado de cada uma delas.

— As vermelhas representam 10 créditos, as azuis 5 e as verdes 1. A cada rodada desse jogo, vocês devem apostar um certo número de fichas simbolizando o número de créditos que estão colocando em jogo.

— Então...vamos apostar nossos créditos nesse jogo? - perguntei.

— Sim - ele respondeu calmamente - Vocês dois colocarão a quantia de créditos que desejam apostar na mesa. Quem vencer, leva todos os créditos da mesa. E nesse jogo, vencer significa não segurar a bola quando ela despertar. Uhuhuhuhu

— Então, o jogo acaba quando alguém não puder mais apostar? - perguntou Yumi, finalmente abrindo a boca para alguma coisa.

— Exato. O jogo termina quando o primeiro jogador perder todos os créditos. Vocês podem apostar um mínimo de 1 crédito e o máximo...bem, vai depender do número máximo de créditos que vocês tiverem. No caso, vocês dois começaram bem equilibrados, cada um com 100 créditos.

"Isso não é nada bom", pensei, já suando frio, "Mesmo que a nossa equipe vença, se um dos membros perder um jogo, não terá nenhum crédito para as semi-finais. Tsc. Agora eu vou ter que vencer. Preciso apostar com cuidado...muito cuidado. Esse jogo parece depender da sorte de novo, mas sempre tem algum truque. Preciso perceber o truque antes dela!"

Enquanto isso, os outros que não estavam jogando podiam observar tudo. E, claro, comentar o que estava acontecendo.

— Você acha mesmo que ele consegue ganhar? - Eva perguntou para Max.

— Ele não tem muita auto-confiança, mas com certeza é esforçado - respondeu.

— Esforçado, é? - ela se virou, olhando a ação lá embaixo - Bem...a Yumi também não pode ser subestimada.

— Ela não é do tipo que fala muito, não é?

— Verdade. Ela nunca deu muito palpite, mas sempre seguia minhas instruções direitinho. E nunca deu sinal de insatisfação ou algo do gênero.

— Entendo...

— Ela é mesmo introspectiva, mas sabe fazer as escolhas corretas.

— Fala isso por ela ter se aliado a você, não é?

— E quer uma escolha mais correta do que isso? Heh! Mas ela é muito misteriosa mesmo...se não tivéssemos tudo feito em contrato, não duvido que ela fosse capaz de me trair e ficar com todo o prêmio.

— Então nem você sabe exatamente como ela é?

— Pois é...Yumi também é totalmente desconhecida para mim.

— Se não há mais dúvidas...acho que podemos começar nossa partida, não é? Bem, normalmente começaríamos com o participante que tem menos créditos, mas já que vocês dois só tem os 100 créditos que fornecemos, deixamos que Remulus decida quem começa.

— Certo - o empregado começou a dar corda na bola e passa a bola para mim - Participante Alan...o senhor começa. Por favor, faça sua aposta.

— T-Tá bom - respondi. Não sabia exatamente o quanto apostar, não podia ser muito alto, para não me arriscar, mas se apostasse um valor baixo aquela partida poderia demorar muito..quanto? Quanto? Por fim, acabei escolhendo apostar 20 créditos.

— Senhorita Yumi? - ele perguntou para minha adversária. Ela se põe numa postura ereta e coloca 20 créditos em forma de ficha na mesa.

— 20 também - é tudo que ela falou. Depois disso, Remulus dá corda, me passa a bola e pede que eu decida entre ficar com ela ou passar.

— Passo - respondo e aperto o botão.

— Fico - Yumi escolhe, apertando o botão - E agora passo.

— Err...passo - respondi. Acho que a melhor estratégia é passar e não ficar.

— Passo

— Passo - retruquei.

— Hmm - ela vacila um instante - Fico.

"Vai...toca, toca!", pensava, em vão.

— E agora passo! - ela terminou. No que ela passa, a bomba explode na minha mão.

— Primeira rodada de apostas terminada - disse Remulus - Participante Yumi leva os 40 créditos.

"Droga", pensei, "Já comecei mal"

— Heh! Parece que começamos bem - comentou Alípio, que estava com Natália do outro lado.

— Alan... - Natália balbuciava para si mesma com as mãos entrelaçadas como se estivesse orando. "Por favor, aguente firme. Eu quero que vocês vençam! Se eu for para as semi-finais...nosso grupo estará acabado!"

— Muito bem...suas apostas, Senhorita Yumi - agora era Yumi quem fazia as apostas.

Ela apenas pegou as fichas e colocou na mesa.

— Aposto 50! - ela disse.

"Cinquenta", pensei, "O que eu faço? Não tem como ter algum truque nesse jogo, por mais que eu pense...deve ser sorte mesmo...mas, será que ela soube de alguma coisa? Não sei...não vi nenhuma alteração na expressão dela! O que eu faço? O que eu faço?"

— Sua aposta, senhor Alan - cobrou Remulus.

"Ainda me restam...80 créditos...se for sorte. Tudo bem...vamos lá."

— Também aposto...50 créditos!

— Certo. Vamos começar o jogo - ele começou a dar corda na bola.

"Vamos ver no que isso vai dar", pensei. E meu coração...batia cada vez mais rápido...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo...vamos ver quem ganha essa

Até lá!



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