Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 10
Capítulo 10 - Anjo Malvado


Notas iniciais do capítulo

Jogo dos Convites - Resumo das Regras

— Cada participante deve escolher entre ir ou não a uma festa, colocando uma cédula com Sim ou uma cédula com Não em uma urna. A festa só é agradável com o máximo de seis pessoas, então, o jogador que escolher o lado da minoria ganha um ponto (crédito)

— Caso o jogador não vote, significa que automaticamente escolheu Não

— No final de dez rodadas, os jogadores que conseguiram um valor maior ou igual a cinco créditos está automaticamente classificado para o próximo jogo. Os jogadores que não conseguiram cinco créditos, irão para uma sessão de votos. Um jogador que não venceu, ainda pode pagar cinco de seus próprios créditos para seguir na próxima etapa.

— Caso todos os jogadores escolham uma única opção, ninguém ganha créditos. Se no final de dez rodadas, nenhum dos jogadores conseguir cinco créditos, o jogo continua até que pelo menos um deles consiga.

— As contagens das escolhas ocorre de três em três horas, ocorrendo cerca de quatro contagens por dia. O jogo, na melhor das hipóteses, termina em três dias.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/79125/chapter/10

Capítulo 10 - Anjo Malvado

    A situação ainda era muito tensa. Afinal, por que aquilo aconteceu? Não tinhamos combinado tudo tão direitinho? Alguma coisa estava mal explicada. E agora? Demian parecia ter sacado o que ocorreu e inicia uma explicação.

    - Bem - ele começou - Ninguém aqui falou nada, mas acho que todos devem ter usado a mesma estratégia nesse jogo, não é?

    - C-Como assim? - disse Giovani, desviando o olhar.

    - Não precisam mais disfarçar - disse Max - Vamos ver...Eva e Hector se aproximaram de Alan e eu com uma proposta bem interessante...algo a ver com criar uma equipe de quatro pessoas e dividir os votos entre si, não é? Assim, dois da equipe obrigatoriamente estariam sempre do lado da minoria e, no final, esses dois poderiam transferir seus créditos extras para aqueles que não conseguiram. Parece familiar?

    - Foi a mesma ideia que Perla falou para a gente! - disse seu Alípio, chocado.

    - E a mesma ideia que a Taís falou pra gente! - disse Aline, olhando para a loirinha com uma expressão brava.
   
    - É claro! Essas quatro: Taís, Perla, Yumi e Eva estavam trabalhando juntas desde o começo! - declarou Demian.
   
    Todos olham para as quatro que, a essa altura, já estavam juntas em um canto. Não havia mais motivo para esconder.

    - Desde o começo? Mas... - eu perguntava, ainda custando a acreditar que aquilo havia acontecido.

    - É bem lógico quando você pensa - Demian continuava - Não acha estranho que todos tiveram a mesma ideia assim, ao mesmo tempo?

    - Hmm? - estranhei

    - Se observar os resultados com calma, verá que todas as escolhas foram as mesmas desde o começo...a única que mudava era ela!

    Ele aponta para Yumi. A japonesinha não fala nada e sequer dirige o olhar para Demian.

    - É...é verdade - concordei.

    - Isso aconteceu por um motivo bem simples. Essas quatro já formavam uma aliança antes do Jogo dos Convites começar.

    - Então você percebeu mesmo? - disse Eva, sem olhar para ele.

    - Não foi muito fácil, já que essa casa é muito grande para acompanhar a conversa de todos. Mas posso garantir que vi Eva conversando com essas três em vários momentos.

     Nenhuma das quatro culpadas dizia qualquer coisa, mas Demian continuava sua explicação.

    - Como essas quatro já trabalhavam juntas, criar uma estratégia infalível para esse jogo não foi problema.

    - Hã? - pergunta Aline - Infalível?

    - Sim. É muito simples - ele prosseguiu - Três delas se separaram e, cada uma, sugeriu a mesma ideia para outras três pessoas. Resultado, cada uma delas estava em um grupo de quatro pessoas, somando doze pessoas.

    - E o que tem isso? - perguntou Erivaldo.

    - Isso, meu caro, significa simplesmente que todas elas tinham total controle sobre todas as escolhas de todos os grupos. Bastava que elas se comunicassem por sinal ou qualquer outra coisa combinada que saberiam exatamente no que os outros grupos estavam votando.

    A informação foi um baque, mas todos tinham que concordar. Tendo a informação completa de todas as escolhas, era muito fácil controlar o jogo.

    - Mas não é só isso...elas também tinham controle sobre qual lado iria vencer.

    Estava pensando com os meus botões e, de fato, isso era verdade. Afinal, uma pessoa não iniciou nenhuma aliança falsa. Essa pessoa era Yumi!

    - A pessoa responsável por isso foi ela, Yumi - continuava meu cabeludo amigo - Ela era a única solitária e não importava o lado que ela escolhesse, sempre iria perder.

    - Mas espera aí - pergunta Valéria - Teve dois momentos que Yumi escolheu o lado que prejudicava as aliadas. Por que?

    - Bem, se Yumi sempre perdesse, seria estranho demais. Foi uma tentativa de disfarçar. Seria estranho ela votar na mesma coisa todas as vezes. Isso até um certo momento...

    Ele faz uma pausa, dá uma leve tossidinha e continua.
   
    - Em um certo momento, Eva nos mostra uma previsão dos acontecimentos futuros do jogo. Se continuasse daquele jeito, Yumi iria perder de qualquer forma. Ele falou isso de propósito. Provavelmente para mostrar que a própria Yumi já tinha alguma consciência de que iria perder. Com um jogo tão longo, ela teria muito tempo para concluir isso. Daí, ela só precisou escolher a mesma coisa o resto do jogo, como se já tivesse destinada à derrota. Se todos concordassem com isso, ninguém teria motivo para mudar o jogo. Mas aí, no final, isso aconteceu. Eva, Taís e Perla traíram suas equipes para pagar os créditos de Yumi, que estava na posição mais arriscada. Foi uma jogada muito bem pensada.

    - Na última rodada...então foi por isso que você não queria fazer a transferência antes do final, não é, Perla? - reclamou Sr. Alípio.

    - Desculpem - respondeu Perla, olhando para as unhas - Mas essa aliança já existia bem antes.

    - É verdade - completou Taís - Eva nos chamou bem antes. Ops.

    Então era isso. Eva era a mente por trás de tudo. Mas, por que ela fez isso?

    - Mas..por que Eva? - pergunta Hector, a pessoa que precisava dos créditos da flautista.

    - É como eu disse...não é nada pessoal...vocês apenas eram as pessoas que eu podia trair - ela disse novamente. Nisso, ela também tira da bolsa algumas folhas de papel. Tinha alguma coisa escrita nelas, mas a explicação viria logo.

    - Estão vendo? Como Demian disse, eu formei essa aliança com as meninas logo após o final do primeiro jogo.

    - O quê? - eu disse, sem poder acreditar. Então aquelas folhas eram...

    - Isso mesmo. Nossa aliança é formalizada num contrato. Assinamos esses termos para garantir que nenhuma de nós trairia a outra, caso contrário, combinamos uma penalidade por quebra de contrato.

    - Não acredito - disse Valéria, também pasma.

    - Isso...isso não pode ser sério! Vocês não podem fazer isso! - gritou Alípio.

    - Uhuhuhu. É claro que podem - interrompeu Pitre, que ouvia tudo com um claro prazer e olhar sinistro que embora não podíamos ver através da máscara, podíamos sentir - Não está em nenhuma cláusula do contrato da Casa dos Jogos que os participantes não possam firmar contratos dentro do jogo. E, como diz a premissa básica da nossa casa...tudo que não for proibido, é permitido!

    - Você entendeu agora, Hector? - disse Eva - Eu simplesmente não podia trair as meninas. Minha aliança com elas aconteceu bem antes de vocês. Perla é formada em direito e foi fácil para ela escrever um contrato improvisado, mas perfeitamente legal.

    - Não...não é justo! - lamentou o pobre garoto de óculos, caindo de joelhos no meio da sala.

    - Eu sinto muito. Mas se isso serve de consolo...não era exatamente você que eu planejava mandar para a sessão de votos.

    - É claro que não - disse Demian - Essa pessoa seria eu, não é?

    Eva parou de falar. Eu estranhei isso, mas Max explicou tudo.

    - Quando Eva se ofereceu para dividir os votos, ela planejava votar na mesma coisa que o Hector. Mas eu disse que Alan e eu já haviamos dividido nossas escolhas

    - Então...foi por isso - balbuciei, pasmo ao ouvir essa declaração.

* Flashback do Alan *

    Eva: Certo. Então, Hector e eu escolhemos "Sim" e...

    Max: Espere! Eu já escolhi "Não" e Alan já escolheu "Sim". Vocês vão ter que se dividir

    Eva:  Ah, vocês já votaram...então tá. Hector você escolhe "Sim" e eu escolho "Não"?

* Fim do flashback *


    - Sim. Se Eva e Hector tivessem votado na mesma opção, um de nós estaria prejudicado agora, Alan - terminou Max.

    - Pois é...isso também não foi nada pessoal, Demian - continuava Eva - Mas por você ter vencido o primeiro jogo daquela forma, é fácil de supor que você é um jogador forte. É verdade. Eu queria eliminá-lo o quanto antes.

    - Isso não é surpresa para mim - disse Demian - Mas, sabe...se você é mesmo a pessoa que organizou todo esse esquema, significa que também é uma jogadora muito forte. Agora, você está tão visada quanto eu.

    Eva ouve isso com uma expressão sério no início, mas logo desata a rir.

    - O que é tão engraçado? - reclamou Alípio.

    - Ai, ai...sabem...tem uma coisa que não foi mentira nessa história toda.

    - Hm? Como assim? - perguntou Valéria.

    - A história de que é preciso fazer alianças para vencer esse jogo! Nesse momento, eu tenho a aliança mais forte! Nós quatro já estávamos unidas desde o começo!

    Demian fica em silêncio. Era verdade. Agora a guerra de alianças era explícita. Teríamos que arranjar outros aliados até o próximo jogo se quiséssemos ter alguma chance contra a equipe das garotas. Mas...depois daquela jogada, será que as pessoas estariam tão confiantes umas nas outras?

    - Por favor, não levem para o lado pessoal - Eva continuava a falar - Isso é um jogo. Tudo depende de como você consegue manipular os agentes envolvidos. Demian, você fala como se soubesse de tudo desde o começo, mas e daí? O que você foi capaz de fazer para evitar?

    - Tem razão - Demian dizia, em voz baixa e com as mãos nos bolsos - Eu não pude fazer nada...que provas eu tinha, não é?

    - Hã? - perguntei.

    - Como poderia provar que você estava planejando tudo isso? A traição só seria efetivada na última rodada. Eu é que acabaria como vilão da história se abrisse a boca, não é?

    - Não é isso - Eva continua, com um sorriso desdenhoso - Você não fez nada porque nosso plano não iria prejudicar sua aliança com o Alan.

    Como assim? Agora eu também entrava na história? Demian não falou nada.

    - Você escolheu o Alan desde o começo, Demian! - disse Eva - A verdade é que não importava o que aconteceria com Hector desde que você mantivesse sua aliança com Alan segura, acertei?

    Era isso? É verdade que Demian estava do meu lado pelo que fiz no passado. Mas, se éramos mesmo uma aliança, ele não tinha escolha numa situação dessas, tinha? Minha ligação com ele era muito mais forte do que com Hector.

    - Sim. É verdade - respondeu Max, voltando o olhar firme para Eva. Mas a garota também parecia ter bastante fibra e continuava o enfrentando - É verdade. Alan e eu somos aliados. Isso não é segredo desde o primeiro jogo. Todos aqui sabem muito bem disso. E, sim, é verdade que só me aliei com você sob aquelas condições porque sabia que não prejudicaria meus planos.

    "Max?", pensei, "Tudo bem falar isso assim...abertamente?"

    - Mas gostaria que você se lembrasse de uma coisa - meu amigo continuava a dizer, sem trepidar por um único segundo. Eva também não tirava os olhos dele - A partir desse momento...você é minha inimiga declarada nessa casa. Farei o possível para acabar com você! - ele concluiu com um olhar, arrisco dizer, assustador. Eu não o conhecia muito bem, mas era claro perceber que ele não estava brincando.

    - É o que veremos...essa Casa dos Jogos está só no começo! - disse Eva, dando as costas e terminando tudo que tinha para falar. Suas três comparsas também a seguem e sobram apenas os prejudicados e alguns poucos que ainda tinham os créditos necessários.

    - Se já terminaram! Vamos anunciar os vitoriosos do segundo jogo da Casa dos Jogos! Participantes Yumi, Eva, Demian, Taís, Perla, Alípio e Natália estão automaticamente classificados para a próxima fase! Quanto aos outros...vocês tem dez minutos para decidirem se pagam cinco créditos para continuar no jogo ou não. Caso queiram pagar, apenas se dirijam a nosso criado mais próximo, ele fará a transferência. Caso contrário, apenas aguardem a sessão de votos. Uhuhu!

    Demian ofereceu seu braço assim que acabou de falar.

    - Hã?

    - Pegue três créditos meus, agora - ele disse - A sessão de votos já vai começar em dez minutos.

    Eu via Hector ali, ainda de joelhos e em choque com tudo o que ouviu. Era inevitável sentir pena. Mas Demian era relutante.

    - Alan! Rápido!

    - Mas...e o Hector?

    - Ele perdeu. Não tem mais nada que possamos fazer a não ser torcer para que ele não seja votado na cerimônia de eliminação. Mas você não pode ser eliminado também. Pegue logo meus três créditos!

    - T-Tá

    Demian transfere três créditos para mim. Saí correndo até o criado mais próximo para pagara a imunidade. As outras alianças também trocam seus créditos conforme o combinado: Alípio salva Valéria e Natália salva Erivaldo. Mas Aline e Giovani foram os lesados na história toda.

    - Espere - eu disse, assim que voltei - Você já está classificado automaticamente para a próxima etapa, não é, Max? Você ainda pode passar três dos cinco créditos que sobraram para o Hector e salvá-lo, não pode?

    Hector olha para Demian, esperançoso.

    - Poder eu posso, mas...

    - Mas?

    - Esses créditos com certeza serão necessários para a próxima fase, Alan. Não podemos desperdiçar assim.

    - Desperdiçar? Mas é o único jeito de salvar o Hector!

    - Isso é um jogo, Alan! - grita Demian, em um raro momento de explosão - O combinado era que Eva transferisse os créditos dela para ele, mas ela nos traiu. Não é nossa culpa ele ter perdido. Se formos flexíveis agora, pode nos custar muito caro no futuro.

    - É verdade! - gritou Aline para Natália, ao ouvir o que eu disse - Você já está classificada e ainda tem cinco créditos, Nat! Se passar mais três para mim, eu ainda posso continuar!

    Devido a timidez, Natália não consegue dizer não para a garota e acaba passando seus créditos para ela. Aline sai pulando de alegria!

    - Obrigada, Nat! - diz ela, abraçando e beijando a tímida garota - Você é tudo de bom!

    A garota sai correndo e paga os cinco créditos para ficar na casa. Ainda restavam Hector e Giovani. Hector olhava para Demian com olhar de clemência, mas ele parecia inflexível.

    - Por favor, Max! - gritei, desesperado - Apesar de tudo, Eva tinha razão quando disse que precisamos de alianças! Se fizermos isso agora, com certeza Hector irá nos ajudar. Você vai, não vai, Hector?

    Ele faz que sim com a cabeça e não conseguia se livrar de seu olhar choroso. Mesmo assim, Max não cedeu.

    - Sinto muito - disse ele, apenas dando as costas e deixando Hector ali. Max estava mesmo irredutível. Hector sentia seus braços tremerem.

— P-Por favor. Eu imploro! - gritou Hector - Eu nunca fiz nada de útil para minha família...não tenho emprego e me sinto um fardo para os meus pais que estão cheios de dívidas. Não quero voltar como um perdedor e decepcioná-los mais ainda! Por favor, me deixe continuar!

Mas Demian apenas o ignorou. Hector estava chorando em desespero e tentava . Era o fim.

— Max - porém, fui interrompido por Pitre.

— E então, participante Hector? Os dez minutos já se passaram. Você pode pagar por sua imunidade? - disse o palhaço. Demian apenas estava de longe, observando tudo friamente. Eu adoraria poder ajudar, mas não sabia nem mesmo o que dizer naquela situação. Sem saída, Hector só podia aceitar seu destino.

— Não, não tenho - lamentou ele, ainda com lágrimas nos olhos.


     - Sendo assim, declaro que o participante número 11, Hector Vanider, foi o segundo eliminado da Casa dos Jogos.

      Hector era realmente o último...Giovani também havia pedido os créditos extras para Alípio e correu para pagar sua imunidade.

     - Valeu, valeu mesmo, seu Alípio.

     - Não interprete mal, rapaz, não fiz isso por querer que você continue no jogo. Mas é verdade o que elas disseram...só dá para vencer nesse jogo se tivermos alianças.

     - Hehe. Pode deixar. Vamos formar uma aliança forte, não é, Valéria?
       
     - Quem sabe - disse Valéria, não muito entusiasmada.

     - Eu...eu sinto mundo - falei em tom triste. Hector, claro, estava bem mais arrasado. Algum tempo depois, o tímido garoto de óculos faz as malas e abandona o programa. Menos um participante. Mais uma vez, as portas se fecham em sincronia atrás dele. Quem poderia imaginar que o segundo jogo acabaria dessa forma? Naquele momento, eu percebi que aquele jogo era mais difícil do que parecia...

     - Alan. Espero que não esteja com raiva de mim por...

     - Não, eu entendo, Max - disse - Você manja de estratégia bem mais do que eu. Talvez deixar Hector ir tenha sido a melhor escolha.
       
     - Infelizmente, sim - disse ele, sem tirar o olhar do horizonte.

     - Ah, sim. É verdade. Somos uma aliança. Hector ainda terá chance de levar parte do prêmio, se chegarmos até a final, não é? - disse, com um sorriso esperançoso nos lábios.

     - Como assim?

     - Ué? Não era esse o combinado?
   
     - Você está enganado, Alan! Se fizermos isso, estaremos em desvantagem.

     - Hã? Espera...."como assim?" pergunto eu agora! Nós éramos uma aliança, não éramos?

     - Não. Éramos uma aliança errada. Essa aliança nunca foi oficializada.

     - Hã?

     - Alan! - ele me disse, sacudindo meus ombros - Acorde! Nós não temos obrigação de dividir o prêmio com Hector se nossa aliança não estiver em um contrato, assim como a aliança da Eva e as meninas.

     - O quê?

     - Exatamente. É verdade que precisamos de aliados para vencer, mas se temos a opção de seguir com uma aliança mais forte do que apenas nós dois ligados ao Hector, então não podemos hesitar em escolher essa opção! Dessa vez, precisamos de uma aliança oficial e sem traidores! 

     - Mas e o Hector?

     - Ele já é passado! Esqueça-o! Lembre-se do principal motivo para estar aqui: vencer! - disse ele, com o olhar penetrante de sempre.

      Devo confessar que aquilo me assustou um pouco. Max era uma pessoa mais fria do que eu pensava...então, não tem problema abandonar a aliança com Hector desde que não tenhamos uma obrigação legal com isso? Isso parecia cruel, mas, no momento em que pensei no meu pai, precisando tanto daquele dinheiro, percebi que era melhor seguir os conselhos de Max. Agora a aliança de Eva e as meninas era explícita...e ela não parecia ser uma pessoa fácil de derrotar. É verdade. Tempos difíceis estavam vindo...muito difíceis.
   
     - Senhor? - disse a secretária daquela estranha figura distante dali, em meio às sombras, com um gato no colo - Deseja mais alguma coisa?

     - Não, não. Obrigado. Hehehe. O segundo jogo teve um desfecho melhor do que eu esperava, não acha?

     - Imagino que Eva Palomeni começou a agir, não? - disse a secretária

     - Exato. De um lado, Max Demian, o universitário que todos consideram um gênio. De outro, Eva Palomeni, uma pessoa que parece entender bem como as pessoas pensam. É evidente que o jogo vai ser centralizado nesses dois.

     - É possível...esses jogos são imprevisíveis.
   
      - E é isso que torna tudo muito mais interessante - finalizou o homem, com uma forte gargalhada.

Repito: dias difíceis virão.

 

 




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fala, gente! Queria agradecer a todos que leem e mandam reviews para minhas histórias! Adoro escrever, mas o apoio dos leitores é que dá mais incentivo!

Hoje é meu niver e completei meus 23 anos (o encalhado mais velho do mundo, pois é)! Para comemorar, mandei capítulos das duas histórias que estou escrevendo atualmente: Twin Beach e Casa dos Jogos. Continuem acompanhando! Abraço a todos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Casa dos Jogos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.