9 - Visitante fixo!

PDV GREGORY

-Eu... vou indo! - a mina disse toda envergonhada. Qual é? Será que eu atrapalhei?

-Fica mais... um pouco, Ann!? - Luke pediu. Qual será o nome dele dessa vez? ¬¬

-Nos vemos depois... Ate mais! - ela saiu apressada, praticamente correndo. Abaixei o volume do meu Ipod enquanto era fuzilado por Luke.

-Obrigado Greg, muito obrigado! - agradeceu irônico.

-O que eu fiz dessa vez? - perguntei. Porque eu sempre levo a culpa? ¬¬ Que saco...

-"O que eu fiz dessa vez?" - ele me imitou. ¬¬ - Vou ti dar um sopapo isso sim...

-Poxa... cara, tu precisa de sexo, sabia? - ele jogou um abajur em mim. Foi tão rápido que não tive como desviar. - Nem doeu otario...

-Vou ti trancar aqui em casa... continua enchendo o saco pra ver! - ameaçou. Fiquei com medo!

-Oh... faria isso... comigo?! - ele apenas me encarou. - Ok, calei...

-Bom mesmo... - Luke suspirou, passou as mãos pelos cabelos e se recostou no sofá. Sentei me ao seu lado.

-E ai? - perguntei querendo detalhes do que houve. "Pode me contar..."

-Eu não... não vou poluir tua mente com isso! - disse rindo. Continuei fitando-o.

"Vou ti irritar, sabe disso né?" ele nem se moveu. "Ok, você pediu garanhão..." comecei a cantar mentalmente bem alto. "UM ELEFANTE ENCOMODA MUITA GENTE, DOIS ELEFANTES ENCOMODAM MUITO MAIS... TRES ELEFANTES ENCOMODAM MUITA GENTE, QUATRO ELEFANTES ENCOMODAM, ENCOMODAM, ENCOMODAM, ENCOMODAM MUITO MAIS..."

-Tá bom... chega por favor! Eu não suporto essa cantiga... - choramingou. Deixei minha mente em branco. - Bem melhor...

 -Ela é muito, mas muito mesmo... sem noção de muito... muito, muito, muito...

-Ok, Greg eu entendi!

-Ela é o clone dela! - falei serio.

-É eu sei... - falou com um ar de abatido.

-O que fará agora?

PDV ANNIE

1 semana depois...

-Oh querida, estamos com saudades suas! - mamãe disse com a voz tremula.

-Eu também estou mãe... morrendo de saudades! - falei emocionada.

-Ei, eu também estou... - ouvi a voz do papai, que tentava confortar mamãe.

-E porque você não volta?! - questionou ela. Suspirei.

-Mãe... ja conversamos sobre isso! Tenho que enfrentar isso... sozinha! - falei lutando contra o nó que se formou em minha garganta.

-Não tem não... a família lhe seria o melhor, ti daria apoio e...

-Mãe! - repreendi-a. - Por favor, não dificulte as coisas... - clamei.

-Querida, se ela diz que é o melhor... - ouvi papai argumentar com ela.

-Eu quero nosso bebe de volta Miguel! - a ouvi resmungar chorosa. Sorri em lagrimas.

-Mamãe, em breve farei uma visita... - falei secando as lagrimas com a costa da mão. - Agora, tenho que desligar...

-Ah, um instante... - falou desesperada. - Miguel, pegue um copo de água para mim? - não ouvi a resposta dele. - Agora conte me tudo moçinha!

-Hein? - perguntei assustada. Contar o que?

-Você disse que fez amigos... como são? Ti trataram bem? Tem algum rapaz envolvido? Não esta trancada em casa né? Esta se alimentando direito? Esta tomando pelo menos um copo de leite por dia? Você tem...

-Mãe, calma! Respira fundo... - falei. Qual foi a primeira pergunta mesmo? ¬¬ - Tenho que desligar mesmo... eu ligo depois!

-Sei que esta fugindo de mim, mas tenho algo a dizer... - esperei. - Tua irmã Hannah esta voltando!

- O QUE!? - "Choquei!"

-Sim... ela ficou preocupada... - "quando minha Irma Hannah se preocupa com alguém alem de si mesma?" - E resolveu voltar pra ti ver...

-Mãe... eu retorno a ligação depois! Beijos... abraço no papai! - falei e desliguei o celular. Minha irmã? Que saco...

Eu sei, eu sei ela é minha irmã... mas, e dai? Cara, ela é egoísta que chega a doer... Alem disso, é narcisista! Adora se contemplar no espelho ¬¬ E isso me irrita! Ela não é minha irmã-irmã... como posso explicar? Adotada ela não é... mas não é filha da minha mãe Sarah. Somente do papai... e segundo ele, ela é parecidíssima com a mãe! ¬¬

Entretanto, Sarah sempre a criou como filha própria e esqueceu o ato de adultério do pai. Eu era um simples bebe quando isso aconteceu... Tudo bem, eu já tinha meus 3 anos de idade e me apeguei a ela de um jeito especial. Mas a menina cresceu e pisou em mim. De todos os jeitos... hoje, não vou com a cara dela!

Levantei me do sofá e fui a cozinha, estava com uma incomodarão no fundo do estomago. Abri a geladeira e peguei a caixa de suco. Ate a distancia minha mãe acerta nas coisas, deus me livre viu! Peguei um copo...

O enchi. A ultima refeição digna de rei, foi no apartamento de Bryan. E desde então, fico trancafiada em casa. Porque? Nos beijamos... e cara, to evitando pensar nisso! Foi o ato mais insano que já fiz em toda a minha vida... E agora, só pra variar, tenho medo de cruzar o caminho dele. Já fiz isso durante uma semana, um grandioso milagre!

Já estava ficando tarde... Quase 22:00hs da noite ¬¬ Tomei o suco e coloquei o copo dentro da pia. Caminhei ate o quarto, tirando a roupa e vestindo meu pijama preto super quente. Deitei-me! Sem sono, mas deitei...

Por debaixo das cobertas, eu observei as figuras esotéricas que no teto apareciam. Sinistro... O.ô Quando dei por mim, estava no universo paralelo do sonho com realidade.

Na verdade, eram lembranças... Muito antigas! De quando eu era mais jovem, uma adolescente... Mas eu não as conseguia ver direito, eram apenas borrões sem nexo, mas teve uma... que eu me lembro muito bem!

Flashback

-Ni, tem certeza? Eu odiava trigonometria... - falei rindo. Era tão espontâneo... '-'

-Você não acha fascinante o resultado exato dos números? As formulas existentes para você chegar ate eles? Os graus... seno e cosseno... Ah, aquilo é esplêndido! - jubilou-se.

-Você é louca! - Beca disse. Foi quando ele se aproximou...

-Oi Beca... você cresceu garota! - o rapaz disse sorrindo abertamente. O olhei curiosamente.

-E você que o diga não é? - eles sorriram cúmplices. Alínea e eu nos entreolhamos. Quem é ele?

-Me apresenta ai... - pediu num sussuro.

-Meninas... esse é Luigui, um amigo de longa data! Lu, essas são Alínea e Annie! - disse cordialmente apontando para cada uma de nós. Luigui me encarou sorrindo torto.

-Prazer... - e beijou minha mão.

Flashback

Abri os olhos e os pisquei, desembaçando-os. Me recordo bem o dia que o conheci... Foi tão intenso... Me remexi um pouco, ficando de frente para a janela. Ali, notei uma sombra, uma silueta... como se fosse de uma pessoa! Tive medo... A sombra se aproximou o bastante para mim ver-lhe o rosto... e isso me chocou!

-Lu?! O_O

PDV LUKE

Apos a conversa que tive com Greg, sai para caçar. Eu tinha que me distrair, pois ainda sentia a doçura dos lábios dela nos meus.

[...]

Uma semana havia se passado... e eu estava enlouquecendo! Pela falta que ela me fazia e por Greg, que não parava de encher o saco ¬¬

Inferno... já não sei o que é ter paz aqui dentro! Eu andava cabisbaixo, sem vontade de fazer qualquer coisa... Eu ouvia os barulhos estranhos vindo do apartamento de Ann e simplesmente não podia fazer nada.

-Greg, vou caçar... - anunciei.

-Já não era sem tempo... estava a ponto de morrer de fome! - disse zuando comigo. - Vou com você, companheiro! - disse se levantando do sofá. Olhei no relógio e marcava 16:24hs PM.

[...]

Eu estava satisfeito... tinha bebido um esquilo, coelho e um alce, que achei na floresta que tinha ali perto. Greg não gosta de sangue animal, por isso se separou de mim para atacar um humano qualquer ¬¬ Eu não aprovo esse tipo de alimentação, portanto ele não se junta a mim.

Cheguei em casa e o relógio marcava 21:57hs PM. Achei estranho, geralmente a essa hora, Annie estaria fazendo algum barulho na cozinha ou na sala. Apurei meus ouvidos. Nem o som de sua respiração era ouvido. Será que ela viajou? Saiu? Dormiu fora? Nada disso é habitual dela...

-Greg? - chamei-o. Ele logo apareceu na porta do quarto, do outro lado da sala.

-O que? - perguntou tenso assim que ouviu o desespero em minha voz.

-Nao a ouço... - confessei. Um perfume diferente... lavanda amadeirado... com um toque incomum, adentrou minhas narinas. Logo constatei... vampira!

-Os humanos são tão vulneráveis... - uma voz fina, melodiosa e feminina disse. Gregory e eu adentramos a sala e uma mulher extremamente atraente estava sentada na poltrona de frente pra nós. Ah não...

-Quem é você? - Greg perguntou mostrando os dentes. Logo tratei de responder.

-Ela é Sandy... - falei com desprezo. Ela se levantou, me olhando com fúria.

-Pra você é... Templeton! - disse entredentes. Revirei os olhos. Ela sentou-se de novo.

-Ham? Que tensão é essa? De onde se conhecem? - Greg perguntou confuso.

-Ela invadiu meu perímetro Jackson... - falei sorrindo.

-Que seja... - resmungou. - E você... - apontou para mim. - acabou de invadir o meu!

-Hmmm... ela é agressiva! - Jackson disse malicioso. Fiz uma careta. Eu queria alertá-lo, mas ela ouviria ¬¬

-Ela é bem parecida não é? - Sandy disse. - A sua vizinha... repito, humanos são tão vulneráveis...

-Você não... você... não fez... - minha voz ficou presa na garganta. Eu sentia o fogo da raiva andar pelas minhas veias.

-Ela não resistiu tanto... na verdade, ela veio de bom grado comigo! - disse sorrindo. Eu quis voar em seu pescoço.

-Você perdeu a noção do perigo! - falei ameaçadoramente.

-Como ela foi de bom grado com você, sendo que ela só tem intimidade com o Sunders? - Jackson perguntou.

-Ela hipnotiza pessoas... - falei vago. "Mas ela nunca conseguiu me hipnotizar!" pensei.

-Humanos são fáceis... vampiros, mais complexos... Sunders tem a mente tão complicada que nunca me dei ao luxo de conseguir entrar... agora você... - e os olhos de Sandy de verde, abordaram uma tonalidade de lilás escuro.

Gregory ficou ereto. "Merda, ela o pegou..." Ela, dominando a mente do pobre coitado, o fez sentar no sofá. Cruzei os braços... ate quando ela ia ficar de graçinha? Seus olhos ficaram mais claros, mas ainda com a cor lilás e me fitou.

-Eu proponho um acordo... não vou fazer igual fez comigo...

-Não sabia que tinha ressentimentos! - falei debochando dela.

-Não teste minha generosidade, Sunders... - disse colocando as mãos na cintura. - Ou você aceita, ou ela sofrera as conseqüências! - disse empinando o nariz, com ar de superior.

Senti o meu sangue sumir do corpo. Eu não tenho, mas... tecnicamente... ah, deu pra entender! ¬¬ Eu não podia negar, fui pego de guarda baixa. Eu não esperava por isso... senti medo. Medo de cometer uma besteira, medo de perdê-la novamente, medo de... matar!

FIM DO CAPITULO