7 - Confuso e tediante...

PDV GREGORY

-Ei...

-Pois nao senhor? - a começaria de bordo veio ate mim, apos chamá-la. Ela é gos... digo, bonita!

-Posso fazer uma pergunta pessoal? - perguntei sorrindo sedutoramente. Eu estava ficando louco... Já se fazia 18 horas que eu estava sem sexo! Vou morrer...

-Claro senhor...

-É casada? - usei meu dom de persuadir.

-Nao... solteira! - falou como se estivesse hipnotizada.

-Hmmm... vem cá.. - chamei-a com o dedo. Ela veio. - É o seguinte... - olhei seu nome. - Foster... Quer me fazer companhia?

Sorri pra ela. A mulher me olhou safada e me puxou para o micro banheiro que ali tinha. É pelo menos nao vou morrer de tédio!

PDV EMILLYA

Fala serio ¬¬ Richard tem que tomar atitude! Estou faltando me jogar em seus braços e falar: "me faça sua!" Cara essa situação tá ficando difícil! Acho que vou partir pra outra e tentar esquecer meu amor platônico...

-O que você tem? - Peter me perguntou. Quando ele quer, ele sabe ser gentil!

-Sabe, é que... - respirei fundo e me deitei no sofá. Peter também se sentou, com minha cabeça em seu colo. - Deixa quieto!

-Nao Emy... fale! Isso esta ti consumindo aos poucos... estou preocupado! - olhei para ele cética. Ouvi bem? Preocupado? Será que hoje chove canivete aberto?

-Eu ouvi bem? - perguntei e senti um carinho na cabeça. Meu Deus, clonaram meu irmão! O.o

-Nao mude de assunto mana... diga! - pediu com a voz amável. Suspirei e fixei o olhar no teto.

-Já... já amou e nao foi correspondido? - perguntei chorosa.

-Hmmmm... se eu falar sim, estarei mentindo! - disse. As vezes, eu odeio a sinceridade do meu irmão! ¬¬

-É horrível... - resmunguei. - Gostaria que Richard me notasse como mulher...

- Quem? Richard? Ah francamente Emy... - ele disse alterado.

-Ah tava bom demais pra ser verdade! - falei me levantando e indo em direção a porta.

-A onde vai Emillya Collins? - perguntou todo estressadinho.

-Para um local a onde VOCE... - apontei - nao esteja! Ate mais...

Sai batendo a porta forte. Funguei e passei as mãos no rosto... Lagrimas ali continha... limpei rapidamente e fui para o elevador. Sabia quem eu tinha que procurar e quem me daria apoio. Assim que as portas se abriram marchei em direção a recepção dali.

-Oi... - falei empolgada e logo murchei. - Murphy?

-Oi menina... - me cumprimentou.

-Murphy, cadê o Rich? - pergunte ansiosa. Nao que eu queira saber onde ele esta, mas só onde diabos ele esta!

-Ah ele... ele foi... onde mesmo? - ele resmunga consigo mesmo. "Fala logo, fala, fala, fala..." - Hmmm... Ah me lembrei! Foi ver a mãe dele, que estava passando mal ou algo assim...

-Ah, obrigada Murphy... - agradeci e sai correndo para os elevadores de novo. 5º la vou eu...

Assim que cheguei procurei o apartamento 112, era o dele e da mãe grávida. Na relação mãe e filho, ele era o mais velho e ela a adolescente. O trabalho dela é ser dançarina de stripper, se iludiu por um cara e agora esta embuchada. Richard que sofre para sustentá-los. Bati na porta.

-JÁ VAI... - ouvi a voz abafada dele. Passos apressados, um barulho alto como se algo tivesse caído e um gemido. - Pronto...

-Oi! - falei quando ele abriu a porta. Sorrimos um para o outro.

PDV LUKE

"Nao é porque estou passando meu novo endereço, que significa que aprove a idéia de tê-lo ao meu lado... Ah, e eu nao vou ti buscar! Pega um taxi...

[Mensagem enviada as 15:58PM]"

Fechei o celular e olhei pra Annie que estava sentada em minha frente. Meu estomago reclamava por fome... salivava mais que o normal... respiração rápida... o sangue quente e doce dela correndo pelas veias e artérias. "Chega Luke!"

-Bom, já que vai ficar com o apartamento... e vai ser meu vizinho... - ela parecia constrangida. - Vou para o meu... você parece estar... normal!

-Normal? - perguntei confuso. Qual será que era a minha expressão? Annie é tao perceptiva.

-É porque... -ela se levantou e eu também. "Sua expressão esta tao torturada... parece ate que esta com fome!" - Nada nao, deixa quieto...

-Tudo bem... - prendi a respiração. Eu... li a mente dela? - Volte depois...

-Claro... - e ela saiu levando consigo sua fragrância adocicada e minha sanidade.

Olhei ao redor desorientado. Se eu nao caçar logo, uma desgraça acontecera... Do jeito que eu estava sai do meu apartamento e tranquei. Ao invés de pegar o elevador, fui pelas as escadas. Pra mim, nao fazia diferença... Cheguei a recepção e me deparei com um senhor de meia idade.

-Ei... você deve ser o cara que o menino Richard disse... - ele parou um pouco e tossiu. - Sou Murphy!

-Prazer senhor, sou... - quem eu sou? - Bryan...

-E a onde vai meu rapaz? - perguntou com os óculos escorregando para o ponta do nariz.

-Buscar minhas coisas... vou ficar! - falei. E isso nao era uma total mentira...

-Volte logo... o tempo nao esta muito bom... - comentou. - Ate mais...

Acenei com a cabeça e sai. Como se estivesse de tocaia, meus sentimentos mais confusos pularam em cima de mim e me imobilizaram. Eu me sinto bem ao lado de Annie só porque ela é parecida com Lilith? O que eu sinto por Annie? O que eu senti mais cedo? E a burrada do passado se repetira? Perguntas eternas, sem respostas... Voltei a andar. Eu precisava de uma floresta...

[...]

Minha ultima caça foi um cachorro. Dessa vez foi algo mais sustentável: um cervo perdido do bando e um esquilo. Nao era grande coisa, mas deu pra me saciar por enquanto. Fui ao hotel pegar minhas coisas e fechar minha conta. Apos isso, peguei um taxi e voltei ao De Wallen, bairro onde seria meu novo lar.

Entrei no taxi e dei o endereço ao taxista. "Preciso de um carro..." pensei, depender dos outros é muito ruim... E nao quero gastar dinheiro andando de taxi, apesar da minha conta ser bem gorda e poder sustentar os estados de Ohio, Utah, Novo México, Mississipi, Florida e outros mais... Ao chegar no meu local desejado, paguei pela corrida.

Entrei no prédio e sinalizei a cabeça em direção a Murphy, que me deu um thauzinho. Dessa vez, como eu estava com duas malas, achei melhor pegar o elevador, seria mais prudente. Parei no 14º andar e sai. Abri a porta do meu novo ape, estava conservado, como se alguém viesse limpar toda semana. Os moveis, impecáveis.

Levei as malas pro quarto, foi quando senti meu celular vibrar. Revirei os olhos... Tentei pensar na resposta do Greg, mas nao consegui, ele é exótico e imprevisível! ¬¬ Comecei a ler a mensagem de texto.

"Você devia ser preso por essa grosseria... Espero que isso nao seja um hotel, porque se for... Eu vou andando tá legal? Nao vou morrer por causa disso... Já estou quase chegando...

PS: a começaria de bordo é uma delicia...

[Mensagem enviada as 16:14PM]"

Eu ri ao terminar de ler. Esse Gregory nao tem jeito mesmo... Deitei na cama... bom, eu tenho mais alguns minutos ate ele invadir minha privacidade. O que devo fazer? "O que vou fazer? O que?" me perguntei.

DIM DOM

Levantei da cama num átimo e fui atender a porta. Quem seria? Será que é Greg? Esse malandro vive pregando peças em mim... mas se for ele... ah, ele me paga! Eu vou... abri a porta!

-Ér... oi! - Annie disse envergonhada. "Pergunta Ann, anda menina..."

-Entre... - ofereci e ela aceitou. - Quer beber algo?

-Água... só... água! - Annie estava estranha. Pedi para que ela me acompanhasse ate a cozinha, que já continha alguns utensílios.

-Aqui esta... - lhe entreguei o copo com água. Annie estava tensa... -Quer jantar? - soltei e ate eu fiquei surpreso com minha atitude.

-Ah... - ela também ficou surpresa. - Era isso que eu vim perguntar... - rimos brevemente. - Onde seria?

-Aqui... faz tempo que nao cozinho e...

-Sabe cozinhar? -Annie perguntou com os olhos arregalados.

-Sei... tive que aprender... vivo sozinho, se nao aprendesse, morreria de fome... - eu quis gargalhar depois de dizer isso. Mantive a pose.

-Então... então eu... - Annie hesitou. - vou me arrumar! - sorriu.

-Eu nao me importo... pode ficar assim mesmo e...

-É coisa de mulher... nao estranhe! Eu prometo nao demorar... e se isso acontecer, será apenas um imprevisto... - rimos. Ela colocou o copo dentro da pia e saiu correndo porta a fora. Eu acabei gargalhando.

[...]

FIM DO CAPITULO