A Vida Que Chamo Minha escrita por GSilva


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Hello,
Um capítulo mais longo para deixar vocês felizes.
Bem vindos ao surgimento do Steve.



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Havia passado uma semana desde a conversa no escritório e seguíamos com nossa rotina, com o único adicional de uma reunião gerencial hoje, sendo assim, eu e Alex tivemos de arrumar a mala e viemos ontem para São Paulo onde encontraríamos todos investidores na sede da empresa que mais nos auxiliava monetariamente: A Deluxions.

Atualmente tínhamos 5 empresas investidoras no projeto.

A Deluxions como maior investidora, entramos no projeto com o dono da mesma acreditando nos valores e nos auxiliando em detalhes e entregando a nós uma parte de todo lucro, junto aos rendimentos de um leilão beneficente que eles  realizam nos últimos dois anos.

Sr Antonio Ferraz, atualmente com 68 anos, ativo jogador de golf e claramente em seus próprios negócios, mantendo uma empresa de moda e fotografia, onde eles lidam com diversos eventos e ao mesmo tempo lidam com a originalidade de apresentar suas peças mediante um valor acessível mas ao mesmo tempo com bom material.

E claro uma das pessoas que somos gratas por ter como amigo.

Outras 3 empresas são de sócios minoritários que possuem outros negócios e entraram no investimento após contato de Antonio, o mesmo sempre que podia nos contatava para ter novas informações e pessoalmente, posso dizer que somos bem próximos.

E claro, por último e não menos importante temos a família do Ricardo, a clinica particular com diversas filiais pelo país nos apresentou a proposta quando o mesmo decidiu que ficaria conosco e os pais mesmo sem aceitar a decisão do filho quiseram ter a certeza de estar próximos dele.

O próprio sempre estava conosco em meio a reuniões gerais, mas, tivemos uma chuva forte a três dias atrás e a queda de uma árvore sobre uma casa exigiu que ele ficasse ali para cuidar de um morador que ficou ferido.

Por isso estávamos agora esperando somente Alex e eu o motorista do aplicativo chegar ao prédio para começar a reunião.

—Sophie? Acorda, chegamos –Alex chamou minha atenção quando chegamos a portaria.

A cidade não havia mudado, parecia que todos seguiam seu ritmo frenético como se o depois não fosse tão importante e a poluição estava querendo destruir nossos pulmões e olhos do mesmo jeito.

—Boa tarde, temos uma reunião com o Sr Ferraz – disse a recepcionista assim que chegamos dentro do prédio.

—Nomes, por favor? – A mesma nos indagou com um sorriso em seu rosto.

—Sophie Hanrison e Alex Vicentini – digo aguardando a liberação das catracas.

—Ah sim, Sr Ferraz os aguarda na sala de reunião, aqui estão os crachás de acesso.

Pegamos os crachás e fomos em direção aos elevadores.

—Nervosa? – Alex perguntou enquanto encostava no fundo do elevador.

—Detesto reuniões, você sabe. Mas precisamos manter o vidro limpo. – Digo ajustando o peso para o outro pé.

—Vamos falar com o povo civilizado então – Alex diz enquanto da um sorriso e me da sinal para que eu fosse primeiro.

—Senhora Hanrison, o senhor Ferraz a aguarda na sala de reunião – Paula secretária de Antonio nos informa assim que nos observa chegar e já se levanta para nos levar a sala.

—Sophie querida, acredite ou não, ver você melhorou meu dia em quase cem por cento. – Antonio se levanta e vem em nossa direção me oferecendo um abraço.

—Faz alguns meses que não nos falamos realmente, fiquei sabendo que estava no exterior realizando alguns novos investimentos, não quis incomodar, mas com toda certeza acompanho todos boletins que a empresa nos encaminha das suas conquistas no mercado. – O abraço recebendo um pouco do conforto para a saudade que sentia dele.

Antonio, por mais absurdo que pareça para um homem milionário foi a pessoa que desceu no meu momento mais difícil para me oferecer a mão.

A três anos eu havia perdido meu pai. Ele foi simplesmente a pessoa que me protegeu toda a vida e com o passar dos anos nos tornamos simplesmente uma dupla invencível, até o coração dele decidir querer poupar seus trabalho e me tirar não somente o pai mas todo o motivo de continuar por aqui.

Com o projeto e tudo que eu fazia até então, teve um dia que eu simplesmente lancei mão de tudo e decidi ir para uma ponte qualquer de noite, e por incrível que pareça Antonio estava dirigindo seu carro e quando viu a cena parou.

Ele me convenceu a ir tomar um café com ele depois que eu o fiz ficar no frio por mais de 3 horas, achou uma cafeteria 24 horas e ficamos conversando. Contei para ele sobre a minha história e ele me contou sobre a esposa que faleceu a mais de 5 anos, e então quando contei o que me fez ficar até ali firme: o projeto, ele simplesmente falou que me ajudaria, e que sua esposa se orgulharia dele estar fazendo algo mais que enchendo seus bolsos.

Depois de meses nós conseguimos todo o dinheiro que precisávamos com o primeiro leilão beneficente e ele brinca até hoje que não tinha certeza que o haviam contato sobre a neta presente que ganharia e toda a nova família, mas que estava feliz e que eu sempre teria um lugar em sua família.

—Você nunca incomoda minha querida, e acho bom que você tenha vindo, estava prestes a jogar esses gráficos para cima e ir comprar um cavalo para chegar até você. – Ele me ofereceu um risadinha com sua fala, como se eu não soubesse que era mais fácil eu jogar tudo para o alto o obrigando a parar de trabalhar do que o que ele insinuou.

—Acredito sim, como se não tivessem que expulsar o próprio dono daqui para fechar tudo. – Sorri em sua direção e recebi uma gargalhada de resposta – Acho que você lembra de Alex, ele está conosco no projeto e vocês se esbarraram em algumas ocasiões.

—Ah claro, um prazer revê-lo Alex, achei estranho quando não vi Ricardo te acompanhando, mas soube da chuva na cidade, uma tragédia. Mas é um prazer imensurável ver vocês aqui hoje.

—O prazer é todo meu Sr Ferraz, esperamos uma visita do senhor para visitar o projeto, prometemos fazer uma fogueira e oferecer nossas melhores artes culinárias. – Alex disse enquanto eles apertavam suas mãos.

—Antonio meu jovem, somente Antonio. Fiquei com essa dívida realmente, e quero ver como vocês estão se saindo e acima de tudo o que dona Sophie anda aprontando para deixar tantos elogios chegarem até aqui. – Antonio dizia enquanto pegou minha mão e me levou para sentar a seu lado e indicava para Alex tomar seu lugar.

—Você sabe que Ricardo não mede seus limites, não de tanto crédito a ele – Digo enquanto me ajusto na cadeira

—Ah sim, o menino Ricardo, acredito que ele não minta, mas sabemos que ele tem uma visão bem mais focada sobre a sua pessoa. – Ele diz enquanto sorri em minha direção – Paula, por favor solicite para que venham até a sala de reunião, vamos começar a reunião. – Ele informa no telefone para a secretária – Peço desculpa por não estarem aqui, tivemos um problema com uma das reuniões e eles já devem estar vindo. Hoje teremos apenas alguns representantes, nossa marca está a um passo de ir para outro patamar de marketing segundo Cris.

Cristiane era a diretora de marketing da Deluxions e claramente a pessoa que não ia muito com a minha cara, o motivo? Paixão não curada pelo Ricardo, provavelmente, mas ele nega até o fim.

—Sem problema –Alex diz enquanto eu somente aceno com a cabeça e aperto a mão que Antonio me estende.

—Me desculpem a demora, ficamos preso em um reunião. – Diz um homem entrando na sala junto a Amanda, sobrinha de Antonio.

—Sem problema, eu avisei nossos convidados sobre o ocorrido. Sophie e Alex, quero apresentar a Amanda e Steve. – Antonio diz enquanto nos apresenta e apertamos as mãos para nos cumprimentar.

— É um prazer revê-la Sophie – Diz Steve enquanto aperta minha mão.

— Me desculpe, eu acredito que não me recorde de onde nos conhecemos. -  Um defeito sobre a minha pessoa? Memória péssima quando preciso que ela funcione.

—Sem problema, acredito que você não deva se recordar mesmo, nos vimos apenas de longe em alguns eventos, mas meu pai me fala tanto de você que sinto que te conheço todo esse tempo. – Steve era alto, eu com o salto que estava chegava até seu ombro, seus olhos eram castanhos e seu cabelo um castanho que agora com o Sol pela janela mostrava um traço de ruivo.

—Ah sim, seu pai? – digo enquanto franzo a testa e os olhos querendo lembrar de quem ele me lembra.

—Sério pai, todo esse tempo e você ainda não contou que eu existo? Fica difícil ter um pouco de pontos assim – Steve fala enquanto se move um pouco para o lado para olhar Antonio que estava atrás de mim.

— Filho? Esse é seu filho? O filho da África? – Digo surpreendida enquanto encara pai e filho e tento manter esconder minha cara de choque.

—Me desculpe filho- Diz Antonio rindo da minha reação – Sophie quero que conheça meu filho Steve, ele estava na África com um projeto de reportagem e a alguns meses retornou e está como nosso diretor geral da área de fotografia.

—Ah, claro. Um prazer conhece-lo senhor Ferraz, não sabia que havia retornado, bom saber, seu pai falava com saudades sobre você. – Digo enquanto ofereço um sorriso tentando ainda esconder minha surpresa.

—Só Steve, por favor, é um prazer, meu pai fala bastante de você, espero que possamos nos conhecer melhor é claro, você é da família.

—Claro será um prazer. - digo tentando deixar para depois os detalhes. Me viro para os demais e tento colocar tudo de volta ao seu lugar -Podemos começar a reunião?

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—Como vocês podem ver estamos melhorando cada vez mais com os jovens, temos alguns que no final desse ano completam 18 anos, e então começara a segunda fase do nosso projeto. Os que quiserem seguir com nós na cidade teremos a ajuda dos locais para empregos, mas os que quiserem voltar a cidade vamos procurar por auxilio para moradia e quem sabe empregos. – Alex dava os últimos detalhes sobre os procedimentos se queremos seguir depois de eu ter apresentado todo detalhamento sobre gastos, investimentos e todos os relatórios do projeto em si.

—Isso parece ótimo, mas voltar com eles para cidade não seria um risco? – Amanda nos dirige a pergunta.

—Estamos acompanhando esses jovens a 2 anos, temos ciência das melhoras deles, e qualquer outro ponto estamos trabalhando, mas é a vida deles. Nós estamos dando oportunidade de uma vida melhor, mas, a escolha de abraçar isso ou não será deles, temos que confiar em tudo o que fizemos até agora. – Eu digo lembrando o motivo de que começamos tudo isso. – Mas tem um caso atípico que foi o motivo de termos adiantado a reunião. Estamos com uma de nossas protegidas grávidas. – Por um momento todos apresentaram suas feições de surpresas. – Eu sei que não esperávamos por isso, mas ela tentou fugir quando soube do resultado do exame, foi sorte conseguirmos que ela fosse encontrada e voltasse para casa.

—E o que vocês vão fazer sobre isso? – Amanda indagou olhando para mim

— O que fizemos desde que saímos daqui, vamos ajuda-la. – Em meu rosto ela vê que não estou entendendo a sua pergunta.

—A gravidez vai seguir? É isso que estou perguntando.

Por um momento toda sala fica em silencio. E então eu solto um riso baixo.

—Você deve estar me perguntando qual foi a escolha da mãe desse bebê. Bom, nós conversamos, ela não nos contou quem é o pai ou o que aconteceu até então, mas, sim, ela decidiu ficar com o bebê.

—Isso é um absurdo, o que vamos falar para todos na apresentação.

—Vão falar que uma das jovens ficou grávida, fugiu e nós a lembramos do motivo que a tiramos daqui, para ajuda-la. – Alex disse enquanto eu respiro fundo tentando não elevar o tom de voz nas próximas indagações.

Amanda não era uma pessoa ruim, mas o berço de ouro a fez ver o mundo com um lado de perfeccionismo, o qual erros não são tolerados, e ela lida com a imagem da empresa de um jeito que nem Antonio imaginaria a fazer.

Por isso eu e Alex brincamos que há uma caixa de vidro em meio ao mundo, e nós somos a parte de fora que luta e briga para montar um abrigo entre as árvores, enquanto outros ficam do lado de dentro da caixa e nos enviam as coisas por cima das paredes que não ousam escalar, nosso papel com eles é deixar o vidro limpo para que eles assistam e saibam que mesmo que seguros, ainda são parte de algo a mais enquanto nós sujamos nossos pés de lama.

—Mais alguma duvida? – Digo enquanto ofereço um sorriso tranquilo e lembro que somos a parte que vai lutar pela parte humana, e não da imagem de dentro do vidro.


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Notas finais do capítulo

E aaaaaaaaai?



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