Nunca mais só. escrita por Shaina


Capítulo 26
Bônus final!


Notas iniciais do capítulo

Voltei e chegamos ao fim! Estou finalmente pronta para dizer adeus a essa história, finalmente pronta para deixar esses personagens e suas famílias, obrigada a todos que acompanharam!



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7 anos depois!

—Edward Cullen, onde eles estão? -Bella caminhou pelo apartamento vendo o sorriso do marido enquanto procurava os filhos que estariam encrencados quando ela pusesse as mãos neles. 

—Venha cá amor. -Edward pediu e ela o fulminou com os olhos. Para Edward as crianças poderiam quebrar a casa, que Deus a ajudasse, o homem mimava os filhos de mais. 

—Não me venha com essa de amor. -Ela ordenou. -Eles pintaram a parede. -Ela quase gritou com ele, mas o marido apenas deu de ombros, ela estava a ponto de jogar algo nele. -Chamar aquilo de pintura é até mesmo um elogio. 

 Ao chegar da Assembleia para Mulheres ela tinha caminhado para o quarto de brinquedo dos filhos para lhes dar um beijo e invés de encontrar as crianças tinha encontrado a parede branca com desenhos, não que ela pudesse descrever o que exatamente era os desenhos. 

—Colin, Penelope e Arthur, venham aqui. -Edward chamou em alto som. 

 Os três filhos deslizaram do esconderijo para a frente da mãe com os olhos brilhosos. Colin tinha seis anos e ao nascer tinha puxado o pai em quase tudo, quer dizer fisicamente o filho era a cópia do pai, mas o gênio era todinho da mãe, o que fazia Isabella saber exatamente quem tinha tido a ideia de pintar a parede. 

 Penelope de cinco anos era a mistura perfeita dos pais, os olhos de Edward o cabelo de Bella, a menina tinha um pouco dos dois na personalidade também, enquanto era fácil de fazer amigos como a mãe, conseguia ser séria e responsável como o pai, é claro isso não ajudava com os irmãos. 

 Seu gêmeo Arthur que tinha puxado a mãe por completo tinha puxado a personalidade protetora e moral do pai, ele se achava o responsável pelos irmãos, e era também o que nunca, jamais tentava fugir das consequências que Bella impunha, enquanto Colin e Penelope tentavam ganha-la com beijos e pedidos de desculpas, Arthur assentia e aceitava os castigos como se soubesse que merecia. 

—Mamãe, você voltou cedo. -Penelope disse se jogando na mãe, Bella beijou sua cabeça querendo ao mesmo tempo gritar com eles. 

—Eu nem vou perguntar de quem foi a ideia de pintar a parede. -Bella declarou se afastando da filha para olhar para os três. -Eu quero saber onde vocês arrumaram tinta para pintar a parede? E quanto tempo vocês acham que vão gastar para limpar tudo? 

—A ideia foi do Colin. -Arthur declarou dando de ombros. 

—Eu achei que a senhora gostaria de ter nossos desenhos para lembrar quão bons nós somos. -Colin lhe deu o sorriso torto que ele copiava do pai e Bella quase se deixou derreter, os três lhe olhavam com os olhos pidões. 

 Ela deslizou os olhos para o marido que estava se contendo para não rir, o idiota sabia exatamente o que ela faria, sabia que as crianças tinham feito e simplesmente achava bonitinho, ou talvez, os três tinham batidos os cílios com os olhos cheios de água para ele quando tentou brigar e ele tinha se deixado levar pelo choro de mentira. 

—Eles te venceram não foi? -Bella questionou para o marido que apenas assentiu sorrindo. 

—Penelope estava chorando amor. -Ele se ergueu e foi para o lado da esposa. -Eles tentaram te fazer uma surpresa. 

—Edward. -Ela avisou quando ele a abraçou por trás, os dois olhando para os três pestinhas que chamavam de filhos. -O pai de vocês vai ajuda-los a limpar a parede, por que eu sei, eu simplesmente sei que vocês nem se quer pensaram em mim ao pinta-la, vocês simplesmente acharam que seria divertido. 

—Mas mãe... -Penelope choramingou, o mesmo truque usado contra o pai, mas um dos dois tinha que ser forte contra eles, alguém tinha que por limite neles. 

—Não comece. -Bella cortou e se afastou do marido. -Eu vou tomar banho, e quando eu terminar, eu quero os quatro no serviço. 

—Vamos lá tropa, vai ser divertido. -Edward carregou os filhos para a sala de brinquedos enquanto ela ia para a suíte. 

 Não era a primeira vez que as crianças aprontavam algo, na verdade uma vez por mês um dos dois era surpreendido por algo novo. No ano anterior durante as férias de família Penelope tentou montar em um cavalo sem a supervisão de um adulto, os irmãos incentivando e os primos botando fogo na ideia, ela caiu e quebrou um braço. 

 Sair em família era divertido, mas algo sempre acontecia, era o preço de se ter tantas crianças em volta, afinal elas venciam na maioria. Rosalie tinha Brian de 8 anos, Lucy de 6 e a pequena Mary de 4 anos. Alice tinha Charlotte de 7 anos e tinha enchido a casa com os gêmeos William e Harry de 5 anos, e então ela tinha tido Diana que estava com 3 anos. 

 Bella tentou relaxar e não pensar nos sobrinhos ou nos filhos, o dia tinha sido um estouro de situações, ela estava orgulhosa das mulheres que tinha encontrado na assembleia naquele dia, a discussão sobre o divórcio que Carlisle e Edward tinham legalizado a dois anos tinha gerado mais confusão do que ela esperava. 

 As assembleias era o lugar onde as mulheres vinham para pedir algo, uma mudança nas leis, proteção contra qual quer homem ameaçando sua vida, ou simplesmente ajuda para ter alguém com quem falar. Nos últimos dois anos Isabella, Rose e Alice estavam recebendo os ataques de vários homens e até mesmo de algumas mulheres por apoiar a lei do divórcio, e naquele dia não tinha sido diferente. 

 Uma mulher veio questionar como apoiamos o divórcio se juramos a Deus que ficaríamos com nossos maridos até a morte, outra questionou como pedir o divórcio se dependiam dos maridos para tudo. Era um trabalho duro, Bella sentia que sua família tentava mover uma parede de cimento, nos últimos sete anos eles moveram pedaços, mas parecia não ser o suficiente. 

 Mesmo que as mulheres estudassem, que todas as mulheres retiradas do bordel agora tivessem empregos e casas, mesmo que muitas mulheres a mais trabalhassem agora, parecia que muitas coisas não tinha mudado. 

—Vai enrugar ai dentro. -Edward murmurou, ela estava na banheira e ergueu os olhos para o marido. 

—O senhor não deveria estar ajudando as crianças? -Ela questionou o avaliando, o tempo poderia ter passado, mas o marido ainda era lindo, o corpo ainda duro e forte, e mesmo depois de sete anos ele ainda a olhava com desejo e amor. 

—Eu pedi para a babá ficar de olho neles, afinal eu não pintei a parede. -Ele brincou e se aproximou se sentando na beirada da banheira. -Como foi? 

—Poderia ter sido pior. -Ela murmurou. 

—Você disse isso na semana passada. -Ele a lembrou. E ela tinha, por que no último mês tinha sido difícil lidar com algumas mulheres, como podia uma mulher querer o mal de outra, como era possível que invés de ficar feliz por as mulheres estarem encontrando um caminho para igualdade com os homens elas estejam irritadas. 

—Eu não sei mais o que dizer. -Ela olhou para o rosto do marido. -Algumas mulheres tem dado mais trabalho do que os homens, e Deus é testemunha que já tivemos nossa cota de homens tentando nos impedir. 

—A 12 anos atrás a sociedade vivia de um jeito por milhões de anos. -Edward alisou seu rosto calmamente. -Os homens mandavam em tudo, as mulheres abaixavam a cabeça e aceitavam. As pessoas aceitavam o que era lhes dado e não tentavam mudar nada, o divórcio era proibido o que prendia mulheres a maridos traidores e que as espancavam, mulheres não estudavam em escolas e sim em casa, e não vamos nem começar a falar sobre o que era visto de mulheres que eram estupradas. 

 Ele estava certo, estupro agora era ilegal, tinha sido uma batalha também, por que quando falamos de estupro a um conjunto de mudanças a serem feitas, e alguns acharam ruim que fossem chamados de estupradores por forçarem sua mulher quando ela dizia não, mas Emmett e Jasper haviam se juntado a Edward e derrubado esses homens com a lei. 

—Eu sei. -Bella respondeu ao marido. -Eu só queria que fosse mais fácil. 

—Amor, você mudou o mundo. -Ele sussurrou. -A doze anos você era uma garota em uma cidade pequena e sem ideia de quem era, e nos últimos sete anos você fez das mulheres pessoas livres. 

—Nós fizemos. -Ela se inclinou e o beijou nos lábios. -Eu nunca faria isso sem você. 

 No dia seguinte enquanto arrumava os filhos para a viagem que fariam ela ainda pensava na conversa com o marido, ela sabia que não estava errada. Ela podia dar as ideias mais loucas, mas se não fosse casada com um príncipe e ele não fosse tão parceiro suas ideias ficariam só na cabeça. Não podia forçar leis por que não tinha lugar no plenário, mas Edward tinha, mais do que isso, ele forçava o apoio de muitos duques, Condes e marqueses o que fazia com que ele sempre conseguia o que queria. 

—Mamãe. -Penelope chamou e Bella terminou de ajeitar a jaqueta de Arthur antes de se virar para a filha. -O primo Brian disse que eu não vou ser uma rainha, isso é verdade? 

—Bom meu anjo, na verdade ele está quase certo. -Bella se sentou na cadeira perto da filha. -Para que você fosse uma rainha seu irmão Colin teria que morrer, não queremos que isso aconteça, certo? 

—Não. -Ela apertou a mão da mãe. -Eu não quero que Colin morra. -Os olhos dourados vidrados olharam para mãe como se pudessem expressar todos seus sentimentos. -Eu só queria ser como você. 

—Bom eu não sou uma rainha. -Bella a lembrou. -E mesmo que eu fosse, não é a coroa na minha cabeça que me faz o que sou, é as minhas escolhas. -Bella beijou seu cabelo e a apertou nos braços. -Você pode ser quem você quiser querida, basta lutar por isso. 

 Horas depois chegavam a fazenda Swan, haviam partido do castelo bem cedo, as crianças dormindo na carruagem e Bella e Edward enrolados nos braços um do outro olhando para os pequenos. Assim que chegaram o sol já estava no alto e antes mesmo que a carruagem parasse os três já estavam acordando e se espreguiçando. 

—Não aprontem nada. -Bella pediu. 

 A porta abriu e os três desceram já se encontrando com os primos que esperavam na varanda, e foi como se as palavras de Bella entrassem em um ouvido e saísse no outro, pois a gritaria na varanda indicava que eles estavam fazendo esquemas para planos mirabolantes. 

—Por que reunimos eles mesmo? -Alice questionou assim que Bella se aproximou, as duas riram enquanto se abraçavam. 

—Por que apesar de nos deixar de cabelo branco é lindo ver a amizade deles. -Bella respondeu. 

—Venham tomar café. -Renée chamou sendo agarrada pelos três netos que a cumprimentavam, ela jogou um beijo para a filha que lhe sorriu. 

 Todos tinham partido no dia anterior, ou durante a noite, mas Edward e Bella resolveram esperar por mais algumas horas antes de pegar a estrada até a fazenda o que significava que eram os últimos a chegar. 

—Só para você saber, hoje e amanhã é dia dos homens olharem as crianças. -Rose avisou Edward enquanto entravam na casa, mas a loira sorria e depois se virou para Bella. -Teremos tempo para respirar verdadeiro ar limpo. 

—Eu posso cuidar deles sozinho loira. -Edward provocou bagunçando o cabelo dela enquanto caminhava para cumprimentar os homens sentados na mesa de café. 

—Claro que pode, assim como ele viu nossos filhos pintando a parede. -Bella murmurou e ouviu a gargalhada do irmão. 

—Os pestinhas deram uma repaginada na sua casa? -Ele questionou, Bella cumprimentou os sogros e o pai antes de se sentar, as crianças já estavam na mesa deles comendo e gritando. 

—Eles fizeram desenhos na parede, e Bella esqueceu que crianças são agitadas, isso ia acabar acontecendo. -Edward deu de ombros o que fez Bella querer soca-lo. -Eles já concertaram o estrago, então não tem por que ficar remoendo isso. 

—Agradeça por eles não estarem colando chicletes nos moveis. -Rose avisou e olhou para Emmett. -Ou por seu marido não dar o chiclete a eles. 

—Você já viu aqueles olhinhos? Não dá para dizer não a eles. -Emmett declarou tirando algumas risadas da mesa, no mesmo nível que as crianças Cullen domavam o pai, as crianças Swan faziam o mesmo com Emmett e claro os Withloock não estavam muito atrás já que até mesmo Jasper, um soldado que não tinha medo de nada era domado pelos filhos. 

—Vocês são tudo moles. -Alice declarou. -As crianças fazem Jasper de gato e sapato. 

—Não fazem não. -Jasper negou, mas ninguém acreditou nele, todo mundo já tinha visto aquele homem deixar a filha Charlote o maquiar. 

—Não reclame filha, você só precisava derramar uma lágrima e seu pai fazia o que você queria. -Esme a lembrou. 

—Eu sou o único homem aqui que não caiu nas graças de um filho criança? -Charlie perguntou. 

—Tenho certeza que você não deixou mamãe me por de castigo quando quebrei a janela de casa com a bola. -Emmett o lembrou. 

—Eu tenho certeza que deveria ter ficado de castigo por esconder que era a escritora de “As Fatalidades”. -Bella o lembrou e o pai bufou. -Homens são tudo turrões, mas tudo que precisa é um pouco de lágrimas e pronto, eles amolecem. 

 As risadas alta, as implicâncias, as crianças correndo para fora para explorar e criar novas memórias, aquilo era o futuro.  

 Bella avaliou todos eles no quintal, os homens jogavam com as crianças, bexigas de água sendo arremessadas por todos os lados, Carlisle e Charlie sentados servindo de juiz para os times que Bella não conseguia distinguir quais eram, as mulheres sentadas na outra extremidade bebendo e conversando. 

 A muitos anos atrás ela era apenas uma menina servindo caldo em uma barraca, sendo educada e prestativa com um soldado que a olhava estranho, e agora estava ali, com uma família da qual ela nunca abriria mão, com amigos para amar e cuidar, com filhos pelos quais ela daria a vida. 

 Não era perfeito, tinha horas que ela achava que não era uma boa mãe, ela e Edward brigavam e já aconteceu de falhar com os amigos, mas ela não mudaria nada, nem mesmo um mínimo passo, cada momento nos últimos 12 anos tinham transformado ela na mulher que ela é, tinham feito Edward no marido e pai que ele é. 

 Colin tacou a bexiga acertando o pai na barriga e ele gritou pulando feliz, Edward aproveitou a distração do filho para joga-lo pelo ombro ouvindo ele gargalhar nos braços do pai, os outros corriam ainda com suas bexigas e rindo enquanto aparentemente a nova regra era molhar os adultos que tentavam contê-los. 

 Definitivamente era amor e alegria, e definitivamente não haveria mais nenhum segundo na vida de Bella onde ela se sentiria só, nunca mais! 


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Notas finais do capítulo

Quando comecei essa história eu tive a ideia de fazer apenas uma short-fic de uns 10 capítulos (iludida), como podem ver passei de 20. Quando comecei pensei em escrever sobre a amizade de Bella e Rose, e então sobre Bella e Edward, mas entendi enquanto escrevia que não podia pular a história de Rose e Emmett, Alice e Jasper e decidi deixar Edward para o fim, da pra ver que fiz uma decisão sábia.
Obrigada por me acompanharem! Vejo vocês por aí!