Pensamentos Roubados escrita por Unknown


Capítulo 1
Aulas de história são produtivas


Notas iniciais do capítulo

qnd eu escrevi a última frase eu tava moh triste sla

acho que prox cap vou contar um pouco da vidado nico

ou n

é pra ser só uma historinha mesmo dhweui



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1.Aulas de história são produtivas

[ou pelo menos traumáticas]

 

Estou no auditório assistindo ao aulão de história do professor mais entediante de todos. Estão todos quase dormindo ou prestando atenção absoluta. Eu sou do time que está quase dormindo.

Acontece que semana passada eu já peguei detenção por soltar um palavrão no meio de uma prova, e semana retrasada eu meio que precisei muito derrubar uma caneca de café fervente nas calças do idiota do Octavian, que estava dando em cima da minha melhor amiga de um jeito bem babaca.

Veja bem, estou apenas me justificando. Justificando meus pensamentos. Sei que isso parece estranho, já que o que esse passa pela sua cabeça deveria ficar na sua cabeça. Acontece que não ficou. Mas daqui a pouco vamos chegar lá.

Sim, continuando. Acontece que eu não tinha muitas fichas para gastar se eu quisesse continuar naquela escola até o final do ano. Portanto, eu não podia me dar o luxo de dormir numa aula.

Foi assim que eu comecei a pensar em coisas para me distrair e, de alguma forma, pouco tempo depois, encontrei-me a imaginar o professor Preston transando com o vice-diretor Huttson.

Começou como um pensamento aleatório, juro que não foi de propósito. Mas quanto mais eu tentava deixar de pensar naquilo, mais eu pensava. De repente, eu quase que conseguia ouvir o gemido de tartaruga do Preston ecoando pelo quarto enquanto Huttson, com todas as suas banhas branquelas, ia para frente e para trás, para frente e para trás. Será que ele também suava como porco durante o sexo?

Tudo bem, eu sei que é um pensamento horrível. Mas 1. Alunos com sono têm todo o direito do mundo e 2. Eu tenho certeza absoluta de que você já imaginou coisas muito piores.

Até aí, tudo bem. O pensamento era só meu e não era para ninguém escutar. No entanto, do nada, tipo, da forma mais aleatória possível, o professor Preston parou de falar e me encarou.

Eu tranquei na hora. Não passava nem sinal de wifi.

Ele ouviu? Eu estava sonhando em voz alta? Ou será que eu havia soltado alguma risada sem perceber?

Mas

e se

ele pudesse

LER MENTES???

Ok, sem pânico, Will. Sem pânico. Tá tudo bem. Ele não pode te colocar na detenção por ter pensado em alguma coisa.

Pode?

Para o meu alívio, o professor voltou-se para a lousa dois segundos depois. Mesmo assim, o medo ainda ficou meio tímido ali no canto do peito. Será que alguém nessa sala ouviu o que eu pensei?

E de uma forma bem inteligente e estratégica, eu gritei muito alto em pensamento. Mas muito, muito mesmo. Depois estiquei o pescoço e olhei para as outras carteiras. Era fácil, já que eu estava na última fileira.

O que aconteceu em seguida foi pior.

Eu preferiria que o Preston tivesse lido minha mente.

Eu preferiria que o Frodo tivesse morrido naquele maldito vulcão.

Eu preferiria estar morto.

Mas o único e trágico evento foi notar que, naquela multidão de pessoas quase adormecidas, o único que se sobressaltou foi Nicolas di Angelo.

Sim, Nico, esse mesmo, o meu crush desde a quarta série.

E não deu nem tempo de pensar que foi coincidência. No mesmo instante, ele se voltou para trás e os seus olhos encontraram os meus. Acho que não deu tempo de ele pensar em nada também, já que com os lábios moldou a pergunta “está tudo bem?”.

Deus, Nico lê mentes.

Meu crush

mentes

 

Na hora, eu abaixei a cabeça e senti meu corpo inteiro queimar como se eu estivesse no fogo do inferno.

Talvez a verdade não diferisse tanto disso.

Por mais que para mim o tempo tivesse parado ali, a vida continuou e muito rápido por sinal. Mal me dei conta quando o sinal bateu. Muita gente levantou para sair correndo dali e eu ainda nem tinha começado a guardar minhas coisas. Olhei de soslaio para a extrema esquerda do auditório e lá estava aquele deus grego me encarando com olhos nervosos.

Senti que eu poderia desmaiar.

Na verdade, essa seria uma ótima saída.

Mas não aconteceu.

E aí que o tempo passou e eu não trabalho sob pressão. Não notei que ele estava ao meu lado até levantar a cabeça e quase ter um ataque cardíaco.

Acho que merecemos uma pausa para contemplar Nicolas di Angelo.

Ele é baixo, sua cabeça fica na altura do meu peito. Suas bochechas rosadas são a coisa mais fofa que esse mundo já viu. Os olhos são enormes e marcantes e lindos, e escorrem num nariz fininho e arrebitado. Tem algo no seu rosto que não o deixa ser feminino e isso é simplesmente espetacular. Tem essa mania que ele tem de sorrir com o canto esquerdo da boca e então ficar sério que me enlouquece. Para ser sincero, tudo nele me enlouquece. O rosto, a voz, o cheiro. Ele tem cheiro de álcool, mas é tão sutil e tão… cheiroso. E aquela voz aveludada é simplesmente uma perdição, não dá. Ele começa a falar com o sotaquezinho italiano e eu preciso me beliscar para não atacar aquela forma de vida com beijos e línguas e saliva. Pior ainda é quando ele apresenta algum trabalho de matemática ou física, que são suas matérias favoritas.

Fato: não exite nada mais sexy que homens de exatas explicando sua linha de raciocínio.

Fato irrefutável: não existe nada mais sexy que Nicolas explicando torque com aquele sotaque e aquela boca feita para beijar.

Acho que a boca dele é feita de beijos. Ela é tão linda. Que nem ele todo.

Ele é perfeito, só isso.

Sabe qual o pior?

Toda santa vez que ele chega perto de mim eu penso nisso tudo de uma vez. E se meu desespero está correto, ou ele ouviu isso toda santa vez que pensei ou ele estava ouvindo naquele exato momento.

Então prendi a respiração.

Nico me deu um de seus sorrisos rápidos e me olhou de sobrancelha franzida.

“Perdão por te atrapalhar na aula, eu só… Acho que estava meio dormindo, sabe?”

Seu riso foi forçado.

Então eu pensei com todas as forças.

Você lê mentes. Você é lindo. Eu sei do seu segredo. Você escutou meus pensamentos. Por favor me beija. Você lê mentes.

Era para ser só “você lê mentes”, mas outros pensamentos acabaram entrando na correnteza e foi difícil conter.

Nico virou o rosto rindo baixinho, suas bochechas estavam mais vermelhinhas que o normal.

Adorável.

Ele encolheu um pouco os ombros.

“Dá pra parar de ouvir meus pensamentos?!” digo com raiva.

“Você é que está pensando alto demais, sunshine”

Minha mãe me chama assim, penso.

“Sério?” ele responde meus pensamentos. “Gostei do apelido.”

Eu estava prestes a soltar alguma coisa vergonhosa quando ele puxou o celular da calça e disse:

“Ei, me passa o seu telefone. Hoje eu tenho treino, mas amanhã dá pra gente sair.”

Eu pensei no meu telefone e sorri desafiador. Nico revirou os olhos e negou com a cabeça.

“Não vou roubar o seu número dos seus pensamentos. Se não me disser, não vou anotar. Tudo bem se não quiser sair comigo.”

Eu quero, quero muito, se tem uma coisa que eu quero é sair com você, pelo amor de Deus, sim.

Nico ri e eu disfarço minha vergonha dizendo meu número.

Achei muito fofo da parte dele se recusar a me roubar assim.

Ele então pega na gola de meu casaco e me puxa para perto para poder sussurrar:

“Ei, só tenta não… Espalhar, okay? Uns dois amigos meus sabem e eles guardam esse segredo muito bem, então… Se quiser, eu te explico tudo amanhã.”

Faço que sim com a cabeça, extasiado demais para falar. Ele estava tão perto que meu corpo inteiro parecia derreter.

Nico me ofereceu um sorriso inteiro, com os dois lados da boca, e foi apressado até a saída do auditório.

Eu não consegui pensar com clareza por alguns minutos. Quando esses minutos passaram, imaginei como seria ler a mente de alguém que não pensa em nada.

Isso me deixou um pouco triste.


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Notas finais do capítulo

do nada me deu vontade de escrever aleatório

minhas outras historias são mt sérias tá perdão mas acho que uma escritora têm direitos

muitos beijos pra todos vcs



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