Out On The Town escrita por Mavelle


Capítulo 24
Capítulo 24 - Klaus


Notas iniciais do capítulo

E aí?
Tudo bem com vocês?
Hoje o capítulo atrasou um pouco porque minhas aulas voltaram semana passada, então tá tudo meio atropelado por aqui. Inclusive, não vou dar mais nem certeza que vou ficar postando toda segunda :(
Já estamos na reta final (acho que, depois desse, só tem mais 4 capítulos e já temos o epílogo) e eu queria colocar esses últimos capítulos mais próximos um do outro, mas acho que não vai rolar, infelizmente.
Enfim, espero que gostem do capítulo (ou só não me matem, por favor).

Beijos,
Mavelle



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23 de agosto de 2022

Acordei e tateei a cama, já procurando por Caroline. Por meio milissegundo, meu cérebro me mandou deixar de ser trouxa, antes de lembrar que essa era a minha realidade. 

As últimas 5 semanas tinham sido inacreditáveis. Primeiro, tínhamos ficado no resort por uma semana e depois fizemos uma viagem de carro para voltar para casa. Como em toda viagem do tipo, não faltaram perrengues ou momentos bons, e eu tenho certeza que a viagem vai ficar para sempre nas nossas memórias. 

O resultado do exame de DNA chegou uma semana depois de o termos feito e comprovou o que eu sempre senti no coração: Hope era minha filha. E, depois disso, tudo aconteceu inexplicavelmente rápido. O julgamento foi semana passada, do qual conseguimos uma indenização por danos morais de 30 mil dólares e uma ordem de restrição de toda a família contra Carl Hector Burton. Ele não podia estar a menos de 100 metros de qualquer membro da família Mikaelson, Hope ou Caroline. E, sim, foi incrível ver aquele porco nojento ter que se retratar, pedir desculpas publicamente e perder dinheiro. 

Quando voltamos para Mystic Falls, as pessoas já tinham mudado de assunto e o que estava na boca das pessoas era que Stefany, a filha de Elena e Damon, tinha nascido, então ninguém percebeu que Hope e Care simplesmente se mudaram para a minha casa. O hotel não era mais uma opção viável e, depois das duas semanas, estávamos bem acostumados a viver juntos. 

Então essa era a minha realidade. Eu estava morando com o amor da minha vida e a nossa filha há 3 semanas e em alguns momentos parecia bom demais para ser verdade.

Caroline já não estava mais na nossa cama e eu senti o cheiro de café vindo do andar de baixo. Ela provavelmente tinha acordado cedo e ido fazer, apesar de termos concordado que isso era atribuição minha. Ia ter que reclamar com ela sobre isso depois. Era o último dia delas aqui e eu não queria perder qualquer momento. 

Principalmente porque eu só as veria de novo em novembro, no dia de Ação de Graças, quando eu iria para Londres. Os britânicos nem celebravam, mas eu precisava de uma desculpa para ir e de uma semana em que eu pudesse ser dispensado do trabalho.  

E depois disso, mais um mês até que elas viessem para cá para o Natal e Ano Novo, que passaríamos com a minha família. Eu já planejava chamá-las, mas Rebekah se adiantou e disse que elas deviam participar, depois que eu as apresentei oficialmente ao resto da família, num almoço levemente caótico no domingo depois de voltarmos. Meus irmãos pediram perdão a Care pelo jeito mesquinho como tinham agido da primeira vez que ficamos juntos e ela e Camille se entenderam, o que para mim foi o ponto alto do dia. Meus sobrinhos estavam encantados com Hope e por terem uma prima mais velha, então faziam todo tipo de pergunta a ela. E então, quando as crianças se dispersaram e foram brincar, ela veio para onde estávamos conversando, aonde começou o que foi provavelmente a conversa mais estranha sobre relacionamentos que ela já ouviu. 

Tudo começou quando ela questionou o que tinha acontecido entre Camille e Caroline. Ela achava que existia a Camille que era casada com Freya e a que foi casada comigo, não que elas eram a mesma pessoa. Vendo o choque dela com essa história, resolveram desenterrar o passado de rebuceteio em Mystic Falls e dentro da família Mikaelson no começo dos anos 2000. Ela parecia fascinada com o quanto os relacionamentos eram rotativos numa cidade pequena e numa família grande.

Sorri. Aquele tinha sido um dia perfeito. 

— Bom dia. - ouvi a voz de Caroline chamando e me trazendo de volta para a realidade enquanto ela deitava na cama de novo. 

— Bom dia. - respondi, puxando-a mais para perto. - Por que você não estava aqui quando eu acordei? 

— Estava fazendo o café da manhã. Perdi o sono e resolvi fazer algo útil. 

— Pensei que tínhamos combinado que quem faria isso era eu. 

— E tínhamos, mas eu vou embora hoje. 

— Quando vai ser a próxima vez que eu vou acordar meia hora mais cedo que o necessário só para ficar aqui com você? Eu amo sua comida, mas eu posso cozinhar. O que eu faço quando eu só quiser ficar na cama com você de manhã? 

— Senta, chora e depois me liga. Sua hora de acordar é minha hora de almoço, então eu vou estar disponível. Você pode fazer um Travecare. 

— Como o Marshpillow de How I Met Your Mother

— Exatamente. Entre 12 e 13 pode me ligar que eu vou estar disponível. Quer dizer, 7 e 8. 

Não bastasse estarmos fisicamente distantes, o fuso horário ainda complicava as coisas. Com a distância eu podia lidar - tínhamos feito isso no começo, quando eu ainda fazia faculdade em Washington e ela morava em Mystic Falls. Dessa vez, era diferente e eu não podia simplesmente entrar no carro e dirigir por 2 horas para vê-la; eu precisava cruzar o Atlântico, num vôo que levava 8 horas, mas com isso eu podia lidar. O mais difícil era a diferença de horário. 

— E entre as 18 e 19 eu sou todo seu. - eu disse. 

Meu horário de almoço era entre as 13 e 14, o que coincidia com a hora que ela fazia o jantar, então esse era um dos três horários que tínhamos combinado. O primeiro era entre 7 e 8 horas pra mim: enquanto eu estava acordando, ela estava em horário de almoço. O segundo era entre 13 e 14. Desta vez, enquanto eu almoçava, ela e Hope preparavam o jantar. O último ia das 17, ou seja, depois de eu sair do trabalho, até ela adormecer. Quando conversávamos antes de ela vir, era mais ou menos nesses horários. Nós nos falávamos o dia quase todo nessa época, mas agora estávamos nos comprometendo a fazer ao menos uma chamada por dia.

— Sim. 

— Acho que precisamos descer. - falei, olhando o relógio ao lado da cama. - São 7:15 e ainda precisamos comer antes que eu e Hope saiamos para trabalhar.

— Eu não imaginava que ela ia resolver fazer isso. 

— O que? Fazer as coisas exatamente como a mãe dela e arranjar um trabalho de verão? 

— Arranjar um trabalho de verão no meio das nossas férias em um outro país. 

— Você pode culpá-la? Ela não conhecia ninguém aqui, eu trabalho o dia inteiro e você a manhã toda. 

Depois que elas tinham se instalado aqui, Caroline tinha começado a trabalhar por home-office. De acordo com ela, consistia em atualizar dados de clientes e informações de imóveis no site deles. Já existia uma pessoa responsável por isso, mas ela tinha saído de férias e Caroline disse que faria, então cá está ela, ajeitando anúncios de imóveis que estão sendo vendidos do outro lado do oceano.

Menos de uma semana depois, Hope foi atrás de um emprego também e agora estava com meio período na Pedra, Papel, Tesoura, Lagarto, Spock, uma loja mista de artesanato, papelaria e que vendia artigos geek. O dono disse que também tentou fazer um petshop junto, mas as licenças eram muito complicadas, então o lagarto era mais para honrar o Sheldon que qualquer outra coisa. De qualquer forma, Hope está trabalhando lá durante a manhã e costuma dizer que é engraçado vender os produtos que a própria família produzia.

— Não. - Caroline respondeu. - Mas me deixava preocupada. O visto dela é de turismo. Se a imigração pegasse ela trabalhando...

— Olhe pelo lado bom. Hoje é o último dia dela. Não precisa mais se estressar com imigração.

— Sim... mas eu não me estressar mais com imigração quer dizer que não estaremos juntos. 

Segurei o rosto dela em minhas mãos.

— Aprenderemos a lidar com isso. - beijei-a.

— Com certeza. Agora vamos descer que eu estou com fome. 

— Você que manda. 

Tínhamos combinado que fingiríamos que nada estava acontecendo durante o resto do dia, apesar de ser difícil quando as malas estavam parcialmente arrumadas perto da porta. 

●●●

Na minha hora de almoço, como já era de costume, passei para buscar Hope no trabalho. Sei que prometemos manter o dia o mais normal possível, mas era impossível não sentir uma espécie de nostalgia por aquilo que ainda estava acontecendo e que não aconteceria mais. 

Quando cheguei em frente à loja, ela já estava me esperando. Ela parecia meio cabisbaixa, mas achei que seria o esperado, já que ela realmente gostava do trabalho. 

— Como foi? - perguntei assim que ela entrou no carro. 

— Agridoce. Assim como tudo envolvendo voltar para Londres. 

— Você está com saudades de casa, mas não quer deixar tudo que construiu aqui para trás. 

— É bem por aí. E eu realmente gostava do meu trabalho, ao contrário da grande maioria das pessoas com trabalhos de verão. 

— Realmente, foi um ponto fora da curva. Eu odiava meus trabalhos de verão. Seu avô me fazia trabalhar como estagiário na empresa, só servindo cafezinho e levando documentos de uma sala para outra.

— Parece... - ela começou. 

— Chato? - completei. 

— Sim. Sinto muito. 

— Tudo bem. Foi por isso que eu não te ofereci nada por lá. 

— E eu agradeço. Não acho que fui feita para trabalhar em escritório. Também não sei se fui feita para trabalhar em uma loja, mas foi bom ganhar dinheiro. 

— Acho que também deve ter sido bom interagir com pessoas da sua idade. 

— Foi. Eu amo vocês, mas foi muito bom fazer amigos da minha idade. 

Ficamos em silêncio por um momento e Hope pareceu introspectiva. Ela estava encostada na janela olhando para fora. Não estava chorando, mas parecia estar prestes a chorar. 

— Você está bem? - perguntei, olhando para ela. 

— Não. - ela respondeu, esfregando os olhos. - Quer dizer, sim. É besteira. 

Nos últimos dois meses, tínhamos desenvolvido uma boa relação e aprendido muitas coisas um sobre o outro, apesar de ainda haverem algumas lacunas que poderiam ser preenchidas com o tempo. Ou não, já que é impossível saber tudo sobre alguém. De qualquer forma, uma das primeiras coisas que aprendi sobre Hope é que quando ela diz que algo é besteira, na verdade é importante.

— O que quer que seja, não deve ser besteira.

Ela suspirou, o que era mais um sinal de que definitivamente era importante. 

— É só que... eu estava triste pensando que eu não vou mais conviver com esse cara de quem eu acho que gosto, mas aí eu comecei a pensar em como você e mamãe devem estar e fiquei mais triste.

Engoli em seco. Seria uma merda, mas eu tinha esperança de que fosse funcionar. Tinha que funcionar. 

— Nós já lidamos com a distância antes. 

— Era uma distância bem menor. Você tem que percorrer a distância anterior só para chegar no aeroporto.

— Sim, mas nós éramos mais jovens e afoitos. Acredito que mesmo sendo uma distância maior, vai ser melhor de lidar. 

— Quero chegar nesse nível de maturidade algum dia. 

— Não estou dizendo que não vai ser difícil, só que agora vai ser menos ruim. A internet agora é bem mais acessível e nós já confiamos um no outro. 

— Sim, sim. Com certeza, vai ser mais fácil para vocês. 

Percebi nesse momento que o tempo inteiro ela estava se excluindo da equação.

— E você sabe que sempre pode contar comigo, certo? - perguntei. 

— Claro que sim. - ela parecia meio surpresa. - Por que a mudança de tópico? 

— Você ficou falando o tempo todo como seria difícil para sua mãe e eu, mas não falou sobre nós dois. Eu não vou deixar de ser seu pai só porque estou longe. Qualquer coisa que precisar, pode me mandar mensagem que eu largo o que for.

— Pai... - ela começou, mas eu a interrompi.

— É sério. Não importa o que for, de dia ou de noite. Você é a minha prioridade número um agora, como sempre deveria ter sido. 

Parei o carro na garagem de casa e, já do lado de fora, Hope me surpreendeu com um abraço. A abracei de volta, apenas aproveitando o momento, que estava para se tornar algo raro.

— Obrigada, pai.

— De nada, filha.

●●●

Depois do almoço, não precisei voltar para a empresa e, em vez disso, fiquei em casa ajudando as meninas a arrumarem as malas delas. Por mais que doesse, era bastante coisa e minha ajuda acabou sendo bem usada. 

O vôo delas estava marcado para 23:45, então saímos de casa logo depois de jantarmos e chegamos lá por volta das 21 horas. Elas passaram pela imigração e não tiveram problemas, então ficamos esperando pelo embarque perto do portão. 

Eu tentava não parecer emotivo, mas estava. 

Era difícil ficar lá sentado vendo as pessoas que eu mais amo irem embora. 

Pouco depois das 22:30, fizeram a primeira chamada para o vôo, que incluía Hope. 

Ela bufou. 

— Vão me embarcar primeiro de novo porque eu sou estrangeira, mesmo sendo para voltar para casa. Acho isso um absurdo. - troquei um olhar com Caroline e nós rimos baixinho. Fizeram novamente a chamada. - É, acho que preciso ir.

Nós dois nos levantamos e simplesmente nos abraçamos forte. Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Se cuide, ok? E qualquer coisa, por menor que seja...

— Eu posso falar com você, eu sei. - ela sorriu, com os olhos marejados. 

— Eu te amo. 

— Também te amo, pai. 

Ela me deu um último abraço e eu beijei sua testa. Então me soltou e foi em direção ao portão de embarque. Sentei de novo na minha cadeira, ao lado de Caroline. Segurei sua mão e comecei a fazer círculos no dorso com o polegar. 

— Você está bem? - ela perguntou.

— Deixar vocês irem é ainda mais difícil dessa vez. - disse, já limpando os olhos. - Quer dizer, foi difícil o suficiente deixar só você ir. Se eu soubesse sobre Hope, não tinha jeito de eu ter deixado vocês irem embora. 

— Eu considerava ir embora naquela época a coisa mais difícil que eu já tive que fazer. Hoje, eu digo que foi a coisa mais corajosa que eu fiz, mas a coisa mais difícil vai ser ir embora agora. Não tem nada nos impedindo, nenhuma ameaça à vida de ninguém, só a vida voltando ao seu curso normal.

— Sim. Acho que saber que estamos impondo isso a nós mesmos é o que torna as coisas mais difíceis. 

Ela respirou fundo e encostou a cabeça no meu ombro. 

— Sim. - ela ficou em silêncio por um momento. - Você já parou para pensar que as pessoas dizem que as coisas para elas não funcionam porque estão em fases diferentes da vida e que nós estamos em fases iguais demais e que isso é o que está dificultando tudo?

— Amor, se eu te disser que entendi, estou mentindo. 

— Nós estamos em fases muito iguais. - ela disse, tirando a cabeça do meu ombro e olhando para mim. - Nós dois temos trabalhos estáveis, não pagamos aluguel...

— Nós dois estávamos solteiros há um bom tempo quando nos encontramos. - fiquei em silêncio por um momento, refletindo. - Realmente, é igual demais

— Então por agora o que temos a fazer é esperar que o tempo passe rápido pra podermos nos ver de novo.

— E talvez algum dia, não teremos mais que lidar com a distância. 

— É... talvez eu considere voltar para cá depois que Hope terminar a faculdade. 

— Pensei que não tivesse interesse em voltar a morar aqui. 

— E não tenho. Depois que você sai de uma cidade pequena por mais do que um ano, não tem mais vontade de voltar. 

Pensei sobre isso. Realmente foi difícil voltar para Mystic Falls depois de 3 anos morando em Nova Orleans. A vida numa cidade grande era bem mais prática que em uma cidade pequena para muitas coisas.

— Então talvez eu me mude para Londres. Não agora, mas um dia. 

— Ou poderíamos encontrar um meio termo. 

— Como Washington. 

— Ou Nova Orleans. - ela disse, sorrindo para mim. - Você disse que amava morar lá. 

— E eu amava. É uma cidade incrível. 

— Pronto. Nós vamos para Nova Orleans quando conseguirmos.

Ela encostou de novo no meu ombro e eu passei meu braço pelas suas costas. Ficamos ali por uns minutos e eu estava aproveitando a oportunidade para estar assim perto dela. Queria congelar aquele momento no tempo, mas nada nunca dura para sempre.

— Atenção, todos os passageiros para o vôo 4456 da Ocean Airlines com destino a Londres se apresentem no portão 22A. 

Senti ela ficar tensa. 

— Então é isso.  

— Sim. - respondi, ainda segurando-a perto de mim. Não sabia como deixaria ela ir. 

— Eu preciso ir. - ela disse, sem se mover e sem ao menos tentar levantar. - Se você não mover seu braço, eu não sei se vou ter coragem de fazer o primeiro movimento. - ela olhou para mim. - Faz isso por mim?

— Sim. - tirei meu braço de trás dela lentamente. 

Nós dois nos levantamos ao mesmo tempo e nos abraçamos. Então a beijei como se o mundo fosse acabar se eu a deixasse ir. E esse era meu sentimento mesmo.

— Obrigada pelas melhores 5 semanas da minha vida. 

— Eu digo o mesmo. Me avise quando chegar. 

— Ok. - ela olhou para mim e sorriu. - Não suma. 

Sorri para ela.

— Eu te amo.

— Também te amo. 

Fomos em direção ao portão ainda de mãos dadas. Só soltei a mão dela depois que chegamos na fila. 

— Até logo. - ela disse.

— Até. 

Eu ia voltar para o lugar onde eu estava, mas ela virou de volta para mim e me beijou de novo de surpresa. Passei minhas mãos pela cintura dela e a puxei mais para perto de mim. Ela olhou para mim e sorriu. 

— Agora sim. Tchau. - ela se virou e saiu.

— Tchau. 

Ela entregou a passagem no balcão e passou para a área de embarque. Antes de entrar, olhou para mim uma última vez e sorriu. Sorri de volta para ela e fiquei olhando enquanto ela ia embora. 

Depois disso, fui olhar os aviões saindo enquanto tomava um café. No meio tempo, recebi uma mensagem de Hope com uma foto das duas e tive que sorrir. Observei enquanto o avião delas decolava e, assim que isso aconteceu, saí dali.

Voltei para casa sozinho e encontrei Lupi deitada na sala. Ela levantou e começou a abanar o rabinho quando eu entrei em casa, mas assim que percebeu que eu estava sozinho, sua alegria cessou. Ela olhou de um lado para o outro, claramente procurando Hope e Caroline, sem encontrar. Elas tinham se despedido de Lupi antes de sair para o aeroporto, mas ela não tinha como saber que elas não voltariam. 

Ela deitou-se no chão com a cara entre as patinhas e eu me agachei para fazer carinho no ponto entre as orelhas dela.

— Você também sente a falta delas, não é? - continuei fazendo carinho e ela parecia se acalmar. - Faz menos de uma hora desde a última vez que eu as vi e tudo o que eu queria agora é estar com elas. 

Subi as escadas e deitei na cama, encarando o teto do quarto. 

Para qualquer observador, parecia a mesma cena do dia em que fui buscá-las no aeroporto, 8 semanas atrás, mas agora era algo completamente diferente.

Naquele dia, eu estava questionando tudo. Todas as promessas que tinha feito a eu mesmo enquanto crescia, o que eu deveria ter feito diferente e por que Caroline tinha escondido Hope de mim. Naquele dia, eu estava sozinho, mas não me sentia solitário: tirando a insônia, aquilo era a minha realidade. 

Agora eu estava indo dormir sozinho, numa casa vazia, pela primeira vez em mais de um mês. Eu sempre fui acostumado a isso, mas agora parecia a pior coisa do mundo. 

Porque agora eu lembrava o que era não estar sozinho.


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Notas finais do capítulo

Eu não criei uma cena no capítulo só pra botar os tweets da Hope chocada com os rebuceteios, né?
Segue o link dos tweets com mais qualidade
https://64.media.tumblr.com/ceba79382ab68afa277fc443055068ba/09e829853085220b-84/s640x960/0fc88f44b55259e04156f91da502b79a870cc96e.png
https://64.media.tumblr.com/1f3bd9906a02eac9ed457e373b7c35c2/09e829853085220b-66/s540x810/319201fe6ae1739ccbcb3503e365fb68cd3fe747.png



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