Out On The Town escrita por Mavelle


Capítulo 23
Capítulo 23 - Caroline


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!
Esse é meu presente de 7 de setembro pra vocês, apesar de ninguém dar presentes no dia da independência.
A não ser que você conheça alguém que faz aniversário hoje, claro.
Enfim, depois da tempestade vem a calmaria, certo?

Beijos,
Mavelle



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15 de julho de 2022

Quando a hora de embarcarmos finalmente chegou, eu sentia quase como se estivesse num sonho. Não tinha como tudo aquilo ter acontecido nas últimas 24 horas. Por incrível que pareça, o momento com menos drama foi quando fomos coletar as amostras para o teste de paternidade. Já que fizemos isso logo depois de almoçar e um pouco antes de vir para o aeroporto, estávamos todos de bom humor. 

Eu esperava que isso se mantivesse quando recebêssemos o resultado.

Quer dizer, eu coloco minha mão no fogo por mim, mas definitivamente vai ser um momento cheio de tensão. 

Hope fazia parte do primeiro grupo a embarcar por ser passageira internacional e, por já ter mais de 16 anos, ela podia ir sozinha, o que quis dizer que eu e Klaus ficamos para trás, sentados um do lado do outro. 

— Você consegue acreditar que finalmente estamos aqui? - perguntei. 

— Pra falar a verdade, não. 

— Parecia que o dia não ia acabar nunca ontem. 

— Né? Quando eu finalmente deitei na cama ontem, parece que simplesmente desmaiei. 

Minha noite foi completamente diferente da dele. Estava ansiosa e quase não consegui adormecer. Era estranho estar na nossa casa e não dormir com ele. Saber que ele estava lá e que não podíamos estar juntos estava consumindo meus pensamentos. 

— Resolver crises de imagem e montar processos contra blogs realmente demanda muita energia. Não quero ter que fazer isso nunca mais. - admiti.

— Eu espero que nunca mais seja necessário. Pelo menos hoje sabemos que o tempo vai passar rápido, já que ontem parecia não acabar.

— Com certeza. - fiz uma pequena pausa antes de perguntar. - Você já foi no resort? 

— Sim, uns 5 anos atrás, eu acho. Inclusive, eu me lembrei de você no momento em que pus os pés lá. 

— Por que? 

Ele me deu um sorriso de lado. 

— Adivinhe o que tem, ou pelo menos tinha, no hall de entrada? 

— Um labirinto de cerca viva? - respondi, brincando.

Ele parecia surpreso.

— Como você sabia? 

— É sério? Realmente tem algo tão específico assim? 

— Sim, mas não foi o labirinto que me lembrou de você.

— E o que foi? 

— Um lago de carpas cortando o saguão.

— Não. - senti meu rosto corar e levei as mãos ao rosto, tentando esconder. - Eu não acredito que você lembra disso! Eu mesma tinha esquecido dessa história.

— Claro que eu lembro. Foi o dia em que eu conheci sua mãe e eu achava que ela tinha gostado de mim porque me contou essa história. 

— Você concluiu que ela gostava de você porque te contou essa história?

— Se ela não gostasse de mim, não teria contado nenhuma história, muito menos uma tão fofa. 

— O que tem de fofo em eu cair num lago artificial de carpas no meio do shopping? 

— Bom, você tinha cinco anos, então eu te imagino com duas trancinhas e um vestido fofo, porque eu tenho certeza que você era esse tipo de menininha. - ele tinha um sorriso irritante, do tipo que dizia que sabia de tudo. Revirei os olhos, porque, sim, ele estava certo, mas ele já sabia e eu não reafirmaria isso. - E aí eu foco no momento antes de você perder o equilíbrio, porque isso é só um detalhe.

— Um detalhe que é a história toda. 

— Não. A história é a menininha que se importava tanto que guardou o resto do lanche pra dar de comer às carpas porque achou que elas estariam com fome, assim como ela. 

— Eu fazia esse tipo de coisa o tempo todo quando era criança. A história realmente é eu caindo no lago porque, se fosse só alimentando as carpas, não seria uma história. Ou pelo menos não uma história boa. 

Ele parecia surpreso.

— Eu não fazia ideia de que você fazia isso, mas, agora que sei, tudo faz sentido.

— O que faz sentido?

— Você e o modo como você trata o mundo. Não que essas coisas não fizessem sentido antes, mas agora tudo se encaixa. É da sua natureza se importar com os outros e cuidar deles e isso está aí desde sempre.

Fiquei sem reação por alguns segundos, apenas olhando-o nos olhos. Como ele podia se lembrar de tudo isso, mesmo depois de tantos anos? Certo que tínhamos convivido mais duas semanas agora, mas esse tempo não é quase nada. Sim, tinham sido duas semanas incríveis, intensas, reveladoras e que alterariam nossas vidas para sempre, assim como o tempo em que ficamos juntos depois que eu recuperei minha memória, mas ainda eram duas semanas. Além disso, ele lembrava da história antes mesmo de nos encontrarmos de novo. 

E então eu percebi que era o mesmo para mim. Já faziam 17 anos que não nos víamos e, sim, nós dois tínhamos mudado, mas eu conheço a essência dele, assim como ele conhece a minha. Ele sempre foi o garoto com poucos amigos, mas tremendamente leal àqueles que cativava. E ainda hoje é assim. Basta ver como ele agiu ontem e como vem agindo desde que chegamos aqui. 

Eu me sentia orgulhosa se ser uma dessas pessoas. 

— É, eu acho que tudo faz sentido mesmo. - respondi, tentando tirar minha cabeça do poço sem fundo que era esse assunto. Não era bom pensar no quanto nos entendíamos e nos conhecíamos quando nada aconteceria no momento.

Ele ia falar mais alguma coisa, mas fizeram a chamada para o embarque do nosso vôo. Fomos para a fila e Klaus mostrou nossas duas passagens e identidades. A atendente que estava verificando ficou sorrindo mais do que o necessário e chegou a pegar na mão dele por um momento. Eu não queria estar com ciúmes, mas estava, sabe Deus por que. Nunca mais a veríamos e, de qualquer forma, nós nem estávamos juntos. 

— Vamos, amor. - ele disse, pegando minha mão e já saindo da fila. Tentei não parecer tão surpresa e acho que me saí bem, já que ela fez uma careta quando passamos por ela. Quando terminamos de passar, não consegui esconder minha surpresa. - O que foi? - ele perguntou, claramente preocupado.

— O que foi? - eu tentei não parecer tão confusa, mas não consegui. - A atendente estava toda em cima de você e do nada você decide andar de mãos dadas e me chamar de amor. - eu não estava reclamando e ainda bem que ele percebeu que eu só estava confusa.

— Ah, isso. - Klaus deu de ombros. - Só estou praticando. 

Quando entramos na aeronave em si, soltamos nossas mãos. Nós não somos nada no momento e aquilo podia confundir Hope. Estava me confundindo e eu sou parte disso que não existe, então achei melhor soltar e não confundir nossa filha. Quando chegamos na nossa fileira, encontramos ela já bem estabelecida na poltrona perto da janela. 

— Desculpem, mas eu cheguei primeiro, então escolhi o melhor assento. - Hope disse enquanto tirava a típica foto da asa do avião. 

— Tudo bem. - Klaus respondeu, já organizando as malas para que tudo coubesse. - Eu fico no meio. 

— Own, você deixou o segundo melhor lugar para mim? - perguntei, fingindo afetação, colocando minha mala no lugar que estava reservado para ela.

— Na verdade, não. Você sempre dorme em aviões, então se eu quiser conversar com Hope é mais cômodo não ter que ficar passando por cima da sua cabeça e não ter medo de te acordar. 

— Ei! - dei um tapa de brincadeira no braço dele. - Eu nem sempre durmo.

— Desculpe, mãe, mas dessa vez ele está certo. - ela respondeu, tirando os olhos do telefone para olhar para mim. - Você sempre dorme.

Revirei os olhos e simplesmente me acomodei no lugar. 

Infelizmente, provando o ponto dos dois, adormeci logo após a decolagem. Em minha defesa, tenho que dizer que não dormi bem na noite anterior e que ainda estava cansada.

Quando acordei, mais de 4 horas depois, percebi que estava usando o ombro de Klaus como travesseiro e que tinha praticamente abraçado o braço dele, como se fosse um ursinho de pelúcia ou algo do tipo. A cabeça dele estava apoiada por cima da minha e eu tinha certeza que ele estaria com o pescoço dolorido no dia seguinte. Ele acordou quando eu tentei me mover, apesar de todo o meu cuidado. Por uns momentos, ele pareceu desorientado, mas olhou para mim e sorriu. 

— Vocês são muito iguais. - Hope anunciou, quando estávamos os dois ligeiramente situados. - Mamãe disse que não ia dormir, mas 15 minutos depois de decolarmos já estava dormindo e Klaus adormeceu uma hora depois. - percebi que ela deu uma travada antes de dizer o nome de Klaus, como se tivesse que parar para raciocinar antes de falar. 

Pouco depois disso, o piloto anunciou que estávamos iniciando o protocolo de aterrissagem e daí a noite seguiu bem rápido. Do aeroporto para o resort foram uns 40 minutos e, chegando lá, eu fui na frente para agilizar o check-in enquanto eles tiravam as malas do táxi. O lago de carpas que Klaus citou ainda estava lá e ele sorriu para mim quando viu isso. A gerente nos disse que estavam terminando de higienizar a suíte e recomendou irmos para o restaurante comer alguma coisa enquanto esperávamos. 

Fomos jantar e, em seguida, fomos para a suíte, onde organizamos as coisas de forma apressada e simplesmente nos acomodamos para dormir: eu e Hope no quarto que tinha duas camas de solteiro e Klaus no quarto com a cama de casal. Ambos tinham uma porta que dava para o banheiro compartilhado. Além dos dois quartos e do banheiro, a suíte tinha uma espécie de sala e uma varanda, que terminava bem onde a areia da praia começava. 

Hope adormeceu logo, mas, quase uma hora depois, eu ainda estava acordada. Engraçado como eu nunca conseguia dormir bem na primeira noite de uma viagem. Já que tinha certeza de que não conseguiria dormir tão cedo, me levantei e fui para a sala, passando direto para a varanda. 

O cheiro do mar me invadiu e eu respirei fundo. Por um tempo, só fiquei parada lá, escutando o barulho do mar e sentindo a brisa. As últimas quatro semanas tinham sido caóticas e agora eu finalmente podia relaxar.

Depois de alguns minutos, senti um cobertor sendo colocado sobre meus ombros. O cheiro do sabonete de Klaus inundou meu nariz e eu senti meu corpo inteiro relaxar. Me inclinei um pouco para trás e encostei no peito dele. 

— Obrigada. 

— Por nada. - ele disse, já me abraçando por trás, como se tentasse me impedir de sair de perto. Não que isso estivesse nos meus planos. - Não conseguiu dormir? 

— Eu nunca durmo muito bem na primeira noite de uma viagem. 

— Difícil se adaptar à cama? 

— Nem tanto. Acho que meu cérebro só quer que eu aproveite cada momento possível, então ele não desliga.

— Faz sentido. - ele fez uma pausa. - Ou pode ser porque você dorme o caminho inteiro. 

Dei-lhe uma cotovelada de leve e o ouvi rir baixinho. Ficamos em silêncio por um momento, só observando o mar. Seus braços ainda me abraçavam e eu passava minhas mãos por eles, como que retribuindo à minha maneira. Já estávamos quietos por algum tempo quando ele simplesmente disse:

— Ela me chamou de pai.

— O que? - virei de frente para ele, que sorria. Eu estava surpresa, mas não era uma surpresa ruim. - Quando?

— A primeira vez foi quinta. 

— Primeira vez? Como em mais de uma?

— Sim. - ele tinha um sorriso no rosto. - Eu nem percebi na hora, só bem mais tarde. Foi quando eu liguei para ela depois que os vídeos foram publicados. Ela atendeu dizendo "oi, pai", mas eu estava agoniado demais para perceber. 

— Ai meu Deus. - meu coração estava aquecendo com aquela notícia.

— A segunda vez foi quando eu estava conversando com ela na garagem e eu achei que foi meio que por pena. 

— Acho que não. - Hope não diria isso por pena.

— Enfim, hoje...

— Ela te chamou de pai de novo? - eu estava chocada e feliz. E talvez me sentindo um pouquinho traída. - Você me prometeu que contaria se isso acontecesse. 

— Sim, mas eu não tinha certeza que não tinha sido por pena.

— Não foi por pena. - retruquei. 

— De qualquer forma, eu esperei acontecer uma terceira vez antes de te dizer porque as chances de ser por pena nas 3 vezes é bem menor. Hoje foi enquanto você fazia o check-in e nós tirávamos as malas do táxi. Eu já estava com algumas do lado de fora do carro e Hope estava tentando tirar a última, que era a mais pesada. Como eu vi que ela estava tendo problemas para tirá-la, fui ajudar. Quando eu já tinha colocado a mala no chão, ela pegou o puxador, disse "obrigada, pai", me deu um beijo na bochecha e foi atrás de você. - ele tinha algumas lágrimas se acumulando no canto do olho e eu também. - Foi tão espontâneo e tão... incrível. - o abracei.

— Eu imagino. 

— Nunca pensei que o fato de alguém me chamar de um jeito fosse me fazer ficar tão feliz. - ele não me soltou, mas deu espaço para que pudéssemos olhar um para o outro.

— Talvez tenha a ver com a energia do lugar também. Você pisa nesse lugar e já fica mais calmo. Pode ser que acentue as alegrias também. 

— É possível. - ele encostou a testa na minha, então me deu um de seus sorrisos de lado. - Não sei porque, mas estou lembrando da nossa primeira noite juntos.

— Bom, foi a primeira vez em que você me abraçou assim.

— É verdade. - ele disse e colocou alguns fios bagunçados do meu cabelo atrás da orelha. - E acho que estou me sentindo como estava naquele dia. 

— Como assim? 

— Naquele dia, eu estava ansioso porque tínhamos medo da sua mãe descobrir que você estava na minha casa e esperançoso que fosse apenas a primeira de muitas vezes. Agora, eu estou ansioso para saber se você quer o mesmo que eu e esperançoso quanto ao futuro. Sabe, acho que eu posso me dar ao luxo de uma distração agora... - senti minha pele se arrepiar. - Se a pessoa por quem eu quero ser distraído também quiser, claro.

Fiquei olhando em seus olhos por um momento e tentando chegar na melhor resposta. Queria dizer que, sim, eu queria o mesmo que ele. Que queria ser dele. Que tínhamos esperado tempo demais. Que finalmente não tinha nada no nosso caminho. 

Tentei organizar minhas palavras, mas não consegui, então resolvi me divertir. 

— Ah, Klaus. - falei, num tom de pesar e vi a esperança nos olhos dele fraquejar. Então eu sorri, porque aquelas duas palavras eram o máximo que eu aguentaria. - Que pergunta boba, eu sempre quero me distrair com você.

Ele me beijou antes mesmo que eu terminasse de falar a palavra "você". Continuamos nos beijando por um tempo, até que ele parou. Minhas mãos estavam em seu cabelo e as suas estavam na base das minhas costas, sempre me trazendo mais perto. 

— O que você fez foi maldade. - ele disse, beijando meu pescoço. 

— Sim, eu sei. - respondi com um sorriso no rosto. 

— E eu aqui pensando que eu seria o gênio do mal se vivêssemos num universo alternativo. 

— Você seria. E eu te faria ser menos mau de vez em quando. 

— De vez em quando? 

— Sim. Você ainda ia precisar de uma cúmplice.

— Você está dizendo que seria minha parceira no crime?

— Eu seria sua parceira em qualquer situação.

— Bom saber. 

Ele me beijou novamente e eu o puxei mais para perto de mim. Continuei andando para trás até encostar na parede. Klaus parecia estar tomando seu tempo enquanto me beijava. Até que ele passou as mãos por dentro da minha blusa e tocou a lateral do meu seio. 

Não consegui conter um gemido. 

Ele imediatamente tirou as mãos da minha camiseta e eu estava prestes a reclamar, mas foi só para me pegar no colo. Enrolei minhas pernas ao redor de sua cintura e ele começou a andar, nos levando para seu quarto. 

Klaus me deitou na cama e se afastou um momento para trancar a porta, voltando para mim em seguida. 

— Você é perfeita. - ele sussurrou no meu ouvido, antes de depositar um beijo logo abaixo da orelha.

Não tinha dúvidas, aquele era o lugar onde eu devia estar.

●●●

16 de julho de 2022

Acordei de manhã com os braços de Klaus me envolvendo. Eu tinha imaginado que seria um pouco estranho, afinal fazia um tempo desde a última vez em que eu tinha acordado na cama com um homem e mais ainda com ele, mas era bom. Tudo sobre aquilo parecia certo.

Percebi que ele estava acordando e me virei para ficarmos cara a cara. 

— Eu não estou sonhando de novo, estou? - Klaus perguntou, sua voz carregada de sono.

— Não mesmo. - sorri e beijei-o nos lábios. - Bom dia. 

— Bom dia, namorada. - ele respondeu, me beijando mais uma vez nos lábios e me puxando para mais perto.

— Namorada? - eu perguntei, já levantando uma sobrancelha. 

— Sim. Você é minha namorada agora. Se quiser ser, claro. 

— Você é muito emocionado, mas, sim, eu quero ser sua namorada.

— Eu esperei 17 anos pra te ter de volta. Não vou arriscar não me amarrar e você acabar com outra pessoa. 

— Não tem chance de eu ficar com outra pessoa. 

— Ainda bem. 

— Não quer saber por que? 

A pressão do braço dele nas minhas costas aumentou, como se quisesse que eu chegasse ainda mais perto, apesar de já não haver espaço entre nós. 

— Eu desconfio, mas não quero parecer muito arrogante. - ele disse, com um sorriso convencido. 

— Eu não quero e nem vou ficar com outra pessoa porque eu te amo. 

— Meu Deus, como eu senti falta de te ouvir dizer isso. - ele disse, já me beijando. - Eu também te amo, minha namorada. 

— Eu amo te ouvir me chamar de namorada. 

— Pensei que eu fosse muito emocionado. 

— Você é. Sorte sua que eu sou também. 

Ele sorriu e voltou a me beijar. Antes que eu pudesse perceber, ele já estava em cima de mim e beijando meu pescoço, até que fomos interrompidos por batidas na porta. 

— Mãe! Pai!

— Sim? - Klaus respondeu, já meio sentado na cama, como que admitindo derrota.

— Vou sair para tomar café da manhã. Me acompanham? 

Troquei um olhar com Klaus.

— Sim. - respondi. - Vamos tomar café todos juntos. 

— E depois praia? - ela perguntou.

— Claro. - Klaus respondeu. 

— Ótimo. Vou trocar de roupa para irmos. 

Ouvimos os passos dela se afastando da porta do quarto e depois a porta do dela se abrindo e fechando. 

— Isso foi... - comecei.

— Normal. - ele completou. 

— Sim. Normal demais. 

— E isso não é bom?

— Na verdade, é perfeito. Eu pensei que ela fosse estranhar um pouco ao menos o fato de eu não estar no quarto quando acordou. Ao invés disso, já sabia que eu estava aqui. 

— Amor, seria o primeiro lugar que eu viria te procurar também. Acho que qualquer um que tenha passado mais que 5 minutos em uma sala com nós dois pode perceber que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. 

— Ainda bem que foi mais cedo. - beijei-o e me levantei da cama. - Agora, com licença. - coloquei de volta a roupa de dormir da noite anterior. - Preciso fazer minha mudança de quarto. 

— Mudança de quarto? - ele parecia interessado. 

— Claro. Não tem sentido manter minha mala lá se vou ficar dormindo aqui. 

Peguei a mala do quarto onde Hope estava e voltei para o nosso quarto, não sem perceber o sorriso no rosto dela. Tinha certeza que não era só porque agora o quarto era só dela, como ela me disse.  

E parecia que o mundo funcionava perfeitamente pela primeira vez em muito tempo.


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