Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 5
Capítulo 4 - Na minha coragem




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Quando cheguei em casa Nora estava me esperando no quarto.
— Estou bem. - Falei.
— Você demorou.
— Eu tive que lutar. Incapacitei o maior número de Anjos caídos que consegui para dar uma chance aos Nephilim.
— Eu devia ter feito aquilo.
— Não. Você precisa treinar e ficar mais forte. Vou ligar para Nico e Tyler. Vamos fazer vigia em volta da casa.
— Para que isso?
— Amanhã é terça. O Cheshvan começa com a ascensão da lua nova. Você agora é o alvo deles.
No quarto liguei para Nico e Tyler e eles aceitaram fazer ronda. Ben me ligou depois.
— Podemos conversar?
— Estou de vigia. Fala.
Eu tinha trocado a roupa por uma camiseta gola v preta, um canguru roxo, calça de moletom preta e tênis.
— Vigia do que?
— É obvio que os Anjos Caídos vão vir atrás de Nora, agora ou mais tarde. Se depender de mim não vão tocar um fio de cabelo dela.
— Eu vou ai.
— Vai lutar contra a sua raça?
— Eu vou lutar ao seu lado. - Ele respondeu antes de desligar.
Quando amanheceu um movimento ao lado da casa chamou nossa atenção. Ben foi o primeiro a atacar e Dante se defendeu.
— O que é isso? - Dante perguntou.
— Estamos protegendo Nora. - Respondi abrindo caminho entre Tyler e Nico. - Mais cedo ou mais tarde os Anjos Caídos virão atrás de Nora.
— E você acha que pode para-los?
— Eu não acho. Tenho certeza. - Respondi.
— Ok. Essa é uma boa ideia. - Ele observou nosso pequeno grupo depois escalou a casa entrando pela janela de Nora.
— Ele faz isso sempre? - Ben perguntou observando Dante.
— Sim. - Resmunguei. - Ele e Nora estão treinando.
— Duvido que Patch goste disso. - Dei de ombros.
— Eu vou dormir. Nora e Dante vão sair para correr. Vocês podem voltar a fazenda, ela é protegida contra ataques.
— Por que não leva Nora para morar lá? - Tyler perguntou.
— Ela não vai querer. - Respondi. - Vão descansar. A noite foi longa.
Voei para a janela do meu quarto e entrei antes que eu pudesse fecha-la Ben entrou.
— Vamos só dormir.
— Você nem dorme direito.
— Nunca rejeitou minha companhia.
— Desculpe.
— Espero que aquele cara não ande visitando teu quarto também.
— Não se preocupe com isso. - Murmurei sem querer entrar no assunto.
Quando acordei para ir para a escola eram 7 e meia. Saltei da cama e calcei os tênis. Já estava vestida mesmo. Ben tinha ido embora em alguma hora do meu sono.
Desci as escadas correndo e passei pela cozinha pegando uma banana para comer no caminho para a escola. Encontrei com Nora na escola e ela parecia acabada.
— Treino duro?
— Você nem imagina o quanto. - Ela resmungou. - Você ficou de vigia a noite inteira?
— Em turnos. - Respondi. - Só Ben que se manteve acordado mesmo.
— Eu preciso muito falar com Nico. Desde que ele apareceu eu ainda não o encontrei de perto. Vee está sempre junto quando ele aparece e sempre acontece alguma coisa.
O celular dela vibrou e ela leu a mensagem depois me encarou.
— O que? - Perguntei.
— Preciso ir. Até mais. - Assenti e a vi levantar.
A aula começou e tentei prestar atenção.
Estava distraída quando a visão veio na minha cabeça. Meu coração se apertou vendo Nora em perigo. Levantei rapidamente e peguei as minhas coisas.
— O que é isso, Srta. Crawford? - A professora de história perguntou.
— Preciso ir. - Respondi passando pela porta sem dar importância para os gritos dela.
Corri o mais rápido que consegui pelo corredor e saltei os degraus da escada de dois em dois. Corri para fora da escola e entrei no Skyline. Ele tremeu quando acelerei e sai.
Enquanto dirigia pela cidade que nem uma louca liguei para Ben, mas ele não atendeu.
Assim que cheguei perto das docas estacionei e sai correndo pela mata.
— Sou um dos bonzinhos. - Pepper falou quando alcancei as árvores mais próximas a eles. - Um arcanjo. Ele pode confiar em mim. Você deveria ter dito para ele confiar em mim.
— Eu duvido que você seja um dos bonzinhos. - Falei passando entre as árvores com a magia verde saindo das minhas mãos. - Um Arcanjo bom não aponta a arma para alguém.
— Como você nos encontrou?
— Intuição. - Respondi caminhando até Nora.
— Eu só quero o Patch. - Ele respondeu.
— A maneira mais rápida de quebrar a confiança dele seria me sequestrando. Pense nisto, Pepper. Me levar não fará que Patch coopere contigo. - Ele puxou o colarinho com força ficando vermelho de raiva.
— Aqui tem muito mais coisas em jogo do que se pode ver. Está me deixando sem opções, será que não se dá conta disto?
— É um arcanjo, Pepper. No entanto está aqui, passeando pela Terra, carregando uma arma e me ameaçando. Não acredito que é inofensivo, assim como não acredito que não tenha nenhuma má intenção contra Patch. Os arcanjos não vagam pela Terra por longos períodos de tempo, e não fazem reféns. Sabe o que eu penso? Você está ficando mau.
— Estou aqui em uma missão. Não sou mau, porém tenho que tomar algumas... Liberdades.
— Caramba, estou quase tentada a acreditar em você.
— Tenho um trabalho para o seu namorado que só ele pode fazer. Não quero te sequestrar, porém você está me forçando a fazer isto. Preciso da ajuda de Patch e preciso agora. Ande até o bote, devagar e com cuidado. Se fizer qualquer movimento brusco, vou atirar.
Pepper moveu a mão e o bote deslizou pela água até a rampa de embarcação mais próxima.
— Não ficou sabendo? Ele não é mais o meu namorado. - Nora falou. - Estou saindo com Dante Matterazzi. Tenho certeza que já ouviu falar dele. Todo mundo o conhece. Patch está 100% no meu passado.
— Suponho que vamos descobrir não é mesmo? Se tiver que voltar a pedir para andar vou atirar nos seus pés.
— Primeiro vai ter que atirar em mim. - Falei me colocando na frente de Nora.
Ele disparou a arma e eu fiz cada bala voar longe só com o movimento das mãos. Ele arregalou os olhos e ficou me olhando. Eu sorri.
— É so isso o que consegue fazer? - Perguntei.
Sua expressão virou ódio e com um movimento de suas mãos meu corpo foi arremessado longe, minhas costas atingiram uma árvore que se quebrou e eu cai entre os galhos.
— Por que eu tinha que perguntar? - Resmunguei gemendo de dor.
— Suba no bote. - Pepper falou para Nora. - Pegue a corda no banco e prenda as suas mãos nas grades.
— Você está levando isso mesmo a sério.
— A cinquenta quilômetros daqui tenho um bonito e espaçoso depósito com seu nome nele. Uma vez que chegarmos lá, farei uma ligação para o seu namorado. Assim veremos se não podemos chegar a um acordo. Se ele fizer um juramento de se encarregar de um assunto pessoal para mim, você talvez possa voltar a vê-lo, e também a sua família e seus amigos.
— Como vamos chamá-lo? Você tem o telefone dele.
— Então teremos que esperar que ele nos ligue. Para o seu próprio bem espero que ele não perca tempo.
Levantei com dificuldade sentindo meu corpo irradiar poder. Eu estava com raiva.
Corri na direção de Pepper me jogando nele, mas um tiro me acertou no ombro e meu corpo caiu de costas, Nora gritou.
Dor irradiou por todo o meu corpo, mas eu levantei para tentar fazer algo e outro tiro me atingiu. Eu cai de costas de novo.
— Para! Eu vou com você. - Nora falou.
"Não pense duas vezes antes de fugir!" Falei para Nora. "Eu vou ficar bem. Só fuja! Se eu tiver que levantar para lutar eu levantarei de novo! Mas fuja Nora!"
Ela atendeu ao meu pedido. Logo os tiros começaram de novo. Eu levantei e gritei o mais alto que consegui fazendo um escudo em volta de Nora enquanto ela corria na minha direção.
"Vai!" Mandei.
Ela passou por mim correndo e entrou na floresta, virei e comecei a correr em direção ao Skyline. Dirigi para a fazenda e cai na porta da casa. Nico e Tyler vieram me socorrer.
Nico me ergueu no colo.
— O que aconteceu?
— Nora. Pepper.
— O que? - Nico perguntou.
— Liguem para Nora depois para Ben. - Pedi para Tyler.
— Viktor! - Nico gritou.
— O que está acontecendo aqui? - Ele perguntou se aproximando. - O que é isso? O que aconteceu Nicolle?
— Um Arcanjo. Agora podem fazer o que eu estou pedindo! - Gritei.
— O que vamos fazer com ela? - Nico perguntou e Viktor tocou minha ferida.
Gritei de dor e o empurrei para longe de mim, Nico quase se desequilibrou com o meu movimento.
— Vamos ter que tirar a bala e costurar a não ser que ela queira ir para o hospital.
— Não quero. - Respondi furiosa.
Se arrependimento matasse eu já estaria morta e enterrada.
Devia ter ido para o hospital.
Nico teve que colocar um pano na minha boca para abafar os gritos. Não que tivéssemos vizinhos para ouvi-los, mas eu sabia que aquilo estava doendo nele também.
Viktor tirou as balas e deu os pontos na coragem. Na verdade na minha coragem. Por que doeu muito.
Ben apareceu quando Viktor terminou.
— O que aconteceu?
— Encontraram a Nora? - Perguntei. - Pepper queria sequestra-la para chegar em Patch. - Ben estalou a língua. - Precisam encontrá-la.
— Pepper atirou em você?
É claro que ele conhecia Pepper.
— Eu estou bem. - Falei.
— Eu vejo isso nos seus olhos. Usaram anestesia pelo menos?
— Não tínhamos. - Viktor respondeu e Ben o encarou furioso.
— Nora! - Falei. - É a prioridade. Encontre ela.
— Nora está machucada?
— Eu não sei. Ela fez algo estranho lá. Estranho demais para ser só poder Nephilim. - Agarrei a camiseta de Ben. - Encontre Patch e tentem encontrar Nora.
— Como você consegue se preocupar com tudo e todos e não pensar que você levou dois tiros. Poderia ter morrido!
— Mas não morri. E eu já estou me curando. Lembre-se, não morro facilmente.
— Ainda bem. Mas isso. - Ele apontou para as feridas já fechadas pelos pontos. - Assusta. Não se arrisque assim de novo, Nicolle.
— Então atenda a merda do celular, Ben! - Resmunguei.
— Estava trabalhando.
— Novidade. - Retruquei irônica. - Agora alguém por favor, faça o que digo.
Ben lançou um olhar para Nico que deu de ombros.
— Ela chegou assim cheia de ordens para dar. - Ele debochou.
— E você com o mínimo de vontade de obedecer.
— A palavra mágica irmã? - Ele sorriu.
Eu queria soca-lo, mas não podia.
— Vai se fuder. - Ele gargalhou antes de sair me deixando com Ben.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer a ChachaBonow por favoritar a saga Imortal e as 3 primeiras historias da serie Filhos das Noite. Estou muito feliz. Meu muito obrigada. Bjs CM Winchester



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