Rhaegar e Lyanna: Paixão de Inverno escrita por HellSnt


Capítulo 2
Uma garota do Norte




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281 d.C

Lyanna Stark

“Eles dizem que ela era bonita. Robert supostamente se casaria com ela, mas Rhaegar Targaryen a raptou. Robert começou uma guerra para trazê-la de volta. Ele matou Rhaegar, mas ela morreu de qualquer forma”

— Brandon Stark

— Então como acha que Jenny de Pedravelhas era? – questiono a Stannis Baratheon para passar o tempo. Eu finalmente havia me recuperado da irritação que me dominou após a brincadeira sem-graça de Benjen. Não teria realmente um coração se não chorasse com o modo como o príncipe havia dado vida aquela canção.

— Bonita e selvagem? – questiona ele num dar de ombros e eu apenas o encaro – Morta antes de seu tempo?

— Por que acha que ela seria bonita?

— É raro um homem se apaixonar por uma mulher feia. A menos que esteja casado, é claro – completa e isso me desanima

— Não pode estar realmente falando sério, certo? – questiono com revolta e ele ergue os olhos castanhos para mim

— Olhe para seu irmão mais novo no salão – afirma e eu tenho que virar meu corpo para encarar as pessoas que estão dançando no Salão. Se não me engano, esta é a última música da celebração e o quieto Ned se movimenta pelo local junto a uma garota bonita de cabelos escuros e vestido azul – Acha que ele teria em dançar com ela se não fosse bonita?

— Meu irmão não é este tipo de homem. Preso a aparência

— Todos os homens prestam atenção a beleza ou falta dela em uma mulher – afirma ele trazendo a minha face um olhar cético – Se um homem não reparar isso é um mentiroso ou um cego – declara e eu quero revirar os olhos. Não deveria esperar menos do irmão de Robert. Aliás, meu noivo se perdeu em algum lugar do Salão após uma aposta de bebedeira com outro cavaleiro. Ele ganhou, é claro. Como se isso fosse relevante...

O saguão fica quieto e eu me vejo olhar ao redor em busca do príncipe Targaryen. Não apenas porque todos se silenciaram quando ele apareceu no Salão, mas porque eu realmente anseio por vê-lo novamente. É estranho e me sinto infantil, porém eu nunca vi um homem com tal sensibilidade antes. Me irrito por me sentir assim, mas ao mesmo tempo me sinto atraída pela ideia de vê-lo de novo.

Ao contrário de minhas expectativas, entretanto, o que vejo é o Rei Louco. Sei que é ele pela coroa de ouro em sua cabeça. Ele é um pouco assustador. Sua aparência decadente me inspiram um pouco de nojo. Ele caminha pelo salão com os cavaleiros da Guarda Real. Dizem que ele não sai da Fortaleza Vermelha há anos. Daqui, embora distante, consigo ver seus traços com certa clareza. Longas unhas amarelas, barba emaranhada e tufos de cabelos sujos. Não seria surpreendente dizer que não toma banho a meses ou sequer deixa uma tesoura se aproximar dele. Ele se prostra em frente a todos numa elevação de madeira dedicada aos bardos durante as festas e aos nobres da casa Whent no horário das refeições.

É estranho vê-lo conversar. Parece mais um murmurar, mas ninguém o responde e eu logo percebo que está falando sozinho. Ele começa a praguejar e xingar movendo seu corpo em espasmos antes de se curvar e começar a rir como se tivesse ouvido uma piada particularmente boa.

— Ajoelhe-se, sir Jaime – ordena ele em tom alto tão logo cessa o riso e se vira para os homens. Vejo um garoto alto e esbelto de cabelos loiros na altura das orelhas, brilhantes como o sol e ondulados. Ele se abaixa até o solo com seu joelho encostando no chão. A armadura dourada é de um tom mais claro que seus cabelos e qualquer idiota perceberia que é cara. Sinto-me prender a respiração ao ver o rei pegar a espada de um dos cavaleiros ao seu redor. Não iria mata-lo, não é?

— Faça seu juramento

— Agora começa minha vigia. Não terminará até minha morte. Não tomarei esposa, não possuirei terra, não gerarei filhos. Não usarei coroas. Viverei e morrerei ao serviço do meu rei e de sua descendência. Sou a espada do reino, o escudo que defende o sangue Targaryen. Dou minha vida e minha honra ao serviço do reino, por este dia até o fim dos meus dias – recita o jovem e eu escuto aplausos e gritos tão fortes ou ainda maiores do que os ouvi após a canção do príncipe herdeiro.

O rei parece aplaudir também, mas logo escuto seus gritos e ele parece chorar de raiva enquanto recita uma espécie de mantra “traidores, traidores. Todos eles! Queimem-os! Queime suas casas, queimem suas famílias” grita de repente assustando a todos antes de sair dali apressado.

— Por que o condecorou guarda real afinal? – questiono ao notar que Ned está de volta a mesa

— Há muitos que admiram o garoto por sua bravura ou habilidade com a espada – responde meu irmão mais novo

— As ladies parecem especialmente interessadas em seus sorrisos galanteadores. Aposto como já deve ter comido algumas bocetas com aquele rosto – afirma Bolton ali perto e eu faço uma careta de nojo

— Ugh! Poderia não falar assim?

— Ah, docinho. Ele é rico, sabe? As garotas deixam seus peitos a mostra ao ver um saco de ouro. Nenhuma delas deve lidar muito para o fato de ser tão jovem... – completa ele e Ned apenas dá de ombros se abstendo de resposta. Olho para o garoto Reed que vi esta manhã em busca de resposta, porém ele parece concentrado em algum ponto distante do salão. Penso ser alguma garota que está interessado, mas logo percebo os três escudeiros que o atacaram servindo vinho a alguns homens sentados, que supoho serem seus cavaleiros.

— Bran, Ned – chamo, atraindo o olhar dos outros dois – Foram aqueles três ali que atacaram o garoto esta tarde

— Deveriamos falar com seus superiores ou lhes ensinar uma lição? – questiona Bran

— Por favor, não quero mais confusões. Agradeço o apoio, mas não acho que será necessário...

— Bem, se é assim... eu poderia encontrar um cavalo e alguma armadura que possam lhes servir. Então, poderia se vingar por si mesmo

— Obrigado – diz o garoto Reed, mas logo abaixa o olhar e não volta a falar


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