Destino e Maldição escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 2
Capitulo 1




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Sete anos após a destruição do coração de Etérnia

 

— Você e sempre a perfeita e certa não é? — Catra falou enquanto se preocupava em colocar farinha dentro de uma pote que Adora mexia com uma colher grande.

— Você sabe que sim — respondeu a loira, sentindo as mãos da gata em torno de sua cintura, a puxando para mais perto.

— Eu sei e eu amo isso.

Foi quando sentiu os lábios de Catra em sua nuca, antes de deitar a cabeça em seu ombro. Era um momento tranquilo dentro da nave de Mara. Haviam feito um acordo de rodízio na cozinha, onde a única pessoa que nunca cozinhava era Bow que estava ocupado demais cozinhando. Às vezes Adora ficava na ponte com ele e enquanto Glimmer e Catra cozinhavam, esses eram um dos melhores dias, um verdadeiro orgulho para a loira que via a amizade das duas crescer mais a cada dia.

Em outros era Adora e Glimmer as responsáveis pela comida, era quando a comida tinha mais capacidade de queimar ou dar errado e então os dias que Catra e Adora ficavam sozinhas na cozinha e Glimmer e Bow na ponte de controle, também conhecido como o dia que nada funcionava na nave de Mara.

Foi quando o auto-falante da cozinha soou, abrindo o canal com a ponte.

— Catra e Adora — disse a voz de Bow, depois de um pigarro — Vocês poderiam vir para a ponte? Temos coisas importantes para decidir.

Glimmer estava apoiada contra a mesa de controle, de frente para a porta quando as duas chegaram abraçadas. Ela sorriu e então fez um sinal para o namorado que se levantou e se aproximou dela, a abraçando por trás. 

— Eu espero que saibam que não temos espaço para um bebê a bordo — disse Catra se sentando junto a janela, com a mão de Adora em seu ombro.

— Ora Catra — respondeu Glimmer, sorrindo. Os dois casais eram um espelho quase perfeito um do outro — Mas você seria uma babá tão maravilhosa.

Os quatro riram com a proposta de Glimmer, ninguém nunca poderia ver Catra como uma babá pelo que parecia, nem ela mesma. Foi Bow quem continuou falando depois das risadas.

— Nós estamos pensando em voltar para Etérnia — foi quando o olhar de Adora correu pela figura dos dois, as mãos de Bow estavam entrelaçadas nas de Glimmer, acariciando os dedos dela. A loira logo apertou o ombro de Catra.

Ficaram esperando que alguma delas falassem alguma coisa, mas como isso não aconteceu, Glimmer retornou a falar.

— Estamos nisso há muito tempo — disse ela — E eu sinto que está na hora de voltar para Lua Clara, ver meu pai. — ela sorriu, apertando os dedos em torno das mãos de Bow — Me casar.

Catra estava estática no batente da janela.

— Catra! — a voz de Glimmer soou no meio da ponte de comando vazia.

Foi quando ela percebeu que Adora havia se afastado para cumprimentar os noivos, mas então a gata balançou a cebça e se aproximou para abraçar os amigos. Não sabia exatamente como reagir, era o primeiro casal de amigos dela que ficava noivos, na verdade era provavelmente o primeiro casal de amigos que tinha. 

— E se vocês puderem estar lá conosco — disse Bow — Nós ficariamos felizes.

Hoje ela sabia que não eram os únicos. Havia Scorpia e Entrapta, que apesar de tudo, haviam desculpado ela, Perfuma também havia conseguido uma forma de entrar nessa lista seleta ao apoiá-la com Adora e havia ainda Kyle, Loonie e Rogelio que foram seus colegas na Horda, se bem que também não tinha muita certeza se poderia considera-los “amigos” e certamente não poderia dizer isso de Hordak.

— Você está chorando, Lixo da Horda? — perguntou Bow ao perceber o brilho no rosto de Catra.

— Não! — ela respondeu, virando de costas para os dois e limpando as lágrimas antes de um abraço apertado entre os três. — Eu só to muito feliz por vocês, idiotas! — ela completou, retribuindo o abraço.

—__________________________

A nave de Mara pousou em frente ao castelo de Lua Clara, pegando os guardas de surpresa. Eles se encararam por um longo momento até que os quatro desceram da nave e pararam em frente a dupla enquanto um terceiro corria para alertar sobre a chegada de todos. 

— Rainha Glimmer - falaram em unissono antes de se curvarem para ela. — Bem-vinda de volta.

— Obrigada — ela respondeu se aproximando deles — E como estão as coisas por aqui?

— Bem, tudo está tranquilo — respondeu um deles.

— Rei Micah não tem tido muitos problemas. Todos estiveram ocupados em colocar ordem em Etérnia. — disse o outro — Mas isso foi só nos primeiros três anos, quando alguns admiradores de Horde Prime ainda se levantavam.

— é tem uns quatro anos que tudo é um tédio — o outro completou — E como foi sua viagem rainha?

— Bem… — ela começou a responder, coçando a nuca, mas logo Bow, percebendo o  desconforto da noiva, colocou as mãos dos ombros dela e tomou a fala.

— Foi bastante cansativa — ele respondeu, encaminhando todos pela porta e para dentro do castelo — Só queremos ver o rei e dormir.

O quarteto seguiu pelos corredores, mas antes que pudessem chegar no fim do corredor o rei Micah apareceu derrapando pelo chão. Tinha uma postura mais arrumada, com os cabelos, agora totalmente brancos, presos em um rabo baixo e roupas elegantes.

— Glimmer — ele disse quando os olhos cairam sobre a filha.

— Pai! — ela disse antes de correr para os braços dele que a abraçou com força.

— Você cresceu tanto. — Na verdade ela não havia crescido nada nos últimos anos, mas seus cabelos e asas sim — Tão parecida com sua mãe. Eu senti tanto a sua falta.

— Eu também — ela respondeu logo antes de solta-lo.

— Mas porque voltaram tão de repente? — ele perguntou, olhando para os três amigos de Glimmer enquanto ela caminhava para perto do futuro marido.

— Nós temos uma novidade. — ela disse abraçando Bow e então Micah ficou pálido, ainda não estava pronto para aquilo.

— Vocês dois… — ele começou — Mas não são nem casados…

Ao se dar conta da suposição do pai, os dois correram para dar apoio a ela e Catra começou a rir da situação. Deveriam parar de dar o anuncio daquela forma, definitivamente.

— Nós só vamos casar — ela disse, apoiando o homem e percebendo que a cor começava a lhe voltar ao rosto — Nós voltamos para casar.

— Graças! — ele disse, erguendo as mãos para cima e então arrumando a roupa — Eu ainda sou muito novo para ser avô, mas então vamos — ele disse, guiando os quatro para o grande salão — Vocês devem estar cansados e famintos. Etérnia vai ficar tão feliz com esse casamento.

Era emocionante ver a empolgação do rei com o assunto, mas a verdade é que os quatro realmente só queriam comer e dormir. Poderiam realizar toda a grande agenda idealizada pelo rei no dia seguinte, quando estivessem descansados e prontos para encarar toda a expectativa e a festividade que isso traria, principalmente quando as outras princesas soubessem que eles estavam de volta.

—__________________________

No canto escuro do lugar onde um dia fora o coração de Etérnia ainda restava um pouco da magia ancestral. Fora ali que se abrigara durante os últimos sete anos, sugando toda a magia que transitava pelo mundo. Estava se recuperando aos poucos, mas também estava esperando.
Mau se lembrava de quando ela conseguia viver por conta própria, de quando ela de fato tivera um corpo para andar e para praticar feitiçaria. Sua nova forma nem se comparava a isso, apenas uma sombra de magia fácil de se desfazer, por isso precisava juntar qualquer resquício para conquistar seus planos.
E ela não poderia deixar de realizar seus planos.
Havia prometido isso quando a prenderam no corpo de Luminosa. Voltaria para encontrar a família e tomar o trono de volta para ela como deveria ser antes que tivessem aquela maldita criança brilhante que sua irmã tivera tantos anos no passado.
Foi quando uma forte onda de magia a dominou de repente. Ela podia sentir a força correndo descontrolada pelo seu corpo etéreo enquanto a sugava aos poucos. Podia quase se sentir como em um corpo físico, as barreiras entre ela e outros elementos são nítidas que como não sentia há décadas, então ela soube que o que quer que tivesse derrotado a Horda estava de volta.
Nos últimos anos pensara muito sobre isso. Etérnia era sim um lugar rico em magia, mas não conseguia sentir ninguém que tivesse um poder tão grande ao ponto de destruir aquilo, ninguém que pudesse sustentar a lendária chave para destruí-lo sem ser destruído junto. Pelos últimos sete anos ela acreditara que o ser com tanta força havia morrido, mas aparentemente ele estava de volta agora e, fosse quem fosse, ela tomaria aquele poder.





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