Almas Perdidas 2 escrita por ShadowAlexandre


Capítulo 7
Reescrevendo a História




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Anteriormente...

Caroline fez Marcos enxergar sua vida passada. Ele foi um homem chamado Felipe, casado com uma jovem chamada Ana, que esperava um filho. Mas depois de alguns conflitos, ele acabou atirando nela e passou o resto de sua vida na cadeia.

Marcos não sabia mais o que fazer, quando Caroline o atacou, mas foi protegido por Sandra, que entrou na Igreja também. Sandra está determinada a defender seu parceiro, que dedica sua nova chance na Terra a salvar vidas.

A batalha final está prestes a começar...

 

7-1: Criada pelo Fogo

Marcos e Sandra estavam lado a lado. Caroline observava os dois.

— Eu não tinha previsto três pessoas nesse momento... Era para ser só eu e o Marcos! - Disse ela.

Sandra preparou seu machado, mas Marcos a interrompeu.

— Sandra, fuja!

Sandra se assustou.

— Como? Por quê?! Eu quero te ajudar.

— Por isso mesmo! Eu prefiro que você fique em segurança. Vá agora!

Sandra baixou a cabeça.

— Eu vou... Mas ficarei atenta. Se perceber algo, eu vou chamar ajuda.

— Tudo bem! Faça o que achar melhor.

Ela abraçou Marcos. Em seguida, os dois trocaram um olhar, até que Sandra correu para fora da Igreja.

— Gostei da sua atitude, Marcos... Ela não tinha nada a ver com o nosso confronto.

Marcos encarou Caroline.

— Eu não quero te machucar, Caroline...

— Você nem vai conseguir...

As mãos de Caroline se envolveram em chamas.

— Eu vou acabar com isso de uma vez!

Ela correu na direção de Marcos e tentou acertá-lo com um soco. Marcos a agarrou pelo braço.

— Você não percebe o que está acontecendo, Carol?! Você teve outra chance nesse mundo, e está usando para se vingar!

— Cale-se!!

Marcos a empurrou para longe.

— Você não parou para pensar... Você pegou o caminho errado! Causou um incêndio que poderia ter matado centenas de pessoas! Por que não escolheu viver uma boa vida?

Caroline riu.

— Boa vida?! Eu voltei como um órfã! Eu tive a infância mais pobre que alguém poderia ter! Só coisas ruins aconteceram nessa minha nova vida! Enquanto você, que foi um assassino, voltou como um herói!

Marcos não sabia como responder. O corpo de Caroline se envolveu em fogo.

— Você está dominada pelo medo, Carol... Você tem medo de viver...

Ela se irritou.

— A culpa disso tudo é sua!!

Caroline não percebeu, mas ela estava perto da parede da Igreja. O fogo que envolvia seu corpo começou a queimar as estruturas perto dela. Marcos também não notou.

— Escute, garota... Eu não quero te machucar! Mas se você continuar com isso, pode resultar em um desastre!

Caroline abriu suas mãos em direção à Marcos. Uma rajada de fogo foi disparada em sua direção. Ele conseguiu desviar se jogando no chão.

— Você me matou na vida passada! Nada mais justo que eu te matar nessa!

Marcos se levantou. Ele estava ileso.

— Pare com isso!! Você vai causar outro incêndio!

— Cale-se!!

A parede atrás de Caroline começou a rachar. A rachadura foi subindo até o teto. Ninguém viu.

— Eu só quero que isso acabe bem para nós dois! - Disse Marcos.

— Você não pensou nisso antes de me matar!

— Isso foi em outra vida! Pense! Nós temos uma nova chance para recomeçar!

— Eu não tive essa chance!! Eu não tenho família, não tenho amigos... Que vida é essa?!

No momento em que Marcos foi responder... Os dois olharam para cima...

O teto desabou.

 

7-2: Escombros

Marcos abriu os olhos. Uma pedra tinha caído do teto e o atingido, ele perdeu a consciência por alguns segundos. Ao se levantar, passou a mão em sua cabeça.

— Acho que estou bem... Não foi nada...

Ao olhar para o local onde Caroline estava, ele viu uma pilha de escombros. A garota estava caída, de frente para o chão. Apenas a sua cabeça e seus braços podiam ser vistos. O resto de seu corpo estava soterrado.

— Não!! Carol!!

Marcos correu até ela. Ela abriu os olhos.

— M... Mar... Cos...

— Não se preocupe, eu vou tirá-la daqui, só preciso...

Marcos começou a retirar as pedras de cima de Caroline.

— Por quê... Está me... Ajudando...?

— Porque mesmo eu tendo te matado como a minha esposa em outra vida, a minha missão nessa existência é salvar!

Caroline deu um leve sorriso.

— Marcos... Eu não era... Sua esposa...

Marcos parou.

— ...Ãh?! Mas você disse que eu te matei...

— A sua esposa sobreviveu...

Marcos pensou.

— Eu... Não entendo...

— Pense um pouco... Se sua esposa sobreviveu... Quem morreu naquele... Caso?

Alguns segundos de silêncio.

Até que Marcos se deu conta...

— Você só pode estar brincando...

Caroline riu.

— Sim... Eu era... Sua filha...

Marcos foi tomado por um instinto que misturava surpresa, raiva, e determinação.

— Eu não vou deixar você morrer de novo!! Não vou!!

Ele voltou a tirar as pedras e madeiras de cima de Caroline. Usando o máximo de força possível.

— Eu... Eu...

Marcos começou a se sentir mal... Até que desmaiou. Talvez ele tenha subestimado a pedrada que levou na cabeça.

Alguns segundos depois, a porta da Igreja se abriu. Sandra havia chegado junto com o resto do corpo de bombeiros.

— Marcos!!

 

7-3: O Hospital

Sandra estava sentada em um banco no corredor do hospital. Apreensiva. Um médico se aproximou.

— Senhorita Sandra?

— Sim!! O que houve?!

O médico cruzou os braços.

— O seu parceiro vai ficar bem. Já a garota... Nós estamos fazendo de tudo para salvá-la.

Sandra baixou a cabeça.

— Obrigada...

— Vamos aguardar, as próximas horas serão importantes. - Concluiu o doutor.

 

7-4: De volta ao Vazio

Marcos abriu os olhos. Ele estava novamente em um local muito escuro, onde só era possível ver uma luz.

— Tá brincando? Eu morri de novo?!

Uma voz ecoou pelo espaço.

— Não. Você está apenas tendo um sonho realista.

Marcos pensou.

— Eu vou voltar?

— Vai. Você ainda tem muita vida pela frente, Marcos.

Ele pensou um pouco.

— Antes de voltar, eu... Tenho mais um pedido a fazer...

— Um pedido...?

— Sim... Se me permitir, eu gostaria que quando eu voltasse...

Marcos fez seu pedido para a voz misteriosa.

— Isso é muito ambicioso de sua parte, Marcos...

— Por favor... Mesmo que eu não tenha direito à uma terceira chance...

Alguns segundos de silêncio.

— Muito bem... Mas para que funcione, ela não irá se lembrar desse dia como você se lembrará...

Marcos ficou feliz.

— Obrigado!

— Agora volte...

Uma luz branca tomou conta do corpo de Marcos.

 

7-5: O Despertar

Marcos abriu os olhos. Ele estava na cama do hospital.

— ...Ãh?!

A primeira coisa que viu foi Sandra ao seu lado.

— Marcos!! Você está bem!

A enfermeira que estava do outro lado checou o pulso de Marcos.

— Os batimentos cardíacos estão se normalizando. Parece que você vai ficar bem.

Marcos lentamente se sentou.

— Eu vou checar os outros pacientes. Chame se precisarem de qualquer coisa. - Disse a enfermeira.

— Obrigada! - Respondeu Sandra.

— Onde está... A Carol?

Sandra cruzou os braços.

— Não acordou ainda... Pra falar a verdade, eu não sei como vamos fazer para explicar que ela sozinha foi culpada por todo o incêndio.

— Bem, não é como se precisassem saber...

Sandra se espantou.

— Ãh?!

— Você ouviu a história dela, certo? Acredita em tudo aquilo?

Sandra pensou.

— Eu acredito, mas...

— Aquela garota já sofreu muito, Sandra. E como não houveram casualidades no incêndio, acho que podemos dar um desconto para ela.

— Uau, você está sendo bonzinho até demais!

Marcos riu.

 

7-6: Um novo Dia

A manhã seguinte chegou. Marcos comia algumas torradas que a enfermeira trouxe para ele. Ao terminar, colocou a bandeja em cima do criado-mudo ao lado. A porta se abriu. Era Sandra.

— Oi, Marcos! Como está?!

— Estou muito bem. A enfermeira me disse que hoje à tarde eu estou liberado.

Sandra se encostou na porta e cruzou os braços.

— Tem alguém aqui que quer te ver...

Caroline entrou. Estava visivelmente sentindo dor ao andar, mas aquilo era um pequeno preço pelo que ela sofreu.

— Marcos...

— Oi, Carol... Ainda quer me fulminar?

Caroline negou.

— Eu ouvi que... Você vai me proteger por ter causado aquele fogo?

— Sim, contanto que você prometa nunca mais fazer aquilo.

Sandra ouvia atentamente a conversa.

— Desculpe, Marcos... Eu não queria te machucar, mas... Eu estava com medo... Eu causei um incêndio, e pensei que você queria me levar...

Sandra estranhou aquilo.

— Eu entendo, Carol... Mas você deu sorte, ninguém se machucou. Foram apenas alguns danos materiais. E o governo vai cuidar de tudo.

Carol concordou.

— Bem, eu preciso ir... Meus pais estão me esperando.

Sandra levou um choque.

— Sim, tudo bem... E quanto aos seus amigos?

Caroline riu.

— As minhas amigas me convidaram para passar a tarde na praia. Eu gosto muito disso!

Sandra cobriu a boca. Ela estava espantada.

— Certo! Se cuida!

— A gente se vê por aí! Tchau, Sandra!

Sandra se despediu de Caroline. Em seguida olhou para Marcos, de boca aberta.

— Marcos... O que foi aquilo...?

Marcos riu.

— A história não bateu, né...?

— A... A Carol era... Uma órfã... Que teve uma vida complicada e solitária, e... Você ouviu o que ela disse?!

Marcos suspirou.

— Foi meu último pedido, Sandra... Da mesma forma como eu quis voltar para esse mundo como um bombeiro, eu desejei que Carol tivesse uma vida melhor.

Sandra começou a entender, mas continuava espantada.

— E... Por que eu me lembro disso? Eu não devia ter esquecido o que aconteceu ontem?

— Não, eu precisava de uma testemunha... Também quis que você se lembrasse. Assim eu saberia que não estava enlouquecendo...

Sandra estava quase chorando.

— Marcos... Você é a melhor pessoa que eu conheço...

Ela o abraçou.


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