Invisible Play - Press Start escrita por Douglastks52


Capítulo 8
Um Passo Em Direção ao Horizonte


Notas iniciais do capítulo

Agora o treinamento acabou! Boa leitura!



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—Kurokawa! -Gritou Sasesu. -Mais quanto tempo você segura o goblin campeão? 

Kurokawa de frente com aquela monstruosidade verde, com mais de dois metros de altura carregando uma gigante clava, demora alguns segundos para responder. O seu corpo está cheio de feridas, a sua mana está quase acabando. O monstro desfere um ataque e ele sabendo que não vai conseguir bloquear a tempo, utiliza Eclipse para se defender. Os seus pés são afundados no chão, os seus braços e as suas pernas tremem. A criatura urra e coloca mais força em seu golpe. Kurokawa inclina a sua espada fazendo a clava do seu oponente deslizar e empurra-o para longe num chute: 

—O tanto que você precisar. -Respondeu. 

—Quarenta segundos! Não morra! -Grita Sasesu focando-se nos oponentes à sua frente. -Não temos tempo de derrotar todos os guerreiros! Takeda me ajude a segurá-los. Lizzy, quando eu te der o sinal, pule! 

Takeda também visualmente exausto, largou o arco que tinha em mãos e juntou-se a Sasesu e Lizzy lutando contra dezenas de goblins fortemente armados. Com a ajuda de Takeda, Sasesu finalmente conseguiu algum espaço para executar o seu plano. Com o pouco de mana que lhe restava, ele ativou uma habilidade enquanto balançava seu martelo: 

—Agora, Lizzy! -Gritou. -Onda de vento! 

O ataque foi forte o suficiente para derrubar alguns inimigos, mas não demorou muito para eles voltarem à batalha. De qualquer forma, essa não era a intenção de Sasesu. Um segundo depois, Lizzy, após ter sobrevoado o campo de batalha inteiro devido ao impulso de Sasesu, finalmente conseguiu alcançar a frágil linha de trás da formação inimiga. Ela usou as suas adagas e rapidamente eliminou todos os goblins feiticeiros. Kurokawa imediatamente percebeu que a velocidade e força do goblin campeão tinha diminuído e entendeu o que havia acontecido. 

Ele esquivou-se do ataque desferido pelo seu oponente e logo em seguida dilacerou um de seus braços. A criatura urrou em dor e caiu no chão: 

—Parece que você não é tão forte assim sem a ajuda daqueles feitiços. 

O monstro tentou agarrar sua clava caída no chão, mas teve o seu outro braço separado do seu corpo. Kurokawa ficou observando a criatura rastejando indefesamente para longe: 

—Kurokawa! -Gritou Sasesu mais uma vez. -Agora não é hora para ser sádico! Acabe logo com isso! 

Kurokawa, claramente irritado, mas entendendo que Sasesu estava certo, desferiu o golpe final e juntou-se ao grupo. Rapidamente os restantes goblins foram eliminados e um aviso surgiu: 

—Horda 15 finalizada. 

Todos eles sequer conseguiam permanecer de pé. Lyonel e Roberta desceram da pedra de onde observavam e aproximaram-se: 

—Bom trabalho. -Disse Lyonel. -Ainda há coisas que vocês podem melhorar, mas no geral foi satisfatório. 

—Eu vou preparar alguma coisa para vocês comerem quando chegarmos em casa. -Sorriu Roberta curando-os. 

—Eu realmente não entendo como alguém tão gentil como a tia está casada com um monstro como o tio. -Comentou Kurokawa deitado no chão. 

Lyonel caminhou lentamente na direção de Kurokawa e apoiou um de seus pés no peito do jovem: 

—Você está dizendo umas coisas bem ousadas para alguém tão indefeso. 

—Eu tenho tipo 10% de vida nesse momento, se você pisar em mim, eu vou realmente morrer. -Respondeu Kurokawa. 

—Você devia ter pensado nisso antes de ter feito aquele comentário. 

—Se você me matar aqui vai estar apenas me dando mais confirmação de que você é realmente um monstro. 

—Eu acho que esse é um preço que eu estou disposto a pagar. -Disse Lyonel fazendo mais força com seu pé. 

—Lyonel, por favor, todos nós temos problemas com o Kurokawa, mas se ele morresse, quem ia distrair os monstros enquanto nós os matamos? -Interferiu Sasesu. 

—Sim, precisamos do Kurokawa, ele é a pessoa que traz esperança para o nosso grupo. -Comentou Takeda. 

Kurokawa sentiu-se confuso com a inesperada gentileza de Takeda: 

—No sentido de que ele reclama tanto e é tão pessimista, que isso nos motiva a fazer as coisas darem certo apenas para ele ficar quieto. -Continuou Takeda. 

E agora tudo tinha feito sentido. De volta a típica agressividade. Lyonel cansou de torturar Kurokawa, ativou o distintivo de batalha mais uma vez e retornou todos ali de volta ao lugar inicial. Já com suas feridas curadas, o grupo se dirigiu para a casa de Lyonel para saborear uma refeição: 

—Já passou uma semana desde que vocês começaram a treinar e eu acho que vocês já aprenderam os básicos então hoje foi o último dia. -Disse Lyonel bebendo café. -Mas se vocês implorarem, eu posso continuar treinando vocês. 

—Não, obrigado. -Respondeu Takeda. 

—Eu passo. -Respondeu Lizzy.  

—Eu gostaria de treinar de novo, mas por agora existem outras coisas que eu quero fazer. -Respondeu Sasesu. 

—Você vai lutar comigo, tio? 

—Não. 

—Então eu também passo. -Respondeu Kurokawa. 

Roberta abriu a geladeira e percebendo que o seu bolo de cenoura com cobertura de chocolate estava mais frio, trouxe-o para a mesa: 

—Eu fiz isso hoje, experimentem. -Sorriu ela. 

—Sei que a minha opinião não é muito objetiva, mas os bolos da minha mãe são deliciosos! -Comentou Lizzy. 

Takeda rapidamente tirou um pedaço, Sasesu logo em seguida fez o mesmo e Kurokawa timidamente também: 

—Esse sabor... -Disse Takeda. -Cura a minha alma de todos os traumas que eu sofri nos últimos dias... 

—Está realmente muito bom! -Comentou Sasesu. 

—Eu disse! -Sorriu Lizzy. 

—Fico feliz que vocês tenham gostado. -Respondeu Roberta. 

Kurokawa continuou comendo sem dizer nada e percebeu que Roberta estava à espera de um comentário: 

—Ele é tímido, mãe, não se preocupe. -Disse Lizzy. -Mas ele gostou. 

—Sim, quando ele não reclama é porque ele gosta. -Acrescentou Takeda. 

Eles continuaram comendo e conversando por mais algum tempo. Já era noite, Takeda, Kurokawa e Sasesu tinham escola no próximo dia então a hora de ir embora tinha chegado. Enquanto se afastavam da casa de Lyonel, Lizzy lembrou-se de algo: 

—Podem ir na frente. Eu tenho que falar com o meu pai. 

Ela bateu na porta e se deparou com a cara um pouco confusa do seu pai: 

—Você esqueceu alguma coisa? 

—Para ser sincera, eu queria te perguntar uma coisa. Eu posso entrar? 

—Claro que sim. -Respondeu ele abrindo a porta. 

Os dois sentaram-se a mesa enquanto Roberta lavava a louça: 

—Eu consegui uma missão sobre as bestas lendárias, mas a missão não me deu nenhuma informação útil. -Explicou Lizzy. -Eu tentei procurar em Euler e Kepler, mas não consegui encontrar nada. Eu não sei se é certo pedir ajuda, porque essa era uma missão que eu deveria completar sozinha, mas não consigo pensar em outra opção. 

—Sinceramente, você está fazendo essa pergunta à pessoa errada, a tua mãe sabe muito mais sobre o assunto do que eu. 

Lizzy virou-se na direção de Roberta à espera de uma resposta: 

—Você não está errada em buscar por ajuda, faz parte da natureza humana depender dos outros. -Explicou Roberta com sua típica voz suave. -Pode parecer que é injusto, porque se você não fosse nossa filha, você nunca saberia as informações que eu tenho para te dizer. Pode parecer uma ajuda do exterior, algo sobre o qual você não tem controle. Algo que vai tirar o mérito das tuas conquistas. Mas não é. Ser nossa filha é uma das características que te definem, é uma das coisas te fazem ser quem você é. 

Roberta deixou do lado o que estava fazendo, caminhou na direção de Lizzy e gentilmente abraçou-a: 

—Eu sei o que você está pensando. Eu sei que você quer atingir os seus objetivos com as tuas próprias mãos. Mas evite ficar se comparando com outras pessoas, você é você. Apenas você possui os seus defeitos. Apenas você possui as suas qualidades. Mais ninguém.  

Lizzy retribuiu o abraço: 

—Obrigado, mãe. 

Roberta lentamente soltou-a e retornou ao que estava fazendo: 

—A jornada para encontrar as Bestas Lendárias é mais sobre o caminho do que o destino então se eu simplesmente te dissesse o que fazer não daria certo. Um velho conhecido nosso mora próximo aos três calabouços nas planícies entre Euler e Kepler, tente visitá-lo durante o fim de semana e talvez ele te ajude. 

—Tudo bem. -Respondeu Lizzy. -Só uma coisa, qual é o nome dele? 

A pergunta aparentemente simples foi encarada com olhares confusos de Lyonel e Roberta: 

—Ian? Talvez Jean. -Respondeu Lyonel. 

—Eu acho que a última vez que estivemos juntos ele disse que era Cleber. -Disse Roberta. 

—Não, esse era o nome dele quando estávamos tentando terminar o calabouço do pântano. -Comentou Lyonel. 

—Tem certeza? -Perguntou Roberta. -Eu me lembro de nesse tempo ele dizer que era Pivot. 

—De qualquer forma, ele é uma pessoa excêntrica. -Continuou Lyonel. -Ele não tem intenções malignas, mas você devia agir com cuidado. 

—Se pararmos para pensar, todas as pessoas que fizeram parte da guild são excêntricas. -Riu Roberta. 

—Eu não sou excêntrico. 

—Lyonel, você já mastigou pedras apenas para provar para o Jugo que tinha uma mandíbula mais forte que a dele.  

—Uau, pai...  -Disse Lizzy num tom decepcionado. 

—Eu era jovem naquela época... -Respondeu Lyonel. 

—Isso é o tipo de coisa que o Kurokawa faria e ser comparado com o Kurokawa não é algo positivo. -Comentou Lizzy. 

Quando deu por si mesma, Lizzy estava aproveitando uma conversa descontraída com os seus pais, algo que já não acontecia há algum tempo. Ela sorriu sentindo que tivesse feito algum progresso em se tornar uma pessoa melhor: 

—Obrigado. -Disse ela. -Gostei bastante de ter tido essa conversa com vocês, mas já está bem tarde, eu estou indo. 

—Tome cuidado no caminho. -Disse Lyonel. 

—Se cuida, filha. -Sorriu Roberta. 

—Tchau! 


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Notas finais do capítulo

Sabe o que tem no próximo capítulo? Torneio em Euler!!! Bagulho vai ficar sinistro. Já não escrevia batalhas há muito tempo, estou super empolgado (/ ‘з’)/



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