A Arte em Matar escrita por heyvanehey


Capítulo 3
O interrogatório


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, minha vida rodou 360 graus mas consegui! esse cap tem ação pelo menos e é bem grandinho.



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As investigações no caso de Emi Saito já ocorriam há cinco dias e progrediam normalmente. Eles haviam feito avanços sobre a inicial “H.Y.” e descobriram que se tratava de um ex- namorado de Emi chamado Hideki Yoshida, que era totalmente obcecado por ela desde que eles terminaram no final da faculdade e tinha perseguido Emi desde então. Emi tinha notificado a polícia sobre Hideki e parecia que ele tinha parado por algum tempo e voltado a perturbar a moça recentemente.

A perícia tecnológica achou mensagens no celular e e-mails ameaçadores vindo de Hideki, alegando que a moça se arrependeria profundamente do que tinha feito com ele. Aquilo era suficiente para Naruto e Sasuke e Hideki foi chamado para um interrogatório na polícia, naquele dia.

Os investigadores que haviam ido na Uchiha Companies, Shikamaru Nara e Choji Akimichi levaram seus relatórios sobre as entrevistas dos colegas de trabalho de Emi. Shikamaru fora especialmente escolhido por ter um olhar mais observador sobre quando as pessoas mentiam e parecia ter um dom de saber exatamente quando isso acontecia. Nos relatórios, todos lamentavam e pareciam profundamente abatidos pela morte de uma moça que tinha um futuro pela frente. Itachi havia decretado três dias de luto oficial na empresa e os funcionários que trabalharam diretamente com Emi eram os mais tristes quando fizeram um minuto de silêncio.

As últimas entrevistas que Sasuke leu foram as de Itachi e seu tio-avô Madara. Ele sabia que tinham que fazer perguntas com aqueles que eram próximos a ela, mas Madara não pareceu ter nenhuma relação com Emi, somente dizendo estar abalado com a morte de alguém tão jovem e futuro tão promissor. Shikamaru alegou que como Madara estava por lá no momento das entrevistas, ele decidiu dar seu depoimento por livre e espontânea vontade. Nenhum dos colegas de trabalho Emi parecia saber da existência de Hideki.

Naquela mesma tarde, Shikamaru e Choji iriam entrevistar os poucos amigos que Emi tinha e a única familiar ainda viva de Emi, sua irmã mais nova.

Sobre a autópsia, Sakura ainda não dera respostas. A moça não havia morrido de estrangulamento e aquela marcas tinham sido feitas por alguém de luvas com muita força, mas não o suficiente para matá-la e sim para mantê-la naquela posição e possivelmente aterrorizá-la nos seus últimos momentos de vida. Sakura estava fazendo mais exames e limitou-se a dizer que quando tivesse resultados sobre o que havia realmente acontecido ligaria para eles.

Hinata e sua equipe tinham feito os testes no bilhete e nos restos das coisas de Emi e os detetives deveriam aguardar mais alguns dias para os resultados.

Naquele dia, Sasuke e Naruto esperavam Hideki ansiosos. Ele constava como suspeito para ambos, mas confirmariam suas suspeitas naquela tarde. Por hora, Naruto estava completando alguns relatórios para o chefe da divisão de homícidios Kakashi Hatake e espreguiçou-se, olhando o relógio na parede.

— Teme, já são onze e meia!  - gritou Naruto, despertando Sasuke – Temos que almoçar no Ichiraku!

— Naruto, você sabia que andei lendo que ramén todo dia faz mal ao cérebro? – perguntou Sasuke, fazendo Shikamaru rir do outro lado da sala.

— Se você quer estar aqui às duas horas da tarde quando o nosso suspeito chegar, devemos sair agora. O Ichiraku enche rápido, principalmente por hoje ser quarta-feira e tem a promoção de 2 rámens por um, teme!

Sasuke suspirou e levantou-se, pegando o paletó. Naruto sorriu satisfeito, pois sabia que Sasuke adorava uma promoção e pegou sua antiga carteira de sapo que havia ganho de um amigo de seus pais e ambos foram a direção do Ichiraku Rámen, que era pelo menos duas ruas abaixo da delegacia. Teuchi, o dono do restaurante, havia ajudado a dupla bastante, quando ainda eram policiais novatos e sem muito dinheiro e por isso Naruto sentia que devia ao homem e comia lá sempre, desde então.

Naquele horário, alguns policiais fardados comiam mas não estava cheio. Eles foram em direção ao balcão de pedidos e Teuchi sorriu ao ver os dois.

— Ayame, nossos clientes favoritos chegaram! O que será hoje? O de sempre?

Naruto acenou animado, enquanto Ayame aparecia por detrás das cortinas da cozinha, sorrindo animada para os dois.

— Naruto-kun, Sasuke-kun sejam bem-vindos novamente.

— Ayame-chan!

— Nhn.

Ayame olhou animada para os dois e corou levemente ao olhar para Sasuke. Sasuke finalizou seu pedido e eles pagaram seus rámens. Pegaram suas bebidas e foram se sentar em uma mesa mais afastada. Os dois não conversaram muito antes de esperar o almoço e Ayame não demorou em trazer a comida.

— Aqui, Naruto- kun – Ayame colocou o rámen em frente a Naruto que quase babava em cima do prato – Sasuke-kun - Ayame sorriu encabulada ao pousar a tigela em frente a Sasuke – Se precisarem de mim, é só chamar.

— Acho que a Ayame está afim de você, teme.

— Calado dobe e coma.

—x-

Às duas horas da tarde daquela quarta-feira, Hideki Yoshida entrou na delegacia e foi dirigido a presença de Sasuke e Naruto. Era um homem de estatura mediana, nos seus 30 anos e não tinha nada de especial. Sasuke e Naruto se apresentaram e levaram ele em direção a sala de interrogação. Eles não queriam deixar Hideki nervoso e se apresentaram como investigadores que precisavam da ajuda dele em um caso e ele não tinha nada a temer.

Hideki sentou-se na sala de investigação policial, mais calmo e Sasuke e Naruto sentaram-se a sua frente. Naruto retirou a foto de Emi de seu bolso, indagando:

— Conhece essa moça, sr. Yoshida?

— Emi? – Hideki engoliu em seco, pegando a foto – O que houve com ela?

— Queriamos que você nos disesse isso, sr. Yoshida – respondeu Sasuke em uma voz grave, olhando diretamente na direção de Hideki.

Os detetives esperaram enquanto Hideki olhava fascinado a foto de Emi. Ele pigarreou e começou a dizer, lentamente, como se calculasse cada palavra dita:

— Eu não sei do que estão falando.

— Vamos ajudar sua memória, então? – Sasuke retirou um punhado de fotos de Emi morta da pasta na frente de Hideki que ficou pálido – Agora sabe o que aconteceu com ela, Hideki? Hideki?

Hideki Yoshida estava extremamente pálido, olhando as fotos de Emi morta em sua frente. A cor havia sumido totalmente de seu rosto e sua expressão demonstrava um choque momentâneo. Os olhos de Hideki começaram a ficar úmidos e ele sussurrou:

— Quem...quem...quem fez isso? Quem fez i-isso com Emi?

— É para isso que chamamos o senhor aqui. Para que possa nos ajudar – respondeu Naruto, cauteloso enquanto Hideki pegava as fotos de Emi, com as mãos trêmulas.

Naruto lançou um rápido olhar significativo na direção de Sasuke e os dois permaneceram em alerta, analisando os mínimos movimentos do suspeito. Eles não estavam surpresos, já tinham visto isso acontecer em casos anteriores em que assassinos choravam copiosamente ao saberem da morte de um ente querido e após intensas investigações estavam sentados no banco dos réus.

— Eu...eu não tenho...eu não sei...

— Hideki, você sabe se alguém odiava Emi? Queria o mal dela? – Sasuke indagou, devagar.

As lágrimas começaram a cair do rosto de Hideki enquanto ele ainda encarava as fotos, pegando uma de cada vez sem nem olhar os detetives.

— Não...Emi nunca fez mal a ninguém... – Hideki sussurrou em resposta e seus olhos aparentavam uma enorme comoção – Não faria mal a nem uma mos-

— Senhor Yoshida, onde estava há cinco noite atrás por volta da meia noite e uma meia? – Naruto interrompeu, sendo mais direto.

Hideki ignorou a pergunta. Ele estava em seu mundo, de olhos fechados, beijando cada foto do corpo morto de Emi Saito levando-as ao coração, chorando e soluçando, silenciosamente, com seu corpo tremendo. Naruto e Sasuke observaram o ritual do homem sem dizer uma única palavra.

— Emi, minha amada Emi...

Sasuke levantou-se sem fazer ruído e andou até atrás de Hideki. Naruto deu mais alguns segundos para Hideki e indagou novamente, mais impaciente:

— Senhor Yoshida, onde estava há cinco noite atrás por volta da meia noite e uma meia?

Hideki finalmente abriu os olhos e neles havia raiva. Ele limpou as lágrimas com a camiseta e colocou as fotos sobre a mesa, seu tom de voz mudando repentinamente, mais agressivo.  

— Por que? Foi quando Emi morreu? Vocês acham que sou suspeito?

— Senhor Yoshida, estamos fazendo perguntas ao senhor. Precisamos da sua ajuda para investigar a morte da srta. Saito e o senhor é uma peça importante do caso. Se puder responder nossas perguntas...

— Eu amava Emi e ela me amava! Éramos apaixonados! Eu nunca machucaria nem um fio da cabeça dela!

— E sobre o bilhete? – Sasuke perguntou, atrás de Hideki. Hideki se assustou porque não tinha percebido o Uchiha se mover para trás dele e se virou lentamente para encará-lo, parecendo ficar mais branco do que antes.

— Que bilhete?

— O bilhete que achamos na lixeira da srta. Saito com as suas inicias – respondeu Naruto, se aproximando de Hideki que virou rapidamente na direção dele. Naruto remexeu na pasta que tinham trazido e pegou o bilhete que estava no saco plástico de evidência. Ele o balançou na frente de Hideki que pareceu ter  o olhar preso no bilhete e seu corpo petrificado novamente – O senhor nos disse que não machucaria um fio de cabeça de Emi e achamos este bilhete bem "amistoso" com suas inicias.

— Vocês não têm prova alguma – Hideki sussurrou, intimidado.

— Faremos um teste da caligrafia e eu tenho certeza que será a sua neste bilhete. Além do possível DNA no corpo e todas as pistas que foram deixadas para nós. É só uma questão de tempo – Naruto respondeu calmo, guardando o bilhete de volta na pasta. Ele então se inclinou e olhou diretamente nos olhos de Hideki ao perguntar – Hideki, por que você matou Emi Saito? Por que matou o amor da sua vida?

Hideki abriu e fechou a boca, sem nenhum som saindo dela, olhando de volta nos olhos de Naruto hipnotizado e aterrorizado. Sasuke analisava a situação e não atrevia em intrometer. Se ele era o melhor para achar pistas, Naruto era o melhor ao interrogar. Ele tinha o dom de fazer qualquer um se confessar, sendo sedutor, assustador ou até mesmo fingindo estar comovido com a situação do suspeito para que obtivesse uma confissão. Ele fazia a pessoa se sentir confortável, extremamente assustada, o que fosse necessário para terem uma confissão.

— Eu não a matei – Hideki sussurrou, baixo o suficiente para que Sasuke pudesse ouvir, em um tom que não agradou Sasuke de nenhuma maneira.

— O que disse?

— EU DISSE QUE NÃO MATEI EMI, SEU MALDITO FILHA DA PUTA!

Naruto não se surpreendeu com a mudança repentina de Hideki, era isso exatamente que ele queria. Era só continuar a perguntar e colocar o homem sobre pressão que ele revelaria. Naruto estava tão atento em pegar uma confissão que não reparou, mas Sasuke previu exatamente o que iria acontecer e tentou segurar no pescoço de Hideki sem sucesso. Yoshida se moveu rápido, pulando sobre a mesa e pegou Naruto de surpresa, fazendo os dois cairem, com a mãos em direção ao pescoço de Naruto Uzumaki.


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