Além da Amizade - NaruSaku escrita por Akaito


Capítulo 1
Evidências


Notas iniciais do capítulo

A imagem deste capítulo também foi desenhada por mim. Espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790855/chapter/1

O horizonte de florestas à frente dos portões da aldeia é permeado por múltiplas estradas que conectam Konoha ao restante do País do Fogo. É através delas que comerciantes e turistas chegam à aldeia de todos os cantos e fazem sua economia circular, especialmente quando as novas políticas de desenvolvimento adotadas pelo Sexto Hokage, Hatake Kakashi, estimulam esta atividade. Hoje, no entanto, uma destas estradas está sendo usada como rota de retorno por outroas três figuras importantes da Vila Oculta da Folha. Aqui, eles são conhecidos como o time 7.   

— Mattaku (Francamente)... Você devia ser mais cuidadoso Naruto!

— Hehe... Desde que você esteja me curando, vai ficar tudo bem, Sakura-chan. – Proclamou o Uzumaki, com um grande sorriso no rosto.

Na mão esquerda de Naruto, faixas cobriam o ferimento que havia recém adquirido em sua missão às fronteiras. Cerca de dois dias atrás o time 7 fora enviado pessoalmente pelo Hokage a um vilarejo nas fronteiras, que dizia-se ter sido atacado por um Zetsu branco monstruoso e mutante remanescente da última guerra. O problema teria sido resolvido rapidamente, se não fosse a imprudência de Naruto.

— Além disso, quem diria que ele seria capaz de copiar tão bem a Sakura-chan.

— Isso é porque você é fácil de enganar, Naruto-san. – Assentiu Sai, disfarçando a franqueza típica com aquele velho sorriso intrujão.

— Ahh! Não brinque comigo, Sai!

Gesticulando agressivamente o punho, Naruto o apertou em direção ao seu companheiro de equipe, mas logo arrependeu-se da atitude, visto que a dor ali havia subitamente acentuado.

— Iteeee (que dor)!

Agonia ecoava da boca do Uzumaki enquanto Sakura disfarçava o riso da cena cômica, desta vez concordando com Sai. Daquilo tudo só poderia concluir uma coisa: Naruto era um idiota mesmo.

— Finalmente chegamos. Ahh... – Suspirou Sakura, em alívio.

Assim que pisou no assoalho de madeira raspada da entrada da aldeia, a kunoichi sentiu seus nervos enfim relaxarem. Já havia os desgastado muito naquela missão dando sermões em Naruto, tanto por conta de sua negligência quanto por sua incapacidade de reconhecer a verdadeira personalidade de uma amiga próxima, como ela. No fundo, ela sentia um pouco ofendida com isso, mas sabia que logo isso ia passar assim que chegasse e tomasse um banho morno e relaxante.

— Amooor!

De súbito, uma voz familiar quebrou o estado de nirvana de Sakura. Ela abriu os olhos e viu Ino agarrando Sai em frente a ela e Naruto. Os cabelos louros e brilhantes de sua amiga de infância balançavam com o ar e revelando o voluptuoso beijo que a Yamanaka entregava aos lábios de Sai. Estalos das línguas se tocando em carícia repercutiam pelo ar até chegarem aos ouvidos dos seus dois espectadores.

— ... – Naruto e Sakura se entreolharam, constrangidos com a cena que se formava diante deles, e então olharam para lados opostos, como quem disfarçava o testemunho.

— Estava com saudades. Como foi de missão?

— Fomos bem. – Sorriu novamente, Sai. Sem qualquer resquício de vergonha pelo que acabara de ocorrer frente aos seus companheiros, assim como Ino.

— Oh... O que houve na sua mão, Naruto!?

— Eh... Ah, isso? Não foi nada! Hehe... – Com as bochechas ainda avermelhadas, Naruto tentou disfarçar o constrangimento com um sorriso confiante. Mas logo foi desmascarado por Sai.

— Ele foi atacado por um Zetsu que estava disfarçado como a Sakura-san.

— Ehhh...! – Desconcertado, Naruto xingou Sai mentalmente enquanto Ino ria da situação.

— Ah, então foi isso. – Disse ela.

Incapaz de ignorar totalmente as lembranças do evento, veias saltavam no cenho de Sakura. Teria socado Naruto em outro momento, mas estava mentalmente exausta para isso. Após dar um passo à frente, concluiu para si mesma que era melhor se despedir e ir logo para casa descansar.

— Bem, se me permitem então eu vou indo.

— Espere, Sakura-chan! – Interrompeu, Naruto. - Que tal irmos todos juntos ao Ichiraku?

— Excelente ideia! – Concordou Ino, precedente à resposta de Sakura.

— Fica para a próxima Naruto, estou cansada.

— Ah, não seja assim Sakura... – Desvencilhando-se do peito de Sai, Ino foi até Sakura e a envolveu com o braço por trás do seu pescoço, como uma velha amiga. Mantinha um sorriso acolhedor em seus lábios. – Vamos... você tem o resto do dia inteiro para descansar. E depois dessa missão, você merece essa folguinha entre amigos, não acha?

Sakura fitou o grupo sorridente por um momento em silêncio, questionando-se de sua decisão. Embora o aconchego de sua casa lhe fizesse falta no momento, ela sentia que Ino não estava de todo errada. De fato, colocar algo em seu estômago e rir um pouco antes de se deixar dominar por uma ducha relaxante seria como fechar com chave de ouro um dia extenuante como aquele.

— Está bem, vamos então. – Sorriu, confiante.

— É assim que se fala, dattebayo! – Comemorou Naruto, acompanhado dos outros rostos alegres juntos a ele.

[...]

O Ichiraku era como sempre foi, uma tenda simples com um único balcão e algumas cadeiras para se sentar e se servir. Embora as mudanças estivessem chegando para toda a vila, Teuchi e Ayame sempre digladiam quando o assunto é o rumo do restaurante. Atualmente, porém, eles mantém seu aspecto tradicional, bem do jeito que Naruto e os outros estavam acostumados a gostar. Ichiraku Rāmen era mais do que um restaurante de macarrão, mas também um local de encontros e celebrações simbólicas entre amigos.

— Irachaimase (bem vindos)... – Teuchi recebia os novos convidados com a hospitalidade de sempre.

— Teuchi-san! - Após entregarem o relatório da missão ao Hokage, Naruto, Sakura, Sai e Ino surgiam por detrás das cortinas surpreendendo o velho chefe de cozinha.

— Ooohh! Naruto! – O sorriso de Teuchi abriu-se ainda mais ao mencionar o nome. - Faz tempo que não te vejo por aqui.

— Haha, é verdade... Os treinos com Iruka-sensei tem me ocupado muito, na verdade.

— Sim, Iruka! Claro. Bom, vejo que trouxe seus amigos hoje. Estavam treinando também?

— Na verdade estávamos em uma missão. – Explicou Sai, seguindo por Naruto.

— E estamos cheios de fome, Teuchi-san.

— Oh! Entendo, pode deixar isso comigo! O que vão querer hoje, então?

O grupo se senta à bancada e faz os seus pedidos, aparentemente, todos compartilhando do mesmo de Naruto. Sua reputação no restaurante já havia se tornado motivo de referência para outros clientes, não só para a Vila da Folha como também para as nações estrangeiras. Não raramente viajantes de todo o continente vinham para o Ichiraku provar o famoso rāmen de porco assado preparado pelas mãos mágicas de Teuchi e sua filha.

— Certo. Então, Ayame...! – Teuchi se virou para a cozinha, procurando por sua filha e auxiliar. – Rāmen char siu (rāmen de porco assado) para dois casais.

Ao ouvir esta palavra, Sakura saltou de sua posição de repouso e, com as bochechas coradas, tentou explicar o mal entendido.

— Teuchi-san! Não estamos em um encontro, por favor...

— Oh! – Teuchi tenta reinterpretar a cena e, virando para Naruto, busca a certeza disso. – Não estão?

— Hm! Mais ou men... Ahh! – Antes que Naruto pudesse sequer terminar a fala, um estampido ecoa do chão e seu pé é tomado por uma dor excruciante que se manifesta após o forte pisão de Sakura, que se dispõe sorrindo serenamente ao seu lado. Então ele (Naruto) rapidamente muda de ideia. – N-não, não!

— Por favor queiram me perdoar então! Eu interpretei errado a cena. – Teuchi se curva em sinal desculpas, pelo que é seguido de um “não foi nada!” embaraçado de Sakura, ela insiste para que Teuchi volte ao seus afazeres enquanto Ino segura a risada por trás de Sai e Naruto se acanha em dor. Quando Teuchi finalmente volta à cozinha, Naruto reza para levar outro esmurro.

— Sakura-chaaaan... Não precisava pisar tão forte!

— O que você estava pensando seu idiota!? E se me interpretarem errado aqui, como vou explicar depois pro...

— HAHAHA! – Interrompe Ino, com uma gargalhada. – Vocês formam um casal bem divertido mesmo.

— Ino! – Sakura tenta advertir Ino para cessar com a brincadeira, mostrando que o embaraço já estava se transformando em constrangimento. Principalmente quando partia de sua própria amiga de infância. Nas suas bochechas indícios de vermelhidão apontavam como estava se sentindo no momento.

— Estou brincando, bobinha. – Apesar da confissão, Ino permanece com os olhos fixos por mais algum tempo observando os dois sem que sua amiga perceba. Por um minuto, o silêncio se instaura no ambiente criando um clima constrangedor, mas logo é quebrado pelo surgimento das tigelas de rāmen que pousam diante de seus olhos.

— Aqui estão! – Sorri Ayame, enquanto os coloca para degustação à frente de cada um.

A tigela vem cheia, com três grandes fatias de lombo de porco defumado e alguns naruto (massa de peixe) os cobrindo. O macarrão esconde-se abaixo de um caldo denso, refogado com molho miso e cebolinhas negi.

— Oh! Dessa vez foi bem rápido, Ayame-san. – Aponta Naruto.

— Fico grata que tenha gostado! É graças às novas técnicas de cozimento que aprendemos com alguns restaurantes da Vila da Pedra.

— Isso se deve à aliança shinobi, não? – Questiona Sai.

— Hai (Sim)! Desde que os países se uniram tem sido mais fácil viajar e aprender novos truques culinários. Acho que também devemos isso ao Naruto. – Diz Ayame, corada enquanto assiste Naruto botar o rāmen para dentro da boca. De alguma forma, ela parecia admirar a cena.

— Eh!? Quê? – Naruto levanta a cabeça, atônito.

— É graças a você Naruto-kun... – Ela se aproxima mais, fitando-o nos olhos. Sai e Ino permanecem quietos, observando. As bochechas de Naruto se avermelham e Sakura parece notar a jogada de Ayame.

— Hehe! Não foi apenas eu que...

— É lógico que não! – Sakura interrompe, com os braços cruzados, atraindo a atenção da filha do cozinheiro. – Por acaso se esqueceu das pessoas que te ajudaram, Naruto?

— Huh? Não, claro que não.

— Então porque está todo arreganhado, hã?

— Eu não estou! É que...

— Você deveria agradecer a Hinata por quase morrer por você duas vezes.

Ayame, percebendo que a tensão havia tomado conta da cena, pede desculpas e se afasta de fininho no meio da conversa acalorada entre os dois companheiros de equipe. 

— Sakura-chan, você...?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além da Amizade - NaruSaku" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.