Um vira-tempo com defeito escrita por Lady M


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá ^.^
Divirtam-se!!



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 Pov Hermione Granger

 Hermione respirou aliviada, aquele sonho ruim tinha acabado, a angustia que tinha assolado seu corpo e alma no último lugar que esteve tinham dado espaço para um sentimento de lar doce lar. O cheiro de bebê misturado com a o cheiro amadeirado que ela conhecia bem. Hermione estava tornando-se especialista em sentir a presença de um certo loiro platinado.

Abriu os olhos e percebeu que estava sentada no chão de uma sala de estar. A lareira de pedras rústica e elegante era muito bonita, o tapete no chão marrom e o sofá creme, acompanhado de dois pufes confortáveis e perolados, a mesa de centro tinha um telefone sem fio, um tinteiro com uma pena e uma agenda florida. Um raque ao lado esquerdo do cômodo cheio de porta-retratos com variados tamanhos e temas, alguns com fotos bruxas e outros com fotos trouxas e para surpresa de Hermione a foto central era do casamento dela.

Malfoy estava deslumbrante, as vestes sociais bruxas negras, o paletó mais cumprido nas costas, a calça da mesma cor e a blusa social branca, as abotoaduras douradas e a gravata dele era vermelha. O vestido de noiva dela era branco com detalhes verdes, ele era parcialmente curto na frente e longo na parte de trás, um modelo mullet com a saia rodada, o corte do decote era em formato de coração e as mangas dele eram de tule caídas sobre os ombros, na beirada da saia e no drapeado da cintura tinha um bordado com pedraria verde, não casou de véu em vez disso estava com o cabelo preso em uma trança recheada de pequenos pontos de luz verdes, o sapato dela também era verde esmeralda. Ela particularmente gostou daquele contraste. Os dois sorriam e se beijavam na foto.

Olhando para frente ela percebeu que tinha muitos brinquedos espalhados pelo tapete, a maioria mordedores e blocos coloridos de montar. Draco Malfoy estava sentado na outra ponta dele, usando uma roupa comum, calça de moletom cinza e camiseta branca, estava descalço e sentado de pernas cruzadas, totalmente relaxado. Segurando um bebezinho meio rechonchudo de fralda e camiseta rosa na frente do seu corpo. A garotinha de olhos amendoados e cabelo ondulado, uma mistura do cabelo liso do pai dela com muitos cachos na ponta herdados de Hermione, os cílios curvilíneos, as mãozinhas ávidas e rechonchudas, o sorriso com alguns dentinhos.

Hermione viu-se rendida por aquele serzinho. Apaixonada e entregue, totalmente dominada por uma vontade incontrolável de apertá-la e nunca mais soltar.

Malfoy sorriu amplamente para Hermione e disse:

— Vamos lá Rose! Ande até a mamãe.

Hermione esticou os braços para encorajar aquela pequenina bolinha de fofura. Rose era um nome apropriado para tamanha delicadeza.

Sorrindo ela disse:

— Vem Rose!

A pequena perna rechonchuda parecia não dar conta do peso do bebê, mas Rose não parecia pronta para desistir. Ela segurou nas mãos de Draco e ficou de pé, arriscou dar o primeiro passo e caiu de bunda no chão. Hermione aguardou o chororô que não veio. Rose olhou para Malfoy e esticou as mãozinhas.

Ele perguntou curioso:

— Você quer tentar de novo, princesa?

O bebê bateu palminhas, mas soltou barulhos estranhos, longe das palavras normais, um puro nenenês, mas no meio daquela confusão de ruídos Hermione identificou um papá, que deixava Malfoy mais do que bobo. Se aquele bebê soubesse como tinha o loiro nas mãos ele estaria perdido.

Rose não era apenas delicada, mas corajosa, determinada. Uma grifina, aquela seria uma Malfoy que iria mudar a história, não só por ser meio sangue. Hermione sorriu ansiosa para a filha.

Ela arredou um pouco para frente e esticou mais os braços dessa vez, tentando deixar o espaço sem segurança menor, assim Rose poderia ter mais facilidade e confiança para aventurar-se novamente.

— Vem Rose! A mamãe não vai te deixar cair.

A pequenina abriu um sorriso parcialmente banguela e levantou mais uma vez.

Malfoy incentivou:

— Vai para mamãe Rose!

O bebê levantou menos o pé dessa vez, o primeiro passo pareceu mais firme, mas Hermione desconfiava que isso estivesse acontecendo porque naquele momento Malfoy estava segurando grande parte do peso pelo neném. Rose continuou e depois do segundo passo já não estava mais dependendo das mãos de Malfoy, ela andou, andou mesmo, mais três passos antes de cair de bunda no chão e terminar de engatinhar pelo restante do caminho. Hermione pegou-a no colo e beijou sua bochecha fofa.

— Parabéns Rose! Estou orgulhosa de você bebê.

Malfoy levantou e veio até elas, com um enorme sorriso no rosto. Ele sentou ao lado de Hermione colocando a mão apoiada atrás do corpo dela.

— Ela deu os primeiros passos dela. Dá para acreditar nisso?

Hermione riu da alegria infantil que o dominava.

— Sim, ela andou.

Os dois continuaram brincando com Rose e vez ou outra Hermione sentia-se esplêndida, ela e Malfoy formavam uma bela família no final das contas. Rose era a prova concreta de como as características deles combinavam.

 

Pov Draco Malfoy

Draco respirou fundo e tentou mais uma vez sem obter sucesso. Já era a quinta tentativa, mas nada acontecia, a areia do vira-tempo parecia dura feito pedra e os aros emperrados, não se moviam por mais que loiro desejasse isso.

Scorpius acordou e ficou observando o pai empenhar-se naquela tarefa. Draco não xingou, não fez cara de raiva, na verdade ele já não sabia mais se sentia remorso ou frustração, medo ou tristeza. Tudo que ele queria era poder ajudar Scorpius a voltar para o futuro ao mesmo tempo em que traria a Granger de volta.

Olhou para Scorpius e percebeu como o menino avaliava-o.

— Está tudo bem Scorp, vou tentar mais uma vez ou várias. Não vou desistir até que isso funcione.

Scorpius desceu do beliche.

— Eu sei pai.

Draco sorriu para o garoto, ele era muito melhor do que ele naquela idade. Scorpius era a única coisa que o fazia acreditar que ele realmente tinha conseguido tornar-se uma pessoa melhor. Aquele garoto de onze anos conseguia fazê-lo acreditar que a Granger era feita para ele, independente das diferenças que eles carregavam. Pansy estava errada, eles combinavam, ela não era boa de mais para ele, nem simpática de mais, nem teimosa de mais ou corajosa de mais. Ela é a medida perfeita para alguém como ele, se ele fosse uma varinha a escolheria sem dúvidas.

Scorpius viu o vira-tempo brilhar.

— Pai, olha!

O menino apontou para o colar no pescoço do pai. Draco olhou surpreso para a ampulheta, a areia começou a se mexer e Draco viu os aros girarem sozinhos.

Scorpius disse ansioso:

— Não esbarre com você mesmo!

Draco não colocou data nenhuma no vira-tempo e na pressa só conseguiu pensar em um único lugar:

Primeiro dia de aula em Hogwarts.

 

Pov Hermione Granger

Hermione colocou sua filha no quarto dela. Malfoy ficou ali ao lado do berço velando o sono da pequena com uma devoção e um orgulho sem tamanho. Hermione conseguia notar como ele continuava lindo, sim ela não tinha como negar que ele era atraente, atraente o suficiente para fazê-la perder a noção do ridículo e beijá-lo, para logo em seguida fazer papel de trouxa, quando ele confuso começou a pedir desculpas.

Hermione suspirou fechando os olhos por um pequeno momento, os aros do vira-tempo giraram, mas ela não se importou, a lembrança que lhe provocava mais temor já tinha voltado, não se repetiria mais, pelo menos era o que ela acreditava. Depois daquela tortura nada poderia deixá-la com medo ou receio.

Ela sentiu mãos de encontro à sua pele. O toque dos dedos dele percorriam sua cintura, subindo aos poucos para as costas dela, aquele calor familiar e aquelas borboletas denunciavam que aquelas mãos eram de Malfoy. O perfume dele estava por todo lugar. Hermione abriu os olhos só para vê-lo sem camisa sentado embaixo dela. As mãos de Hermione estavam paradas nos ombros dele, as pernas cruzadas em volta da cintura do loiro, seminua, ela estava apenas com suas roupas de baixo. Pelo menos a lingerie dela estava combinando, Hermione nunca lembrava de usar os pares, naquele momento o par de renda azul escuro não parecia ser o melhor visual para estar na presença do loiro.

Ele sorriu para ela quando notou suas bochechas coradas.

— Sabe, Herms você é linda.

A voz rouca dele sussurrada de maneira provocativa só fez ela por as mãos na frente do próprio rosto.

Ele pegou as mãos dela com delicadeza e beijou uma por uma, distribuindo beijos cada vez mais carinhosos pela palma da mão direita dela, subindo pelo cotovelo, ali Hermione sentiu um aperto entre suas pernas e um calor gostoso subir pelo corpo. Como um pequeno roçar de lábios dele podia deixá-la daquela forma? Do cotovelo ele subiu até o pescoço dela, Hermione inclinou o seu corpo para trás e deixou-se levar pelas caricias dele. Com a boca no ombro dela ele avançou para a alça de seu sutiã, com os dentes ele desceu o elástico e beijou a pele que estava de baixo dele.

Ele suspirou e disse:

— Acho que estou começando a ficar louco.

Ela olhou para ele surpresa quando ele abaixou a outra alça.

— Eu não consigo manter as minhas mãos longe de você, os meus pensamentos sempre se voltam para você. Onde vai? O que comeu? Se está feliz ou triste?

Hermione acariciou o cabelo dele pousando as mãos em sua nuca.

— Eu acho que estou me tornando obcecado por cada detalhe que envolve você.

Os olhos dele estavam cravados nela, uma satisfação única fez ela sorrir calorosa para ele. Hermione contornou os traços do rosto dele com as pontas dos dedos, ele fechou os olhos e ela aproveitou aquela brecha para traçar os cílios dele, as pálpebras, aquele nariz reto e levemente arrebitado, aquelas maças da bochecha dele que poucas vezes inclinava-se para um sorriso sem sarcasmo. Parou nos lábios dele, e resolveu que era melhor beijá-lo, se ele achava que tinha enlouquecido ela estava em uma situação muito pior.

Hermione viu algumas faces dele, partes fragmentadas de como ele a faria feliz. Ela podia estar começando a gostar dele? Ela poderia admitir que estava caindo de amores pelo loiro? Ele estava em todos os lugares e fazia parte de todos os momentos que ela tinha estado até aquele momento, sempre sorrindo, sendo gentil ou cuidando dela mesmo que ela não soubesse disso.

O roçar de lábios cálido tornou-se urgente e Malfoy deitou-a de costas no colchão. Os corpos dos dois colados, pele deslizando sobre pele, lábios buscando lábios e as mãos dela passearam livremente pelo corpo dele. Arranhando, demarcando, afinal ela pretendia deixar bem claro que ela também o queria.

O loiro parou para olhar para ela, os olhos cinzentos muito mais tempestuosos e brilhantes do que de costume.

— Hermione Granger, podem existir mil degraus entre nós, eu não dou a mínima, porque cada gota de sangue puro dentro do corpo desse bruxo arrogante e metido ferve de desejo por você.

Hermione sorriu. Aquela era a forma dele de dizer que estava apaixonado por ela?

Malfoy não esperou respostas, apenas continuou a beijá-la, a desejá-la, a venerá-la e amá-la. Mãos subindo por ali, beijos descendo por aqui. Malfoy parou com as pernas dela sobre seus ombros, as roupas tanto as íntimas dela quanto a calça e cueca dele, tinham tomado um rumo diferente.

Uma luz vermelha apitou no subconsciente dela. Aquele Malfoy era o de Hogwarts, do sétimo ano, então ela ainda tinha dezenove e uma virgindade que ela não gostaria de perder assim. Mas pela familiaridade entre seus corpos ela preferiu acreditar que aquela não era a primeira vez. Assim que ele encaixou-se dentro dela sem resistência nenhuma de seu corpo, Hermione respirou aliviada.

Ele começou a ditar um ritmo novo e desconhecido por ela, mas que parecia estar funcionando mais do que bem. Hermione deixou-se levar e quando ela acreditou que as coisas não poderiam melhorar ela chegou no ápice. Ela olhou para o teto e viu estrelas, literalmente, o quarto estava com o teto transparente ou eles estavam em um lugar que a permitia ver o céu noturno lá fora.

Malfoy saiu de dentro dela para acomodá-la sobre seu peito, ele deu um beijo na testa dela fazendo-a sentir-se única. Hermione desejou um cobertor e ele apareceu, fazendo a ficha dela cair, eles estavam na sala precisa. Por isso o teto mostrava as estrelas lá fora ou talvez a sala estivesse projetando aquilo que eles queriam naquele momento, uma noite calma e estrelada.

A mão de Malfoy fazia um carinho suave e constante em seu cabelo. Quando suas respirações tornaram-se mais calmas e constantes, ele continuou acariciando-a, o gesto parecia natural e comum, como se ele fizesse aquilo todas as noites.

Malfoy sussurrou mais para si mesmo do que para ela:

— Eu te amo, simples assim.

Ela ouviu muito bem o que ele disse, mas ela preferia que ele tivesse falado isso mais alto. Ela apoiou as mãos no peito dele e levantou o rosto para encará-lo. Notando como Malfoy ficou corado, ele não esperava que ela estivesse acordada, muito menos que houvesse escutado aquela declaração dele.

Hermione pediu para o loiro:

— Você pode repetir isso?

Malfoy suspirou e colocou uma mão debaixo da cabeça dele, assim seus músculos disfarçariam o tanto que estavam tensionados, com a outra mão fez um carinho na lateral do rosto dela e permaneceu fitando-a.

— Eu amo você.

Ele sussurrou de novo, mas ver aquelas palavras deslizando pelos lábios finos e rosados dele em direção ao rosto dela, foi perfeito, independente do tom. O peito dela encheu-se de alegria, aquelas três palavras, nove letras e quatro sílabas acariciaram sua pele muito mais do que a mão dele.

Hermione sorriu e subiu pelo corpo dele aos poucos, deixando suas testas coladas ela aproximou o rosto do dele. Ela não sentia-se capaz de dizer que o amava também, até porque aquele Draco não poderia ser considerado dela, mas podia beijá-lo até provar que correspondia aquele sentimento dele, sua outra versão logo estaria ali e poderia dizer que o amava também. Sem remorso algum, Hermione entregou-se aquele momento de paz e os dois dormiram abraçados como se fossem um só ser.

 

Pov Draco Malfoy

Draco não voltou para o primeiro dia de aula do sétimo ano, mas sim para o primeiro dia de aula do primeiro ano. Para surpresa e desespero dele, Draco não era mais um adulto, ele era uma criança de onze anos. Até que o loiro tentou desviar-se dos seus amigos, mas não conseguiu, ele foi para o jantar de boas vindas, usou o chapéu seletor e não ficou nenhum pouco surpreso quando escutou o nome da Sonserina ser aclamado e aplaudido pelo salão.

 Sentado-se à mesa de jantar da sua casa, assistiu o momento onde a Granger foi selecionada para Grifinória. A garota sorria amplamente para todos, recebia as palmas de seus colegas e professores com deleite e andava alegremente pelo salão. Os olhos dela brilhavam de contentamento com cada detalhe mágico que surgia diante de seus olhos. Tudo parecia novo para ela.

Pansy disse:

— Ela não passa de uma sangue-ruim. Não entendo o motivo de tanta alegria, esses grifinos são todos traidores de sangue ou mestiços.

 Draco deu de ombros, ele se lembrava bem da forma rude como se comportava com ela e com as outras pessoas naquela idade. O mundo girava em torno dele, as opiniões e gostos dos outros eram totalmente irrelevante. Ele preferiu não falar, nem com a Pansy nem com ninguém, quanto menos ele se expressasse melhor seria para ele.

Saiu da mesa de jantar e observou Granger a distância, tomando o cuidado para não ser pego por nenhum dos seus amigos pelo caminho. Para a surpresa dele, ela estava sempre sozinha, Potter e Weasley não pareciam estar orbitando em torno dela como costumavam fazer nos outros anos. Mas em vez de andar para o seu salão comunal ela estava indo para os jardins do castelo.

A garota passeava calmamente pelos corredores como se conhecesse um por um, mesmo estando de noite ela não sentiu-se intimidada. Chegou no jardim e sentou de baixo de uma árvore, ficou ali de olhos fechados, apreciando a brisa que vinha do lago negro em direção ao seu rosto.

Draco tentou usar legilimência para saber no que ela estava pensando, mas para o espanto dele não funcionou a mente dela estava bloqueada, como se aquela criança soubesse usar oclumência. Granger abriu os olhos e encarou-o através da noite. O olhar astuto dela deixou-o sem ação por um breve momento, ela estava avaliando-o, medindo ele sem pudor algum.

Ela respirava tranquilamente e perguntou em um tom brando:

— O que faz aqui Malfoy?

Ele deu de ombros.

— Estou penas de passagem Granger.

Ela levantou e andou na direção dele com passos rápidos e firmes, deixando-o encurralado contra o tronco de uma árvore, ela colocou as mãos nos ombros dele imobilizando-o.

— O Malfoy que eu conheço não seria capaz de usar legilimência com essa idade, na verdade o cérebro dele nesse tempo era tão pequeno quanto uma noz.

Draco arqueou as sobrancelhas descontente.

— A Granger de onze anos era ingênua e gentil, ela jamais seria capaz de encurralar alguém dessa maneira ou de desconfiar das outras pessoas a ponto de fechar seus pensamentos com oclumência.

Ela negou e ele livrou-se das mãos dela que estavam em seus ombros.

— Sou do sétimo ano depois da guerra e você?

A Granger sorriu e a reação dela o pegou de surpresa. Ela atirou-se em seus braços jogando os dois na grama, ele debaixo dela. Naquela idade a diferença de altura entre eles era mínima, por isso seus olhos estavam na mesma linha. O alivio presente nos olhos dela deixou-o feliz.

Ela declarou grata:

— Obrigada Merlin! Agora posso voltar para o meu tempo.

Ela sentou no chão e puxou ele para que fizesse o mesmo.

— Como você veio parar aqui Malfoy? Veio para me levar de volta?

Ele apontou para o vira-tempo no pescoço dele.

— Depois que você sumiu eu precisei concertar essa bagunça, mas ainda não faço a mínima ideia de como.

Granger deu um soco de leve no braço dele.

— Eu não sumi, eu fui arrastada, levada contra a minha vontade para essa linha temporal estranha, tem momentos onde estou no passado e há momentos em que estou no futuro. Mas sempre presa dentro do corpo daquela Hermione. Já estive no terceiro ano, no quarto, no chão da sala da Mansão Malfoy sendo torturada mais uma vez e agora estou aqui no primeiro ano.

Draco percebeu que os sonhos dele pareciam coordenadas para o paradeiro dela.

— Então essa não é a primeira vez que vem parar em um momento do passado?

Ela negou.

— Você consegue controlar os lugares aonde você vai?

Granger mostrou o vira-tempo para ele e negou:

— Não, esse vira-tempo está quebrado, então nada do que ele faz está sobre o meu controle. Falei com Dumbledore quando fui parar no terceiro ano, mas ele disse que no final esse vira-tempo vai me levar de volta para o seu lugar de origem, mas como não sou sua viajante original, tenho medo de que seu dono acabe perdido ou prejudicado por isso. Eu não conheço aquele menino, mas simpatizo com ele.

Draco colocou as mãos nos ombros dela para acalmá-la, de alguma forma isso pareceu funcionar.

— Por onde devo começar Granger?

Ela remexeu os ombros para sair de seu toque.

— Que tal com a origem desse vira-tempo?

Ele tentou resumir o que ele sabia:

— O vira-tempo está na minha família a três gerações, mas só funciona quando um requisito fundamental é cumprido: um amor verdadeira que é fielmente correspondido por ambos que possuem o vira-tempo. Além disso, ele só serve para voltar para o passado e só te leva para momentos que você viveu.

Draco apontou para si mesmo:

— Agora essa última parte faz sentido.

Granger perguntou:

— Você não sabe mais nada sobre ele? Algo que possa me ajudar a sair dessa situação?

Draco negou.

— Não sei como controlá-lo ainda, mas sei que você tem que tomar cuidado para não arruinar meu... nosso futuro.

Granger arregalou os olhos de leve.

— Como você sabe que você está presente no meu futuro?

Draco sorriu.

— Digamos que você não conhece o Scorpius porque ele ainda não nasceu.

Granger cruzou as pernas, tombou a cabeça para o lado apoiando seu queixo na palma de sua mão direita.

— Continue Malfoy.

Draco também cruzou as pernas, dessa forma nenhuma parte de seus corpos estava em contato direto.

— Ele é meu filho, quero dizer, seu filho...

Granger levantou as mãos calando-o.

— Então nós temos dois filhos no futuro, a Rose e o Scorpius?

Draco assentiu.

— Como você sabe da Rose?

Granger deu de ombros.

— Eu a vi, lembra que eu disse que fui para o futuro algumas vezes. Foi lá que eu pude conhecer a nossa filha.

Draco sorriu para Granger.

— Ela é tão legal quanto o Scorpius?

Granger maneou a cabeça.

— Ela era um neném, então não sei nada de relevante sobre a personalidade dela. O que eu sei é que eu a amei no primeiro instante em que a vi.

Draco sentiu o vira-tempo dele vibrar. Talvez essa fosse à resposta, todas as vezes que ele mostrava seu amor por Scorpius indiretamente estava amando uma parte da Granger, assim como ela, ao amar Rose estava amando uma parte dele. Por isso o vira-tempo que estava pendurado no pescoço dele continuava funcionando.

Naquele momento de distração do loiro, Granger invadiu sua mente e Draco não conseguiu esconder seus pensamentos dela.

— Acho que você está errado Malfoy.

Draco olhou para ela com raiva.

— Você não tinha esse direito.

Ela deu de ombros.

— Você tentou invadir a minha mente primeiro, então tecnicamente, você me deu permissão para isso.

Draco virou o rosto, ignorando-a de modo infantil.

Granger o chamou:

— Malfoy.

Ele continuou sem olhá-la.

— Draco.

Ele virou-se surpreso para ela.

— Draco, gosto de te chamar assim, preciso me acostumar com isso toda vez que te vejo no futuro. Eu já passei por muita coisa até aqui e nos últimos dois momentos que vivi, admiti que gosto de você, pelo menos um pouquinho. Tenho quase certeza que você sente vagamente a mesma coisa, e é isso que está movendo esse vira-tempo pendurado no seu pescoço.

Ele ponderou as palavras dela por um momento.

— O que você sugere Granger?

Ela continuou em silêncio. Draco queria voltar para o dia em que ela sumiu, mas isso só jogaria o filho deles em uma enorme confusão.

— Quando esse vira-tempo voltar para o seu tempo original, vou falar com o Draco de lá e pedir para que me mande de volta para casa.

Draco olhou para Granger com descrença.

— Esse é seu plano brilhante? Você acha que isso concertará tudo.

Ela olhou para ele com angustia.

— Você tem alguma idéia melhor?

Draco suspirou exasperado.

— Não, eu não tenho. Meu plano original era voltar para o inicio do sétimo ano e criar situações para que você gostasse um pouco mais de mim e eu de você, assim quando você sumisse...

Granger o interrompeu:

— Quando eu fosse arrastada contra a minha vontade, prossiga Malfoy.

Ele retomou para o que ele falava:

— Assim quando você saísse contra a sua vontade, não haveria possibilidades de você estragar as chances do Scorpius nascer.

Granger ponderou.

— Isso até que faz sentido.

Ele assentiu. Ela levantou do chão e estendeu a mão para ele, Draco aceitou a ajuda dela, os dois começaram andar de volta para o castelo.

— Você não se sentiria estranho com essa situação?

Ele olhou para ela curioso.

— Por que eu deveria me sentir estranho?

Granger disse em tom triste:

— Você está se jogando para uma situação sem volta.

Ele deu de ombros.

— Nós somos felizes no futuro?

Granger assentiu.

— Então não, eu não me sinto estranho.

Ela sorriu para ele e assim que entrou no castelo andou em direção ao salão comunal da Grifinória sem olhar para trás. Draco girou os aros do vira-tempo e encontrou Scorpius sentado no beliche.

— Funcionou pai?

Draco assentiu.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham?
Será que agora ela volta para casa? ^.^



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