Renascença escrita por Nunuzes


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Oláá, espero que essa fanfic divirta vocês assim como eu to me divertindo ao escrever!
Esse deveria ser um prólogo mas me empolguei e saiu um capítulo. XD
Boa leitura.



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“Nossa... Você fica escondida, hein, casinha.”

Eloise havia finalmente chegado à sua nova (velha) mansão. Um casarão centenário construído em meio ao bosque, afastado do centro da cidade. Herança de seus pais, que faleceram antes mesmo de verem a pequena dar seus primeiros passos.

“Mãe, pai... Eu não pude crescer aqui com vocês. Mas logo poderei conhecê-los através dos vestígios que deixaram. Nessa mansão tão importante para vocês, irei construir minha vida.”

A jovem aniversariante enxugou a lagrima que havia escorrido enquanto admirava o exterior da construção. Buscou a chave na bolsa e foi correndo até a porta. Empurrou com força a madeira maciça, que rangeu alto ao ser aberta.

“Uau... É impressionante! Quantos detalhes. Diz-me, casinha, que segredos tens?” Ela sorriu encantada com o lugar que em breve iria chamar de lar. Deixou a mala de mão no hall de entrada e foi logo olhar os cômodos do térreo.

“Que belo salão! Eu até consigo ver os vestidos rodados valsando por esse chão... Ah, o piano! Nunca vi um piano de cauda antes, é maravilhoso. Mas será se haviam caseiros cuidando da mansão? Tudo parece tão limpo...”.

Rapidamente a garota visitou também a biblioteca e a cozinha. O fato estranho era que este cômodo, ao contrário do restante da casa, parecia abandonado. Estava sujo, não havia nada além de louças velhas e teias de aranha.

Sem muito tempo a perder, Eloise subiu para o segundo andar da casa. A mansão era maior do que esperava. Precisava encontrar ao menos um quarto para passar a primeira noite. Virou-se à direita do corredor e, que sorte! Encontrou um quarto completo logo na primeira porta.

“Nossa... É impressionante como parece que o tempo não passou aqui. Só está um pouco abafado, mas em perfeito estado. Posso até usar essa cama, basta trocar os lençóis.”

Virou-se e desceu. Não havia tempo a perder. Ainda precisava resolver algumas coisas para a mudança. O restante da casa conheceria com o tempo. Trancou a porta e voltou alegre para o centro da cidade.

 

—--xxx---

 

O som da buzina ecoou pelo orfanato, alertando todas as meninas que ali viviam.

— Aeee, a Elô voltou! Ela conseguiu comprar o carro.

— Minha querida, que bom que deu tudo certo. Você definitivamente já é uma adulta. – Disse a coordenadora do orfanato, emocionado ao ver uma de suas meninas prontas para renascer em uma nova vida.

— Para, Cida... Me deixa encabulada.

— Vamos sentir sua falta, Eloise... Que você tenha uma bela jornada pela frente.

— Não me faça chorar agora, hein? Ainda tenho uma noite aqui, não esqueça.

— Vem, Elô! A gente tem um presente pra sua vida nova. Sua vida... Adulta, haha.

— Ai, Melanie... O que vocês inventaram?

— Vem pro quarto pra você ver! – Eloise se deixou ser arrastada para dentro do orfanato pela garota mais nova. O bom humor de Melanie sempre a alegrava. Iria sentir falta da sua companhia... Ela era basicamente a única pessoa com quem se dava bem de verdade.

— E aqui está! – A aniversariante, rodeada por mais três meninas, recebeu uma caixinha decorada com um laço. Todas estavam ansiosas para ver a reação da amiga.

— Tenho medo de abrir... Depois do ovo cozido, do chuchu, do par de meias usadas... Não sei mais o que vocês poderiam inventar para me dar.

— Pois inventamos. Dessa vez é sério, amiga. Juntamos um pouco de dinheiro para te dar essa lembrancinha especial.

— Abre logo!

Eloise tirou as mechas longas de seu cabelo escuro de cima dos ombros e abriu cautelosamente a caixa, encontrando um conjunto de lingerie.

— Ah, eu não acredito.

— Hahahaha! Você já é adulta, tá na hora de parar de usar aqueles coadores medonhos se quiser conquistar algum rapaz.

— Fala sério, até a Cida usa calcinhas melhores.

— Eei! Elas são confortáveis para dormir!

Elas gargalhavam juntas, pela última vez. Apesar da brincadeira, Eloise apreciou o presente e o gesto de suas amigas. O conjunto era realmente bonito, inteiramente confeccionado em renda roxa. A conversa das garotas durou até o anoitecer. Relembraram diversos momentos em que se divertiram juntas na casa. A dona da mansão contou os poucos detalhes que conhecia da sua casa nova. Antes que a coordenadora convocasse todas da casa para o jantar, ela guardou o presente na mala.

 

—--xxx---

 

— Prometa que vai se cuidar!

— Pode deixar, Cida. Mais uma vez, obrigada por tudo.

— Não esqueça a gente!

— Juízo, hein?

Entre abraços e despedidas, Eloise pegou seus poucos pertences que restavam e finalmente conseguiu se separar do grupo. Com um último aceno, acelerou o carro, deixando o seu passado para trás.

“Que venha a vida nova...”

Ela demorou em encontrar a estrada de terra que dava acesso aos fundos da mansão e, quando estacionou, já era noite. Pegou a mochila, a pequena mala com roupas e caminhou no escuro até a entrada principal.

— Lar, doce, lar. Aqui estou. – Colocou a chave no buraco da fechadura, mas a chave não virava. Estranho... Ela já estava aberta. – Será que eu esqueci a porta aberta? Minhas coisas!

Empurrou a porta, ouvindo novamente o som alto do metal enferrujado. Anotou na lista mental que precisaria comprar logo um desengripante ou trocar as dobraduras. A mala que ela havia deixado no dia anterior estava ali, com todos os lençóis e toalhas novos que ela levara. Os produtos de limpeza deixados lá por um encarregado durante a semana também estavam guardados no armário. Largou as malas no chão, fechou a porta e releu novamente a carta que seus pais haviam lhe deixado.

“Agora você tem dezoito anos, tem a vida inteira diante de você e, agora, essa mansão que era nossa!”

Eloise estava cansada e queria ir logo para a cama. Subiu a escadaria e foi em direção ao quarto que já havia conhecido. Mas no caminho sentiu um mal estar, como se... Estivesse sento observada.

— Tem alguém aí?- Ah, que ideia estúpida! Se houvesse alguém ali certamente não era sábio anunciar sua presença. Mas era idiotice pensar isso. Não podia se deixar levar pelos comentários maldosos das invejosas do orfanato. Ela sobreviveria muito bem à sua primeira noite na... Mansão antiga e abandonada.

Um ruído, claro como o dia, a fez mudar de ideia sobre o pensamento. O fato de a casa parecer um cenário de filme de terror ajudava nas suas paranoias, mas com certeza ela havia ouvido. Assim como os passos no térreo. Definitivamente não estava sozinha. Precisava sair dali. Mas ir para onde?

Se estreitando pela parede, a garota conseguiu olhar para o hall e ver claramente três homens conversando. Haviam três homens na sua casa... Com certeza, mais fortes que ela, uma jovem sozinha.

— Parece ser uma garota sozinha, Vladimir. Se a gente já se livrou de um grande grupo de jovens essa aí vai ser moleza.

Ela subiu rapidamente na esperança de ficar sozinha e, talvez, achar uma solução no terceiro andar. Quem eles eram?

— VLADIMIR! Uma menina acabou de correr pro andar de cima!

— Beliath! Não poderia ser mais sutil? Agora você nos alertou.

— Vladimir, o Ivan... Aonde ele está?

Eloise escutou aqueles homens discutirem entre si, falando de interesses pessoais e tentando chamar a atenção dela... Mas resolveu não ceder. Não sabia que tipo de perigo aqueles invasores poderiam oferecer. Precisava se refugiar o mais rápido possível. Para isso, foi até o fundo do corredor do terceiro andar.

— O que você... Por que você veio até aqui?

Oh, não, mais um invasor no andar de cima. E pelas vozes que conseguiu distinguir do andar de baixo, havia o total de seis homens na sua casa!

Aquele rapaz a encarava com os olhos arregalados, o rosto brilhando de suor. Tremendo de medo, Eloise recuou até sentir o vidro gelado da grande janela que encerrava o corredor.

— E-Eu... Eu vou embora, garanto.

— Não! Você não pode... Eu sinto muito. – Nesse instante o garoto pulou na direção dela, agarrando seus pulsos.

— ME SOLTA! Está machuca- Não terminou suas frases. A janela cedeu, fazendo o corpo de Eloise cair de costas em meio aos estilhaços de vidro que perfuravam sua carne.

Inerte, mal conseguia distinguir as silhuetas que aos poucos apareciam à sua volta. Os seis homens conversavam entre si enquanto ela perdia cada vez mais a consciência. Sentiu uma mão tocar seu rosto e se esforçou para olhar para quem lhe chamava.

— Senhorita... Você terá de escolher um de nós. Sei está fraca, mas tente pelo menos olhar para aquele que deseja escolher.

Eloise fixou o olhar em um dos homens. Naquele que mais havia chamado sua atenção.


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Notas finais do capítulo

Eu encurtei bastante os fatos do jogo porque né, não ia colocar a introdução toda do jogo aqui. :v
Até o próximo!



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