O Último Final Feliz escrita por Flor Da Noite


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oie, voltei com mais um capítulo. Espero que gostem!

***Capítulo opnado e corrigido por Cor das palavras



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Tim me espera escorado na parede em frente à sala, ele observa Jake andar emburrado corredor a fora.

            - O que deu nele? – Pergunta se virando pra mim.

            Tim é lindo de doer, tinha cachos dourados e olhos de um castanho meio dourado, é apenas uns cinco centímetros mais alto – não tenho que quebrar o pescoço para falar com ele – e tem um corpo muito impressionante para quem não faz nenhum tipo de esportes. Já fiquei sabendo de várias marcas chamando ele para ser o modelo.

            - Acho que a professora não quis facilitar pro lado dele. – respondo e balanço a cabeça. – Tadinho, deve pensar que está num daqueles filmes colegiais onde todo mundo faz o que ele quer só porque é do time.

            Ele ri e sai da parede, vamos caminhando para o meu armário.

            - Você e suas comparações cinematográficas.

            - Tente ficar na presença dos meus pais por um dia e não sair assim.

            - Eu acho legal. – Ele da de ombros e eu lhe dou um sorriso, me viro para o meu armário e o abro. Começo a guardar tudo o que não vou precisar com bastante cuidado.

            - Você me pediu ajuda, do que precisa? – Pergunto depois de uns instantes em silêncio.

            - Preciso de ajuda em literatura, você é a minha última esperança Meg, ou acho que vou acabar de recuperação nas férias. E se isso acontecer, tchau, tchau Havaí!

            - Acho que o Havaí pode sobreviver um tempinho sem você. – Brinco. Mas acho que ele não entende que é uma piada porque faz bico.

            - Não seja tão malvada.

            - Estou só brincando, eu vou te ajudar. – Fecho o armário e lhe encaro.

            - Você é perfeita Megan! Nem sei como agradecer! Minha casa, quinta? – Balanço a cabeça afirmando. – Perfeito! Havaí que me espere. - Dou risada ao ver ele sair animado.

            Hanna tem reunião com o comitê de organização e vai sair mais tarde hoje, então vou andando para casa, já que é melhor que ficar aqui esperando por umas duas horas.

            - Meg, quer uma carona? – Clarisse me pergunta. – Tony e eu vamos passar perto do centro, podemos te deixar lá, não é na porta da sua casa, mas já é a metade do caminho.

            Aceito sem nenhuma resistência, afinal, meio caminho é mil vezes melhor que o caminho inteiro.

            Acaba que outros dois caras do time também precisam de carona e eu sou espremida no banco de trás. Sinto-me o recheio de um sanduíche ali.

            - Estou me sentindo a Dory naquele balde de sardinha. – Falei ao entrar e me sentar entre os brutamontes, eles soltam aquele tipo de risada de quem achou graça mais não entendeu, apenas reviro os olhos.

            Clarisse vai me contando do vestido que está pensando em comprar para a festa de aniversário de uma prima e eu vou opinando todas as vezes que ela se vira para me mostrar uma foto de vestido. Contudo, isso não parece o suficiente para entretê-la e de repente ela se lembra de alguma coisa e se vira para Tony.

            - Amor, você devia nos apresentar mais gente do time, a Meg é amiga do Jake. E as outras garotas e eu só descobrimos isso hoje. – Ela matraca.

            Tony me olha pelo retrovisor chocado, os dois brutamontes também me encaram.

            - Amiga? – Os três perguntam embasbacados.

            - Amiga? Clarisse! Eu disse que ele faz algumas aulas comigo. Nunca falei nada sobre uma amizade ou qualquer mínimo laço de educação que seja.

            - Ah Megan, você era minha esperança! Achei que finalmente conseguiria fazer você namorar um dos garotos do time. – Ela lamenta.

            - Namorar o Jake? Nem se isso ressuscitasse o Dumbledore.

            - Nem uma chancezinha Meg? Uma bem pequenininha?

            - Não, e tenho certeza que ele pensa o mesmo. – Dou de ombros como se pedisse desculpas por estragar sua alegria. – Olha é aqui que vou descer. – Aponto para a calçada.

Enquanto um dos brutamontes – que ainda não faço ideia do nome – sai do carro para eu sair, dou um abraço na minha amiga e agradeço a Tony pela carona.

            Ando pelo centro, resolvo passar em algum lugar e comprar alguma coisa para comer, já que meus pais não estariam em casa e eu teria de inventar qualquer coisa. Entro em uma cafeteria bonitinha, toda enfeitada em tons de verde e me sento em uma das cadeiras.

            O lugar está um pouco movimentado e a atendente acaba demorando um pouco par me atender, pego o cardápio e vou lendo com atenção.

            Que cardápio horrível, as opções pareciam boas, mas a forma em que ele fora escrito estava de doer. Não resisto, pego alguns post-its e começo a colar por cima de algumas palavras, acrescentando outras melhores.

            - O que a senhorita está fazendo? – A atendente me pergunta confusa ao ver o que estou fazendo.

            - Desculpa, desculpa. Eu não estou estragando nada, só colei post-its em palavras que vocês poderiam melhorar. Acho que dessa forma pode ajudar ainda mais nas vendas. As palavras tem muito poder. – Vou logo me explicando. – Me desculpe, não quis mesmo ofender vocês.

            A mulher dá uma boa olhada no cardápio e faz uma careta.

            - Nossa, mas isso está bem melhor, você fez o nosso cardápio original parecer um lixo. – Comenta. – Podemos ficar com essas alterações?

            - O que?

            - Você tem razão, um cardápio assim está bem mais legal e a gente pode te dar alguma opção de graça pela ajuda. – Ela oferece. Sinto muita vontade de rir, pois parece brincadeira. Então é assim que as famosas do Instagram se sentem?

            - Acho... Que tudo bem. – Respondo meio incerta.

            Ela sorri e me pergunto o que eu desejo pedir, lhe digo o que eu quero e ela se retira. Vejo-a entregar o cardápio para um senhorzinho atrás do balcão, ele analisa as mudanças e afirma a cabeça para alguma coisa que a atendente diz. E então ele levanta a cabeça e me olha.

            Que estranho... Aquele olhar me é tão familiar. 

            Busco em minha mente alguma lembrança qualquer que ele estivesse presente, não me lembro de nada. Aparentemente eu nunca cheguei a conhecê-lo, mas sinto que já o vi sim em algum lugar. Não me lembro de nada e nem tenho muito mais tempo para pensar, já que a atendente volta e deposita a minha bebida sobre a mesa.

            Quando olho novamente para o homem ele não está mais lá.

            ......

            Entro em casa e está tudo escuro e em silêncio – graças a Deus, né? Já que não deveria mesmo ter ninguém em casa – bato uma palma e as luzes principais se ascendem.

Uma das coisas que eu mais gosto em ter os pais envolvidos em produções de filmes é que eles tão sempre á procura de novas tecnologias para melhorar ainda mais os filmes e muitas dessas coisas acabam se infiltrando aqui em casa, como por exemplo, a casa quase completamente automatizada e conectada ao celular ou comandos – no início ainda estava tudo uma bagunça e várias lâmpadas queimaram após um: parabéns pra você.

            - Olá, posso ajudar em alguma coisa? – O assistente se ativa.

            - Oi Bip, não preciso de nada agora, obrigada.

            - Disponha. – E volta a desativar. Às vezes brinco com meus pais que essa casa vai acabar matando a gente que nem nos filmes de terror.

            Subo até o meu quarto, coloco a mochila em qualquer canto e me jogo na cama. Então percebo que foi uma péssima ideia fazer isso, já que estou toda fedida da caminhada do centro até em casa.

            - Bip.

            - Sim? – O assistente volta a ativar.

            - Mudei de ideia, põe uma música para mim, por favor. – Levanto e vou para o banheiro.

            - Ativando playlist aleatória para a casa inteira.

            - Mude o alcance para o meu banheiro apenas.

            - Alcance redefinido. – Uma musica eletrônica começa a tocar não muito alto no banheiro.

            Entro no banheiro e começo a tomar meu banho quente. Aproveito a banheira quente e a música agradável para ler algum livro no celular. Tudo na mais perfeita ordem.

            Ou era o que parecia.

            Quando estou bem relaxada – quase dormindo, na verdade – ouço um barulho vindo do meu quarto que instantaneamente faz o meu corpo todo religar. Muito cedo para serem meus pais.

            - Mãe? Pai? Já chegaram? – Pergunto mesmo assim. Nenhuma resposta.

            Não tenho medo de filmes de terror, mas já assisti bastante deles para saber que é nessa hora que a garota sai pela casa com um taco, mas é surpreendida de alguma forma pelo assassino.

            - Bip.

            - Sim?

            - Quantas pessoas têm na casa? – A pergunta sai um pouco falha, e tenho muito medo da resposta.

            - Analisando... – Enquanto ele buscava nos dados da casa vou colocando minha roupa. Se acontecer alguma coisa, que pelo menos depois os policias me encontrem vestida. – Analise completa, total de pessoas a casa igual a uma pessoa. Apenas Megan Locke permanece no interior da casa.

            Aquilo faz o meu coração desacelerar de novo e me sinto até melhor, passado o nervosismo dou até uma risada, devo estar ficando maluca.

            Todavia, ao sair do banheiro vejo um caderno aberto na minha cama e ele não estava lá antes, até porque quando eu entrei no quarto e me joguei na cama teria sentido se ele estivesse bem ali, onde minha cabeça tinha encostado. Aproximo-me do caderno com cuidado e vejo o que está escrito.

            “Era uma vez...”

            Apenas isso, nada mais.

            - Bip, Bip, Bip!

            - Sim?

            - Você tem certeza que só eu estou na casa?

            - As chances de erro 0,00001%

            Ah, mas tinha aquele 0,00001% de chance né, não dá pra jogar fora. Começo a olhar pela casa com bastante cuidado. Entro nos quartos na pontinha dos pés e vou ascendendo as lâmpadas manualmente, para não ter que ficar fazendo barulho com palmas.

            “Não vai ter espírito, alma penada, fantasma, tio da cerra elétrica, demônio, palhaço assassino, bruxa, feiticeira, zumbi, vampiro, boneco assassino ou qualquer outra dessas coisas. Não vai ter. Essa casa é bem harmônica e ninguém nunca morreu aqui.” Vou murmurando durante todo o caminho.

            Não encontro nada em nenhum cômodo da casa. É. Talvez o assistente estivesse mesmo certo. O meu alívio é tão grande que tenho vontade de ficar parada ali mesmo. No entanto, aquele “era uma vez...” - em um caderno que nem tinha pego e com uma letra que nem era a minha – me fez subir de volta ao meu quarto para analisar melhor.

            Com um bastão de beisebol que achei por ai – ah, não me pergunte como – vou me aproximando do caderno bem devagar. Um pé na frente do outro delicadamente. Me sinto em um filme de suspense.

            Encosto no caderno com o bastão. Nada. Pego o caderno e dou uma boa olhada. Nada acontece também.

            Vruuuuuuuuum!

            Um barulho bem alto começa e eu dou um grito esganiçado e me jogo para o outro lado do quarto. Encaro o caderno com horror e o barulho continua.

            Só que aí percebo que o barulho não vem do meu quarto, mas sim da rua. Debruço-me na janela e olho para fora. Um homem está cortando a grama do vizinho a frente. Ele para de cortar e me encara, quando seus olhos encontram o meu percebo que é o senhor do café.

            O que está acontecendo?


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Notas finais do capítulo

Votem, comentem (aceito críticas construtivas sem problemas nenhum) pois isso é muito importante para gente.



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