Será que era amor... escrita por AmanteSolitária


Capítulo 15
P.O.V Renan - Parte 01


Notas iniciais do capítulo

Como não sei se conseguirei postar para vocês amanhã, segue mais um capítulo escrito de última hora e com muito carinho.
*Como toda escritora de fanfics clichês, amo um bom P.O.V.
***Olhem as notas finais***



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P.O.V. Renan

 Como e quando eu iria imaginar que a garota por quem me apaixonei no segundo colegial ficaria impregnada na minha cabeça por sete anos?

 O dia em que ela foi embora eu fiquei confuso, irritado… Me senti traído. Como ela pôde não me contar? E o pior nem foi isso. O pior foi ela ter me contado tudo nos quarenta e cinco do segundo tempo, não me dando tempo para retrucar e simplesmente entrando naquele ônibus. Depois, me mandou uma mensagem dizendo que achava que me amava… Ela achava que aquilo facilitaria a situação?

Sabe o que mais me deixou mal nessa situação toda? Eu não conseguia ter raiva dela. Toda vez que eu tentava, o sorriso dela aparecia na minha mente e eu me derretia mais uma vez. Eu estava ferrado. Completamente ferrado.

 Mal as férias haviam acabado, eu estava com outra pessoa. Meus amigos me diziam incansavelmente que ela se parecia muito com a Lorena e me aconselhavam a ficar um pouco longe das garotas por um tempo para começar a colocar a cabeça no lugar. Fiz o completo oposto. Virei o maior cachorro que você pode imaginar, buscando em todas pelo menos um pouco do que eu sentia quando estava com Lorena.

Sim, eu fui um idiota quando terminei com ela duas semanas depois que começamos a namorar, mas pelo menos fui sincero. E me arrependi no momento em que ela atravessou a porta. Ela achava que me amava? Bom, eu tinha certeza no momento que ela foi embora e deixou meu coração no chão.

Quando terminei o colegial, me mudei para São Paulo para cursar a faculdade, mas a verdade é que no fundo do meu coração, eu achava que poderia a encontrar em qualquer lugar que fosse.

Com o tempo, ela foi se tornando menos frequente nos meus pensamentos, mas ninguém podia mencionar o nome dela. Caso contrário, a escola de samba dentro do meu peito voltava a funcionar e eu ficava algumas semanas sem vivenciar entusiasmo.

Por fim, encontrei Lara. Ela era engraçada, gentil e bonita. Não me fazia sentir diferente, mas era uma ótima companhia. Ela me chamou para a viagem de carnaval com seus amigos e eu aceitei, poderia ser divertido. O que eu não imaginava era que entre os amigos de Lara, e mais especificamente, como prima dela, estaria Lorena.

No momento que ela passou por aquela porta da cozinha, meu mundo ganhou cor novamente. Não que eu tenha sido infeliz todos esses anos, mas ficava com a constante sensação de faltar algo.

Ela me encarava incrédula e branca e eu não soube o que fazer. Não queria que ela fugisse novamente, seria doloroso demais. E se começássemos de novo, sem o peso do passado? Depois de um tempo pensando, finalmente soltei:

—Muito prazer.

Ow ow. Ela não havia gostado. Ainda pálida, ela apertou a minha mão com relutância e acenou com a cabeça. Foi então que Sabrina apareceu na porta. Com o perdão do francês, fudeu! Lorena simplesmente arrastou Sabrina porta afora e o restante das pessoas continuou a conversa normalmente.

***

Na parte da tarde, quando desci com Lara para o almoço, Lorena não parecia bem. Ela comeu um pouco, mas logo um cara subiu com ela para o andar dos quartos. O que será que estavam fazendo lá em cima? Uma onda de preocupação e ciúmes percorreu meu corpo. O que será que estavam fazendo que demoravam tanto? Será que ela namorava aquele moleque? Eu encarava as escadas tentando ouvir ou ver algo, mas em vão.

Depois que terminamos de comer e lavar a louça, começamos a jogar baralho no tapete da sala e os dois logo desceram. Pelo menos ela parecia melhor.

***

Mais tarde naquela mesma noite, depois de vivenciar o jogo mais bizarro da minha vida de “eu nunca”, eu consegui uma oportunidade para conversar com Lorena:

—Oi. -Comecei.

—Prazer, Lorena. - Disse encarando a água.

 –Prefiro te chamar de morena, se ainda puder. -Respondi tentando amenizar o clima tenso. Ela me olhou incrédula.

 –Então agora você lembra quem eu sou. - Me sentei ao seu lado com uma certa distancia, em que eu não alcançasse beija-la, e coloquei meus pés na água.

 –Eu nunca esqueci. Nem um dia sequer. Esse é um dos motivos pelos quais eu deveria ter raiva de você. - Respondi com sinceridade a encarando. Nossos olhos se cruzaram e pude ver com detalhes aqueles olhos cor de mel que haviam assombrado meus sonhos por anos.

—Você deveria ter raiva de mim? Eu te mandei mensagem assim que eu entrei no ônibus e você ficou seis anos sem me responder. - Ela me encarou novamente. Seus olhos continham uma ponta de ressentimento. - Eu estava tentando fazer o melhor pra nós dois, mas você não quis nem entender o meu lado. Só me cortou quando eu disse que achava que te amava.

 –Sendo que um segundo antes você tinha terminado comigo. - Disse olhando para os  meus próprios pés dentro da água. - Como eu deveria saber o que aquilo queria dizer?

 –Assumo que você não gastou muito tempo nisso, já que descobri essa noite que você ficou com a minha melhor amiga. Além disso, três meses depois você já estava em outra. -Ela riu sem humor pelas narinas. Aquilo doeu.

 –O que eu deveria fazer? Ficar te enchendo de mensagens e sofrendo porque levei um pé na bunda?- Ponderei como continuar por alguns segundos. Aquela conversa não estava indo para o rumo que eu esperava…- O pior é que todas depois disso tinham pelo menos um traço seu. Talvez por isso eu tenha ficado atraído por Lara no final das contas. Vocês duas são tão parecidas. - Olhei para ela novamente. Ela estava chorando, o que partiu meu coração. - Ei. Não tinha a intenção de te fazer chorar.

 –E com que intenção você vem até aqui me dizer essas coisas? - As palavras dela eram duras e cortantes - Com que direito? Você está com a minha prima, e não comigo.

 –Eu não sei. Eu não sei. - Não sabia o que falar. Não sabia o que fazer. Não sabia como reagir. Não sabia de nada naquele momento. Passei as mãos involuntariamente pelos cabelos. - A única coisa que sei é que estou confuso. Você me deixa confuso, sempre deixou.

 –Não, Renan. Um rabo de saia te deixa confuso, qualquer que seja ele. Não foi por isso que você terminou comigo duas semanas depois de me pedir em namoro? - Me surpreendi com as palavras pronunciadas por ela. Elas doeram, mas até certo ponto ela tinha razão. Eu fui assim no passado. - Se existisse uma competição pra dedo podre, eu com certeza ganharia. Você é um canalha, e o pior é que nem tem consciência disso. - Ela se levantou e saiu batendo o pé de volta para dentro da casa. Eu tentei alcança-la, mas isso só atraiu o olhar das pessoas que ainda estavam na sala quando chegamos lá. Fiz a curva e subi as escadas, voltando para o meu quarto.

 ***

No dia seguinte, fomos a praia. Lara pediu que eu passasse protetor nela e em seguida na prima. Tanto eu quanto Lorena relutamos, mas ela insistiu. Tocar novamente em Lorena era… complicado, para dizer o mínimo. Assim que minhas mãos tocaram a pele dela, o corpo dela reagiu, assim como o meu, era como eletricidade fluindo. Mas percebi que ao mesmo tempo, ela estava incomodada e as pessoas poderiam notar. Então, apesar de não querer, realizei o processo rapidamente e me afastei.

***

Na festa a noite ela estava maravilhosa, e este adjetivo não chegava nem perto da realidade. Se a visse num momento avulso da multidão, poderia dizer que ela era realmente um ser mágico. O pouco de bebida que eu havia consumido estava me dando coragem, junto com a conversa que eu tivera com Lara mais cedo no carro e o fato dela estar dando em cima de outro cara no bar.

Quando avistei Lorena na pista, dançando, maravilhosa, e realmente na minha frente, me aproximei. Eu a encurralei na parede e pedi um único beijo. Ela assentiu. Eu não poderia ter ficado mais feliz.

Eu a encostei mais contra a parede e levei meus lábios com urgência aos dela. Finalmente sentia aquela sensação de estar completo outra vez. Apertei sua cintura com uma mão e passei a outra por sua nuca. Como eu senti falta daquilo.

Depois de algum tempo ela começou a caminhar para longe, mas eu havia acabado de recuperá-la, precisava sentir aquilo por mais um tempo, eu a puxei de volta pela mão e segurei as duas mãos delas contra a parede. Ela sorriu maliciosa sem perceber, e aquilo me deixou maluco:

 –Não vai embora. Nunca mais. Por favor. - Pedi suplicante ao ouvido dela antes de pousar meus lábios em seu pescoço, dando um leve chupão.

Ela arfou e fechou os olhos novamente, me dando seu consentimento. Eu soltei suas mãos e a puxei para um beijo mais uma vez, com mais urgência. Seus beijos, assim como os meus, não eram mais tão inocentes como os de sete anos antes. Nossas bocas e nossos corpos precisavam de mais aproximação. Eu passei a mão por baixo de sua saia e apertei sua coxa. Ela me puxou mais para perto e eu sorri entre o beijo. Ela também me queria.

 –Loorenaaa. - Disse a namorada de Lucca ao nosso lado. Lorena me afastou e olhou para ela.- Finalmente te encontrei. -Saí andando na direção oposta sem olhar para ela e com a cabeça baixa. Se ela me reconhecesse e contasse para Lara tudo estaria perdido. Amaldiçoei mentalmente a pobre garota.


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Notas finais do capítulo

Gente, perguntas:
—Querem mais caps com a temática Hot? (Emoji de foguinho)
—Gostam dos caps com POV do Renan, ou abandono essa ideia?
— O que acharam desse capítulo?
CONVERSEM COMIGO
Até breve!



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